Tumgik
#( pov. )
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noite dos pesadelos.
( tw: violência física. )
Estava elegantemente sentado com as pernas cruzadas, fitando seus próprios sapatos bem polidos quando tudo começou, seus dedos inquietos batucando a superfície do tecido da calça ansioso. Ansioso para o que vinha aí... Não se incomodou em mexer do lugar quando a música estridente adentrou pelos preciosos tímpanos de deus e monstros de pesadelos começavam a emergir como convidados inconvenientemente no salão de festa.
Hades sabia muito bem o quê veria quando encarasse as criaturas, por isso precisou fechar os olhos e canalizar toda sua paz interior enquanto seus demônios defendiam seu Rei de ataques de todos os lados.
Hades é o único dos três que não pode residir no Monte Olimpo. Apesar de ser uma figura importante quanto, não faz parte do panteão olímpico por causa de sua esfera de influência única e o elmo da invisibilidade. Os seus irmãos e primos acreditam que as almas dos mortos são destinadas a diferentes lugares após a morte, dependendo de suas ações em vida.
As almas virtuosas são recompensadas com a morada nos Campos Elísios, enquanto as almas más enfrentavam punição no Tártaro, ambos localizados no Submundo, sob seu o domínio. E aqueles que esperavam julgamento residiam no Érebo.
Sim, até mesmo o Deus do Submundo acredita em redenção para algumas almas.
Só algumas mesmo.
" Hey, daddy. What an unpleasant surprise… You didn't even insist on showing up at my wedding, but you did at this one. So, go there old man, do your best. "
As risadas dos pesadelos é um som insuportável que ecoaram pelas paredes, e ainda sim Hades se recusou contra-atacar. Retirou sua parede de proteção e enviou seus demônios novamente para o Submundo com suas chamas azuis.
E assim veio o primeiro soco na mandíbula. " Odeia tanto teu irmão Zeus que se não fosse por ele vocês três teriam sido um banquete e tanto!". O segundo soco do lado contrário do rosto. " Odeia tanta Zeus porquê sabe o quanto é parecido com ele. " Terceiro soco. " Odeia tanto Zeus porquê o entende e mesmo assim sabe que ele não faria nada por você." Quarto soco, o sangue não parava de escorrer, pintando todo o semblante do Deus do Submundo. " Sua família o rejeitou... Por quê se ilude com a tolice que Perséfone o ama?" O quinto soco foi impedido por sua mão, que esmagou a semelhante como fosse um papel amassado.
" You can talk shit about me, i can held this! But shut up fucking mouth to talk to my wife, okay? You can take everything from me, tear me apart particle by particle and even without an arms I can pray to protect Persephone and my children at any cost! "
Canalizou seu poder com as mãos, explodindo de dentro para fora todos os monstros ao seu redor, chuva vermelha nos limites mínimos do seu ataque.
Isso não é real, isso não é real, fica repetindo na sua mente, não podia esquecer.
A verdade é muito obscura e horrenda para ser abordada em um casamento, até mesmo um que terminava em sangue.
" Eu fico honrado de aguentar todo o fardo do fato de você mesmo rejeitou seus filhos e foi uma figura paterna de merda. Mas quando Perséfone entrou na minha vida, ela e sua felicidade é e sempre vão ser as minhas prioridades. E pela grandíssima referencia, nunca vou ser igual a você. Nunca vou ser um pai igual a você. É quase uma benção, an? O universo é mesmo uma grande piada de mau gosto "
Riu sem nenhuma graça, olhando para o relance da coroa e madeixas da Rainha do Submundo vindo em sua direção, flores e raízes emergindo do chão por onde os pés alheios pisavam.
Hades sorriu e relaxou seu espirito, curando cada hematoma no corpo mundano lentamente enquanto jazia no piso gelado, abrindo seus olhos e encontrando os da esposa, seu sorriso alargando mais ainda.
" Ei. Sabia que eu te amo? Alguma vez já 'te falei isso? "
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maidenxpersephone · 8 months
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P.O.V.: A Noite dos Pesadelos
tw: interrupção de gravidez, violência leve
Estava escuro quando Perséfone abriu novamente os olhos e abaixava o braço que levantara para se proteger. Proteger do quê? O ar carregado de essência e terra, perfumado de um jeito que a lembrava de casa... Da infância passada no mundo humano entre flores e mortais. Ela olhou ao redor, tentando entender onde estava, e assim... Cegando a cada luz potente acendida, a Deusa da Primavera estancou.
I don't know what's worth fighting for or why I have to scream
Aquelas luzes eram abençoadas pelo poder de Hélio (não o adolescentezinho de Apolo), criadas para que as plantas crescessem sem se preocupar com mais nada. O brilho parecia refletir no ar, chamando sua atenção. Fazendo os pés andarem por entre a vegetação viçosa, perfeita. As folhas roçavam nas laterais, puxavam-na para o centro, e caíam... Murchas, quando ela se afastava. Um arbusto mostrou um fio de ouro grosso. E mais outro. Intricados num padrão que lembravam uma jaula. Seus dedos encontrando a resistência do vidro, da dureza do metal. E erguiam, curvando no topo e encontrando no centro. Um botão dourado ligado à haste redonda de uma gaiola.
Perséfone! Perséfone! Perséfone! As flores acordaram devagar, seu nome clamado no meio do perfume e entre as cores. Dançando, girando, agitando numa brisa inexistente. "Perséfone." A figura brilhou, disforme, do lado de fora. O rosto enorme fazendo a deusa recuar em susto, apenas susto. O olhos igualmente metálico piscando, ajustando o foco para si. "Você finalmente acordou, minha filha, ou ainda pensa nessa besteira de sair daqui?" Não conseguia ver nada além dos olhos de Deméter, do leve aborrecimento no franzir das sobrancelhas. A deusa não respondeu, incapaz de formar frases... De formular um argumento. "Perséfone, não adianta. Não vou deixar você destruir todo o seu futuro pelo deus do submundo! Ele não liga para você, meu amor. Não a acha mais do que uma menininha fútil e cabeça-de-vento. Um troféuzinho para exibir naquele lugar imundo e escuro." Um dedo amarelado surgiu na lateral, uma trava abriu e ele entrou. O dígito encontrando o rosto de Perséfone com carinho, alisando.
I don't know why I instigate and say what I don't mean
"Não vou destruir meu futuro, mamãe. Eu juro! Se você conhecê-lo, vai gostar de Ha-" O carinho transformou num cutuco, a força de um tapa virando o rosto da deusa da primavera. As sobrancelhas franziram em raiva, fogo brilhando dentro das íris caramelo metálico de Deméter. "Não ouse falar o nome daquele tirano, Perséfone. Ele não fez nada além de causar problema para todos nós! Ele e suas criaturas demoníacas. Não vê? Olhe ao redor, garotinha boba, olhe o que ele faz." Segurando o rosto, Perséfone olhou ao redor e percebeu... O som das flores cantando e dançando tinha parado, silêncio quebrado pelas folhas secas que caiam no chão e era arrastadas pela brisa. A água ficou escura, as árvores apontavam galhos secos para todos os lados. "Ele é a morte e o fim. Seu único trabalho é destruir o que toca. Destruir, Perséfone. O que você fará lá embaixo além de definhar? Não há sol, querida, nada cresce no Submundo. Você será subjugada, sua vida drenada. É isso que quer? Ser mais um fantasma, um fantoche, para esse bárbaro?" A boca abriu e fechou, a garganta dando um nó desconfortável. "Ainda farei tudo, mamãe. Tudo o que você quiser. Não vai mudar."
I don't know how I got this way. I know it's not alright.
A voz de choro doía nos ouvidos de Perséfone, assim como os joelhos empurrados contra o piso de pedra quando se pôs de joelhos. As mãos unidas em prece, pressionada contra os lábios. "Eu ainda sou sua filha, mãe, nada vai mudar. E o Submundo é cheio de vida sim! Uma vida diferente, mais solene, e tão merecedora de Primavera quanto o mundo humano. Mãe, eu-" Dessa vez foi mais forte a reação, porque Perséfone ouviu o osso estalar antes de ser atingida pelo peteleco gigante. O mesmo dedo pressionando a perna contra o chão, a impedindo de escapar. A deusa sentiu a lateral da cabeça abrir, o corte empapando os cabelos de sangue, porque preferiu abraçar a barriga e salvá-la do impacto. "Vejo que aquele selvagem conseguiu envenenar minha única filha. Porque a Perséfone que eu conheço, a minha verdadeira filha não me trataria com tanta rebeldia. Facínora, preponente, bárbaro. Ouça bem, Perséfone, ouça bem o que eu digo: ele não vai tê-la. Nem agora, nem nunca."
Deméter a arrastou pelo chão, o pesado dedo assomando sobre sua diminuta figura. Ela empurrava e forçava para longe, tentando tirar a pressão avassaladora sobre si. "Você tem ervas daninhas, Perséfone. Suas raízes estão contaminadas, suas flores estão manchadas. É preciso de uma medida drástica." O dedo começou a brilhar. "Primeiro, tire a planta doente do meio das outras." E não era isso que ela fazia? Prendendo-a naquela gaiola de pássaro disfarçada de estufa? "Corte a origem do envenenamento, force uma nova nutrição." Agora ela entendia morte das flores, de suas amigas. Estas trocadas pelo milho maduro e suas folhagens douradas, de colheita e fruto maduro. Domínio de Deméter. "Aí, só aí, você arranca as ervas daninhas. Você teve sorte, minha filha, que elas ainda são sementes. Será mais fácil limpá-la dos rastros dele."
So, I'm breaking the habit...
Perséfone não soube dizer o que aconteceu primeiro. Se foram as raízes rasgando o chão de pedra, prendendo o dedo da mão e o afastando de si. Se foi a coroa que segurava com força na mão esquerda, seus dedos brancos de esforço quando a colocava na cabeça. Ou se foi o rosto desaparecendo do outro lado, um momento assustador porque ela viria com mais força. Diminuiria seu tamanho para entrar na gaiola e exigir da filha o que acusava Hades de fazer. Quando o metal adornado de pedras preciosas, sua enfim perfeita coroa de Rainha de Submundo, tocou o topo de seus cabelos... Ela sentiu. Cada partícula desapareceu. Sumiu. Desapareceu. Um feito que apenas o elmo de Hades, de seu marido, tinha. Perséfone levantou e saiu correndo, desesperada, pulando para fora da gaiola para o abismo sem fundo.
I'm breaking the habit tonight
Estava escuro quando Perséfone abriu novamente os olhos e abaixava o braço que levantara para se proteger. Proteger do quê? O ar carregado de essência e terra, perfumado de um jeito que a lembrava de casa... Da infância passada no mundo humano entre flores e mortais. Ela olhou ao redor, tentando entender onde estava, e assim... Cegando a cada luz potente acendida, a deusa da Primavera estancou.
Levantou.
O corpo atravessou o casulo de raízes e flores criado em defesa própria, automaticamente pelos poderes que acumulava a cada dia. A coroa em sua cabeça, diferentemente daquela ilusão, não conferia invisibilidade. Não. Ela tornava o corpo permissível, intocável, inatingível. Seus olhos desgrudaram do casulo. O mundo voltando com força total aos sentidos da Deusa da Primavera.
Gritos. Monstros. Morte. Hades.
A coroa a deixava à parte, sem conseguir evocar as raízes. Suas flores móveis de braços cheios de espinhos permaneciam adormecidas. Mas... Assim que levantou as mãos, flores fantasmas saíram das palmas esverdeadas. Desfazendo no ar em pétalas e mais pétalas, envolvendo a criatura escura até o último espacinho possível. Grudando, apertando e caindo no chão. Secas, sem vida, destruindo tudo dentro. Perséfone adiantou-se para as primeiras crianças, puxando-as para trás de si enquanto começava sua caminhada pelo salão.
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trvor · 8 months
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i guess this is the end...
o casamento de maria caloteira, pov. tw: traumas familiares, pais narcisistas, todo tipo de daddy issue, sangue, acho que um pouco de gore também e pensamentos suicidas.
trevor já estava bêbado quando os pesadelos começaram. típico, não? elegante, ainda, entretanto, porque segurava-se para não fazer uma desfeita no casamento alheio. não era esse tipo de amargo (mesmo que bem amargo). distraíra-se com seus pensamentos, como de usual, até sentir um frio na espinha. antes mesmo dos gritos, das portas se fecharem ou de alguém dar indício do que tomaria palco ali nas próximas horas. ele se levantara, e chame de intuição, caminhara até o fundo do salão. era como se procurasse algo que não sabia exatamente o quê, até acontecer.
e foi estranho. como se paralisasse no tempo, pode assistir em câmera lenta as pessoas gritando, fugindo. não entendia, pois o som não chegava em seus ouvidos. um zumbido conseguia penetrar por todos seus pensamentos, o prendendo na sensação de constante alerta. o desconforto crescente em seu peito, a ansiedade fazendo com que o coração errasse as batidas. tudo isso para que interpretasse a figura correndo em sua direção, conforme o ambiente em sua volta desaparecia.
era engolido pela imagem, caindo em um espaço atemporal onde só existia aquilo: ele e leon belmont. empunhando sua própria arma, a que lhe passara em leito de morte. sua tão amada vampire killer, que apesar do dono antigo, virara para trevor uma espécie de animal de estimação que adornava seu cinto e lhe acompanhava para todo canto. ele estava certo que havia a deixado em casa.
veja, anos sem seu pai ao seu lado abriram espaço para que trevor pudesse se tornar exatamente aquilo que queria, embora não soubesse ao certo o que queria. e estava ali ele, aquela grande pilha de bagunça, alcoólatra, com abuso (definitivamente) de outras substâncias ilícitas, que andava entre vampiros e demônios. ele nunca achou que teria que se justificar, ou que jamais voltaria a ver seu pai. e ainda sim, pagava sua maldita língua ao assistir o homem em sua frente.
sorte que a memória muscular clicou em algum lugar de seu corpo e ele desviou, agilmente, de vampire killer, que traiçoeira como era, ainda deixou um corte doloroso em seu braço. shit. aquele tipo de arma retardava sua maldita cura. trevor deu alguns passos para trás, tentava pensar. funcionava bem sobre pressão, e ainda mais bêbado, não era? vamos, trevor. a discussão entre as diversas partes de sua mente só permitiam que o homem continuasse desviando, por mais alguns minutos, enquanto tentava arranjar uma linha de pensamento lógica que explicasse aquilo. não havia.
"a fucking embarassment." a voz soava como navalhas em seus ouvidos, o seu estômago embrulhou. ouvira aquilo algumas vezes em vida, e pensava que nunca voltaria a ouvir. "sabe... me arrependo todo maldito dia de ter criado algo tão deplorável quanto você, trevor. um homem medíocre, infeliz, trágico... você mancha o nome que carrega." e o caçador ia cedendo ao peso das palavras, os grandes olhos azuis vidrados nas imagens criadas pela sua cabeça.
em cheio. o golpe seguinte em seu peito o mandou para o outro lado da sala. e mais ágil do que se lembrava dele ser em seus últimos dias de vida, a figura já aparecia novamente. as mãos, também não de conforme com a realidade, assumiam uma forma grotesca. os dedos manchados de sangue, as unhas que fincavam sobre seu crânio. aquele único apoio foi usado para suspendê-lo, prensando-o contra as paredes frias do salão. os filetes de sangue corriam livremente pelo seu rosto, despejando o líquido grosso sobre as vestes formais do belmont. ele arfou. todo ar havia sido brutalmente removido de seus pulmões pelo impacto, e a tentativa de aspirar mais dele trazia o gosto de sangue para sua boca.
"você não merece o brasão que adorna em seu peito, trevor, mal merece o que carrega no meio de suas pernas. eles sempre me disseram que não daria certo. que você seria a maior decepção de minha vida. o desgosto de te criar me envenenou todos os dias. foi você quem me matou, e hoje bebe com meu ouro e usa meu sobrenome." a pressão em sua cabeça parecia só aumentar, e o pouco de audição que lhe recobrava para além das palavras professadas fez com que jurasse ouvir um ranger de ossos. é isso. é assim que vou embora. da maneira mais deplorável possível, claro, e do começo ao fim nas mãos de leon belmont. shit, alucard estava certo. eu sou deplorável.
os pensamentos foram interrompidos por mais um arremesso. seu pai, que agora apresentava uma figura distorcida, ia assemelhando-se cada vez mais com os demônios que caçava que com as pinturas-retrato da mansão. e ele não descansava, não permitia que qualquer ferida tivesse o tempo de regenerar. essa era a intenção, não? tossia sangue ainda quando era golpeado repetidas vezes com a ponta metálica de vampire killer, no meio do peito. nas pernas. as tentativas falhas de se mover eram em vão. a verdade é que ele nunca representara nenhuma chance: nunca conseguiu ser maior que seus medos. era uma batalha perdida antes de seu início.
fuck.
then be it.
é. ele sabia que era uma bagunça. que não conseguira ser bom o suficiente em nada que se propusera a fazer, e nem mesmo conseguira a proeza de se fazer ser amado. era patético, mas era quem havia se tornado. e não sabia ao certo se havia muito pelo que lutar. definitivamente, no momento não lhe vinha na cabeça ninguém a quem faria falta, ou um maldito propósito que lhe agarrasse ali.
não conseguia mais sentir seu corpo, não conseguia respirar sem engasgar com seu sangue.
e em sua ilusão, não conseguia nem enxergar mais ninguém ali.
era até engraçado, porque sempre achara mesmo que iria morrer sozinho.
pensava só que seria com mais estilo.
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alekseii · 29 days
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... 𝐓𝐇𝐄 𝐔𝐍𝐎𝐅𝐅𝐈𝐂𝐈𝐀𝐋 𝐌𝐈𝐒𝐒𝐈𝐎𝐍.
# 𝕥𝕒𝕤𝕜 𝟘𝟘𝟚
no momento em que aleksei recebeu a tarefa de quíron, sua mente divagou por qual missão seria a mais importante. a primeira? aquela em que fora amaldiçoado? não conseguia definir exatamente, e tanto lhe encucara, que flagrara-se pensando no meio da noite. qual sua missão mais importante? levantou-se, de supetão, empurrando para longe os lençóis e rastejando pelo frio chalé de nyx até sua escrivaninha. 
tw: violência, morte, assassinato, manipulação.
assim que encostou em sua caneta, soube. os olhos azuis perdendo-se em meio às memórias conforme recordava, daquela missão, a não-oficial. começara como um dia como qualquer outro. amanhecera com allegra em seu chalé, seu corpo coberto com uma das suas camisas velhas, e o rosto tranquilamente adormecido entre seus lençóis. pensara sobre pegar uma xícara de café, antes de notar que alguém havia apanhado para ele uma carta e enfiado por debaixo da porta. o papel escurecido, a caligrafia distinta. os caracteres russos foram digeridos poucos segundos depois que abrira a carta, e não muitas horas depois daquilo, o ivashkov não estava mais no acampamento meio-sangue. não se despedira, não deixara uma mensagem, nada. como uma de suas magias, desfizera-se no ar, em pó.
chegar em território russo, entretanto, lhe tomou mais alguns dias. chegara nos pés da casa de sua infância com neve em seus cabelos e completamente esbaforido. até subira os degraus, desesperado com a possibilidade de ter perdido aquela última oportunidade. de dizer adeus. 
“aleksei? o que está fazendo aqui?” a voz era rouca, com palavras pausadas expressas em extrema dificuldade. o peito subindo e descendo com esforço, o homem prostrado em sua cama. confuso, olhando para ele como se visse uma assombração. poderia muito bem ser uma, afinal a hipótese parecia mais plausível que seu filho o visitando após dezessete anos. 
a pergunta o fizera pensar. de fato, o que fazia ali? o homem não parecia estar em condições de escrever uma carta, e muito menos ciente de seus negócios ali. o cérebro rapidamente descartara demência, pela pouca dificuldade que seu pai tivera de o identificar. aparentava estar lúcido. queria entender por que viera. por que abandonar tudo pela chance de se despedir de seu pai? não conseguia presumir resposta que justificasse aquele comportamento. 
“eu não sei.” e agora, os papéis invertidos. seu pai torcia o nariz para o russo com um toque de americano. praguejava, murmurando xingamentos como quem se amaldiçoasse por aleksei ter dado errado. e então, o silêncio. conforme o rapaz se arrastava para a cadeira perto da cama, sentando-se de frente para o pai. obscurecido pelos próprios pensamentos.
“por quê?” questionou, depois de muito tempo. e sabia que ele entenderia do que falava.
“the darkness inside. all the ways to the darkness bring you right back to me.” ele repetiu, em russo. ouvira desde muito novo, dizeres de sua mãe, no dia em que se conheceram. os olhos semicerraram, enquanto o russo aguardava algo mais. “era a única maneira. talvez você não entenda, aleksei, mas você está vivo. eu sei o que você faz. eu… ouvi de você. se esforçou tanto para fugir de mim e se tornou exatamente quem deveria ser. é o fardo ivashkov, não se preocupe. você estava fadado.”
a fala trouxe consigo violentas tossidas, que umedeceram em sangue os lençois que cobriam seu pai. ainda sim, como se aquilo não fosse nada, ele ergueu a mão, para indicar um velho conhecido. o maldito machado de ébano. 
“eu quero que pegue.”
ele se pausou. 
respirou.
“eu quero que você use para me matar.”
o moreno se paralisou. nem mesmo sua sombra sabia que atitude tomar, estática como estivera desde que chegaram ao lugar.
“o-o quê?!” não conseguia acreditar que tinha sido sugado mais uma vez por aquela bagunça. compelido, atraído para ali como um inseto pela chama. então ouviu o chamado. o sussurro vindo da arma recostada. a figura da mulher no canto de seu olho. nunca se tratara de pura coincidência. a mão em seu ombro, fantasmagórica, abissal.  
nyx.
não se tratava de uma coincidência, jamais. era apenas o boneco de ventríloquo, movido conforme a vontade divina. e caíra como um tolo.o aleksei do presente incendiara o papel, reavivando em seus olhos os últimos momentos de seu pai. as escolhas que tivera que fazer, o como aquilo lhe consumira depois. tudo parte de um grande maldito plano, que o fizera exatamente da maneira que era agora. tomado pela escuridão, caótico em seu cerne. a maldita missão não-oficial.
o que ele mudaria? nada. porque havia concluído que aquele era o destino que merecia. e o que lhe cabia.
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azolman · 29 days
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VARINHA DE HÉCATE E TRONO DE HERA
ft. @evewintrs, @christiebae, @rxckbellz & @silencehq
“NÃO, ESPERA!” Azra até que tentou gritar, esticando a mão na direção de Christopher para que ele não fosse mais tão longe, mas era tarde demais. No momento em que ele sentou e seus pés começaram a se tornar ouro, a exata imagem apareceu em sua mente, lembrando-a do que tinha visto antes que chegassem ao parque. Então era ali que tudo se concretizava. Mas não podia terminar ali, Azra se recusava. Tinha lutado muito para ter coragem mais uma vez de ser líder de uma missão e dar tudo certo, não iria deixar ser vencida dessa forma.
Gilbert agiu mais rápido que si, pegando a varinha no chão e lhe entregando, dando a ele apenas um assentir de cabeça antes de virar para a placa que apareceu depois que o filho de Afrodite transformou-se completamente em ouro. Em uma lida rápida, virou-se para a amiga. “Aqui diz que ele pode voltar ao normal em sacrifício de uma memória feliz.” Mais uma vez eles tinham que se entregar em prol da missão. Para ser bem sincera, Azra nem mesmo sabia se tinha alguma memória genuinamente feliz para ser entregue e quando Evelyn simplesmente foi a frente e se prontificou, uma pequena dor passou por seu peito por deixar mais um amigo se machucar em seu lugar. Que tipo de líder era aquela!? Infelizmente, não tinham tempo para discutir sobre aquele assunto.Com um olhar que dizia ‘eu tenho orgulho de você’, Azra guardou a varinha na bolsa e passou a caminhar em direção a saída anterior. “Traga ele vivo. Eu vou ajudar o Gil.”
Subindo rapidamente a escada e de volta a entrada da casa mal assombrada, a filha de Thanato chegou a tempo de ver o grifo restante querer sair, provavelmente atrás do garoto. Na mesma hora sua mão foi até a aljava em suas costas, fazendo surgir uma flecha na qual ajeitou no arco e atirou, impedindo a saída dela. “Você não vai a lugar nenhum.” Avisou ao animal que pareceu se irritar com a intromissão e gritou em sua direção, voando para que pudesse atacá-la. Com toda a frieza que possuía, pegou mais uma flecha e ajeitou, soltando no exato momento em que mergulhava para atacar. A ponta da flecha acertou o olho direito do grifo e, com o susto, voou para longe, dando tempo de Azra pensar o que fazer em seguida. Felizmente não foi preciso muito pois logo um leopardo veloz emergiu da escada, pronto para atacar e dilacerar o que restava do grifo. Ao seu lado, Christopher parecia bem, apenas um pouco atordoado e foi até o rapaz para lhe abraçar brevemente. “Vamos atrás do Gilbert. Ele está sozinho com o touro.”
Não foi preciso demorar muito para encontrá-lo, o estrago que estava sendo feito no parque deixava o rastro necessário. Chegaram a tempo de ver o touro simplesmente virando pó e o filho de Hermes murmurando algo antes de desmaiar. Na mesma hora Azra foi até ele, observar os ferimentos e fazer o primeiro socorro antes que fossem embora. “Evie, vai atrás do cinto dele e patrulha o local para ver se não tem mais nenhum monstro. Chris, me ajuda aqui.” Pediu, já abrindo a bolsa e tirando ataduras e remédios. Apesar do que sofreram para chegar até ali, estava feliz com o resultado. Não foi fácil, mas todos estavam vivos e voltar para casa com todos ao seu lado, lhe dava a sensação de dever cumprido.
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gravcsyard · 10 months
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TW: seminudez geriátrica, menção a sangue e ferimentos.
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" you said this could've been the best thing that ever happened to you. so you decided not to do it. now you come back every summer like a carnivorous flower and I stare at your hands in the heat. I'm in ruins.
is it what I wanted all along? "
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O espelho oval de adornos bonitos, que na infância utilizava para se comunicar com Belladonna, refletia o corpo seminu de Narcisa enquanto amarrava o próprio bikini. Após o laço dado nas tiras atrás do pescoço, seus dedos desceram suavemente pelos ombros, pelos braços, pela pele macia e imaculada da barriga… Traçando lacerações, agora, invisíveis.
Não doíam mais. Hades tinha seus métodos para lidar com inconvenientes estéticos, manter viva a ilusão da intangibilidade divina. Seu corpo recuperara o aspecto de banhado a leite, mas suspeitava que as memórias não sumiriam tão rápido quanto o selar dos cortes profundos. Havia decorado cada um dos arranhões, cada pequeno relevo irregular de mordida - a mente, quando distraída, voltava sempre àquela maldita mata; ao sol de fim de tarde brilhando nas cascas douradas dos myrmekes; à expressão ensandecida de uma fera bestial que não parava de se aproximar.
Outrora havia se perguntado o que sobraria daquele rosto bonito, de lábios fartos e sobrancelhas espessas. Descobriu que eram os olhos, castanhos como mogno polido…
Mas Laurent Dubois não respondia por trás deles.
Omitira de Hades o verdadeiro responsável pelo estado em que chegara ao submundo. Sequer tinha sido culpa de Laurent, se fosse justa, sim de uma insistência infantil e inconsequente para extrair o pior dele, bem digna da própria personalidade. Crianças sempre pensam que são capazes de tudo, até que caem, se machucam, descobrem o medo.
Narcisa não gostou nada da sensação de sangrar.
— Está decente?
Duas batidas na porta se somaram à voz no sequestro de sua atenção. Girou nos calcanhares e encontrou no vão a familiar silhueta de Mégara. Sua face se iluminou.
— Nunca — Replicou Narcisa entre o riso, esquecendo-se no ato de qualquer problema.
Megara invadiu o quarto e se pôs a analisar o vestido azul do cabide, esboçando aprovação — De Vill, huh? — pediu com o indicador por uma voltinha, que foi concedida, então seus lábios se tornaram pensativos. — Posso?
Narcisa concordou. Observou silenciosamente pelo espelho enquanto Megara soltava as tiras do pescoço e as re-amarrava em baixo, como alças de um sutiã. Focada assim, lembrava muito…
— Sabe se ela vai hoje?
Nemaya.
Graves curvou para cima o canto dos lábios.
— Todos foram convidados, até os mocinhos — Até mesmo você, era o que implicava. Queria muito que Meg subisse, estava certa de que Hades não se importaria de perdê-la de vista por apenas uma noite. Mas o problema nunca tinha sido Hades, tinha?
— Terminei — anunciou ela ao se afastar. Narcisa girou o pescoço e notou, com satisfação, que daquele jeito incomodava bem menos.
Todavia, a pergunta despretensiosa tinha servido de combustível para acender em si o fogo da fofoca, e quando virou para encará-la, foi com os pulmões cheios de ar — Mas espero que ela vá. Juro a você, não pensei que Nemaya fosse ser tão bonita. E sarada! Imagina só aquelas costas num bikini? — soprou enquanto se abanava.
Embora sorrisse, Megara parecia inquieta. Por um instante, se perguntou se babar na filha dela assim na cara dura seria cruzar algum limite.
— Você falou alguma coisa sobre mim? Sobre...?
Ah. Narcisa a interrompeu com um balançar de cabeça.
— Eu prometi, não prometi? — Apesar de toda a malícia que carregava consigo, sua palavra ainda era a coisa mais honesta que poderia oferecer a outrem. Um ensinamento adquirido através do pai, especialmente conhecido pela arte dos pactos. Mas a cabeça pendeu para o lado, incerta — Tem certeza que não quer mandar nenhuma mensagem?
— Não — foi a vez de Megara ser enfática, os olhos levemente arregalados, suavizando segundos depois. Caminhou até a cama e sentou sobre os lençóis de seda, puxando para frente do ombro uma mecha castanho-avermelhada de seu longo cabelo preso. — É melhor assim. Daqui a mais alguns anos, isso sequer fará diferença.
Narcisa sentiu uma fisgada no peito, e se a terceira parte daquela conversa estivesse ali presente, certamente a veria envolta num triste azul desbotado.
— Meg…
— Narcisa, por favor — o corte foi ríspido, e teria funcionado com qualquer outra pessoa; mas Graves não costumava precisar de sinestesia para compreender o que se passava por dentro daquela mulher.
— Meg, — ela tentou novamente, ocupando seu lado na cama. Tocou um de seus braços com ternura — Você não devia passar a eternidade aqui em baixo. Não pensa nas coisas o que está abrindo mão? O sol, as comidas… As praias! — Fez um gesto para as próprias roupas, enfatizando seu ponto; poderia listar mais uma centena de maravilhas descobertas em sua breve estadia. No fundo, contudo, sabia que o real problema possuía nome e endereço. Megara não tinha passado a vida fugindo de Hades. Tinha passado a pseudo morte fugindo de Hércules. — Vai deixar mesmo que um cara te limite? — apelou para sua veia feminista, mas o sorriso provocador logo se transformou num franzir de cenho. — Não quer nem vê-la uma última vez?
Megara encarou o vazio por tempo demais antes de mirá-la.
— Quando foi que você ficou tão sensata?
— Estou tendo umas aulas — balançou os cachinhos com humor, orgulhosa de seu progresso na bondade.
Um deslize.
O olhar de Meg ficou afiado como os chakrans que havia comprado junto a Calithea.
— Está? — Ergueu a sobrancelha. — Então escute seu próprio conselho. Ou acha mesmo que não sei de tudo o que acontece por aqui? — Narcisa prendeu a respiração brevemente e, envergonhada, desviou o rosto. Bem na direção da mala ainda por fazer. — Por que mentiu para Gothel? Já se recuperou há dias.
Merda. Recolheu o toque e uniu as mãos no colo.
— Digamos que perdi uma aposta... — apenas meia verdade. Para ficar uma semana inteira sem azucrinar Dubois não precisava ter se isolado no Submundo, por maior que a tentação fosse. Era só que... parte sua estava hesitante em voltar, em deixar o conhecido, o seguro. Seus dedos alisaram a barriga exposta, certificando-se outra vez mais de que, não, não havia nada de errado na superfície. Lá dentro, porém, podia sentir a hipocrisia lhe corroendo.
Meg tocou em seu ombro e suspirou. Parecia ter percebido pela movimentação de Narcisa que havia mais motivos não ditos. — Ei... Sei bem que o mundo dos vivos pode ser assustador de vez em quando, acredite, esse… myrmeke, não vai ser nem de longe o último desafio que terá de enfrentar. Mas enfrente todos, de queixo erguido. Meu tempo já passou, Cissa, precisa entender isso, mas o seu… — ela sorriu, seus olhos brilharam — O seu acabou de começar. E é curto, não o desperdice. Volte pra a Academia, estude, faça amigos, se divirta, ame… ame bastante, se é que me entende. Não se case! — o riso sarcástico irrompeu dela, e foi refletido por Narcisa, ainda que o seu tivesse um quêzinho implícito de desespero — Nenhum garotão vale a dor de cabeça, por mais gatinho que seja. Enfim, viva. Não era isso o que tanto queria? — Narcisa concordou com a cabeça, lábios comprimidos e trêmulos, vista levemente embaçada.
Megara se levantou, deu-lhe um beijo no topo da cabeça e foi desfilando até a saída. Lá, deu meia-volta e estalou a língua nos dentes. — Ah, e diga a seu pai que me traga uns docinhos.
— Pode deixar — piscou para ela, sorrindo. Então, ficou imersa no vazio deixado por Meg.
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Os lamurios ecoavam no largo vão de paredes cavernosas, distorcidos pelas águas do estige. Sentada na balsa de Caronte, Narcisa não sabia se olhava para as almas torturadas ou para o pai à sua frente - ambos configuravam em igual medida o que lá em cima chamariam de visão do inferno.
— Não tinha nada mais composto? — perguntou com uma careta. Hades estava trajado como um turista gringo pré-praia: Chinelos, bermuda azul e absolutamente nada na parte de cima, somente um peitoral com seus ralos pelinhos encaracolados e descoloridos. No pescoço, o ula-ula feito de flores verdadeiras era a única coisa que impedia Narcisa de ser fuzilada pelos mamilos divinos.
— Pff! Já vi que a boneca não entende nada de moda praia. É assim que se vestem por lá. Bermudinha, chinela, falow, legal, suave, coé... — esticou o polegar e o mindinho, falando com um sotaque arrastado nas vogais — E você ainda nem viu a sunga! — o riso escapou pelo nariz — Sua mãe adorou.
— Hm — a careta cresceu — Cadê ela, por sinal?
— Vai nos encontrar na festa — Hades voltou a mexer no Ephone, o braço esticado lá no alto. — Me lembre de falar com a Regina, o sinal aqui está uma porcaria.
Mas Narcisa já não prestava atenção. Entre as duas opções de vista, decidira por perder-se em seus pensamentos. O indicador se enrolava à corrente do próprio colar, balançando o rubi do pingente para lá e para cá. Se Megara não subiria consigo, ao menos a levaria num bobo simbolismo.
Quando a balsa chegou no ponto de desembarque, Narcisa descruzou as pernas. Viu hades jogar um foul ao barqueiro e agradecê-lo com dois tapinhas nas costas enquanto descia, mas não o acompanhou de imediato. Havia decisão em seu rosto.
— Dor? Pânico? — Num estalo, os dois demônios se materializaram sobre a balsa. Narcisa sorriu-lhes. — Poderiam terminar minha mala, queridos? Está no chão do quarto. E digam a Meg que vou seguir o conselho dela...
À distância, Hades, iluminado pelo fogo azul dos próprios cabelos, lhe encarava com os braços abertos em silencioso questionamento. Narcisa esticou a mão para que lhe esperasse um segundo, então, pondo-se de pé, arranhou com carinho o espaço entre as orelhas de Pânico. Uma despedida.
— Da festa, vou direto pra Tremerra.
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lisedupont · 2 months
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Task #2: TRECHO DE ENTREVISTA CONCEDIDA PARA A VOGUE, JAN/24.
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Às vezes, quando olho para trás, é como se eu estivesse em um daqueles filmes onde o personagem principal tem a chance de escolher um caminho diferente. Sinto-me dividida entre duas versões de mim mesma: a Élise que seguiu obedientemente o caminho traçado por minha família e a Élise que teve coragem de seguir seus próprios sonhos. Meu maior arrependimento reside na escolha que fiz quando cedi à pressão e abandonei minha verdadeira paixão pela moda em favor de uma carreira mais tradicional em Administração. Aquela decisão moldou minha vida de uma maneira que eu não poderia ter imaginado na época. Eu me tornei bem-sucedida, sim, mas sempre houve uma sensação persistente de que algo estava faltando. A realização profissional não preencheu o vazio deixado pela renúncia aos meus sonhos. Agora, olhando para trás, vejo o que poderia ter sido se eu tivesse tido a coragem de seguir meu coração desde o início. Ainda carrego esse arrependimento comigo, mas também carrego a determinação de não deixar mais o medo ou as expectativas alheias me impedirem de perseguir a felicidade que tanto desejo.
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laratheloser · 2 months
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Task #2: ÚLTIMO VIDEO DE LARA THOMPSON POSTADO EM SEU CANAL NO YOUTUBE ANTES DE VOLTAR PARA 2014.
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No silêncio da noite, enquanto o mundo ao seu redor parecia adormecer, os pensamentos tumultuados ecoavam na mente da psicóloga, trazendo à tona lembranças que preferiria esquecer. Entre essas lembranças, um arrependimento se destaca, pesado e implacável, como uma sombra que a persegue. Respira fundo e então inicia a gravação. O título do vídeo? "Todos temos arrependimentos."
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Meu maior arrependimento reside na barreira que ergui ao meu redor, na muralha de indiferença que construí para proteger meu coração ferido. Em um momento de dor e vulnerabilidade, escolhi me isolar, fechando-me para o mundo e para as pessoas ao meu redor. Eu acreditava que era uma medida de autodefesa, uma maneira de evitar mais mágoas e decepções.
No entanto, à medida que o tempo passava, percebi o preço dessa escolha. Eu perdi conexões preciosas, afastei-me de oportunidades de crescimento e afastei aqueles que se importavam comigo. Eu me tornei uma ilha solitária em um oceano de possibilidades, desconectada e isolada.
Hoje, olhando para trás, lamento profundamente a muralha que ergui. Reconheço agora que a verdadeira coragem reside na vulnerabilidade, na capacidade de abrir meu coração e permitir que os outros entrem. Eu me arrependo de não ter abraçado essa verdade mais cedo, de não ter dado uma chance ao amor e à conexão, mesmo quando parecia assustador e incerto.
Este arrependimento me acompanha como uma sombra constante, mas também serve como um lembrete poderoso. Ele me lembra da importância de permanecer aberta e receptiva, de permitir que o amor e a conexão floresçam em minha vida. Eu me esforço para aprender com esse erro, para crescer com ele e para nunca mais deixar o medo me impedir de viver plenamente.
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lonelyberen · 11 months
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this is a lovely/tragic story.
vamos começar no primeiro ano de beren of corona fitzherbert! mesmo não querendo ir para academia e aterrorizada por descobrir seu destino como uma vilã que irá trazer a solidão para todo lugar que ela vá, tudo com que beren queria contar era que durante aqueles dias em que passaria na torre dos pesadelos não estaria sozinha. e não dizia isso por ter acabado de terminar com laurent ou estar buscando um novo relacionamento. a ideia de ter um dragão que a acompanharia para cima e para baixo fazia com que tudo se tornasse mais divertido e menos sozinho. lembrava-se de sua mãe e tudo que ela havia passado em sua torre isolada. pelo menos ela teria um dragão para sempre.
aquela bela ideia desapareceu quando seu ovo que cuidava e estava sempre consigo acabou virando pedra. ela não conseguia entender como seus poderes não haviam funcionado e como algo que ela havia dado tanto amor e carinho havia simplesmente desistido de si mesmo antes de nascer.
ela realmente estava destinada a solidão.
então adiantamos um pouco para todas as memórias que ela teve com os haddock, todas as dicas e convívios com os dragões selvagens e a ideia foi amadurecendo. ela não aceitaria aqueles olhares, a maneira como todos achavam que ela era incapaz. e quando foi até seu pai pedir ajuda, ele lhe mostrou seu mapa e toda as anotações de cavernas e ela amou tanto seu pai naquele momento.
seu pai a guiou até uma caverna onde ele havia visto dragões repousarem em uma das vezes que havia fugido pelas florestas, e foi quando entrou sozinha na caverna que sentiu extremamente medo de que talvez tivesse cometido um erro. Havia um dragão ali, mas ele não era assustador ou havia a transformado em churrasco assim que ela botou os pés para dentro.
o que ela pode sentir daquela caverna era dor. o dragão estava acuado, e ninguém estava por perto para ajudá-lo. era tanta fumaça e neblina que cercava o lago dentro da caverna que mal conseguia vê-lo, mas ouvia seu choro. baixo, e solitário. como ela.
com as mãos para cima ela se aproximou. "posso me sentar aqui?" o dragão nem mesmo a respondeu. estava muito longe ou com muita dor para qualquer coisa. foi quando ela tocou nele e percebeu que seus poderes funcionavam também em dragões. o choro havia parado e o dragão parecia estar com a calda se curando conforme ela passava seus poderes para ele tentando fazer de tudo para que ele estivesse bem.
aquilo era diferente de tudo que ela havia escutado sobre dragões selvagens. de tudo que ela havia visto. era um dragão...solitário.
nem mesmo percebeu quando dormiu as mãos ainda nele passando sua energia para ele, e acordou na outra manhã enrolada na calda do mesmo, essa calda a aquecendo. "obrigada." agradeceu se desenrolando. o animal já poderia ter voado e a deixado ali, mas olhava para ela com tanto cuidado que ela havia se surpreendido. "está sozinho aqui?" fez carinho por seu torso se aproximando dele. "eu também." respondeu a ele, e bem o resto foi uma amizade e parceria que dificilmente se veria, pois beren sempre acreditou que estava destinados e conectados um ao outro.
agora podemos voltar aos dias atuais, onde ela havia passado o maior tempo separada de seu dragão.
seus medos de achar que ele havia acredito que ela o havia abandonado, mas quando ela recebeu a permissão correu para o aras onde achou seasmoke em seu canto afastado dos outros, e aquilo que ela sentia...medo? correu para ele os olhos enchendo de lágrimas novamente.
"eu sei, eu sei." sentiu o enrolar de sua calda a prendendo contra ele. "você não está sozinho de novo. eu não estou sozinha de novo. vamos resolver isso, juntos." beijou o topo da cabeça do dragão desejando que logo as coisas realmente se resolvessem.
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cursedprinc3 · 10 months
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(flashback, task)
Depois do plano formado e de se colocar como isca no lago, Lucien deitou no lago para esperar então pela empousa. Mexendo em seu celular, e olhando para o reflexo no lago distraído, Lucien tentou ao máximo se fazer de simplesmente um garoto no lago não querendo se envolver muito com a vida. Foi quando notou que não estava mais sozinho.
A perna de bronze chamou sua atenção, e Lucien sabia que havia conseguido chegar onde queria. O problema agora era conseguir capturar a Empousa. Ele deveria ser a isca, e deveria confiar que seu colega aproveitaria da distração dela ao se aproximar dele para capturá-la, mas conforme o monstro se aproximava, não havia sinal de seu colega.
Lucien esperava que nada tivesse acontecido com o mesmo, pois não tinha como se comunicar. A voz melodiosa e sedutora da Empousa começou a atraí-lo, e Lucien sabia que se ele não fizesse nada acabaria como refeição. Sem armas, pois serveria de isca, percebeu seu erro em ter deixado sua espada com seu colega. Não deveria ter confiado tanto em alguém.
Desesperado, e sabendo que já estava sendo levado até a Empousa por seus poderes, Lucien sabia que deveria usar seu poder para escapar. Custaste o que fosse necessário. "หยุด." Pare. Pronunciou em tailândes utilizando seu poder da fala amaldiçoada, o que fez com que a Empousa parasse, e que ele caísse em joelhos tossido sangue. O preço de seu poder sempre mais caro do que ele conseguia pagar. A tosse ensanguetada fazendo com que ele caísse no chão. "ระเบิด" Exploda.
Assim como comandou o monstro explodiu em chamas, e Lucien quase que desmaiou. Juntando todas as suas forças começou a rastejar e se encaminhar para enfermaria sabendo que por causa do uso das duas palavras ficaria por dias apagado, mas pelo menos não havia morrido.
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ozscarz · 8 months
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e sem nenhuma surpresa...
o casamento de maria caloteira, pov.
veja, para oscar foi um pouco sem graça toda a noite. desculpa, desculpa! não foi da intenção dele de acabar com a graça do feiticeiro que planejou aquilo, porque veja, ele aprecia trabalhos como aquele (poderíamos conversar sobre uma entrada posterior na sociedade secreta mais tarde)! bem feitos, feitiços bonitos, trabalhados. mas ele não era nenhum iniciante, sabíamos disso. duzentos anos lhe dão um pouco de conhecimento, e ser criado por fadas fazia com que se tornasse particularmente afim da arte de identificar uma ilusão. fadas costumavam ser especialistas em forjar realidades, distorcê-las conforme as suas vontades. e sair de um feitiço como aquele fora como lembrar-se de uma das suas primeiras lições ao chegar em oz.
antes que a figura tomasse forma, o aquecer do anel que ornamentava seu dedo deu o primeiro sinal. os comichões na pontinha do pé eram mais uma dica, a sensação táctil que associara ao sentimento inconsciente ativado pelas magias de ilusão. era fácil. os dedos deslizaram tranquilamente pelo terno de fios de ouro, afastando o tecido pesado para expor a pele pálida de seu pulso. sem usar a caneta de runas, simplesmente porque era gostosa sua capacidade para tal, ele cravou a pequena runa de expulsão ali. e assim, como num passe de mágica (e era isso mesmo), ele expulsava os visitantes de seu cérebro, sem que um fio saísse do lugar em sua cabeça. antes que fossem muito longe, afinal... ninguém queria seus medos andando por aí, sim?
o mágico de oz salvou um tempo para olhar em volta, pegar um drinque de uma bandeja surpreendentemente intacta. a pele ainda ardia um pouco da runa recém-queimada ali, mas não impedia de ir quase se distraindo com as pessoas correndo. estava até suprimindo uma risada malvadinha ao lembrar-se de alguém que costumava ter um certo problema com... bem, tudo. pensando bem, era melhor se apressar.
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grcckgoddess · 1 year
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𝐋𝐈𝐈 mostra d'arte. pov.
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VENDO OS PAIS DESEMBARCAREM NO PORTO DE MANCINI, Lyra sentia como se seu Olimpo particular estivesse sendo invadido. Violado. E não apenas os seus pais, notou, mas também os pais de seus amigos; Reis, rainhas, duques e toda uma sorte de membros de cortes cuja hierarquia fizesse merecer um convite. Era como se os próprios titãs tivessem emergido das profundezas do Tártaro sob o pretexto de um final de semana agradável na companhia dos deuses. Como se dissessem: Essa ilha pode até ser de vocês agora, mas não esqueçam que foi nossa muito antes de vocês chegarem. E nós ainda mandamos por aqui.
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O vestido prateado tinha glitter demais. Nada contra glitter, na verdade. Não era como se não o usasse em maquiagens, ou não possuísse no armário um par de botas plataforma tão brilhantes que mais pareciam dois globos de discoteca deformados. Mas aquele vestido coçava, e as lantejoulas pinicavam em lugares que certamente não deveriam. Nas três vezes que a herdeira da Grécia puxou de forma indelicada o tecido (uma delas bem perto do elástico da calcinha) se perguntou como a mãe, de pé ao seu lado, tinha conseguido suportar uma hora inteira de concerto trajada naquela tortura. E teria perguntado pra valer, caso Marisa Vlahakis não estivesse engajada numa conversa esplêndida com seus esplêndidos fãs, muito felizes pelo reencontro após tantos anos longe dos teatros. Tinham tantas perguntas! E ela respondeu a todas com graça, fazendo questão de confortá-los no que dizia respeito a um assunto recorrente: É claro que Lyra assumiria seu lugar! Tinha uma tessitura tão longa, não era, querida? A-6! Se apresentaria junto a uma orquestra no teatro Pallas após o fim do semestre, estava estudando para isso!
Balançando-se vagamente nas pontas dos pés, Lyra concordava com um sorriso raso e um erguer positivo de sobrancelhas. Sequer se esforçava mesmo em soar convincente. Assim que eles se afastaram, aproveitou para puxar o vestido uma quarta vez. Seu braço foi golpeado por leve cotovelada.
— Se comporta, Lyra, pelo amor de Deus! — repreendeu a mulher num sussurro. E após segundos de introspecção, nos quais observara a movimentação: — Você tomou o seu remédio?
Lyra desviou o olhar. Ao longe, havia verde e amarelo para todo lado.
— Tomei, mãe.
Marisa a analisou com desconfiança. Parecia dissecá-la, e Lyra sentiu como se participasse de uma rodada relâmpago de Estátua, do jeito que costumava brincar com os plebeus na infância. Qualquer passo em falso, tique ou coceirinha a desclassificaria. Chegou até mesmo a prender a respiração, a atenção grudada no João sem braços de mármore à distância de centímetros. No umbigo dele, mais precisamente. Era um umbigo bonito, muito bem esculpido.
Quando se atreveu a olhar para Marisa outra vez, tímida, de cantinho de olho, viu que a mulher mexia na bolsinha. Viu também, segundos mais tarde, o indicador com unha em gel stiletto solicitar a atenção do garçom, que não tardou em entregá-la um copo com água. Ela agradeceu, e ele foi embora.
— Aqui — ofereceu discretamente a Lyra, revelando também uma pílula azul e branca na palma da mão aberta. A herdeira rolou os olhos, irritada.
— Eu disse que já tomei, mãe.
— Engole, Lyra.
Marisa a olhava com seriedade. Não importava argumentos, Lyra percebeu enfim. Aquilo não era um pedido da mãe, era uma ordem da senhora sua rainha.
Inferno, ela pensou, agarrando o copo e engolindo a contragosto o maldito remédio. E então, como se por deboche -- ou talvez porque consistia no procedimento padrão para prisioneiros, e era bem assim que ela se sentia no momento -- esticou a língua para fora e a moveu para cima e para os lados, deixando claro que não estava fingindo. Que ela não fingia.
Há.
— Você sabe que isso é pro seu bem, não sabe? — Marisa soava bem mais doce agora, recém obedecida. Ás vezes, Lyra pensava que a mulher se assemelhava muito a um animal selvagem de zoológico. Desde que estivesse alimentada, satisfeita, você podia esticar a mão e fazer um carinho. Se desse sorte, ganhava até uma lambidinha. Mas era bom não inventar de contrariá-la. Contrariá-la traria problemas. E da próxima vez que esticasse a mão para um carinho, poderia acabar sem ela.
Mas Lyra tinha visitado esse mesmo zoológico vezes demais. Estava cansada. Exausta, para ser sincera. A atração já não valia mais o preço que pagava na entrada.
— Você ficou tão linda com ele. Sabia que ia ficar. Eu tinha um pouco mais do que a sua idade quando o estreei, Andrea Bocelli estava lá! — Seu rosto tinha um ar saudoso e cheio de orgulho enquanto mexia nas pontas do cabelo de Lyra, tirando-as de cima das lantejoulas. — Foi minha última apresentação antes do casamento.
Casamento. A mandíbula de Lyra travou e uma quentura subiu pelo pescoço. Ah, não, ela não queria conversar sobre isso. Não, não. Se fossem mesmo entrar naquele assunto agora, precisaria de bebida bem mais forte do que um copo d'água pela metade. De preferência, algo que a nocauteasse a ponto de esquecer da conversa.
— Vou na adega, quer alguma coisa? Não? Volto já. — Despediu-se de supetão, já em movimento, as palavras metralhadas sem espaço para respostas. O remédio demorava um pouco até fazer efeito. Quando já estava a passos de distância, virou nos calcanhares como quem lembra de algo, e exibiu o primeiro sorriso sincero da noite. — Ah! Aproveita pra dar uma olhada no salão da homenagem. Aposto que vai amar o funk brasileiro.
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jxeward · 8 months
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pov ╱ steven ward
Conciliar a faculdade de Arquitetura e o trabalho como guia no museu municipal não dava a Steven muita oportunidade de ajudar o pai na marcenaria. Restavam-lhe os finais de semana, dias em que colocava roupas velhas e se juntava a Albert. De algum modo, sentia como se estivesse pagando por todo o conflito que tivera antes com o velho pai. Atualmente, as discussões ficaram mais brandas. Steven passou a dividir com o pai um segredo depois que o encontrou caído no chão da cozinha, vítima de um episódio de pressão alta. Diante de um Albert fragilizado que implorou ao filho por sigilo (não queria que os outros soubessem e ficassem preocupados), não encontrou motivo para dar ao pai o desgosto de sua malcriação.
Pode-se dizer que Steven ficou ainda mais taciturno desde então. Andava sempre cansado, correndo de um canto a outro da cidade em suas diferentes tarefas, saía pouco com os poucos amigos. Passou a fumar maconha quase todos os dias à noite para dormir, recolhido no sótão onde fica seu quarto. Fazia o máximo para não se comparar com os colegas de ensino médio, que viviam se gabando de ter isso ou aquilo nas redes sociais.
Redes sociais. Steven mal mantinha as suas e Adeline sempre ralhava com ele, porque sentia a necessidade de fazer o irmão ser um pouco menos infeliz e um pouco mais sociável. Tanto é que, num dia desses, tomou o celular de Steven das mãos dele enquanto assistiam um filme e fez o download do Tinder. Steven a acompanhou com um olhar apático, pensando que era só apagar tudo depois; deixou que a irmã fizesse o perfil, colocasse fotos (antigas, porque não tinha atuais) e até que deslizasse aceitando e rejeitando as pessoas que apareciam.
Mas foi só três dias depois, quando Joel veio lhe buscar no museu para passarem um tempo juntos, é que ele se lembrou do aplicativo. Isso porque, enquanto colocava o cinto de segurança, o celular vibrou em seu colo com uma notificação e Joel, infelizmente esperto demais, captou do que se tratava. "You got a match." Disse, claramente zombando do irmão. Steven abaixou o olhar para a tela acesa e não reagiu. "Adeline's fault." Explicou simplesmente. Joel, é claro, entendeu de pronto que a irmã tinha feito o que fez mas, arrancando com a caminhonete, dirigiu um olhar de canto a Steven. "Não é ruim, sabe? Conhecer pessoas novas." O Ward mais novo respirou fundo. "Não começa, Joel. I'm fine the way I am." Joel ergueu as sobrancelhas e fitou a placa do carro da frente. "Just saying."
Mais tarde naquele mesmo dia, com o cigarro de maconha entre os dedos e iluminado apenas pela lua cuja luz vinha pela janela, Steven procurou pelo celular na cama, perdido nas cobertas. Sozinho, poderia se permitir abrir o aplicativo de relacionamento, longe dos olhares que o julgariam ou colocariam muita expectativa naquele simples ato. Não era mesmo grande coisa. Daria só uma olhadinha e depois apagaria. Era o plano mas, por algum estranho motivo, não o fez. Apenas desativou as notificações e largou lá no telefone, dizendo para si mesmo que não se importava o suficiente para checar, quando a verdade é que se importou o bastante para não deletar.
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pnic · 9 months
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did you ever se a dream walking? well, i did.
o casamento de maria caloteira, pov. tw: sangue, menção indireta à assassinato.
era óbvio que o tédio tinha se instalado. a pobre panic, que não era exatamente uma fã de casamentos, tinha sido seduzida pela oportunidade de se vestir bem e fazer seu casual people-watching enquanto desfrutava da bebida gratuita. e no lugar, o que ganhava? apresentação de teatro! sua mente divagava ao observar as atuações, e embora risos escorressem de seus lábios vez ou outra, o pé inquieto denunciava que sua mente não estava ali. algo estava estranho no ar. um cheiro esquisito, aquele aroma que antecedia um pouco de maldade. e a música, que parecia cantarolar apenas em sua cabeça... mas isso é normal. aos dedos finos e frios alcançaram a garrafa escondida debaixo do vestido, aos pés da cadeira. goladas longas, o líquido queimando garganta abaixo ao som das palmas alheias, que aplaudiam o fim da tortura.
e então, escuro. não exatamente para o demônio, que conseguia ver perfeitamente os rostinhos assustados buscando entender se aquilo era parte do casamento ou um cenário à parte.
as portas e janelas fecharam. a música iniciou. e panic? ela sorriu. porque não havia nada que ela gostasse mais do que o som seguinte que preencheu o salão. os gritos assustados, o pânico crescente nos convidados que agora corriam, se batiam nas paredes. não havia como sair.
talvez fosse a única ainda sentada em sua cadeira, observando com a garrafa na mão o pandemônio sendo lentamente construído por figuras que se esgueiravam dos cantos.
did you ever see a dream talking? well, i did.
ela se levantou. o vestido longo arrastava pelo chão, e os diamantes enfeitiçados que adornavam seu pescoço, ombros e orelhas agora exibiam uma luminescência própria. não precisaria mais de sapatos, então estes ficaram para trás. ela queria saber o que causava aquele alarde, e enquanto a massa escura ainda não tinha encorpado forma, seus olhos procuravam entender. o que era aquilo?
"mãe?" a voz doce ecoou nos ouvidos de panic. todos os sons do mundo corriam ao mesmo tempo, e ainda sim ela distinguia perfeitamente aquele timbre, a conjunção de sons. os olhos amarelos espiaram, medrosos, o canto de seu campo de visão.
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ela não conhecia mais aquelas sensações. os tremores na mão, o arrepiar na espinha. as borboletas no estômago, o congelar de pontas de dedos. sentia que as pernas iriam falhar.
não achou que teria coragem de se virar. de encará-la nos olhos, e vê-la chorar. o corpo machucado, o olhar perdido. milênios de crueldade nunca poderiam a preparar para aquilo, nem se quisesse. o seu lado mais racional conseguia distinguir através da dor e lhe sussurrar: nada disso é verdade. mas ela já estava de joelhos. não conseguia viver aquilo de novo.
"c-como?" o murmúrio foi para si mesma, estava decidindo acatar o lado são de seu cérebro. era machucada o suficiente para tal. e ainda com aquela decisão, não havia como impedir as lágrimas que acumulavam-se em seus olhos, ou a tentativa de seus dedos de cessar a distância entre elas para alcançar seus cabelos. fazer uma última carícia.
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não. isso não é verdade. um breve olhar para o salão e como o ser inteligente que era, conseguia perceber: não era só ela. todos ali vivenciavam seus próprios medos. não poderia ser irracional. seu peito doía. que porra? não sabia quando havia sido a última vez que tinha chorado. "você não é real, é?" e por isso enxugou o rosto molhado, deu um passo para trás para fugir conforme ela se aproximava.
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a tentação de ficar ali, de falar que a amava. poderia ceder? qual seria o pior que lhe aconteceria? pior que fosse, aquela sensação, não era por aquilo que havia lutado? para vê-la mais uma vez. não deveria abraçar aquilo, mesmo que uma mentira? ou talvez fosse seu lado irracional sobrepondo o racional, ou mesmo o seu lado suicida. o amuleto em seu pescoço queimou sua pele. era magia, tudo isso não passa de magia, panic.
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a percepção veio como um soco, mas não havia como lhe arrancar os sentimentos instalados. coisas que nem sabia que ainda poderia sentir. ignorou algo que a figura que lembrava sua filha lhe balbuciava, e desapareceu por entre as sombras. não poderia ficar ali.
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megnhiggs · 1 year
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— 𝐏𝐎𝐕;
O único motivo que a fez comparecer ao baile foi obrigação. Comidas e bebidas não eram um problema para alguém com uma família abastada como a sua, assim como conexões não chegavam a ser uma necessidade. Agradou algumas pessoas, outras nem tanto. Não se importava muito com isso, até porque seu sobrenome acabava atravessando essas conversas e, muitas vezes, interferindo se seria ou não aprovada por determinado grupo, ou indivíduo. Ninguém parecia se importar muito com sua opinião, de qualquer forma. Nem mesmo ela se importava, até recentemente. Ou melhor, ainda tinha dúvidas se deveria se escutar ou seguir o que era "certo". Ouvir que havia fracassado tantas vezes na vida a fazia duvidar se realmente existia alguma ideia boa em sua cabeça.
Independente se foi sua família e/ou seu emprego que a trouxeram ali, — a fazendo se sentir obrigada a estar presente —, o ponto era que não queria estar no aglomerado de pessoas que ignoravam o clima estranho entre a maioria dos bruxos. Além disso, ainda tinha o clima entre suas relações interpessoais; nem todas estando em um bom momento. Eram os piores possíveis reencontros que a preocupavam mais, embora sentisse uma vontade quase masoquista de conversar com cada um deles.
Como escolheu esperar o horário mais "apropriado" para ir embora, tentou se distrair o máximo possível com bebidas, comidas e conversas superficiais. Algumas eram pura formalidade, com colegas do Ministério ou amigos de sua família, enquanto outras eram tentativas desesperadas de matar o tempo. No meio disso, também observava onde estavam as pessoas que deveria evitar, apenas por curiosidade. Ao menos era isso que tentava se convencer.
Quando as luzes se apagaram, estava contemplando chamar uma dessas pessoas. O que poderia dar errado? Sabia que não faria uma cena. Ninguém queria se prejudicar ali, e sabia que ela pareceria uma maluca se gritasse com Higgs. Ninguém sabia que elas foram amigas, até mais do que isso. Iria parecer apenas ex-colegas de Hogwarts conversando... Somente isso. Mas, com a falta de iluminação, a morena sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Será que isso era algo que deveria saber? Aquela escuridão não era por acaso. Não parecia uma surpresa ou pegadinha também. Estava longe de parecer algo do Ministério... Poderia ser...?
Mesmo com a cabeça um tanto confusa, decidiu que não ficaria para ver o que acontecia. Não queria confirmar suas teorias. Tinha outras prioridades, afinal! E a principal delas era ir embora. Já ficou muito tempo ali. Eu já fui muito educada em aguentar essa merda, não vou ficar para uma segunda rodada.
Ao olhar ao redor, conseguia notar a silhueta da conhecida, de sua ex-amizade, voltando a sentir a tentação de conversar com ela. E se fôssemos para outro lugar? Eu não quero saber o que acontece aqui. Você também não vai querer, talvez. Todas as abordagens verbais pareciam, no mínimo, dignas de uma ignorada violenta. E se fosse mais ousada? Como era antes? Ela poderia não se importar. Ela, com certeza, se importaria. E isso trouxe um sorriso aos seus lábios.
— Ei! — Chamou, segurando o braço da pessoa com certa firmeza. — Você vem comigo. — Falou num tom propositalmente ambíguo, parecendo até que havia uma diversão ali.
E aparatou com ela.
Seja lá o que acontecia no baile, ficou para trás. Não se importou com o que pensariam, com o que deveria fazer, se deveria fazer algo. Não era como se tivessem a comunicado de coisa alguma, de qualquer forma. Em um momento, mesmo que curto, sentiu uma liberdade genuína ao dar as costas para toda sua obrigação. Não poderia mentir, a sensação era ótima, mas, como tudo o que é bom, durou pouco.
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dcemon · 1 year
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houston, we got a problem (dia três).
tw: sangue, morte, violência, álcool.
daemon já tinha pisado em nevermore algumas vezes antes. lembrava-se da inauguração, tinha sido pouco depois de separar-se de warren, seu criador. dirigira até la na esperança de encontrar um pouco mais sobre o artefato deixado para trás depois do assasinato de sua família, e acabara por passar boas semanas até finalmente voltar para a estrada. a escola não mudara muito, e não falava apenas de sua arquitetura. era a mesma história de sempre. uma escola para excluídos que sofria com a pressão de uma cidade de padrões que os odiava. desde a fundação histórias como aquela iam e vinham, bagunças que eram resolvidas pela equipe da escola. as vezes era, propriamente, alguma coisa causada por um excluído. era difícil de controlar crianças, adolescentes e jovens com poderes dos mais variados. o vampiro nem se iludia em tentar controlar. ingressara como professor de universidade na expectativa de poder apenas lecionar e não ter de envolver-se em problemas muito sérios, ter que apartar brigas ou fazer qualquer outra coisa que não…. dar suas aulas. o básico. passar atividades, aplicar provas, arguições surpresas. e pagando sua belíssima língua, lá estava ele, procurando por padrões desaparecidas.
andava pela floresta com o seu cantil em mãos. o tinha desde os vinte anos, e surpreendia-se como conseguira guardar algo consigo por mais de 300 anos. um presente pessoal do rei guilherme iii, ornamentado em prata e ouro. hoje, cheio de whisky. ele bebericou, e continuava andando pela floresta. sua tática de busca envolvia andar e beber, vagando o olhar por algo de estranho que poderia ter por ali. como sangue, pedaços de membros. os últimos dois dias de busca não tinham lhe rendido pistas. até porque, em partes, ele torcia para não encontrar nenhuma e não envolver-se com a problemática. procurava porque gostaria de cair nas boas graças da diretora e dos funcionários, quem sabe até ser visto como um professor responsável. era sonhar demais? 
ele respirou e encaminhou-se para onde não tinha procurado ainda, o lago. já estava quase ao fim de seu cantil, o que significava que em cerca de meia hora teria que voltar para nevermore para reabastecer. coçou a cabeça, puramente por hábito, e ia sentar-se em uma rocha para observar o movimento da água por alguns instantes. estava tentando determinar se sentia-se mais entediado ali ou antes. pelo menos antes podia agir irresponsavelmente, não era? sentia falta de qetsiyah. duzentos anos e ainda pensava nela, em armim e em tessália. pareciam memórias distantes, borradas. grande parte das características físicas deles fugiam de sua memória. conseguia lembrar-se do cheiro dos cabelos de tessália invadindo suas narinas. o cheiro das roupas de armim que ficavam em todo canto. lembrava-se da risada de qetsiyah. respirou fundo, contendo um sorriso, e foi quando percebeu que não era o único ali.
era estranho, porque normalmente sentia o cheiro das pessoas antes de propriamente vê-las. era uma habilidade que desenvolvera enquanto vampiro. mas, estranhamente, a garota de costas para si não tinha cheiro, como se estivesse integrada à rocha ou árvore onde se encostava. não emitia sons, suas costas não moviam com sua respiração. os cabelos castanhos tinham folhas presas, e a pele dela estava bastante pálida. suas roupas eram escuras… não. percebeu que o que aparentava ser um tecido vinho, na verdade, eram roupas cinzas embebidas em sangue. ergueu as sobrancelhas, mas não estava chocado. ou assustado. surpreso, quem sabe. e amaldiçoou-se por ter feito a brincadeira mental com corpos desmembrados quando percebeu um espaço vazio onde deveria estar o braço da garota. ele andou mais alguns passos para observá-la de frente; tinha os dois olhos abertos e íris vazias. buscou o celular no próprio bolso. 
“weems? we’ve got ourselves a problem.”
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