Tumgik
#☽  ·  ˋ  starman ˊ .  self.
r-lvpin · 2 years
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✶ { A B O U T }  ✶ —  ·  ‘  𝔱𝔥𝔢𝔯𝔢'𝔩𝔩 𝔟𝔢 𝔫𝔬 𝔯𝔢𝔰𝔱 𝔣𝔬𝔯 𝔱𝔥𝔢 𝔴𝔦𝔠𝔨𝔢𝔡 
não são zonzóbulos entrando em seus ouvidos, aquele é mesmo REMUS LUPIN vindo aí, mesmo que ele esteja parecendo um pouco com MAXENCE DANET-FAUVEL olhando daqui… ele tem 21 ANOS e atualmente trabalha como PESQUISADOR NO BUREAU DE PESQUISA E CONTENÇÃO DE DRAGÕES. conhecido entre os amigos como MOONY, é um MESTIÇO que reside em TINWORTH. por via das dúvidas, levante sua varinha! vai que é alguém sob o efeito de poção polissuco. disclaimer: o personagem é um LOBISOMEM.
✶ { I’M TRYING TO KILL THE MOON }  ✶ .
PRE-HOGWARTS | É numa manhã de primavera que Remus John Lupin agracia o mundo — Remus, em homenagem às origens romanas de seu lado paterno, John, por causa de seu avô materno. Em ambas as partes da família, é o único neto, e todos competem por suas afeições quando está nos braços da mãe, poucas horas após seu nascimento. Mas é para o pai, Lyall Lupin, a quem direciona seu primeiro sorriso. Ah, Hope, querida, parece que serei o favorito! O homem esbraveja aos sons de protestos dos outros presentes (”Espere até que prove meus biscoitinhos de manteiga, vai mudar de ideia rapidinho, aposto!”). Quando recebem alta, o pai os busca num Ford Anglia salmão, uma recém aquisição em comemoração à expansão da família. Com a maternidade, Hope Lupin, saíra de seu serviço na empresa de seguros, deixando-os para viver no salário do marido no Ministério da Magia e suas economias — a família não possuía muito, mas a casinha de tijolos vermelho-escuro em Birchgrove, Cardiff, servia-os bem. Remus cresceu num menininho serelepe, deveras curioso e amável. Quando não estava brincando com as outras crianças do bairro, estava tagarelando para a mãe sobre algum livro que lera ou sentado nas pernas do pai, ouvindo histórias sobre o mundo mágico — o mundo o qual adentraria, formalmente, em alguns anos. Antes de ser grande o suficiente (”Mas já tenho quarenta e cinco polegadas de altura!”, “Não é grande nesse sentido, querido”) para frequentar Hogwarts — adorava trajar o antigo cachecol azul e bronze do pai —, Hope insistira que o matriculassem numa escola trouxa: e, aos quatro anos, era a primeira criança em sua turma a ler e escrever! Aos seis, estava lendo livros de séries acima e escrevendo cartinhas em letras tortas para os avós. E, quando, surrupia a varinha do pai e enfeitiça o gatinho de estimação da família, o dando uma coloração rosa-choque, o homem vocifera, em gargalhadas: "Você será um prodígio, um bruxo verdadeiramente genial!” (e seus colegas do ministério acham a história similarmente engraçada quando comparece para responder ao inquérito oficial). Era uma vida tranquila como as de propagandas de cereais. Entretanto… não importa quantas vezes o mito seja recontado, entre os gêmeos, é Romulus quem funda a Roma — e, como seu homônimo, Remus estava fadado à tragédia.
TRIGGER WARNING: Menção de “horror corporal” (não explícito), menção de sangue (não descritivo), alusão de auto-mutilação não voluntária (não-explícito), menção de episódios de auto-aversão.
LICANTROPIA | Lyall Lupin era um homem bondoso e tímido — contudo, frente à injustiças, tomava uma personalidade contrária: encolerizada e inconsequente. No ministério, era conhecido por suas contribuições valiosas para a eliminação de criaturas mágicas perigosas. Assim, acompanhara de perto o infame caso de Fenrir Greyback. Quando o conselho concordou na soltura do lobisomem mesmo após julgado culpado, Lyall Lupin não economizou nas palavras ao vociferar sua exasperação ao chefe de departamento — e, quando os superiores recusaram escutá-lo, recorreu ao Profeta Diário, aparecendo na primeira capa, suas opiniões expostas ao mundo bruxo. Lobisomens são perigosos, feras abomináveis, não podem conviver em sociedade. Na fotografia, a figura gesticulava enquanto sua mulher segurava Remus no colo, os olhos junto dos flashes. Precisamos manter nossos filhos seguros. A pressão do público, vociferando apoio às afirmações do bruxo, forçaram o ministério a colocar o lobisomem como procurado, retificando a sentença — e Lyall Lupin se voluntariou para liderar a caçada. Mas o homem não precisaria procurar muito. Era lua cheia, uma madrugada quente, e o pequeno Remus Lupin acordava dum sonho sobre a festinha de aniversário que teria naquela semana (mal podia esperar para exibir seus legos novos). O cabelo um emaranhado de fios cor de mel e as bochechas avermelhadas marcadas pelo travesseiro, caminhou em direção à janela de seu quarto, abrindo-a para receber a brisa noturna: exceto que algo a mais adentrou. Uma sombra, veloz, assustadora e gigantesca como os desenhos nos livros do pai. Remus gritou e esperneou, mas a coisa era muito maior que si, mais forte e cruel.  O segundo grito ecoou pela casa, por fim, acordando os pais — quando Lyall Lupin adentrou o quarto, varinha em mão, Fenrir Greyback gargalhava sobre o corpo contorcido, em convulsões, do pequeno Remus. O homem urrou feitiços até perder o fôlego, espantando o lobisomem e, então, ao lado duma trêmula Hope, correu para amparar o filho. A ida ao St. Mungus ocorrera num aparato, e os curandeiros não tardaram a atender às necessidades do pequeno; e, embora tivessem conseguido estancar o sangramento e cicatrizar as feridas, nada podiam fazer sobre o veneno da licantropia correndo em suas veias: Remus Lupin se tonaria um lobisomem. Hope, que pouco sabia daquele mundo, implorou em joelhos que salvassem seu filho, não o deixasse transformar-se num monstro. Vocês possuem magia, deveriam curar tudo. Lyall, segurando a mulher pelos ombros, sabia das limitações dos bruxos, sobre a fisiologia daquelas feras… contudo, como pai, não podia aceitar. Tinham um mês até a próxima lua cheia, talvez… então, usando suas conexões, Lyall contatou os melhores pesquisadores curandeiros do país, implorando para tentarem. Muitos apenas responderam com condolências, pesares: outros, ofereceram suas recém descobertas, supostas curas. O que nunca contam sobre a transformação é que, a primeira, é um processo moroso e excruciante. O primeiro passo é a febre avassaladora e a inflamação da mordida. Quando não estava acordado, Remus murmurava incoerentemente, choramingando ao alucinar sobre aquela noite, urrando em pânico. A mordida, na lateral de sua barriga, queimava; seu sangue era efervescente, correndo-o por dentro. Os curandeiros davam-no poções para amenizar suas dores, tranquilizar sua mente — mas nenhuma de suas curas funcionava, a febre não diminuía e a pele de Remus tornava-se mais acinzentada com os dias. Os gritos eram tantos que os pais tiveram que temporariamente realocá-lo num chalé no campo. O segundo passo é a raiva incontrolável juntamente dos primeiros indícios de suas novas habilidades, a força sobre-humana. A urgência em rasgar, mutilar — outros, a si mesmo. Foram necessárias amarras e feitiços para impedi-lo. Os dias longos tornaram-se semanas e, então, a lua cheia chegou. Lyall trancou-se num quarto com o filho, assistindo-o urrar e agoniar por horas enquanto seu corpo se reconfigurava com a nova forma. Do outro lado da porta, caída no corredor, Hope era segurada por um dos curandeiros que os auxiliavam, em tanta dor quanto o próprio filho. Mesmo um lobisomem com meros um metro, sua força fora o suficiente para destruir o quarto em que estava, assim como machucar o pai. Na manhã seguinte, quando recobra a consciência, seus ossos estão doloridos, seus ombros estão pesados, seu torso está coberto em suor, sangue e machucados. Está enfiado nos braços do pai, tremendo e chorando. O que há de errado comigo? As memórias da noite passada são borrões, mas os sentidos ainda estão aguçados e Remus sente uma fome que não é sua. Se para outras crianças o monstro morava debaixo da cama, o de Remus morava em seu corpo.
PÓS-LICANTROPIA | Na semana seguinte, quando consegue levantar sem vomitar em dor, retornam a Birchgrove no Ford Anglia. A mãe cantarola canções de ninar ao acariciar suas madeixas claras, enquanto dorme em suas pernas no banco de trás. Dirigindo, o pai o observa pelo retrovisor: a pele acinzentada, as olheiras púrpuras, a cicatriz em seu rosto… então, retorna a atenção à pista. “Você está doente, mas vou encontrar uma cura.”  São as palavras que Lyall sussurra quando o coloca na cama — e, quando mulher e filho estão dormindo, o homem se debruça em lágrimas. Presenciar a transformação impulsionara seu almejo de encontrar uma cura. Era difícil, poucos interessavam-se em estudar lobisomens. Mas persistia, contatando pesquisadores pela Inglaterra e afora. E, conforme retornam ao campo no mês seguinte e no outro; quando restringe o pequeno lobisomem uma quarta e quinta vez; ao segurar o corpo trêmulo e fraco de Remus na manhã seguinte da sexta transformação, o almejo se torna obsessão. A culpa não o permite adormecer ao lado do filho como a esposa, e gasta suas noites revirando livros e escrevendo cartas — se não tivesse contatado os jornais… seu filho poderia… seu filho ainda seria… maldita fosse a fera. Por outro lado, aos meros sete anos, Remus não conhecia palavras o suficiente para descrever como sentia-se. Os progenitores não haviam o dito a verdade sobre sua condição, não chamavam-no pelo o quê realmente era: apenas diziam que estava doente. Tinham esperanças, afinal, que o curariam em pouco tempo. As poucas memórias que possuía das transformações eram flashes, fracções desconexas de momentos durante a madrugada — nas manhãs seguintes, seus sentidos ainda estariam aguçados, acentuando o odor enferrujado que impregnava o cômodo; e os resquícios da violência marcavam seu corpo, o de seu pai e as paredes. Ainda que não compreendesse o quê, de fato, acontecia, era apenas uma criança. Queria correr pelas ruas do bairro com seus amigos, rever seus colegas de classe, participar de seu primeiro acampamento de verão. Desprezava as bandagens que cobriam seu corpo, as poções com gostos estranhos que os curandeiros o obrigavam a tomar. Temia a maneira como sua mãe o encarava, como ela nunca mais sorria; ou a forma como o pai somente o seguraria nas manhãs pós as luas cheias e, no resto do tempo, sumiria no escritório. Antes que percebessem, a primavera chegava novamente. Em seu primeiro aniversário desde que "adoecera", Lyall permanecera no quarto apenas para vê-lo assoprar as velas, dando-o um beijo na testa antes de retornar para o escritório; sua mãe o acompanha em risadas amenas, contando-o contos de fadas e o colocando para falar com os avós no telefone. E, quando está adormecido, é que a mulher deixa as lágrimas escorrerem pelo rosto. São duas semanas depois, quando estão no chalé, alguns dias após outra lua, que Remus acorda com o barulho de conversas. Só precisamos de mais um tempo, eles estão tentando. É o pai quem suplica, a entonação um misto entre mágoa e irritação. Uma segunda voz, que não reconhecia responde. "Você conhece o procedimento… não podemos mais esperar… me desculpe, mas nós precisamos colocá-lo no registro de Lobisomens.” Agachado próximo à porta, Remus sente arrepios tomando-lhe. Lobisomem. Ainda que não soubesse o significado, em sua totalidade, daquela palavra, sabia ter a ouvido anos antes. Lobisomens são perigosos, feras abomináveis, não podem conviver em sociedade. Era aquilo que ele se tornara? Um dos monstros que seu pai se dedicava a eliminar? Era por isso que não mais o queria por perto? Aquela é a primeira (de muitas) noite em que Remus, aos meros oito anos, chora em vergonha de si mesmo. Enquanto a culpa manchava o coração de Lyall, as sementes da vergonha e cólera floresciam no de Remus. Por mais que insistisse, os contatos de Lyall Lupin estavam se esgotando e, conforme Remus crescia, o lobisomem se desenvolvia, sua forma aumentando — assim como sua força. E, em um ano e seis meses após a mordida, os pais vendiam a casa em Cardiff, começando suas viagens pela Europa, nunca permanecendo mais que dois meses. Por quatro anos, aquela fora sua vida. O cansaço o acompanhava por todos os destinos, a solidão se tornando uma companheira querida. Quando conseguia juntar forças para levantar-se de sua cama, Remus desperdiçava suas tardes recheando bolos com sua mãe ou ouvindo ao rádio enquanto brincava com bonecas de papel das revistas que a mulher o comprava. A cada nova mudança, os pertences dos Lupin diminuíam: não mais tinha suas coleções de legos ou livros. Até mesmo sua curiosidade ficara para trás, abandonada nos tijolos avermelhados. Com apenas dez anos de idade, era apenas a casca de quem fora. Desde que descobrira a verdadeira palavra para o que era, tudo o quê sentia era medo, angústia. Suas transformações pareciam mais excruciantes e, embora nenhum dos pais houvesse o dito nada, sabia que estivera mais violento. Seus machucados haviam se triplicado, a madeira da última moradia ficara com marcas de garras fundas, seu pai parara de adentrar o quarto consigo. As vezes tinha pensamentos intrusivos, violentos, famintos, vontades que não eram suas (ou, assim, preferia pensar). Era apenas uma criança, mas seus ombros estavam pesados como os de Atlas.
✶ { AM I FOOL WHO SITS ALONE, TALKING TO THE MOON? }  ✶ .
HOGWARTS  |  [Primeiro ano ]  Quando, em seu aniversário, recebe a visita inusitada de Albus Dumbledore, há muito não pensava em Hogwarts — há muito, Lyall não o sentava no tapeta para contar-lhe sobre o salão comunal azul e bronze, ou sobre os inúmeros feitiços que aprenderia. Em fato, entre sua doença e mudanças pelo país, sua educação fora negligenciada; não praticava mais a leitura, tampouco sua escrita. Ainda lembrava o alfabeto, mas as sílabas criavam poeira em sua mente. Sua mãe o incentivava a falar, cantar consigo as músicas na rádio — qualquer coisa para ouvir a voz do filho que, nos últimos anos, tornara-se apenas os sons dos gritos quando o lobisomem tomava o controle. Duma criança serelepe e tagarela, Remus tornara-se tímido e solitário. Mas, para Dumbledore, eram pequenas complicações que podiam superar. Foi Lyall, trêmulo, quem o interrompeu: “Professor, o senhor não entende… ele… não vai adiantar nada, ele nunca vai ser… ele não pode ser como os outros. Ele é… é perigoso para as outras crianças”. Em seu lugar à mesa, comendo silenciosamente seu pedaço de bolo de chocolate, de cabeça baixa, Remus tentava segurar as lágrimas. Era perigoso para as outas crianças… ele era perigoso. Contudo, Dumbledore insistiu, olhando diretamente para Remus quando disse: todos são bem-vindos em Hogwarts, o pequeno Remus não é uma exceção. Eu estaria honrado em recebê-lo; sei que ele se tornará um bruxo incrível. Ouvindo as palavras do homem, uma faísca se acendeu em seu coração. E, somente quando estava pisando na estação, alguns meses depois, que sentiu medo novamente. Era a primeira vez em muitos anos que estava cercado de tantas pessoas, tantas outras crianças. Nenhuma delas possuía cicatrizes como as suas ou olheiras tão fundas; ouvia os sussurros ao caminhar pela plataforma, os olhares indagadores, e quase não soltou a mão de sua mãe. Mas havia uma parte de si que queria ver aquele castelo sobre o qual tanto ouvira sobre, frequentar a casa do azul e bronze (quem sabe, assim, o pai o amaria novamente) — queria sentir-se normal. E sua primeira decepção veio quando o chapéu o colocou numa casa sobre a qual nunca ouvira antes; Grifinória, dos corajosos e nobres de coração. Remus não era como os outros garotos daquela casa com suas piadas e boas aparências. Era um garotinho franzino e enfermo, a casca dum monstro. Seus pensamentos intrusivos o murmuravam sobre, de fato, seu lugar não ser entre os bruxos gloriosos. Todos os bruxos mais realizados saíram da Corvinal. Talvez fosse a ferocidade e tenacidade da fera que o chapéu detectara em si… talvez seu pai estivesse certo. Ele nunca seria normal, nunca seria nada. E, pela duração de seu primeiro ano, Remus não se esforçou — seu primeiro ano em Hogwarts era marcado pelas inseguranças que o dominavam. Fazia o mínimo em suas aulas e, mesmo quando conseguia realizar um feitiço primeiro que seus colegas, nunca aceitava as congratulações. Não fazia suas tarefas e não se importava em ler os livros das tarefas, suas anotações das aulas misturadas em rabiscos. Sua curiosidade, por vezes, levaria a melhor e Remus tentaria alguns feitiços, algumas poções: imediatamente, contudo, se parava. De que adiantava o esforço? Ele nunca seria nada, de qualquer maneira. A casa dos gritos, pelo menos, era melhor que os quartos em que era isolado nas diferentes casas que residira até então — contudo, muito mais solitário. E, quando as férias de natal chegam,  retorna para casa, seus resultados ruins não levantam as sobrancelhas dos pais. Lyall apenas suspira, não ficando para ouvir suas histórias. Hope sorri, o assegurando que se sairia melhor e comentando sobre as cartas que Dumbledore a enviara, sobre como ele (e, é claro, ela própria) acreditava em Remus. Apenas força um sorriso e se retira para seu quarto — com sua mudança para Hogwarts, os pais haviam se fixado numa fazenda no sul do país. Seu quarto era pequeno, contendo apenas uma escrivaninha, um toca discos e sua cama; ali, era no sótão em que se escondia durante suas luas cheias. Mas não precisava de mais nada. Passa suas férias ouvindo seus discos novos e ignorando as tarefas. 
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✶ { FREAK OUT IN A MOONAGE DAYDREAM }  ✶ .
HOGWARTS  |  [ Segundo e Terceiro ano ]  Durante seu primeiro ano, Remus se esquivara de seus colegas de quarto. Odiava dividir o quarto. Outrora teria amado a ideia, seu maior sonho costumava ser ter irmãos, afinal — mas, nos últimos anos, aprendera a apreciar a solidão. Porém, ignorá-los provara-se uma tarefa impossível: não somente compartilhavam o quarto, mas as classes, os horários das refeições. Mais vezes que não, Remus se encontrava rodeado por eles. E, antes que percebesse, aqueles três garotos se tornavam parte de sua vida. Seu segundo ano, é marcado pela ansiedade e o medo que o assombram constantemente. Eles não o tratariam bem se soubessem a verdade. Mesmo que não quisesse admitir, Remus gostava de estar entre eles; gostava das brincadeiras, da maneira como não o olhavam com pena ou faziam comentários quando virava de costas. Mas sabia que era apenas porquê não sabiam sobre sua doença, sobre o perigo que os apresentava. Porém, na influência de suas companhias, começa a praticar um pouco seus feitiços, a ler um pouquinho dos livros, a completar uma ou outra tarefa. Aos poucos, eles se tornam um grupo e Remus, pela primeira vez em muitos anos, sente-se apreciado. É após sua quinta ou sexta lua cheia do segundo ano que, numa conversa inesperada, os meninos revelam saberem seu segredo — antes que Remus possa fugir, gritar, ser afogado por seus demônios internos, eles o reasseguram que não importa; e, quando, um ano depois, decidem praticar para se tornarem animagos, as lágrimas que lutam para escapar seus olhos são de pura felicidade. Se pode afirmar qualquer coisa sobre sua juventude é que os amigos salvaram sua vida. Graças a eles, com os meses, ainda que somente na presença deles, o garotinho serelepe retornava. Ainda que sua personalidade não fosse tão energética e travessa quanto antes, assumindo uma postura mais responsável entre eles (porém, deveras marota quando necessário) e, devido seu físico debilitado, mais recatada, sentia que estava vivendo novamente. Mas amor próprio não se cria do dia da noite e, apesar das afirmações dos amigos, Remus ainda se afoga nas ansiedades causadas por seus pensamentos intrusivos. Dessa vez, contudo, muda sua atitude: seus amigos eram brilhantes bruxos com linhagens impressionantes e, no fundo, Remus ainda queria ganhar a aprovação do próprio pai. Por isso, ao fim de seu terceiro ano, para compensar suas falhas, tornava-se um dos melhores alunos da classe. 
HOGWARTS  |  [ Quarto, Quinto e Sexto ano ]  Os anos que se seguem, entre a puberdade, as transformações e escola, sua vida muda. Cada vez mais dedicado aos estudos, apesar de sua postura reservada, Remus conquista a própria popularidade além da com os amigos. Depois dos marotos, McGonagall é sua principal apoiadora, o dando materiais a mais para avançar seus estudos; e, no quarto ano, é convidado para adentrar o Clube do Slug. Suas transformações se tornam menos assustadoras e dolorosas com a companhia dos amigos. Em casa, se diverte com sua mãe — o pai ainda não o encara, mas, pelo menos, escuta suas histórias durante os horários do jantar e, por vezes, participa brevemente da conversa. Mas ainda há distância entre eles. Nem mesmo quando recebe seus dez Os nos NOMs e sua mãe prepara uma celebração em casa, o homem apenas o olha com pesar. É em seu sexto ano, na primeira manhã que retorna para casa para o feriado, que Lyall, após tantos anos, o apresenta um novo curandeiro. Em seu anseio em agradá-lo, Remus se submete ao tratamento — exceto que, em vez de curá-lo, as poções o deixam num estado pior. A transformação daquele mês é violenta, descontrolada e Remus acorda com machucados tão profundos que precisa passar o natal na cama. “A próxima… na próxima dará certo.” Ao ouvir aquelas palavras, o ressentimento que nutrira em seu coração explode em sentenças furiosas, gritos que ecoam pelas paredes geladas da fazenda. Não há cura para mim! Quando você vai aceitar isso? Eu sou um lobisomem, porra, eu não estou doente, eu não preciso de uma cura. Eu só quero que você pare de me tratar como um infortúnio. Em resposta, Lyall se debruça num choro, a culpa atingindo seu limite e, em palavras sussurradas, pede por seu perdão. Remus não está pronto para dá-lo, mas não consegue segurar as próprias lágrimas. Em seu sexto ano, durante uma visita a Hogsmeade com os amigos, Remus conhece uma figura que se tornaria de suma importância para sua vida: outro lobisomem. É a primeira vez que se depara com outro como ele. Ouvira, antes, sobre comunidades inteiras de lobisomens mas, até então, acreditava que eram todos como aquele o transformara: cruéis. Nunca o ocorrera que haviam outros como ele que queriam se encaixar, serem aceitos. Reconhecem um ao outro pelas cicatrizes, distintas em forma e tamanhos. E quando se separa, por alguns momentos, dos amigos, o outro se apresenta e começam a conversar. Trocam seus contatos e, da amizade, Remus aprende a aceitar o lobisomem como parte de si; não uma doença ou um monstro. E, pela primeira vez, não sente sua existência pesar.
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✶ { CAN YOU HEAR THE MOON? HOWLING BACK AT YOU }  ✶ .
ORDEM DA FÊNIX & ATUALIDADE | Seu terceiro e último ano em Hogwarts é conflitante. Suas notas se mantém impressionantes, seus amigos ainda são seu porto seguro, seu pai se esforça para estender seu apoio. Mas, naquele ano, não é a lua que o perturba. As influências, rumores e atividades dum poderoso bruxo se espalham pelo mundo mágico, incluindo dentro das paredes de Hogwarts. Seu status como mestiço não o aflita por sua própria segurança, mas pela dos pais — e, após muito implorar, Lyall pede uma transferência e, juntamente da esposa, se muda para a norte da França; um endereço desconhecido para Remus. Formando-se em Hogwarts, não hesita em aceitar o convite para juntar-se a Ordem da Fênix — dedica-se inteira e unicamente para a sociedade secreta. Como parte de seus afazeres, toma a iniciativa de se infiltrar (com a ajuda de seu contato) em comunidades de lobisomens, tentando recrutá-los para seus ranques; mas a influência de Fenrir Greyback era forte e, com a maioria dos líderes das comunidades sendo seus seguidores, Remus não consegue resultados notórios. Mas, quando, por fim, conseguem atrasar (pois, apesar de sua confiança nas habilidades de seus companheiros e na inteligência de Dumbledore, nunca acreditara que seria tão fácil derrotar Voldemort) os planos do outro lado, Remus se permite respirar. Com lobisomens, em sua maioria, se juntando ao lado de Voldemort, o preconceito com a espécie é mais forte que nunca e, mesmo obtendo oito NIEMs e uma carta de recomendação de Slughorn, ninguém está disposto a oferecê-lo um emprego. É Dumbledore quem o estende uma mão e usa de suas amizades para consegui-lo uma posição no Bureau de Pesquisa e Contenção de Dragões — precisava admitir que, apesar de se interessar pelo campo de criaturas mágicas, nunca imaginara estudar dragões (seu sonho, em fato, era seguir a carreira acadêmica em DCAT), mas os últimos meses na Cornualha, ao lado de diferentes espécies se mostraram demasiado divertidos. Alugou um chalé nos limites de Tinworth, numa colina próxima à praia, onde reside sozinho. Após tantos anos enfrentando a lua cheia ao lado dos amigos e, mais tarde, recebendo os ensinamentos de seu amigo licantropo, não mais se descontrolava durante suas transformações; conseguia manter controle o suficiente de sua consciência para não precisar de medidas muito drásticas. 
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✶ { ONE THING STAYS THE SAME, RISES THE MOON }  ✶ .
Em questão de personalidade, Remus é reservado não por timidez mas porquê não sente tanta necessidade de expor seus pensamentos. Prefere observar e escutar as pessoas ao seu redor antes de falar; e, quando o faz, cuidadosamente escolhe suas palavras. Apesar disso, pode ser deveras teimoso, insistindo em argumentos por longas horas — ah, e não pense que suas palavras são sempre polidas e cheias de sabedoria: Remus adora o uso dos palavrões e é versado na arte da ironia. Por outro lado, também possui um lado deveras maroto; especialmente quando está com os amigos — esses que, além de atiçarem seu lado travesso, também ativam seus instintos paternos, sendo deveras carinhoso e protetor deles. Ainda detém inseguranças e, a principal delas, é não ser bom o suficiente — para a Ordem, para seus amigos, para si mesmo. Por mais que tenha aceitado o lobisomem, Remus ainda tem seus receios e, por vezes, tem dificuldade em exercer o amor próprio — por exemplo, ainda não é o maior fã de espelhos, somente possuindo um (em seu banheiro) o qual somente olha antes de sair de casa. Não é difícil encontrá-lo descabelado e desarrumado, as olheiras mais fundas que o normal, após noites sem dormir — quando começa a ler, é fácil para ele se perder nas palavras e negligenciar sua própria saúde. Mesmo que, no momento, não esteja atuando na área acadêmica, Remus nunca deixou de estudar feitiços e, especialmente, aqueles relacionados a DCAT. Em fato, é dono duma ambição muito maior que deixa transparecer: e, em seus anseios por conhecimento, se aventurou em aprender alguns feitiços das artes das trevas. Também tentou criar alguns próprios, sucendendo.
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✶ { FLY ME TO THE MOON, LET ME PLAY AMONG THE STARS }  ✶ .
Gênero: Homem cisgênero.
Sexualidade: Ace-bissexual. 
Orientação romântica: demirromântico. 
Aparência
Cabelo: Loiro mel.  
Olhos: Azul acinzentado. 
Altura: 1.80m. 
Cicatrizes: Inúmeras, pequenas e grandes espalhadas pelo corpo; a mais proeminente é uma em seu rosto, sobre o nariz e outra, mais recente, em seu peito. 
Estilo: x, x, x, x.
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Bicho papão: Outrora, fora a lua — representando seu medo em perder o controle, de tornar-se o lobisomem para sempre. Agora, contudo, são as figuras encapuzadas que seguem Voldemort: comensais da morte. 
Espelho de Erised: Vê a si próprio condecorado com uma Ordem de Merlin, os pais atrás de si, Lyall finalmente o encarando nos olhos uma vez mais. 
Varinha:  10¼" Cipreste, núcleo de pelo de unicórnio.
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Devido seu histórico com tratamentos experimentais e hospitais, Remus tem aversão a remédios, ficar doente e ambientes hospitalares — prefere cuidar de si próprio e tomar poções que possuam efeitos imediatos. Mas, no geral, faz o melhor para manter sua saúde, comendo de maneira saudável e se exercitando (nada exagerado, somente exercícios básicos).
Originalmente, Dumbledore o oferecera um cargo no corpo docente de Hogwarts. Contudo, ainda que tenha sentido-se lisonjeado, recusou: não queria causar problemas ao diretor caso os pais dos alunos descobrissem que contratara um lobisomem.
Apesar de nunca ter participado do clube em seus anos em Hogwarts, Remus é muito bom em duelos — em fato, é muito bom na prática de feitiços, em geral. Isso pois, sua especialidade e foco de estudo são feitiços: desde sua etimologia (linguística é sua outra área de interesse) até uso, Remus é fascinado por eles. Sua ênfase está em feitiços de proteção (relacionados a DCAT) e dos usos cotidianos. Gosta de tentar aprimorá-los, modificá-los para diferentes usos e, até, criar os próprios. Em sua curiosidade e sede por conhecimento, Lupin aprendeu uma quantidade significante de feitiços das artes das trevas — incluindo as maldições imperdoáveis. Em sua percepção, não existem feitiços bons ou ruins: é a mente do bruxo que irá carregar as ideologias que determinará o “bom” ou “mal” uso.
É péssimo com vassouras e, em fato, as odeia. Prefere aparatar, utilizar o sistema de lareiras ou dirigir (tirou carteira de motorista recentemente!). Outra curiosidade: aprendeu apenas o suficiente de Quadribol para acompanhar os jogos dos amigos mas, qualquer coisa sobre o esporte que não esteja relacionado a Hogwarts, Remus não sabe.
Há uma hortinha (com frutas, vegetais e ervas) em seu quintal que foi construída pelos antigos locatários e que, quando mudou-se, Remus decidiu manter. Gosta da atividade de plantar e cultivar: sua cozinha e sunroom possuem algumas outras variedades de plantas, mágicas e não-mágicas.
Seu espaço favorito em sua casinha é o sunroom que, além de plantas, abarrotou de livros. Quando tem tempo livro, é lá que o encontra, deitado numa poltrona com uma xícara de chá flutuando ao seu lado enquanto lê.
Remus ama filmes. Seus favoritos, no momento, são Murder by Death e Grease. Vai ao cinema, pelo menos, uma vez ao mês e, se possível, assiste mais de um filme numa noite.
Suas posses mais preciosas são seus tocador de discos e seu walkman. Tem uma quantidade considerável de discos e fitas em sua coleção incluindo Abba, The Cure, Pink Floyd, David Bowie, Dolly Parton, Billy Joel, etc.
Começou muito recentemente a estudar oclumência.
Remus é um ótimo cozinheiro. Adquiriu suas habilidades culinárias com sua mãe e, por isso, a maioria das receitas que sabe consistem em doces. Tem um sweet tooth e não é difícil encontrá-lo comendo doces (sempre tem uma coleção de balas nos bolsos do casaco), especialmente barras de chocolate (70% cacau).
O único vício que possui é o de fumar. Aquiriu o hábito na adolescência e, bem, não tem interesse em parar. Contudo, não bebe desde os dezenove anos.
Faz completo e total uso de invenções trouxas. A máquina de lavar e o micro-ondas são seus melhores amigos. Além disso, se comunica com sua família, na França, através de telefone (considerando tal prática mais seguro que cartas).
Por nacionalidade é galês, por etnia é galês e francês — o primeiro por parte de mãe (nascida e criada em Swansea) e o segundo por parte de pai (nascido na França e criado em ambos Paris e Londres). A mãe se esforçou para criá-lo de maneira que mantivesse os laços com seu “lado” galês e o “lado” francês, o alimentando sobre a cultura de ambos (na falta dos esforços do pai).  
Ainda que aprecie a descoberta das propriedades de wolfsbane, Remus descobriu ter sentimentos controversos sobre a poção. Por um lado, é grato por ter uma alternativa (uma escolha) e não nega a utilidade ou uso da poção. Por outro, o é difícil não associá-la aos traumas de sua infância, sentindo tamanha aversão a usá-la — se tivessem a descoberto antes… muita melancolia poderia ter sido evitada. Além disso, após anos praticando e, enfim, conseguindo desenvolver seu próprio método de manter a consciência durante as transformações, teme crescer dependente da poção e acabar perdendo seu progresso (e a conexão que formou com sua “comunidade”, com o lobisomem em si). 
Tem medo de altura e de insetos (particularmente baratas, mosquitos, louva-a-deus, gafanhotos, mariposas). Por conta de seus traumas, também tem fobia de locais escuros (ainda que, com anos, tenha ficado melhor) e deixar janelas abertas durante a noite.  
Sua estação favorita é o outono e, apesar não ser muito chegado em celebrações, detém determinado carinho pelo Halloween. Afinal, é a única noite no ano em que é aceitável ser uma criatura assustadora. 
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remu’s mixtape (2) — connections / headcanons / prompts list.
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✶ { IT’S ONLY ME, DEAR, IN MY MIDNIGHT DISGUISE }  ✶ .
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self-para: what doesn’t kill you makes you wish you were dead
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°  ·  WHAT DOESN’T KILL YOU, MAKES YOU WISH YOU WERE DEAD.  ·  🌿 — {  SELF-PARA.
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No cume da colina, o casebre vitoriano repousava solitário, a silhueta torta sobrepondo o povoado de Hogsmeade. Há muito não se ouvia os gemidos agoniados que, outrora, haviam a rendido o título de assombrada. Mesmo assim, nada além de insetos e os ocasionais animais desabrigados se aventuravam por ali. O luar espiava o cômodo através das rachaduras do telhado, holofotes para as partículas de poeira valsando pelo ar. O ciciar das árvores e o distante piar das corujas eram os únicos sons a ecoar pelas paredes descascadas. Fugindo da cruviana, um gato se espreitara para dentro da casa decrépita, pulando sobre móveis quebrados até reconfortar-se na cama de dossel. De repente, com um pop, uma figura desgrenhada materializou próximo à porta. Colocando-se de pé, alerta, o gato chiou, as íris amareladas observando conforme a silhueta encurvada cambaleava pelos cantos até cair no colchão — o animal curvou a cabeça em direção ao homem mas, ao que esse deixou um longo e doloroso grunhido, o felino recuou e, com um pulo, correu para fora do quarto.
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TRIGGER WARNING  |   Menção (semi-descritiva) de relação parental disfuncional & tóxica;  menção de sangue  (não descritivo);  menção de auto-aversão (não descritivo); menção (semi-descritiva) de ferimentos & violência; alusão a depressão. 
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Forçando o corpo a virar no colchão, Remus não conteve outro uivo agoniado. Sentia cada músculo e osso em seu corpo a repuxar e latejar. Inalando o ar empoeirado, tossiu, sentindo o gosto metálico subindo pela garganta conforme cada arfada de ar expelia sangue. Tentou mover-se, mas os membros estavam pesados, como se ainda estivessem sendo pressionados pela força do lobisomem. Deitou a cabeça para trás, as pálpebras exaustas se recusando a abrir, e os cantos dos olhos coçando com o lacrimejar. Uma solitária lágrima escorreu pela bochecha com a excruciante ardência no tórax. Conseguia sentir onde Fenrir Greyback havia rasgado-lhe a pele, mas também sentia os cortes donde a aparatação apressada haviam o cortado, feridas profundas e impiedosas como as garras afiadas do homem. Esparramado sobre o colchão, a febre intensificava a exaustão. Memórias persistiam em afundá-lo num delírio e, antes que percebesse, sua consciência dissipava.
      ·  {  WHAT DOESN’T DESTROY YOU, LEAVES YOU BROKEN INSTEAD }  ·
Quinze anos antes, Fenrir Greyback não contaminara somente seu sangue. Tal qual um gatuno, o lobisomem saltara o peitoral da janela para dentro de seu quarto, atacando-o onde deveria sentir-se seguro — o capturara e vexara sobre o carpete de dinossauros, em frente às pinturas tortas duma família de três. Tendo desmaiado segundos após a segunda mordida, em suas memórias, a ajuda nunca chegara. Quando os curandeiros haviam sacudido as cabeças para às súplicas do patriarca e o mandado para casa, mesmo após o uso de mágica para a limpeza do local, o odor de pelos molhados e lodosos continuava a atazaná-lo. Mesmo quando adotaram o estilo nômade, as orbes azuladas persistiam em procurar a criatura se espreitando na escuridão: cada vento que quebrava contra as vidraças era como se ele estivesse ali, o provocando; o farfalhar das folhas eram seus passos, os rangidos das calhas sua risada diabólica. Repousar em sua cama, cercado pela escuridão, era retornar para àquela madrugada — e, nas manhãs seguindo as transformações, as memórias das violências que cometera invadiriam sua mente com vividez: as unhas formigavam ansiando estraçalhar, as pupilas dilatavam com o aroma enferrujado e os ouvidos detectariam os padrões duma criatura há quilômetros de distância. A cólera causava-lhe arritmias, um sentimento tão intenso e fervoroso que o levava à morder e arranhar. As marcas que adornavam-lhe o corpo também se encontravam nos batentes, pisos e, por um tempo, pelo tronco do pai. A lua cheia acontecia uma vez ao mês e, cada vez que o corpo reconfigurava-se, nos dias que seguiam, precisava se reajustar a ele, como se trajasse uma fantasia incômoda. As dores e ferimentos o acompanhariam pelos outros dias do mês, constantemente drenando a cor de seu rosto, brincando com sua sanidade. Sua mente parecia um território inimigo cujo domínio lutava para conquistar — muitas vezes, não conseguia distinguir entre as próprias vontades e das criatura. Tinha medo de adormecer e de acordar, de que um dia o animal violento o consumiria. Muitas vezes, desejara que pulasse sua janela novamente, e o ceifasse duma vez.
Mas, enquanto Fenrir Greyback o transformara numa besta, Lyall Lupin o transformara num monstro.
     ·  {  THINGS FALL APART BUT NOTHING BREAKS LIKE A HEART  }  ·
Quando tem quatro anos, Remus Lupin sabe o quê é amor. Amor é o que sente quando a mãe beija-o na testa antes de dormir; são as vozes diferentes que o pai usa quando está contando sobre um mundo inimaginável; um bolo de chocolate numa manhã de domingo. “Eu te amo” são palavras mágicas que fazem com quê os adultos o deem abraços apertados e a garotinha com sardas o dê um beijinho na bochecha durante o intervalo. Amor estava costurado nos pormenores daquelas paredes que chamava de casa.
Aos meros seis anos, quando o sussurram que o motivo pelo qual virava noites em delírios causados pelas dores, que o corpo enfraquecia e empalidecia, que sentia como se sua mente não o pertencesse era porque estava doente, Remus estimara por aqueles gestos com os quais acostumara. Toda criança enferma não deseja nada além do aconchego dos progenitores. Esperava receber um beijo na testa, ter os cabelos afagados e ouvir os “Contos de Beedle, o bardo” até adormecer. Estimara os abraços da mãe, as palavras encorajadoras do pai. Mas os abraços dela não eram mais aconchegantes: eram apartados, sufocantes. O gentil brilho de seus olhos haviam se tornado opacos, vazios. E quando acariciava-lhe as madeixas, eram com dedos trêmulos e lágrimas escorrendo pelas bochechas que, na mesma medida que as suas, haviam perdido a saliência. E o pai… as únicas vezes que o segurava era nas manhãs após as transformações, por poucos minutos, frouxamente — até algum curandeiro abrir a porta e sua mãe correr para agarrá-lo, e o homem deixaria o quarto sem olhar para trás. Nos dias em que conseguia levantar da cama, percebia que Lyall recuaria para o escritório e não sairia até que repousasse. Era como se a ideia de vê-lo o aborrecesse. A única exceção havia sido quando, numa tarde amena de primavera, quando moravam num povoado nos limites de Yorkshire, sentara na grama do quintal para apreciar o céu. A mãe o dissera que o ar limpo o faria bem. Mas, antes que pudesse catalogar as formas das nuvens, sentira o braço ser puxado com tanta força que as pernas esguias começaram a tremer, certo que o monstro voltara para devorá-lo — mas era seu pai, o arrastando para dentro com a cara avermelhada. Ele batera a porta e gritara sobre como não podia deixar a casa enquanto não se livrassem daquela doença. Fora a primeira vez que o vira daquela maneira e, depois daquilo, as portas que davam para o lado de fora passaram a ser trancadas com magia.
Então, amor passou a ser os estranhos que o davam poções e espetavam-lhe, esperando reações que nunca vinham. Eram as noites que a mãe passava chorando sobre sua cabeça, a porta trancada do escritório no fim do corredor. Era a maneira como o restringiam na cama quando sua raiva era tão intensa que se machucava.  
Quando haviam vendido a casa, não os sobrara nada. As pelúcias que abraçava para dormir, os cartões comemorativos que adornavam a geladeira, os livros que usava para praticar a leitura. Para facilitar a locomoção, todos os pertences haviam sido vendidos. Sobrara apenas uma fotografia que, muitas vezes, encontrara aconchegada no meios dos braços da mãe. Nela, ainda possuía as bochechas rosadas e o sorriso inocente. Uma vez, contudo, quando se arrastava silenciosamente pelos corredores da casa numa madrugada em que os pesadelos não o deixavam adormecer por muito tempo, encontrara a porta do escritório entreaberta. Em sua curiosidade infantil, espiara: para sua surpresa, o pai estava curvado na cadeira e, agarrado contra seu peito, sua pelúcia favorita. Outrora, havia a carregado por todos os lados, conversado com ela por horas e a manchado com chá. O pai chorava, apertando o coelho de pelúcia até o estofamento sair pelas descosturas. Então, aos mero nove anos, Remus compreendia. Quando Fenrir Greyback pulara a janela de seu quarto, seus pais haviam perdido um filho.
Continuavam a chamar sua condição de doença, mas há muito ouvira os sussurros sobre a verdade. Sobre como tornara-se uma das feras que o pai caçava. Eles haviam perdido um filho porquê aquilo que se tornara não era a criança que haviam amado, o que exibia largos sorrisos em fotografias e recitava o abecedário sem gaguejar.  Ele era um monstro. Um dia, num café da manhã, alguns meses antes de seu aniversário de onze anos, na rara ocasião em que Lyall sentava à mesa com ele, Remus perguntara. “Por que vocês não me mandam embora?” Passara muitos dias pensando naquilo. Que os pais poderiam mandá-lo embora, deixar que virasse o fardo de outra pessoa. Quem sabe arrumar outro filho.  “E quem iria querer isso?” Lyall respondera após longos minutos, baixo, antes de retornar para o escritório. Foram somente anos depois que considerou que isso era a situação — mas não machucou menos. Em sua culpa e luto, o amor do patriarca se mostrara egoísta. A única versão de Remus que habitava seu coração era àquela que perdera na noite que o lobisomem o mordera.
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A consciência retornou num supetão, o corpo o incitando a acordar. Era impossível dizer quanto tempo passara, mas alguns feixes de luar o acariciavam-lhe o rosto, como se reconhecessem um velho amigo. Apesar do cochilo, sentia-se mais exausto que antes e, quando apoiou os cotovelos no colchão para levantar, sentiu uma pontada excruciante em suas costelas. Permaneceu naquela posição por alguns minutos, a respiração pesada e vagarosa, enquanto reunia forças para colocar-se de pé. Precisava tratar dos ferimentos antes que sua consciência decidisse esvair novamente, exceto que, se o fizesse, temia que não retornaria.
Com um grunhido, agarrou-se ao poste da cama, o utilizando de apoio ao colocar-se de pé e, então, cambaleou pelo cômodo.  Não precisou murmurar um encantamento para iluminar o local, encontrando seu caminho através da memória. Contrário de seus aposentos, a solitária casa na colina tornara-se seu refúgio. Mesmo no escuro, sabia onde estavam os pôsteres de bandas de rock, as coloridas bandeiras de times e o estandarte da grifinória, fixados com magia — assim como onde as fotografias haviam estado, antes de retirarem-nas ao se formarem, deixando apenas resquícios de cola e papel fotográfico para trás. Tinham transformado aquele espaço para eles, para que as madrugadas que insistia em passar sozinho fossem menos solitárias.  
Odiava recorrer à Madame Pomfrey para cada dor o incomodando ou machucado que reabria. Mesmo que o recebesse com palavras dóceis e sorrisos gentis, sua mente sempre voltava para os curandeiros com mãos calosas, os olhares ávidos tal qual um cientista a brincar com seu rato. Estocara bandagens e ingredientes para cataplasma, visto que não podiam utilizar de caldeirões ali, para as manhãs em que estava debilitado demais para conjurar feitiços. Durante seus primeiros anos na Ordem, retornara para aquele local muitas vezes quando ferido, a fim de evitar ser um estorvo para outros membros — por isso, sabia que o estoque ainda estava ali, cheio. Se ajoelhou no chão, próximo a inutilizada lareira, puxando uma tábua no chão para revelar os vidrinhos e caixas de suprimento. Usou a baixa claridade e o olfato para encontrar o quê precisava e, com dificuldade, preparou o cataplasma.
Terminou de rasgar a camiseta — que, após a altercação daquela noite, era mais trapos que roupa —, seguindo a aplicar a mistura sobre os cortes, rangendo os dentes a cada vez que os dedos tocavam a pele. Lágrimas teimaram em cair, e Remus precisou respirar fundo algumas vezes. Quando todos os cortes estavam devidamente úmidos com a pasta, passou a envolver-se nas bandagens, apertando o máximo que conseguia em seu desajeito. Então, por fim, deixou-se descansar contra a parede antes que precisasse continuar com os encantamentos.
   ·  {   I AM THE MONSTER YOU CREATED, YOU RIPPED OUT ALL MY PARTS.  }  ·
Consumido por seu luto, Lyall procurara por e acatara qualquer tratamento que encontrava. Quando nem os bruxos estrangeiros conseguiram inventar uma cura, recorrera aos tratamentos trouxas. Mas, cada um e todos, somente haviam causado sofrimento a Remus. Físico e mental. Não importava o quanto protestasse, o patriarca estava obcecado. E, sempre que exibia reações adversas às esperadas, Lyall apenas viraria de costas e o deixaria para ser cuidado pelos curandeiros, sob os soluços desesperados da mãe. Nenhuma palavra encorajadora, nenhum murmúrio que as coisas ficariam bem. Aos dez anos e meio, Remus era uma criança esguia e comprida de pele translúcida e profundas olheiras avermelhadas, marcado por incontáveis cicatrizes e escondido atrás de bandagens. Cobrira cada superfície que refletisse sua imagem e, em ataques de pânico e cólera, quebrara alguns. Da mesma maneira que o patriarca não conseguia olhá-lo, Remus repugnava a própria imagem. A própria existência, em fato. Interpretavam a distância do pai como outro indício do quão asqueroso e ignóbil era, que não havia esperança para alguém como ele. Quando partira no trem, a mãe convencera Lyall a diminuir as pesquisas uma vez que estaria longe e o diretor prometera que estaria em bons cuidados.
Em seu primeiro ano em Hogwarts, estivera apavorado com a noção de compartilhar o aposento, de estar cercado por estranhos. Era, afinal, a primeira vez socializava com pessoas além dos progenitores em muitos anos; anos que passara com medo da própria sombra, desconfiado dos próprios instintos. Contudo, viver no dormitório o ajudara a fingir que não se importava com o escuro. Quando as luzes se apagavam e os olhos permaneciam abertos na penumbra, se acalmava dizendo que os vultos se movendo por entre as camas eram os colegas de quarto. Os truques de sua mente perdiam efeito a cada madrugada que perdiam em conversas, comendo doces e gargalhando até o amanhecer. Mas o zelo dos amigos também expusera as profundas feridas em seu coração.
Quando aqueles três garotos decidiram por acatá-lo mesmo com seu “probleminha”, desesperadamente almejara por mantê-los por perto. Embora rumores dissessem o contrário, Remus nunca desejara pela popularidade e reputação: seu único desejo era a amizade que o ofereciam, a maneira como o faziam sentir que pertencia, que sua presença era estimada. Mas não demorou a perceber que não era apenas a licantropia que o diferenciava deles. Somente quando os observara regozijando de suas adolescências — se apaixonando, criando problemas, se metendo em brigas, compartilhando seus sonhos — que percebera que alguma coisa dentro de si se quebrara há muito tempo. 
Ao contrário deles, Remus não conseguia existir livremente. Cada decisão que tomava, cada vontade ou opinião que expunha eram feitas com minuciosa consideração. Pois, em seu âmago, estava apavorado que, a qualquer segundo, cometeria um erro que provaria as noções do patriarca: que era um monstro. Muitas vezes sentira como se estivesse a trajar uma máscara. Temia demonstrar como sentia-se, expor a cólera e a melancolia em sua verdadeira intensidade e eles decidirem que não o amavam mais. Porque, para ele, amor não se mostrara um sentimento incondicional e infinito: amor era um sentimento egoísta. Passara noites afogando em inveja, ponderando como as coisas seriam se nunca tivesse sido mordido… se em vez de se recuar no escritório, Lyall o tivesse dito que estava tudo bem. E a cada dia, sua cólera se intensificava. Contra si, contra o pai. Sempre que recuava quando o demonstravam afetos, o ofertavam elogios ou congratulações; que sentia o pânico o tomar quando encontrava conforto sentado entre eles, gargalhando e se aconchegando ao redor da lareira. Continuaria sendo o “amável Lupin” nas visões de seus amigos se pudessem ler seus pensamentos? Se soubessem o quanto repudiava cada milímetro de si mesmo. Como, secretamente, implorava que alguém o olhasse feio num corredor ou o dissesse a coisa errada para que tivesse uma desculpa para descontar sua raiva. Como desesperadamente se comportava e mantinha suas aparências para que não suspeitassem que estava podre por dentro, desprovido de qualquer resquício de amor. Mesmo quando sentia-se, genuinamente, contente pelas conquistas e feitos deles, ouvia as vozes intrusivas em sua mente o sussurrando, criando dúvida sobre as próprias emoções, o mandando numa espiral de auto-aversão. O quanto, pateticamente, ansiava pela companhia, pela afeição, pela leveza com a qual caminhavam por aquele mundo. As demonstrações de afeto nunca seriam apenas um único abraço, um mero beijo, uma dança ou tocar de mãos: eram degustações daquilo que almejava e nunca poderia ter. Porque haviam muitos riscos, porque era um covarde.
Fenrir Greyback trincara seu âmago mas, numa azeda realização, percebera que fora o pai quem terminara de quebrá-lo. Perdido em sua culpa, Lyall partira seu coração, deixando um buraco impossível de ser preenchido. Sua mãe havia estado como ele: trouxa, as únicas coisas que sabia sobre o mundo mágico eram aquelas que haviam sido contadas pelo marido. Lyall a alimentara as próprias crenças, que o único filho tornara uma abominação, que haviam o perdido para sempre. Mas, quando adentrara a escola e fizera amigos, e o diretor a escrevia semanalmente sobre seu progresso, a mulher aceitara que, apesar das mudanças, ainda era seu filho. Porém, nenhuma conquista era o suficiente para seu pai. E, quando ele caíra de joelhos e o pedira perdão, não o concedera. Uma única vez em sua vida, agira em seus instintos, o negando de misericórdia — queria que ele sofresse como havia sofrido, mesmo que soubesse que aquilo nunca seria possível.
Quando conhecera outros lobisomens, encontrara conforto em saber que existiam outros como ele que não compactuavam com os métodos de Fenrir Greyback. Outros que entendiam que seus medos e inseguranças iam para além da licantropia. Que haviam passado pelos mesmos traumas e compartilhavam dos mesmos medos. Outros que sabiam como era temer os vultos no escuro, o quão fácil era de perder o controle e, acima de tudo, que sabiam como era ser abandonado e machucado por aqueles que deveriam os amar incondicionalmente. Entre eles, não se sentira nos extremos — não era nem um monstro violento, nem completamente absolvido de suas imperfeições. E, mesmo assim, não sentira-se entre os seus. 
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Precisou se arrastar pelo quarto em busca da varinha que, quando se materializara, caíra de sua mão ao que sentira as consequências da aparatação corrida: não tivera escolha, se não tivesse aparatado naquele momento — quando Fenrir Greyback lutava contra os efeitos da maldição que lançara contra ele —, teria sido arremessado ao chão novamente e, por fim, virado a refeição de outrem. Encontrou a varinha ao lado duma cômoda, próximo donde havia aparatado. Conforme o cataplasma esquentava, as propriedades curadoras surtindo efeito, a força retornava ao corpo de pouquinho. Ainda sim, teve dificuldades para levantar, primeiro se colocando de joelhos e, então, se apoiando nos móveis para caminhar a cama. 
Havia abaixado a guarda, cometido um erro. Estivera seguindo outro seguidor de Voldemort, tentando coletar informações sobre os desaparecimentos recentes. Não esperara que o lobisomem estaria nas redondezas — por mais que estivesse disfarçado aos olhos humanos, para outros de sua “espécie”, seu cheiro era reconhecível. Especialmente para aquele que o havia transformado. Fora assim que ele o encontrara naquela noite. Mas Greyback não se aproximara para confrontá-lo, pelo contrário, quisera relembrá-lo que sua proposta ainda estava de pé. Você nunca será como eles, Lupin. Sabe disso. O Lorde das Trevas possui propostas muito mais interessante para pessoas como nós. A voz rouca e animalesca dissera. Haviam se encontrado outras vezes quando estava infiltrado nos campos de lobisomem e, na última vez, insistira para que se juntasse a ele — na época, os Potter estavam escondidos e suspeitara que a persistência dele provinha deste fato. E, desta vez, imaginava que as intenções dele com a oferta não eram muito diferentes. Minha resposta permanece a mesma: nunca. Então, a altercação começara. 
Sentou na cama com um grunhido e, sentindo incômodo, flexionou o pescoço, rangendo os dentes quando sentiu a ardência na mordida que recebera ali, entre a base e o ombro. Se ajeitou, seguindo a murmurar encantamentos para auxiliar no processo de cura. Precisaria avaliar, com maior precisão, os ferimentos pela manhã mas conseguia sentir que haviam, ao menos, três costelas quebradas que, ao pronunciar o encantamento, fizeram um crac. Mesmo na forma humana, as lesões provocadas por um lobisomem eram “venenosas”: independente dos esforços ou do quão habilidoso era, sabia que demorariam algumas semanas para se curarem — e que ganhara novas cicatrizes para sua coleção. Ainda que desprovido dos efeitos da lua cheia, Greyback encontrara maneiras de manter sua força, seus reflexos e suas afiadas garras. Era, verdadeiramente, um animal. 
Fora graças às suas experiências nos acampamentos de lobisomem que conseguira sobreviver naquela noite sendo somente conseguira sacar sua varinha poucos segundos antes de aparatar, desferindo um único feitiço contra ele —  antes, fiara-se em suas habilidades com seus punhos. Aprendera a lutar com outros de sua “espécie” porque, nos acampamentos, grande parte deles  rejeitava os métodos dos bruxos. O resto eram trouxas que haviam sido forçados para aquele mundo por lobisomens como Fenrir Greyback. Viviam como verdadeiras matilhas de lobos e, para conquistar sua confiança, precisara agir como eles. Precisara machucar e se machucar até que o aceitassem. Havia sido uma experiência única, divertida até. Marcos (um… amigo que fizera ali), insistira inúmeras vezes para que ficasse, que abandonasse aquelas guerra. O que já fizeram por nós? Mas Lupin não encarava daquela maneira. Era tão bruxo quanto lobisomem; tão trouxa quanto bruxo. Por mais que o mundo mágico continuasse a negá-lo — fosse por seu status sanguíneo ou condição —, não recuaria. E não lutava apenas por si, mas pelos amigos: para que Harry, Neville e tantos outros pudessem crescer sem medo, cercados por aqueles que os amavam.  De qualquer maneira, sobrevivera aquela noite por conta do quê aprendera com “aqueles como ele” e era grato. 
Com um suspiro, deixou-se cair para trás no colchão, sentindo a exaustão o consumir conforme a dor era amenizada. Ao contrário de sua casa, a Casa dos Gritos era desprovida de feitiços de proteção, mas sentia-se seguro ali. Sabia que apenas três outras pessoas naquele mundo poderiam encontrá-lo ali, ninguém mais. Aquele havia sido seu conforto no passado, e continuava a ser no presente. Por isso, não demorou a adormecer, deixando para lidar com relatórios pela manhã. 
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✶ { T R I V I A }  ✶ —  ·  ‘ 𝖙𝖍𝖊𝖗𝖊'𝖘 𝖓𝖔 𝖘𝖔𝖓𝖌 𝖋𝖔𝖗 𝖙𝖍𝖊 𝖈𝖍𝖔𝖎𝖗
Devido seu histórico com tratamentos experimentais e hospitais, Remus tem aversão a remédios, ficar doente e ambientes hospitalares — prefere cuidar de si próprio e tomar poções que possuam efeitos imediatos. Mas, no geral, faz o melhor para manter sua saúde, comendo de maneira saudável e se exercitando (nada exagerado, somente exercícios básicos). 
Originalmente, Dumbledore o oferecera um cargo no corpo docente de Hogwarts. Contudo, ainda que tenha sentido-se lisonjeado, recusou: não queria causar problemas ao diretor caso os pais dos alunos descobrissem que contratara um lobisomem. 
Apesar de nunca ter participado do clube em seus anos em Hogwarts, Remus é muito bom em duelos — em fato, é muito bom na prática de feitiços, em geral. Isso pois, sua especialidade e foco de estudo são feitiços: desde sua etimologia (linguística é sua outra área de interesse) até uso, Remus é fascinado por eles. Sua ênfase está em feitiços de proteção (relacionados a DCAT) e dos usos cotidianos. Gosta de tentar aprimorá-los, modificá-los para diferentes usos e, até, criar os próprios. Em sua curiosidade e sede por conhecimento, Lupin aprendeu uma quantidade significante de feitiços das artes das trevas — incluindo as maldições imperdoáveis. Em sua percepção, não existem feitiços bons ou ruins: é a mente do bruxo que irá carregar as ideologias que determinará o “bom” ou “mal” uso. 
É péssimo com vassouras e, em fato, as odeia. Prefere apartar, utilizar o sistema de lareiras ou dirigir (tirou carteira de motorista recentemente!). Outra curiosidade: aprendeu apenas o suficiente de Quadribol para acompanhar os jogos dos amigos mas, qualquer coisa sobre o esporte que não esteja relacionado a Hogwarts, Remus não sabe. 
Há uma hortinha (com frutas, vegetais e ervas) em seu quintal que foi construída pelos antigos locatários e que, quando mudou-se, Remus decidiu manter. Gosta da atividade de plantar e cultivar: sua cozinha e sunroom possuem algumas outras variedades de plantas, mágicas e não-mágicas. 
Seu espaço favorito em sua casinha é o sunroom que, além de plantas, abarrotou de livros. Quando tem tempo livro, é lá que o encontra, deitado numa poltrona com uma xícara de chá flutuando ao seu lado enquanto lê. 
Remus ama filmes. Seus favoritos, no momento, são Murder by Death e Grease. Vai ao cinema, pelo menos, uma vez ao mês e, se possível, assiste mais de um filme numa noite.
Suas posses mais preciosas são seus tocador de discos e seu walkman. Tem uma quantidade considerável de discos e fitas em sua coleção incluindo Abba, The Cure, Pink Floyd, David Bowie, Dolly Parton, Billy Joel, etc. 
Começou muito recentemente a estudar oclumência. 
Remus é um ótimo cozinheiro. Adquiriu suas habilidades culinárias com sua mãe e, por isso, a maioria das receitas que sabe consistem em doces. Tem um sweet tooth e não é difícil encontrá-lo comendo doces (sempre tem uma coleção de balas nos bolsos do casaco), especialmente barras de chocolate (70% cacau).
O único vício que possui é o de fumar. Aquiriu o hábito na adolescência e, bem, não tem interesse em parar. Contudo, não bebe desde os dezenove anos.
Faz completo e total uso de invenções trouxas. A máquina de lavar e o micro-ondas são seus melhores amigos. Além disso, se comunica com sua família, na França, através de telefone (considerando tal prática mais seguro que cartas). 
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r-lvpin · 2 years
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· ˋ tags. 
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