Carlos Poças Falcão - A luz coada num pano negro
"A luz coada num pano negro", um poema de Carlos Poças Falcão
Lamenta-te, pois já não é alegreo vento sobre os campos.Não há descoberta nem transfiguraçãoquando o calendário vem com as primícias.
Lamenta-te, lamenta-te.Já não tens a nudez certanem a fragrância antiga.
REPUBLICAÇÃO: poema publicado na página originalmente em 03/04/2019
Mais do que uma leitura, uma experiência. Clique, compre e contribua para manter a poesia viva em nosso blog
View On WordPress
0 notes
BEDA | Dia de aguaceiros…
Porque hoje é segunda-feira e é dia de pegar um livro de poesias na prateleira e ingredientes na geladeira....
De modo diferente, com estranheza intensa,a paixão deslumbra-se como uma passagemsobre as criaturas. Vento em estendais de roupa,luzes que se acendem nas rotundas, danças nupciaisde insectos nos arbustos – assim se atravessaa expansão do mundo. Uma atenção não prendequando se respira com este esplendor. A solidãosossega-nos: fica-se sagrado por um olhar facílimoe o pensamento move-se para…
View On WordPress
0 notes
S DE SOLIDÃO
Deixa-o, a ele que ocupa
o seu reduto. Nunca te afastes
nunca te aproximes. Deixa-o
buscar a sua água. Que ele arde
por trás da pele e tu cheia de sol
ardes também dentro do sangue.
Aprende a liberdade das distâncias
a sabedoria de não tocar em nada.
Cada estrela em sua solidão.
Cada solidão como uma estrela.
~ Carlos Poças Falcão
3 notes
·
View notes
Todos os dias viajo para a culpa.
É lá onde trabalho, movendo e removendo
juízos e vergonhas, vergando-me nas margens
do rio tenebroso. Depois liberto as faces
lavadas nas passagens, estendo inteiro ao sol
o manto, a envoltura, a translúcida mortalha
que ilude o meu rubor. Viajo para a culpa
e regresso ao fim dos dias, a tempo dos crepúsculos
e do corpo de repouso. Já amo esta viagem
que segura o meu amor, a inteligência canta
todo o dia de canseiras. Assim trabalho ao sol
fazendo por que a vida não me seja inimputável.
-- Carlos Poças Falcão
7 notes
·
View notes
À espera do transporte pudeste ver ao longe
a inclinação ligeira das árvores mais altas.
“Ó captadoras de um imperceptível vento
em tudo tão diferente dos trabalhos e dos trânsitos:
vós tocais a aragem que se alegra sobre os bairros
festejando o azul nos ramos prateados.”
(...)
0 notes
Todos os dias viajo para a culpa.
É lá onde trabalho, movendo e removendo juízos e vergonhas, vergando-me nas margens do rio tenebroso. Depois liberto as faces lavadas nas passagens, estendo inteiro ao sol o manto, a envoltura, a translúcida mortalha que ilude o meu rubor. Viajo para a culpa e regresso ao fim dos dias, a tempo dos crepúsculos e do corpo de repouso. Já amo esta viagem que segura o meu amor, a inteligência canta todo o dia de canseiras. Assim trabalho ao sol fazendo por que a vida não me seja inimputável.
Carlos Poças Falcão
1 note
·
View note
Carlos Poças Falcão
- Telhados de Vidro n.º 11, Lisboa, Averno, Novembro de 2008
12 notes
·
View notes
— Carlos #Poças #Falcão, no #livro "A #Nuvem". (Ed. #Opera #Omnia; 1.ª #edição [2019]). #CarlosFalcão #ANuvem #Ano2019 #Leitura #Literatura #PTBR #Português #Página #Page #Texto #TXT #Belos #Rostos #Belas #Palavras #Gestos #Força ... https://www.instagram.com/p/B6AMyfUn0Os/?igshid=1vu3cvyfisjwk
0 notes
Novas da Biblioteca!Carlos Poças falcão ganha prémio SPA para melhor livro de poesia do ano http://dlvr.it/R1kCgN http://dlvr.it/R1kCgN
0 notes
Carlos Poças Falcão
in Sombra Silêncio
2 notes
·
View notes
Todos sabemos acender um fósforo
a quem nos pede lume.
Talvez fosse uma conversa
possível até ao fim. Mas o mais vulgar
é ficarmos onde estamos
com o fósforo aceso à beira do rosto
— e antes de haver tempo
a chama queima os dedos.
-- Carlos Poças Falcão
3 notes
·
View notes
Carlos Poças Falcão – A luz coada num pano negro Lamenta-te, pois já não é alegre o vento sobre os campos. Não há descoberta nem transfiguração quando o calendário vem com as primícias. Lamenta-te, lamenta-te. Já não tens a nudez certa nem a fragrância antiga.
0 notes
Não sou um indignado. Sei que o mundo passa
bem sem mim – o que é justo e me assinala a grande liberdade.
Procuro manter a dignidade, estou a envelhecer e no entanto
pronto a começar. Afinal está provado o sem sabor de tudo
– a não ser daquilo que começa, do que é inicial,
ou seja, desde sempre. Aí regresso a horas repentinas
muitas vezes entre um desencontro e o café.
Isso é terrível e procuro manter a dignidade.
Foi numa dessas horas que descobre que Deus
não passa bem sem mim – o que não me indigna
e também não me alivia da grande liberdade. Afinal
ser homem para Deus é o sabor inicial.
Carlos Poças Falcão
1 note
·
View note
Porque as palavras servem para um mercado de coisas claras, mas para as questões cegas são elas o próprio selo da cegueira. Que fazer com a experiência da incerteza? Ela é a justa provação – e entretanto os sinais tombam como poeira sobre os campos.
Carlos Poças Falcão
arte nenhuma
0 notes
Bom dia!
Temos o gosto de Vos comunicar que Carlos Poças Falcão, autor que esteve presente na Biblioteca Municipal no passado dia 21 de março, dia Mundial da Poesia, foi o grande vencedor na categoria de melhor livro de Poesia do ano, na gala dos Prémios da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), transmitida ontem à noite pela RTP 2. O livro intitula-se "Sombra Silencio" e é editado pela Editora Opera Omnia. Parabéns ao Autor e à Editora.
Espreite aqui (01h:06m:02s) :
https://www.rtp.pt/play/p5621/e397532/gala-premio-autores?utm_source=rtpplay&utm_medium=notificacao&utm_campaign=desktop&fbclid=IwAR0OA4-Rq4ByDWCphuHtXWIjw0Pzhp8BtVehO8_CfJb2KLfThV-QvKHZwBg
0 notes
Carlos Poças Falcão na Biblioteca Municipal de Mondim.
0 notes