por lentes borradas de tristeza
nítidas impressões
porque tristeza pesa
e põe na balança
o que é de verdade
no infinitivo, ser triste
é des cobrir
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“quem briga com bicho, perde...!”
um vazio grande
que de tão grande
talvez não seja vazio
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tudo parou, mas está tudo mudando o tempo todo. e está todo mundo perdido, tão perdido que um texto vago como esse vai te encaixar perfeitamente. estamos líquidos, mas nos dissolvemos em solventes diferentes e eu não te toco, não te conheço, não te sinto mais. preenchemos os mesmos recipientes, que sem nós seriam só copos vazios, e ainda assim, não conheço tua química, teu sabor, não sei como é tua digestão.
se eu tivesse um automóvel, e soubesse dirigir, não sei se estaria dentro de casa esta noite ou se teria ido pra um lugar bem alto ver a chuva de meteoros, não sei se de alguma coisa adiantaria subir, porque se estiver nublado não verei nada. e a urbanidade pode ser tal que mesmo de uma rua alta, eu não veria nada. e talvez eu só me sentisse como aquele dia na praia, o céu estupidamente lindo, a maresia tão salgada que o ar tirava toda minha água pra misturá-la ao mar. o céu tão lindo que a ausência de uma alma qualquer, pra fazer companhia a essa alma aqui ateia, que chegou a me arrancar lágrimas. e eu queria segurar sua mão, ou talvez qualquer mão, não sei. a gente não raciocina quando se apaixona.
a chuva de meteoros está acontecendo, independente de eu ter recebido uma mensagem ou não, independente de não ter mandado alguma. ainda não dá pra ver aqui do Brasil, talvez só no Norte e Nordeste, disseram os jornais. de madrugada vai dar pra ver melhor. eu fiquei triste de ler essa notícia e saber que não tem como eu assistir esse show. mas poderia ser também o anúncio de um samba que eu não iria se fosse hoje de qualquer maneira. porque eu não quero vivenciar nenhuma experiência e no meio dela me dar conta de que não tem ninguém sentindo isso comigo.
de que adianta eu ler tantos poemas e não poder compartilhá-los? escrever poemas e guardá-los? não sei sambar a dois, mas peço, samba ao meu lado. deixa sua boca diluir na minha, sua roupa se embolar na minha, até ficarmos sem roupa, seu cabelo pegar o cheiro do meu, corre junto a mim outro caminho, deixe seu copo, beba do meu, eu deixo.
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- tenho vontade de ir embora
- à vontade, pode ficar aqui
- não entende, não há vontade de ficar
- à vontade, pode vir
- quero ir, não agora
- à vontade, quando houver vontade
- preciso que o tempo passe
- à vontade do tempo, vem
- não posso esperar
- à vontade, atropele-se
- já estou me atropelando
- à vontade, vem embora, que vontade só cresce
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Hyperbolic Shades 14
Dario Moschetta
Italy
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Me pregunto
si un recuerdo es algo que conservamos
o algo que hemos perdido.
– Benjamín Prado.
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Genoa - Italy (by Artur Staszewski)
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