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#Bichos do Pantanal
teoriase · 27 days
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Ingenuidade
A sabedoria e a astúcia são como uma criança pequenina. Ao menor sinal do monstro que mora embaixo da cama, elas trocam o sorriso e a vivacidade por medo e choro. Quando o bicho papão é avistado pelas frestas do guarda-roupas à espera do momento certo de entrar em ação, os lençóis passam de fragéis pedaços de pano ao único artefato capaz de fornecer proteção ao pequeno indefeso. Nesse momento, o caminho da cama até a porta do quarto se torna uma trilha inexorável de lodo e lama, como num pantanal que vive encharcado com a noite há anos sem ver a luz do sol. Do outro quarto, se houve o ronco dos pais adormecidos abafados pelo falatório da televisão que foi esquecida ligada e ficou a conversar sozinha pelo resto da noite. Os cães de rua que latem sem motivo aparente viram lobos com sede de suor e sangue. Os pombos da cidade transfiguram-se em urubus famintos em busca de crianças levadas que passaram da hora de dormir. Seria uma sorte o menino sobreviver essa noite. Caso isso acontecesse, os descendentes do pequeno iriam ter ciência desse dia através de trovas medievais recitando tamanha bravura frente aos terrores da infância. Assim é a sabedoria. Ao primeiro sinal de perigo, a própria Atena aparentaria deficiência cognitiva. Assim é a astúcia, que vê na aurora do desconforto o seu próprio crepúsculo. Todos já sentiram isso. O medo de falar em público, por exemplo, faz do professor mais preparado parecer um aluno preguiçoso, que balbucia erros sintáticos e semânticos entre gaguejos. A fobia social faz da simples conversa entre duas pessoas um jogo de xadrez, onde cada movimento representa um sacrifício e ansiedade.
No entanto, não é do feitio da sabedoria, muito menos da astúcia. Elas não perderiam a chance de se mostrar valiosas. Não é coincidência, faz parte do ser humano. O sistema nervoso autônomo funciona com dois regimes, sendo um deles o sistema parassimpático. Ele atua regulando o corpo em momentos de relaxação, onde não há nenhuma necessidade de atuação rápida do corpo. Por outro lado, existe o sistema simpático, conhecido por regular o comportamento de luta ou fuga, quando há algum perigo ou necessidade de reação. Quando é possível relaxar, tanto a racionalidade como a lógica não perdem a oportunidade de fazer o que fazem de melhor. Mas não se pode culpa-los quando o assobio do Curupira ensurdece a cidade. Nesse momento, é hora de dar lugar para a irracionalidade e o instinto de sobrevivência. Eles que dão as caras nos momentos de maior angústia e sofrimento. A ausência da relaxação provoca a presença daquilo que o indivíduo tenta com muita força esconder do próximo: a sua própria fraqueza.
O que chama atenção nessa valsa desses dois sistemas é a ingenuidade. Será que a crença de que decisões racionais e lógicas podem ser tomadas em situações de perigo é só para uns poucos iluminados? É ingênuo achar que seria diferente, pois é do ser humano se tornar burro e sedento pela própria sobrevivência. Assim, é ingênuo pensar que o ser humano poderia se tornar menos ser humano. O artista canta que nós sempre vamos ser muito mais humanos do que gostaríamos de ser. A melodia é dura e real, mais do que melodias doces que nunca saíram papel. A fuga do perigo é real e ela é inocente, mas não diz respeito a nada do que consideramos ser sábio. E com isso vem culpa de ser humano, aquilo que é parte de existir e não é possível remediar.
Aqui, nesse parágrafo, peço uma pausa. Não é comum me colocar em primeira pessoa nos meus textos. Mas dessa vez, os parágrafos anteriores construíram um palco para colocar a luz do holofote sobre o que considero ser um dos meus maiores erros. Hoje eu estou na plateia assistindo uma peça de minha própria criação. Hoje eu sou escritor e leitor. Simultaneamente, sou criador e criatura. Desta vez não vou criar nenhum personagem, já que eu mesmo sou o menino amedrontado com o bicho papão.
Fui muito ingênuo de pensar que todos esses anos eu poderia fugir das cenas na minha mente. Tive bons e maus momentos, personagens perfumados e outros nem tanto. Mas escrever todos eles em terceira pessoa não me afastou em momento nenhum da existência deles. Eu vivi a vida deles, e isso trouxe desconforto. Minha reação? Fugir do texto. Escrever em terceira pessoa. Uma reação inocente de sobrevivência, mas que no fim não é muito sábia. Notei recentemente que fechar o caderno não termina a história. Ela continua dançando na minha mente, enquanto a valsa fúnebre toca ao fundo. Notei que os personagens tem nome e rosto, mas só eu os vejo antes de dormir e depois de acordar. Passo mais tempo vivendo suas vidas do que a minha própria, porque eles são parte do que eu sinto do mundo. E esse foi o meu erro. Um deles, pelo menos. Achar que eu poderia transcender da natureza humana com uma tentativa de fuga tão banal. A sabedoria faz parte de mim, junto com sua parceira astuta. Mas a escuridão do guarda roupas agora olha de volta para mim. E eu escrevo com ingenuidade, como uma forma tola de buscar redenção do perigo iminente.
Então notei que não é de hoje que esse texto existe. Ele sempre existiu. Sempre estive sentado na primeira fileira do meu próprio teatro. Sempre fui criatura formada de minha própria criação. Sempre fui leitor, só fui ingênuo demais para achar o contrário. Ingênuo demais para notar que o perigo e o desconforto já estavam debaixo da cama.
Gabriel Lima
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capixabadagemabrasil · 3 months
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"O Reinado Solitário da Onça-Pintada no Coração do Pantanal" Um Símbolo da Biodiversidade Brasileira A onça-pintada, conhecida cientificamente como Panthera onca, ocupa o topo da cadeia alimentar nas Américas, distinguindo-se como o maior felino do continente. Este magnífico animal, pertencente à família dos felídeos, é uma das espécies mais emblemáticas da fauna brasileira, com uma presença marcante no Pantanal. Habitando principalmente as margens do rio Paraguai, a onça-pintada é uma exímia nadadora, adaptada perfeitamente ao seu ecossistema. Foto de Ramon Vloon na Unsplash Conservação: Um Desafio Contínuo O status de conservação da onça-pintada é alarmante, com a espécie listada pelo IBAMA, desde 2003, como ameaçada de extinção no Brasil, enquanto globalmente, é considerada quase ameaçada pela IUCN desde 2008. A perda de habitat, devido à conversão de áreas naturais em pastos e lavouras, é a principal causa da redução significativa de sua distribuição original, que abrangia historicamente 21 países. Atualmente, a espécie já não existe mais no Uruguai e em El Salvador, evidenciando a urgência de ações de conservação efetivas. Características Únicas A onça-pintada impressiona por seu porte físico robusto e força muscular notável, podendo atingir até 135 kg e medir cerca de 1,90 m de comprimento. Sua pelagem, de um tom amarelo-dourado, é adornada por pintas pretas e rosetas, que servem como uma assinatura única para cada indivíduo. Diferentemente de outros felinos, seu rugido, conhecido como esturro, é um som poderoso e distintivo. Ecologia e Alimentação Predador ápice do ecossistema em que vive, a onça-pintada desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio natural, alimentando-se de uma variedade de presas silvestres, como capivaras, jacarés e veados. A escassez desses animais, muitas vezes causada por atividades humanas, pode levar a onça a buscar fontes de alimento em áreas habitadas, gerando conflitos. https://youtu.be/mFqo6JLbupw Importância para a Conservação da Onça-Pintada A onça-pintada é considerada uma espécie guarda-chuva, o que significa que protegê-la contribui para a conservação de muitas outras espécies que compartilham seu habitat. Projetos de pesquisa e conservação, como o Projeto Bichos do Pantanal, são fundamentais para entender melhor a ecologia da espécie, monitorar populações e desenvolver estratégias para sua preservação. A utilização de tecnologias como câmeras trap permite um estudo detalhado e não invasivo desses animais majestosos. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Leandro Silveira (@leandro_silveira_iop) Um Encontro com a Natureza A observação da onça-pintada no Pantanal é uma experiência única, oferecendo aos visitantes uma conexão rara e emocionante com a vida selvagem. Locais como a Pousada Piuval facilitam esses encontros, promovendo o turismo responsável e a conscientização sobre a importância da conservação desses felinos esplêndidos. A onça-pintada é mais do que apenas um animal; é um símbolo da riqueza natural do Brasil e um lembrete da necessidade de proteger nossos ecossistemas. Através de esforços conjuntos para a conservação, podemos garantir que futuras gerações também possam admirar a majestade da onça-pintada no Pantanal. Pantanal: a maior área úmida continental do planeta.
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mulherama · 2 years
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Pantanal: elenco avalia despedida: ‘Parece formatura do terceiro ano’
Guito e mais atores da novela comentaram o clima de saudade diante do último capítulo da novela nesta sexta-feira (7)
Depois de acompanhar vidrado cada capítulo do maior sucessos das nove dos últimos tempos, todo o público se sente um pouco “filho do Pantanal”, como canta Maria Bethânia na abertura do folhetim que chega ao fim hoje. O remake de Bruno Luperi, adaptado da obra original de Benedito Ruy Barbosa exibida pela primeira vez há mais de 30 anos, ganhou nova roupagem com recursos tecnológicos e abordagem de temas como o racismo e a homofobia. O clima de saudade não toma conta apenas dos telespectadores, mas também do elenco, que ao mesmo tempo festeja o enorme sucesso do trabalho.
— Foi lindo ver a generosidade do público com a gente — diz Bella Campos, a Muda, destacando o quanto a novela conseguiu envolver as pessoas: — Nós nos sentimos parte da família Leôncio, temos essa sensação de pertencimento à cozinha da Filó, às rodas de viola… De alguma forma, parecia que o público estava sempre ali com a gente também.
Os fãs da história inúmeras vezes fizeram “Pantanal’’ ocupar o topo dos assuntos mais comentados na internet. A trama foi tema até de festa de aniversário, com convidados vestidos a caráter. A novela fez a galera torcer por casais com muita química, aprender novas palavras e expressões e vibrar com cenas icônicas. Sem falar da curiosidade pela “novela paralela’’, já que os atores postavam em suas redes sociais muita coisa dos bastidores, e os internautas acompanhavam tudo com afinco. A equipe se doou de verdade. Em solo pantaneiro, as gravações renderam boas histórias pra contar. Silvero Pereira, o Zaquieu, relembra com bom humor:
— Teve um dia em que não foi possível entrar no quarto da fazenda que nos hospedou porque tinha um jacaré na varanda! Em outro, tivemos uma crise de carrapatos dos cavalos e precisávamos tomar banho de sabão de enxofre porque estávamos paranoicos com a possibilidade de ter pego o bicho também.
Para Camila Morgado, a Irma, o entrosamento entre os colegas foi um diferencial.
— Equipe e elenco se deram muito bem. A gente se gosta, quer estar junto, se pertence. Isso é raro. Contamos nos dedos os trabalhos que ficam em um lugar muito especial. E esse fica — enfatiza a atriz.
Aline Borges endossa:
— Quem viveu esses bastidores e o quanto essa obra que mexe tanto com o público potencializou nossa alma artística sabe que isso é poderoso. Quando amamos muito uma coisa e fazemos um trabalho fora da curva como esse, é difícil se despedir.
O sentimento é também de alívio após tanta expectativa gerada no início das gravações, em agosto de 2021, e de felicidade.
— Agora o coração está doendo. Parece formatura do terceiro ano, quando a gente começa a assinar as camisas — compara Guito, o Tibério, logo após ter finalizado as gravações na última semana: — Não dá para comparar as duas versões, o mundo mudou, os tempos são outros. Mas acho que, como daquela vez, conseguimos contar uma boa história para o público.
José Loreto que o diga! O intérprete do peão Tadeu falou em entrevista para a coluna “Telinha’’ que, nas ruas, as pessoas querem falar com o personagem, na verdade, e não com ele especificamente. Para Loreto, o clima intenso de gravações ofuscou a satisfação por realizar esse trabalho.
Foi intenso, cansativo, mas todo dia eu vinha com um sorrisão na cara.
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Você não vai acreditar quem foi a primeira esposa de Almir Sater
Você não vai acreditar quem foi a primeira esposa de Almir Sater https://ift.tt/Q4nNUlm Nesse vídeo de hoje você vai ficar sabendo quem foi a primeira esposa de Almir Sater. Almir Eduardo Melke Sater é um cantor, compositor, violeiro, instrumentista e ator brasileiro. Além de ser conhecido pelas músicas de sucesso no mundo sertanejo, ele ainda atuou em novelas como A História de Ana Raio e Zé Trovão, O Rei do Gado em 1996 e Bicho do Mato na Record TV no ano de 2006. Esteve também nas duas versões de Pantanal. Ele atuou como Trindade na trama exibida em 1990 na extinta TV Manchete e viveu Eugênio no remake produzido pela Globo em 2022. O artista nasceu em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, em 14 de novembro de 1956. Desde os 12 anos já tocava violão e se interessava pela música e pelos sons da natureza. Em 1981, Sater gravou o primeiro disco, Estradeiro, com a participação de Tetê Espíndola, Alzira Espíndola e Paulo Simões. Fez ainda parte da Geração Prata da Casa, movimento que uniu expoentes da música sul-mato-grossense no início dos anos 1980. O artista coleciona um vasto número de composições e canções de sucesso. Ele fez parcerias com Renato Teixeira e Paulo Simões e escreveu letras que viraram símbolo do cancioneiro regional-popular, como por exemplo as conhecidas Tocando em Frente, Chalana e Cabecinha no Ombro. O cantor é pai de Gabriel, Ian e Bento Sater. O primogênito seguiu os passos do pai no sertanejo e ainda contracenou com Almir no remake de Pantanal. Gabriel foi escalado para interpretar o boiadeiro Trindade, papel que foi de Almir na versão exibida em 1990; enquanto o veterano vive Eugênio na adaptação de Bruno Luperi. O duelo de viola de pai e filho em uma cena da novela “Pantanal” encantou o público. O desafio musical entre Eugênio, personagem de Almir Sater, e o peão Trindade, interpretado por Gabriel Sater, já entrou para a história como um dos momentos memoráveis da dramaturgia brasileira. Os artistas não imaginavam que a cena iria bombar na internet. Amir também é pai de Ian e Bento, frutos do casamento com Ana Paula. A família do ator prefere levar uma vida longe dos holofotes e são mais discretos nas redes sociais. Ian e Bento, já fizeram parte da banda de rock Suburbia. A primeira esposa do violeiro foi Selene Albuquerque, com quem se casou no ano de 1980. Gabriel tinha apenas 2 anos quando Almir Sater e Selene se separaram. Com o tempo, o convívio entre pai e filho avançou muito além das noites de shows. Orgulhoso, Almir destaca o talento e a determinação do filho mais velho. The post Você não vai acreditar quem foi a primeira esposa de Almir Sater appeared first on Divirto. Post Original Divirto via Dicas Tudos & Todos https://ift.tt/rB9Obna August 30, 2022 at 03:05AM
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Jogo da Memória da Araquarela. Em quatro versões: Folclore Brasileiro, Cerrado, Floresta Amazônica e Bichos do Pantanal. ❤️ Vocês não imaginam a felicidade de trabalhar com uma empresa que valoriza a nossa cultura, nossos biomas e riquezas naturais. Obrigada pela parceria @araquarela Esses brinquedos não poderiam faltar aqui no Plantando e Brincando. Além de serem brinquedos de alta qualidade e que duram uma vida inteira, são presentes lindos e cheios de significado e aprendizado sobre o nosso país. Os jogos vêm em caixas lindas e tem ilustrações que são verdadeiras obras de arte. Dentro de cada caixa um encarte bilíngue com curiosidades sobre cada tema. 😍😍😍 Um presentão de arrasar! Faixa etária: 03 a 120 anos Valor: R$ 57,00 Dimensões: 12x12x12cm Enviamos para todo Brasil (frete sob consulta). Entregas grátis em Itaipava. Frete fixo de R$15,00 em Petrópolis. https://www.instagram.com/p/CQrJHi3HzM0/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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tupiperiodico · 2 years
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Îaîmomorang îagûareté ko 'ara pupé. Îagûara îandé retama so'oeté é! Té, tîanhe'eng îagûara resé.
Comemoramos o dia da onça este dia. A onça é um animal legítimo do nosso país. Bem, vamos falar das onças.
A partícula té é bastante útil pra começar a explicar uma coisa. Seria algo como: bem, vamos lá, enfim.
Îagûara i pinipinim. Îagûara îabi'õ o pinima oîkoé amõ suí. Îa'ekatu îagûara kuaba i pinima resé îama'ẽmo.
A onça é toda pintada. Cada onça tem as pintas diferentes das outras. Podemos reconhecer a onça olhando suas pintas.
A palavra "pinta" apareceu bastante aqui: pinim. Veja que usei o (r)esé com o verbo ma'ẽ, que exige essa posposição.
Îagûara i kyre'ymeté. E'ikatu ka'a rupi ogûatábo, 'ype o'ytápa, ybyrá 'árybo oka'amondóbo. Asé ogûasem i xupé ybytyra resé, nhũ resé, 'ygapó resé bé.
A onça é muito habilidosa. Ela pode caminhar na mata, nadar nos rios e caçar sobre as árvores. Nós as encontramos na Serra, nos campos e até no pantanal.
Gosto desse adjetivo kyre'ym, que serve para quem trabalha bem, tem habilidade, tem coragem, etc. Veja que chamei o pantanal por um nome que conhecemos aqui no Brasil: 'ygapó (igapó), isto é, água na raiz.
Îagûareté îakaré oîpysyk abé. E'i opá so'o gûabo: kapi'ĩgûara, gûariba, tatu. Îagûara 'ygapóygûara okarukatu mamõygûara suí, i kyrákatú abé. Îagûara îandé retamygûara satãngatu amõaé îagûarana suí: leão, tigre, leopardo.
A onça captura até jacaré. Ela come todos os bichos: capivara, guariba, tatu. A onça do pantanal come mais do que a de outros lugares, e é mais gorda. A onça do nosso país é mais forte que outros felinos: leão, tigre e leopardo.
Aqui usei o verbo 'e no sentido de se mostrar, para dar ênfase na frase de que a onça come qualquer bicho. Quando falei de outros felinos, usei o -rana (parecido, mas não verdadeiro).
Endé îagûara robaîtĩneme, ekanhem yké! E'ikatu nde îukabo nde angaîpaba resé.
Quando você encontrar uma onça, fuja! Ela pode te matar pelos seus pecados.
Usei aqui a partícula ké, que inidica deliberação, ordem, aviso.
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fefefernandes80 · 4 years
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Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e destruição das queimadas no Pantanal
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‘Eu vi a face do horror’, definiu o fotógrafo, que retrata a natureza brasileira há mais de 50 anos. Fotógrafo Araquém Alcântara retrata a destruição no Pantanal: ‘Eu vi a face do horror’ O fotógrafo Araquém Alcântara, que retrata há 50 anos a natureza brasileira – foi o primeiro fotógrafo a documentar todos os parques nacionais do Brasil –, passou as duas últimas semanas no Pantanal matogrossense para retratar a destruição do bioma, que enfrenta o pior período de queimadas na história. “Nesses 15 dias de Pantanal de Mato Grosso – o epicentro do fogo – eu vi a face do horror. E é triste, mas essa mortandade de animais, essa fuligem no ar, essa terra arrasada escancaram mesmo é a nossa brutalidade, a nossa ignorância. Como é que a gente pode permitir isso?”, questionou o fotógrafo em entrevista à GloboNews (veja vídeo acima). Neste ensaio, Araquém escolheu focar na resistência dos animais que permaneceram no cenário de terra arrasada, lutando para sobreviver. Veja as fotos: “A majestade do Pantanal sobrevive ao fogo e escancara a nossa brutalidade e ignorância”, afirma Araquém. Imagem foi registrada na quinta (24) às margens do Rio Piqueri no Parque Estadual do Encontro das Águas, Mato Grosso. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo registrou destruição das queimadas no Pantanal Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais durante as queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais durante as queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e a destruição das queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e a destruição das queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação “Os mutuns e outros bichos tentam encontrar comida caminhando pelo solo calcinado”, conta o fotógrafo Araquém Alcântara. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e a destruição das queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e a destruição das queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e a destruição das queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação “Mais um dia de batalha contra o fogo. Heróis anônimos: bombeiros do Mato Grosso e do Matogrosso do Sul, brigadistas, Icmbio, veterinários, voluntários, pantaneiros. Se não fosse o patriotismo deles, a catástrofe seria muito maior”, escreveu Araquém. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e a destruição das queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e a destruição das queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e a destruição das queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais durante as queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais durante as queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e a destruição das queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais durante as queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais durante as queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Araquém Alcântara durante trabalho de registro das queimadas no Pantanal Arquivo Pessoal Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais durante as queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação Fotógrafo Araquém Alcântara registra fuga de animais e a destruição das queimadas no Pantanal. Araquém Alcântara/Divulgação “As onças não morreram. E agora que o fogo passou pelo parque estadual do encontro das águas elas estão aparecendo. O Pantanal voltará a ser uma das maravilhas da Terra”, diz o fotógrafo Araquém Alcântara. Araquém Alcântara/Divulgação Gabeira: ‘Nós perdemos muito, e a fala e as fotos de Araquém Alcântara dizem tudo’ As imagens da luta dos animais pela vida no Pantanal em chamas VÍDEOS: queimadas no Pantanal
Artigo Via: G1. Globo
Via: Blog da Fefe
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brisas-e-ventos · 4 years
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O Lobo-guará
Ameaçado de Extinção
SALVE
O Lobo Guara é dócil, sensivel e timido.
Este é o lobo-guará. Um animal nativo da América do Sul, o Lobo-Guará é uma das raças que mais se encontram ameaçadas de extinção.  Em sua maioria, é encontrado no Brasil em ambientes de cerrado, da caatinga e da Mata Atlântica. Pode também ser visto no Pantanal e na região dos Pampas, no Sul do Brasil.
O lobo-guará parece uma grande raposa com pêlo avermelhado e longas pernas como veados. O mamífero é encontrado em habitats abertos como pastagens com arbustos e árvores dispersas. As pernas altas são provavelmente uma adaptação às altas pastagens de seu habitat nativo. Possui a característica de ser um animal onívoro, que se alimenta de animais e também de vegetais. Um dos seus principais alimentos são os frutos da lobeira, que é um pequeno arbusto da mesma família dos tomate
http://entretenimento.r7.com/bichos/fotos/aprenda-mais-sobre-dez-animais-brasileiros-20100928-6.html#fotos
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iiarastreet · 4 years
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Sergio Fernando.
Sérgio Fernando era magistrado, em França ? Não.
Sérgio Fernando era magistrado, nos Estados Unidos ? Não.
Sérgio Fernando era magistrado. E fez vítimas.
Uma de suas vítimas era conhecido em SBC. Muito conhecido. Foi para Bsb. Ficou mais conhecido.
Um negão, chamado Barak se encantou com a vítima. A vítima tinha trânsito livre.
Até conhecer Sérgio Fernando, que à imagem de Lula-molusco, queria ser conhecido em Brasília como o Presidente!
O que fez Sérgio Fernando ?  Para mudar de cargo ? para deixar a magistratura? Ora, marrapaz deixar a magistratura ?? tu é louco ?! repito, deixar a magistratura, tu é louco ! qualquer abestado teria pensado duas, três, dez, quinze vezes, e teria desistido e ficado na magistratura. Pra deixar de ser abestado.
Mas Sérgio Fernando não era abestado.
Sérgio Fernando era presunçoso. Era queria ser conhecido em Brasília, lembra ?
Sérgio Fernando como magistrado almoçava um prato denominado “parquet deltan”; depois, induzia deltan a pensar e em sua sala sozinho, cercado talvez de algum possuído de fc, moldava a condenação do molusco (lulinha, paz e amor).
Lulinha foi dourado, na pena de Sérgio Fernando.
Foi concedido a lulinha dourado o obséquio de se entregar, após a condenação magistral.
Lulinha, arredou de si tal proposta. Manteve-se em seu cercado em SBC.
A tv que mostra, novela, enchente, fila de hospital, a casa de michel, as águas de itaipu, os animais africanos cruzando, comendo, cruzando, comendo, correndo, dormindo, deixou tudo isso de lado e mostrou o trajeto inteiro de lulinha em sua revoada para a cela em Curitiba. Onde ávidos por vingança os curitibanos independentes aguardavam o queridinho dos 4 bancos brasileiros. E nada fizeram pelo queridinho, os banqueiros com seus bilhões.
Lula Inácio foi privado do convívio com muitos.
Sérgio Fernando iniciou seu plano.
Sérgio Fernando tomou o lugar de queridinho. Passou a viajar para os EE|UU. Para aprender ó !
Sérgio Fernando que deixou de ser abestado há muito tempo. Deixou também a magistratura.
Lulinha pazeamor era o candidato mais forte à presidência.
Sérgio Fernando o processou, inquiriu, e sem provas condenou Lulinha Nácio.
Luiz não podia concorrer, estava preso, como iria fazer campanha, em todo o país, em caravana, em conversas com os brasileiros, brasileiras, comuns, donos do poder de eleger, simples, esperançosos, crédulos, confiantes, desconfiados ?
Lula Silva quedou-se.
O outro candidato, tomou uma facada. Fakeada. Facada, de um doido. De um louco, de um inimputável. Ou seria, uma inimputável ?
De inimputável, pode-se dizer qualquer coisa, afinal, ele não sabe do que se trata. Não é mesmo Vânia ?????
O inimputável foi detido. Guardado no pantanal, longe de Manoel. (De Barros).
Sérgio Fernando desapareceu. Foi fazer curso nos EEUU. Aprender ó !!!!
Aprendeu ?
Veremos.
O taokey mesmo prostrado, com um discurso de moralidade, combate à corrupção, proteção à família (dele), ruptura com o centrão (naquele período), imagem de descolado do modelão de político profissional, que era, passou para o segundo turno. Não foi a nenhum debate. O povo ficou louco.
O professor que tomou o lugar de Luiz Inácio (preso). Também foi para o segundo turno. Alguns que não foram para o segundo turno, ficaram no BR. Algum foi para NY.
O professor perdeu o segundo turno.
E todos perderam também.
Mas o descolado, desmiolado, da reserva, que explode bomba, insubordinado, que usava o auxílio moradia para comer gente (embora não fosse comunista, nem socialista, nem porra nenhuma, como do princípio), foi eleito.
Uau, para sua família, que faz rachadinha, não gosta de rachada, faz fake news, homenagem a miliciano, e discursos sem cabeça, nem desenvolvimento, nem pé.
A família gostou demasiadamente. Fez discurso e gestos, na posse, na web e na imaginação dos bolsominions.
Mas ela não sabia é que Sérgio Fernando também gostou.
Sérgio Fernando gostou muito.
Sérgio Fernando então, lembram, tomou coragem e deixou a magistratura, 22 anos depois, ele se declarou livre da magistratura.
A magistratura ficou desconsolada.
Não sabia o que fazer sem Sérgio Fernando.
Mas Sérgio Fernando sabia.
Sérgio Fernando apresentou seu currículo ao capitão da reserva (ora presidente).
Sérgio Fernando contribuiu muito para a eleição do fakeado.
Sérgio Fernando foi admitido como ministro da justiça.
Mas olha, ele tinha deixado a justiça.
E agora, seria ministro da justiça, benzadeus.
Vai entender !!!
Em seu dilema para se descolar da Justiça Sérgio Fernando ficou muito calado.
Aborreceu o chefe. O chefe achava que Sérgio Fernando queria ir para o Supremo, mas ele não era terrivelmente evangélico. Então, não sei.
O chefe cobrou de Sérgio Fernando.
Sérgio Fernando não gostou e deixou o descolado chefe.
O descolado passou a falar mal de Sérgio Fernando.
Sérgio Fernando agora é candidato à sucessão do chefe.
Tem uns doidos que embarcaram nessa.
Eu não. Vou ser candidato também.
Glen disse que depois de subtrump, qualquer um pode ser presidente do Brasil.
Caraca! Não, Brasília. É o foco !!! Falta fé e força.
Lula-molusco foi solto. O Supremo entendeu melhor assim. Foi um rebuliço do c*r*lho.
A covid19 tomou conta.
O capitão da cloroquina não sabe o que fazer.
O Paulo Jegues o pressiona. E ele pressiona os dois médicos da Saúde.
Bicho tá pegando.
Sérgio Fernando está calado de novo. Só se manifesta para f*der a mulher do militar, agora deputada ruiva.
Coitada, ou não.
Sérgio Fernando nunca quis ser indicado para o Supremo. Sérgio Fernando queria ser indicador ao Supremo. Olha a diferença de um r (de rato).
Vamos aguardar e guardar na memória a evolução.
Não haverá revolução.
Haverá involução. Mas não podemos desanimar.
Fica dendi casa.
Em breve o futuro taí.
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grauche · 5 years
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“Existe uma literatura latino-americana?” “Não me faça rir. Não existe nem mesmo uma literatura brasileira, com semelhanças de estrutura, estilo, caracterização, ou lá o que seja. Existem pessoas escrevendo na mesma língua, em português, o que já é muito e tudo. Eu nada tenho a ver com Guimarães Rosa, estou escrevendo sobre pessoas empilhadas na cidade enquanto os tecnocratas afiam o arame farpado. Passamos anos e anos preocupados com o que alguns cientistas cretinos ingleses e alemães (Humboldt?) disseram sobre a impossibilidade de se criar uma civilização abaixo do Equador e decidimos arregaçar as mangas, acabar com os papos de botequim e, partindo de nossas lanchonetes de acrílico, fazer uma civilização como eles queriam, e construímos São Paulo, Santo André, São Bernardo e São Caetano, as nossas Manchesteres tropicais com suas sementes mortíferas. Até ontem o símbolo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo eram três chaminés soltando grossos rolos negros de fumaça no ar. Estamos matando todos os bichos, nem tatu aguenta, várias raças já foram extintas, um milhão de árvores são derrubadas por dia, daqui a pouco todas as jaguatiricas viraram tapetinho de banheiro, os jacarés do pantanal viraram bolsa e as antas foram comidas nos restaurantes típicos, aqueles em que o sujeito vai, pede capivara à Thermidor, prova um pedacinho, só para contar depois para os amigos, e joga o resto fora. Não dá mais para Diadorim.”
“Intestino grosso”, Rubem Fonseca. Em Feliz ano novo (1975).
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embergaylica · 3 years
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Animais do Pantanal aprendem a 'mendigar comida' para sobreviver na seca
Oferta menor de alimentos naturais e necessidade de intervenção humana têm tido impacto no comportamento dos bichos; 'a fome não é tão escandalosa quanto o fogo (dos incêndios), mas seu efeito é ainda mais devastador', diz integrante de fundação pantaneira. source https://www.bbc.com/portuguese/brasil-58756606?at_medium=RSS&at_campaign=KARANGA
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onilopolitano · 3 years
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Seca no Pantanal: Animais correm para matar sede após água chegar em caminhões-pipa; assista
Animais afetados pela estiagem deste ano no Pantanal, em Mato Grosso, têm encontrado alívio com a ajuda de caminhões-pipa. Entidades que atuam no resgate de bichos e em combate às queimadas tiveram que contratar veículos para abastecer áreas originalmente alagadiças, mas que ficaram completamente secas em 2021.
Lontras, ariranhas, capivaras, tuiuiús e jacarés, entre outros animais, aproveitaram para se refrescar e matar a sede assim que as áreas alagáveis situadas embaixo de pontes, na rodovia Transpantaneira, acumularam a água despejada dos caminhões-pipa.
Veja vídeo dos animais em busca de água:
A aproximação dos animais foi registrada em vídeo pelas equipes que trabalhavam no abastecimento. As imagens mostram o momento em que ariranhas, lontras e capivaras sedentas correm para a poça que se formou. Os bichos sequer esperaram desligar as mangueiras que saíam dos caminhões-pipa.
— É um trabalho paliativo, o volume que a gente consegue colocar é infinitamente menor do que precisa, a seca está muito forte. Dois, três dias depois, já seca novamente. O único jeito de resolver é a chuva mesmo — explica o responsável técnico da Ampara Silvestre, o médico veterinário Jorge Salomão.
À espera da chuva
Na última semana, equipes da Ampara Silvestre e do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad-Brasil) trabalharam durante seis dias no abastecimento das pontes. Ao todo, foram mais de 300 mil litros de água utilizados entre a cidade de Poconé e o distrito de Porto Jofre.
Os trabalhos foram concentrados em três das mais de 135 pontes existentes na Transpantaneira. Nesses locais, não passa rio embaixo, mas a área costuma ficar alagada, é habitat de jacarés e atende aos outros bichos do Pantanal.
Nas últimas semanas, a Ampara Silvestre e a Grad-Brasil retiraram cerca de 70 jacarés de áreas originalmente alagadas que ficaram secas neste ano. Os animais estavam debilitados, sem alimento, inclusive com situações de canibalismo.
A solução para o drama enfrentado no Pantanal virá apenas com a chuva. Enquanto ela não chega, as ONGs arrecadam recursos por meio de doações para financiar mais caminhões-pipa. Cada dia custa, em média, R$ 3 mil. Esse valor paga a diária, combustível e despesas com motorista. No entanto, as equipes enfrentam dificuldades para abastecer os veículos.
A seca está muito forte, alguns pantaneiros dizem que é a pior dos últimos dez anos. Então estamos com dificuldade de encontrar lugar para tirar água. Temos o caminhão-pipa disponível para locar, a equipe para retirar a água, mas falta de onde tirar — afirma Salomão.
As entidades têm buscado água em poços artesianos, mas como o volume retirado é grande, eles precisam de tempo para se recuperar. Também foi feita uma tentativa de retirar do rio Pixaim, mas ele já não tem capacidade, pois está com nível muito baixo.
O Pantanal enfrenta neste ano mais uma seca histórica. Neste mês, o EXTRA mostrou que a seca e as queimadas transformam um tanque de água em lamaçal. A situação foi tão drástica que antas aceitaram água direto na boca, o que é incomum para animais silvestres.
Via: Jornal Extra
https://onilopolitano.com.br/seca-no-pantanal-animais-correm-para-matar-sede-apos-agua-chegar-em-caminhoes-pipa-assista/?feed_id=27736&_unique_id=615461060925b
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cronicasthay · 3 years
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Carta a Cabral
Escrito 04/08/2020 jornal acidade 
Caríssimo Pedro Álvares Cabral,
Sou o que resta do que antes grande, hoje pequeno, Brasil. O Brasil dos boitatás, mula sem cabeça, Saci. O Brasil da encantadora Floresta Amazônica, com que antes tínhamos orgulho de ser a maior floresta tropical do mundo, com a maior concentração de biodiversidade, com fauna e flora invejável. Do Brasil com uma riqueza cultural indígena cantante, alegre, protetora e viva. Sou o que resta das Pátria idolatrada, mais do que nunca, salve! Salve! Sou o arroz e feijão, a tapioca, acarajé, brigadeiro. Sou as águas de março fechando o verão, a menina que vem e que passa no doce balanço a caminho do mar. Sou o País do contraste, dos contrários e contradições, a mistura de sua lusitanidade com o índio que você matou aos poucos. Sou um pedaço da veia da África, Ásia, Europa, Oceania, América e Antártida. Sou as araras que aos poucos estão morrendo, as aves exóticas exploradas e traficadas devido grande parte de sua descoberta. Sou o que resta das baleias jubarte, tartarugas marinhas, onça pintada, capivara, tucano, marreco, jacaré do pantanal. Sou o que resta dos bichos do mato que fogem da luz do dia para que os bichos urbanos que inventaram a luz não os matem. Sou a bendita mistura das crenças, das raças, das culturas, das peles coloridas e olhos diversos.                Há muito tempo a busca por uma identidade nos perseguiu, mas graças sua exploração apesar do que muito perdemos – e ainda estamos perdendo – somos um país que hoje a riqueza é justamente essa miscigenação. É sermos todos diferentes e estarmos juntos, compartilhando um país de belezas naturais se dissipando.                Gostaria de perguntar a você, se tivesse a oportunidade, como era meu Brasil quando o avistou pela primeira vez. Gostaria que cada verde antes visto, visitasse meu olhar. Com certeza eu choraria ao ver esse milagre da natureza feita por Deus. Gostaria de saber se sua consciência não pesou ao começar escravizar índios e negros, ao matar nossas florestas, ao pisar em um local abençoado e fazer dele um objeto material de exploração.                Sabe Cabral, gostaria que visitasse hoje meu Brasil, e me dissesse se é o mesmo de antes. Se realmente foi verdade toda exuberância que ele tinha. Vai ver isso foi inventado por vocês. Caso não for, o que me diria ao ver mais cinza que verde? Há tantas coisas para te contar nesta carta que nunca seria suficiente. Sou o Brasil do cheiro bom da comida e da tristeza da fome. Há ainda quem proteja – e damos graças – mas há muito mais quem quer destruir. Será herança tua? Saiba que não guardo mágoas tua, mas guardo muitas perguntas e sei que a maioria das respostas seria vã. Não te culpo. Se hoje estamos como estamos talvez a culpa seja de todos. Sou o Brasil do riso frouxo e da dor mais aguda.                Aguardo alguma resposta tua um dia.             Lembranças do pouco que resta do Brasil.
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diariodecampinas · 3 years
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Conheça a Caatinga através dos sons
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A última parte da série de ecossistemas brasileiros é na Caatinga, ambiente natural exclusivo do País. Podcast do Terra da Gente traz os sons da Caatinga. Foto: Ricardo Custódio Você também pode ouvir o podcast Sons da Terra no Spotify, no Google Podcasts, na Amazon Music, na Apple Podcasts, no Tune In e no Deezer. Assine ou siga por lá para ser avisado sempre que tiver novo episódio. Nas últimas semanas o Sons da Terra abordou os ecossistemas brasileiros: Mata Atlântica, Pantanal, Amazônia, Cerrado… Todos esses ultrapassam a fronteira do país, mesmo que seja só um pedacinho. Mas tem um ambiente natural que é exclusivo do nosso país, a Caatinga. A Caatinga é o ambiente do Sertão. Está no Nordeste, na região do semiárido. Na estação seca, a maioria das plantas perde as folhas e o verde desaparece. Daí o nome Caatinga (caa – mata e tinga – branca), ou seja, “mata branca” na língua o tupi. Apesar de inóspita, seca e quente, a Caatinga tem muita vida. Bichos e plantas que se adaptaram à condições extremas, como os sapos que “dormem” enterrados por até dois anos à espera da chuva e as aves mais belas e sonoras. Arara-azul-de-lear é uma das aves mais raras do mundo com ocorrência restrita do sertão baiano Sergio Gregorio/VC no TG Ouça outros episódios: A sinfonia do Cerrado Os sons da Mata Atlântica Os sons da Amazônia Sons do Pantanal O som e o silêncio das corujas Os canários estão voltando Conheça o podcast ‘Sons da Terra’ do Terra da Gente
*O podcast Sons da Terra é produzido pelos repórteres Marcelo Ferri , Ananda Porto e Paulo Augusto e pelo biólogo e consultor do Terra da Gente, Luciano Lima. A edição é de Samuel Dias. O que são podcasts? Um podcast é como se fosse um programa de rádio, mas não é: em vez de ter uma hora certa para ir ao ar, pode ser ouvido quando e onde a gente quiser. E em vez de sintonizar numa estação de rádio, a gente acha na internet. De graça.
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roserjnaturelove · 3 years
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⭐♻️Brasileirinhos do Pantanal: Poesia para os Bichos de Um Paraíso
Companhia das Letrinhas
Lalau, Laurabeatriz
Os poemas únicos de Lalau e as incríveis ilustrações de Laurabeatriz se unem mais uma vez para celebrar a fauna do pantanal brasileiro. O Pantanal é a maior planície de inundação do mundo — são 250 mil km² de extensão! — e guarda em suas matas uma diversidade enorme de animais, muitos deles correndo risco de vida devido às queimadas e intervenções cada vez maiores dos humanos. No quarto volume da coleção Brasileirinhos, Lalau e Laurabeatriz se voltam para a fauna pantaneira, dando versos e ilustrações aos animais que lá habitam. Do piau-três-pintas ao lagarto-jacaré, essa seleção vai divertir e conscientizar os pequenos leitores sobre os tesouros vivos do Brasil. Com apresentação de André Trigueiro. Livro indicado para leitores a partir de 4 anos.
🙏🏻👏🏼👏🏼👏🏼🙌🏼🙏🏼 😉 🐶🐶🌍💚 ♻️
💙🦉💚💚💚💚💚💚 #respeiteopovodafloresta #Deusnocomando #recicle #preserveanatureza #nãojoguelixonomar #respeiteosbichos
#todapositividade #gratidão
#amorefé #stopvírus
🦉 vibração através do Amor!🦉🧿🏄🏻💪🤘
💙💚🙏🌊🌞🌻🌺🦉
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kaflordelua · 3 years
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Ah, Mato Grosso que saudade de você... De ver a boiada passar com os boiadeiros, as plantações de soja no meio do nada, o ar puro, os rios limpos, os balneários, o Pantanal e seus bichos, a linda e moderna cidade de Cuiabá, a belíssima chapada dos Guimarães, Nobres com seus rios de cor azul parecendo o mar do Caribe e poder flutuar neles entre os peixes como num aquário natural, o silêncio, a paz, a simplicidade do campo, tucanos, araras e emas pela estrada, os bezerros mamando nos pastos. Um lugar sem ostentação, sem poluição onde até quando cai a chuva tem um cheiro diferente. Saudade... (em Mato Grosso) https://www.instagram.com/p/CLiMUdVjAVUNf2_LwsYFzakvmfhAjQv3I6qLEk0/?igshid=1lkw7p0mp13qv
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