Léonor de Récondo, no livro “Ponto cardeal”. tradução Amilcar Bettega. Fluminense, 2020
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Milan Kundera, no livro “A festa da insignificância”. tradução Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca. Companhia das Letras, 2014
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instagram: cs.poesia
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Minha liberdade não te pertence!
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minha vó sentada à mesa num natal
com seus oitenta e poucos anos
disse que éramos uma família
de mulheres poderosas
que ninguém podia nos derrubar
mas quando eu saía na rua
o mundo não parecia concordar
eles não sabem
que sou feita de revolta e garra
que minha mãe cuidou sozinha de três filhas
com pouca grana
num bairro afastado
e que a herança que trago disso
me faz gigante
resistente
indelével
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nos amamos alucinadamente
loucos insanos desvairados demais
pra sustentar
as partes sóbrias
do amor
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POESIA
Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Carlos Drummond de Andrade, in “Alguma Poesia”.
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De uns tempos pra cá, tenho acordado no susto. Sempre com a estranha sensação de estar atrasado para um compromisso que não existe. Sempre com aquela angústia desnecessária de estar devendo ao mundo um poema que nunca será escrito.
Eu me chamo Antônio.
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Refugiei-me na doideira porque a razão não me bastava.
Clarice Lispector, Um sopro de vida.
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Você disse que eu sou uma raio de sol
Mas eu não te ilumino
Eu te queimo
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o amor nunca teve a ver com dependência.
amar não é olhar nos olhos de uma pessoa e falar que você não vive sem ela.
amar é saber que você vive perfeitamente sem esse alguém, mas ainda assim preferir caminhar ao lado dessa pessoa. e se um dia não der certo, amar é não guardar rancor e aceitar que ta tudo bem.
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É exactamente porque não há solidão que dizes que há solidão. Imagina que eras o único homem no universo. Imagina que nascias de uma árvore, ou antes, porque eu quero pôr a hipótese de que não há árvores, nem astros, nem nada com que te confrontes: supõe que o universo é só o vazio e que tu nascias no meio desse vazio, sem nada para te confrontares. Como dizeres «eu estou sozinho»? Para pensares em «eu» e em «sozinho» tinhas de pensar em «tu» e em «companhia». Só há solidão porque vivemos com os outros…
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Nunca se esqueça
o motivo de nenhuma de suas partidas!
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Quem sempre vive no calor e plenitude do coração , por assim dizer, na atmosfera de verão da alma, não pode imaginar o tremor de arrebatamento que assalta as naturezas mais invernais, quando excepcionalmente são tocadas pelos raios de amor e ar morno de um ensolarado dia de fevereiro.
Friedrich Nietzsche.
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Tenho cabeça, coração e me respeito.
Acredito em sonhos, não em utopia.
Mas quando sonho, sonho alto.
Estou aqui é pra viver, cair, aprender,
levantar e seguir em frente.
Sou isso hoje, amanhã já me reinventei.
Sou complexa, sou mistura.
Me perco, me procuro e me acho
Estou vivendo e aprendendo!
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