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#genreetsexualitédissident
historicaturismo · 3 years
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5 países mais acolhedores para pessoas de gêneros e sexualidades dissidentes viajarem (parte 1)
Poder viajar e sentir segurança para curtir com tranquilidade a estadia no local escolhido é bom, né? Tal situação se torna ainda melhor para a pessoa viajante que tem gênero e/ou sexualidade dissidente. Dá um alívio!
Pensando nisso, buscamos pela lista de viagem que o site Spartacus Gay Guide Travel divulga anualmente, apontando os melhores lugares para viajar com segurança sendo uma pessoa dissidente da cisheteronorma. O portal de dicas de viagem está disponível tanto em website quanto em aplicativo (disponível gratuitamente para Android e iOS).
A listagem acontece seguindo vários critérios como legislação anti-discriminação, possibilidade legal de casamento e adoção, direitos para travestis, transexuais e pessoas intersexo, casos de assassinatos, entre outros. Aqui você pode acessar a tabela completa do ranking de 2020, a qual usamos para embasar nossas informações (disponível somente em Língua Inglesa).
E aí, mona, bora saber onde dá para colocar a cara no sol?
Canadá
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As comunidades de pessoas de gêneros e sexualidades dissidentes tem direitos humanos assegurados desde 1982, garantidos pela Carta Canadense de Direitos e Liberdades. A adoção e o casamento — incluindo benefícios relacionados a pensões, previdência e proteção contra falências — são legalizados por lá desde 2005.
Pessoas trans podem retificar seus documentos sem necessidade de cirurgia. No entanto, caso escolham fazer a cirurgia de redesignação, podem utilizar o sistema público de saúde do país para isso. Desde 2017, pessoas não-binárias podem incluir suas identidades de gênero em seus passaportes.
As atitudes da população também mostram o porquê de o Canadá ser um dos países mais acolhedores para essas pessoas. Mais de 80% das pessoas canadenses pensam que pessoas LGBTQIA+ tem o direito de viver e se expressar livremente.
O país tem vários coletivos e organizações de ativistas, além de bairros conhecidos por promover a diversidade com suas ruas enfeitadas e espaços acolhedores.
Malta
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Malta é a maior das cinco ilhas maltesas que compõem o arquipélago da República de Malta, no meio do Mar Mediterrâneo, ao norte da África e ao sul da Itália. De acordo com o Special Eurobarometer Discrimination in the EU de 2019 — um documento com dados detalhados dos estados membros da Europa sobre aceitação social de pessoas LGBTQIA+ e percepções sobre discriminação com base na orientação sexual, identidade de gênero e características sexuais —, a ilha apresenta, em média, mais de 70% de acolhimento para cada pergunta da pesquisa, incluindo casamento entre pessoas do mesmo gênero, proibição de discriminação e políticas específicas voltadas para pessoas de gêneros e sexualidades dissidentes.
O casamento é legalizado desde 2017. Os direitos de adoção, de fertilização in vitro, de retificação de documentos e de transexuais e intersexuais também são garantidos legalmente.
Uma das iniciativas para reunir coletivos ou pessoas autônomas interessadas nas existências de gêneros e sexualidades dissidentes é o Allied Rainbow Communities, que promove educação, cultura, paradas LGBTQIA+, entre outras atividades.
Suécia
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A Suécia é bem conhecida pela maneira como lida com os direitos das comunidades LGBTQIA+. Relações entre pessoas de sexualidades dissidentes foram reconhecidas legalmente como algo normal em 1944. Em 1996, a união estável se tornou legalizada e, desde 2003, o país permite a adoção de crianças.
A Suécia também foi o primeiro país a permitir que pessoas trans retificassem a documentação após cirurgia de redesignação, além de fornecer terapia hormonal gratuita desde 1972. Em 2013, o governo sueco aprovou a legislação que permite alterações legais de gênero sem necessidade de cirurgia ou terapia de reposição hormonal. Esses são apenas alguns exemplos do que o país garante como direito.
A pesquisa do Special Eurobarometer Discrimination in the EU de 2019 revela que a grande maioria das pessoas suecas apoia os direitos de pessoas de gêneros e sexualidades dissidentes.
Áustria
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Por conta da forte influência do catolicismo no país, leis e opiniões públicas foram se relacionando lentamente e só tornaram-se mais abertas à diversidade no século XXI.
As uniões estáveis foram legalizadas em 2010, garantindo direitos semelhantes aos do casamento. A adoção individual foi legalizada em 2013 e a adoção conjunta em 2015. Já em 2017, o Tribunal Constitucional da Áustria decidiu legalizar o casamento, que entrou em vigor de fato em 2019.
Atividades específicas para as comunidades de gêneros e sexualidades dissidentes estão cada vez mais em alta, tanto em atuação política quanto em diversão. Há muitas opções de espaços com variadas temáticas, diverso bem do jeitinho que a gente gosta, né? Uma aliada na política institucional é a ministra da Educação, Ciência e Pesquisa Iris Eliisa Rauskala, sendo a primeira chefe de ministério assumidamente homossexual, eleita em 2019.
Argentina
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Além de ser mais perto do Brasil, a Argentina é o país mais acolhedor para pessoas LGBTQIA+ da América Latina. A naturalização da diversidade é histórica, vem desde muito antes da colonização espanhola, pois os povos originários Mapuche e Guarani reconheciam um terceiro gênero e tratavam pessoas cisgêneras, transexuais e intersexuais normalmente. Em relação à História Moderna e Contemporânea, a cena LGBTQIA+ se tornou mais potente no país após o processo de redemocratização, em 1983. Em 2010, a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina (e o décimo do mundo!) a legalizar o casamento entre pessoas de mesma sexualidade, em um contexto super católico.
Além do casamento, adoção, fertilização in vitro, retificação de documentos sem a necessidade de cirurgia de redesignação, entre outros direitos, são garantidos por lei. No geral, a população é favorável às comunidades de gêneros e sexualidades dissidentes. A Argentina foi o país que teve as atitudes mais positivas de todos os países latino-americanos na Pesquisa de Atitudes Globais de 2013 do Pew Research Center, com 74% de opiniões favoráveis. É claro que lá também tem diversos coletivos de ativistas atuando político e socialmente, além dos espaços específicos para que as comunidades se expressem confortavelmente.
E aí, gostou? É bom saber onde a gente está pisando... Por isso, vamos continuar a listagem de países mais acessíveis para quem se expressa livremente. Até lá!
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historicaturismo · 3 years
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É necessário um segmento do Turismo para pessoas de gêneros e sexualidades dissidentes? Se sim, é seguro?
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Pode ser que para algumas pessoas não faça sentido que o Turismo tenha um segmento só para pensar as questões de pessoas de gêneros e sexualidades dissidentes, mas para nós é algo imprescindível, até porque nós que gerimos a Histórica somos pessoas não-binárias sapatonas.
Começamos por elucidar o porquê de preferirmos utilizar a expressão gênero e sexualidade dissidente em vez da sigla LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bisssexuais, Travestis/Transgêneros/Transexuais, Queer, Intersexo, Assexual e outres) ou ainda outra sigla semelhante a essa. Entendemos a importância da sigla, que tende a crescer justamente por querer acolher as diferentes existências que seguem surgindo, mas para nós os sentidos confluem melhor utilizando a expressão gênero e sexualidade dissidente porque entendemos que ela acolhe as existências que compõem a sigla, mas também as existências desconhecidas por nós e as que pouco são lembradas e acabam por ficarem subentendidas no + da sigla usual. Portanto, para os nossos sentidos de mundos, especificamente dentro desse contexto de divulgação de informações turísticas, esse hiperônimo é algo que funciona, uma vez que não estamos tratando das particularidades de cada existência, que temos total consciência de que existem e que precisam ser pensadas político e socialmente com muita cautela. Isso não significa que não utilizaremos a sigla LGBTQIA+ em algum momento, até porque ela é mais difundida socialmente e em alguns momentos mais prática de usar na fala, porém não é nossa preferência, de maneira geral, por conta dos motivos que expusemos.
Sabemos dos riscos de ser uma pessoa dissidente da norma imposta, ainda mais quando se trata de viajar para um local onde você não tem noção do nível de crueldade envolvida nas reações de pessoas repressoras. A gente também sabe que só de imaginar o que pode acontecer de ruim já causa estresse e ansiedade e é por isso que a gente recomenda que você pesquise incansavelmente sobre casos de violências, legislação, políticas públicas, eventos específicos da comunidade LGBTQIA+, coletivos de ativistas e tudo mais que possa elucidar minimamente o funcionamento do destino escolhido ou, ainda, que você contrate a Histórica Turismo, nossa Agência de Viagens, para que organizemos tudo para você.
A verdade é que não há garantia de plena segurança em lugar nenhum do planeta para as pessoas de gêneros e sexualidades dissidentes, quem vive essa realidade sabe... Isso não significa que temos que nos trancafiar em casa e nos armários simbólicos da vida, certo? A gente existe e tem mais é que aproveitar a vida do jeitinho que é confortável e gostoso para nós, mas sempre de olho, né bonitezas? Viajar é tudo de bom e fica melhor ainda quando a gente sabe que o lugar escolhido tem um potencial menor de violências.
A gente sugere que você viaje já sabendo onde procurar informações de locais conhecidos por serem LGBTQIA+ quando chegar lá ou ainda que já tenha contatado alguém de um coletivo que tenha indicado locais e/ou possa lhe fazer companhia em algum deles. Também é legal viajar com um grupo de amigues, assim você se sentirá mais confiante e confortável por se compartilhar com quem você já tem mais intimidade. Se você for viajar dentro do Brasil, procure informações no site da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil e no site da Associação Internacional de Turismo LGBT (IGLTA), podendo escolher a Língua Portuguesa no campo superior direito em que diz “selecione o idioma”.
A gente espera que toda e qualquer pessoa possa concretizar seus desejos de viagens, então por isso nossas próximas publicações trarão locais potencialmente mais seguros para pessoas de gêneros e sexualidades dissidentes. Até lá! :-]
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