scarletscurse:

    Apesar dos secretos, Scarlet era mais próxima de sua família do que se atrevia a admitir. Afinal, como não seria? A própria filosofia dos Malfoy já era voltada para colocar a família acima de tudo e uma criança superprotegida e mimada como Scarlet fora não podia ser outra coisa que não próxima de sua família. Doía nela esconder a licantropia de seus pais e avós, ter que lidar com aquele imenso problema sozinha, pela primeira vez em sua vida. Mas fora uma escolha consciente e na qual ela não voltaria atrás. Sua família já se preocupava demais com ela sem saber disso, não queria causar mais essa dor de cabeça aos Malfoy. Por isso ela ficou tão sem reação quando Scorpius descobriu. Arrependia-se de brigar com o irmão por causa disso, mas não conseguia se convencer a pedir desculpas quando ele claramente -ao seu olhar- era o culpado da confusão. Ela viu o irmão se aproximando, mas ao mesmo tempo que parte dela fez com que o ignorasse, outra parte a impediu de virar as costas e sair andando antes que o outro pudesse alcança-la. Sentia falta do irmão. Ela mordeu o interior da bochecha, levantando o rosto para encara-lo. “Você não precisa bancar o durão irritado, Scorp.” a voz fraca e delicada, que muitas vezes fora sua arma de manipulação com as mais diversas pessoas, era sincera. Porque era assim que ela se sentia quando brigava com alguém de sua família: pequena e impotente. “Eu não quero passar o natal brigada com você, mas… Eu preciso que você entenda que eu não fiz por mal…” Scarlet e Scorpius eram mais parecidos do que aparentavam. A mais nova também tinha seus problemas com o orgulho na hora de pedir desculpas quando era um pedido real e não algo apenas da boca para fora.

                 Scarlet não precisava dele como Scorpius se fazia pensar que precisava, porém, era simplesmente impossível agir de outra maneira com ela. Eram irmãos, eram família e nada no mundo era mais valorizado por ele do que a família. Sim, ele estava irritado. Sim, adoraria socar uma parede agora. Porém, sua irritação pendia muito mais sobre si mesmo do que sobre a irmã. Estava se odiando por sequer ter notado. Tudo acontecera abaixo de seus olhos e Scorpius só pensara que ela agia estranho, mas ignorara por completo. Sentia-se com certo nojo e vergonha de si. Deveria ter estado lá com ela. Nem fazia ideia dos tormentos que a mais nova passara completamente sozinha, não querendo dizer à família, pois pensava que era um peso a mais que teriam de carregar. Os olhos do Malfoy mais velho agora encaravam os próprios pés, assentindo aos dizeres da menor. Quando voltou o olhar sobre a loira não esperou mais nenhum segundo para puxá-la para um abraço. Bruto como era, momentos como aquele não tendiam muito a se repetir, mas sentira falta dela, acima de qualquer coisa. Sentia falta dos papos sem nexo, das risadas e dos momentos verdadeiros. Desde que ela nascera ganhara uma companhia em meio ao caos que era não só sua casa, mas como sua família. Eles eram irmãos, mas também parceiros e amigos. Sabia o quão forte ela era, ou melhor, ele imaginava já que a cada dia a menor se provava mais e mais resistente. Ainda assim esperava que ela lhe desse a chance de ser seu apoio quando necessário. ❝ —– Eu sei, Scarly. Mas eu tinha o pensamento bobo que podia te proteger do mundo e...❞ Sua voz desapareceu, cerrando os punhos e depositando um beijo no topo da cabeça de Scarlet. ❝ —– E eu falhei.❞ Murmurou, sentindo o gosto da saliva na boca amargar de uma hora para outra com o mísero pensamento. Afastou-se da irmã apenas para ter certeza de que a olharia nos olhos quando a mesma respondesse sua futura pergunta. ❝ —– Só me promete que, a partir de hoje, você não vai mais passar por isso sozinha. Me deixa te ajudar, ao menos me deixa tentar.❞ Pediu, ainda segurando o rosto da mais nova e esperando sinceramente que ela não o trancasse para fora mais uma vez. Ninguém merecia sofrer uma maldição daquelas sem nenhuma ajuda e ele faria o possível e até o impossível, caso necessário, para tornar toda aquela situação o menos aterrorizante e dolorosa possível para Scarlet. Afinal, era isso que famílias faziam.

❝I’m gonna stand by you❞ malfoy sibilings

❝I’m gonna stand by you❞ malfoy sibilings

w. @scarletscurse

                  As coisas não andavam as mil maravilhas entre ele e Scarlet. Após descobrir sobre a licantropia da mais nova de forma tão absurda parecia que uma onda de desconforto pendia sobre eles. Passara anos tendo problemas com Draco e Astoria, sem contar os problemas com o restante dos Malfoy. Sua família significava o mundo para si e ele detestava aquele clima horroroso sobre eles. No momento que pisara o salão sabia bem o que tinha de fazer, ir procurar a irmã. Não importava se ela havia escondido tão importante segredo, nada importava mais do que os dois poderem estar juntos num dia como aquele. Procurou-a incansavelmente até que a figura da garota lhe foi familiar ao olhar, andando na direção da mesma de imediato, sem qualquer hesitação. ❝ —– Podemos parar com isso?❞ Questionou, aproximando-se da mais nova e direcionando os olhos claros para os da mesma. ❝ —– Ao menos por hoje. É Natal, Scar, você é minha irmãzinha e sabe que eu odeio ter que bancar o durão irritado com você.❞ Murmurou num tom quase inaudível. Scorpius não era a melhor pessoa no quesito ‘pedir desculpas’. Mas a loira o conhecia e esperava realmente que ela entendesse as palavras que ele tanto se recusava a dizer em voz alta.

❝fill the glass ‘cause the last few days have kicked my ass❞  scorpius&afrodite

w. @afroditeskratch

                  Uma das primeiras coisas que fizera fora pegar uma bebida. Havia acabado de ter uma discussão com o pai sobre a razão de não ir passar o natal em casa e ficar bêbado era essencial para esquecer toda àquela dor de cabeça e simplesmente se divertir com os amigos. Assim que despejou o líquido do copo que acabara de pegar guela abaixo o Malfoy já sentia-se bem mais animado. Olhou em sua volta, checando o que os outros companheiros faziam. Sentia imensa falta de Hogwarts, ainda que houvesse se formado há poucos meses. Era realmente estranho não passar todos os dias nos corredores que conhecia desde os onze. A atenção de Scorp acabou, por fim, em uma figura sozinha e cabisbaixa em um dos cantos. Seu semblante logo demonstrou uma careta misturada com choque. Aquela garota, quem quer que fosse, estava tão necessitada quanto ele de esquecer as próprias tristezas por umas boas horas. Pediu mais duas doses, segurando com firmeza ambos os copos assim que erguidos para si, caminhando com largos passos na direção da garota e sentando ao seu lado sem nem dizer algo antes ou pedir licença. Scorpius não era bem conhecido por ser sutil. ❝ —– Seja qual for o problema que esteja te incomodando agora não há nada que um bom gole disso aqui não seja capaz de apagar por um tempinho.❞ Retrucou com um sorriso animado, erguendo um dos copos na direção da morena. ❝ —– Brinda comigo?❞ Questionou, agora erguendo o que havia em sua mão.

❝one of these days I bet your pride will be stolen❞ scorpius&angel

w. @itsweetieangel

                  ❝ —– E então, loira, tá a fim de apostar quem aguenta mais álcool? Porque estou com a certeza de que eu te venço, mas não quero perder a chance de te ver podre de bêbada.❞ O Malfoy retrucou no momento que o olhar revezou entre Angel e o copo em suas mãos, com um sorriso lateral enfeitando os lábios. Ele e a loira viviam competiam desde que se lembrava, não sabiam se eram amigos ou inimigos, mas Scorp sem dúvidas era um excelente competidor e não perdia a chance de vencê-la no que quer que fosse. Sendo assim, decidiu que a melhor maneira de quebrar o tédio seria com uma boa dose de álcool e, principalmente, com mais uma vitória para acrescentar ao seu histórico e ,em consequência, para comemorar na cabeça na mais nova nos dias que se seguiriam. Se ele lembrasse do que houvera na festa, é claro.

                  Scorpius mantinha os olhos fechados e a boca semi-aberta, soltando um proposital ronco quando Orion acabou de falar. O Malfoy era um puta imprestável, havia sim prestado atenção em cada palavra que dissera o amigo, mas não poderia nem morto perder a chance de zoar a respeito de sua macabra e triste história sobre o Natal. ❝ —– O que?❞ Murmurou, forçando um bocejo e coçando um dos olhos. ❝ —– Estava falando comigo?❞ Questionou, encarando o amigo com completa confusão e cansaço antes de gargalhar, batendo no ombro alheio algumas vezes. ❝ —– Brincadeirinha, buddy. Você sabe que não pode me levar a sério, né? Sem dizer que tô bêbado pra caralho.❞ Fez uma careta, como se desculpasse pela situação, bebendo o restante do líquido colorido de seu copo no segundo seguinte. Graças aos céus havia trazido seu estoque de álcool consigo porque, se dependesse do que havia por lá, estaria preso no tédio. O semblante então se fechou enquanto Scorpius realmente titubeava sobre a história de Orion. Mas que porra de história, hein? Não fazia ideia disso, cara, sinto muito. Disse, realmente sincero dessa vez. ❝ —– Olha só, eu nunca passei por isso, mas já tive Natais bem bostas lá em casa. Detesto ficar lá, não me traz boas recordações porque foi um dos dias que eu tive uma das piores brigas com o meu pai e, para variar, ele vive jogando isso na minha cara todo Natal.❞ Disse irritadiço, cruzando os braços e deslizando um pouco para baixo, sentando totalmente largado com a cabeça apoiando na parte traseira da cadeira em que estava. ❝ —– Mas faz como eu, veja isso como uma festa normal com gente que você gosta. Sem dizer que é uma festa hiper proibida, quão foda é isso? I mean, com professores e tudo. Esse tipo de coisa merece ser celebrado sem dúvidas. Já pensou se alguém os chantagear ameaçando contar que estavam aqui para o Longbottom?❞ Segundos depois o Malfoy pigarreou, erguendo as mãos no ar. ❝ —– Não eu. Só para esclarecer. Mas aposto que o mini Draco faria isso quando tinha minha idade.❞ Murmurou com uma risada seca, comentando a frase muito mais para si próprio que para o amigo.

@scorpiaorei

Desde o que acontecera no ano passado, o Natal não trazia memórias muito boas para Orion. Por isso, o americano começou a beber assim que viu a oportunidade. Fazia tempo que não bebia, já que inconscientemente -ou nem tanto- diminuíra o consumo de álcool para incentivar o namorado em sua busca pela sobriedade. E pela falta de costume, não demorou muito para que Orion ficasse com a cabeça leve. “… e é por isso que os natais perderam totalmente a magia para mim. Não que eu comemorasse de verdade o natal antes disso. Minha avó nunca foi de comemorar datas cristãs.“ terminou de contar a história de como fora expulso de casa em um natal, um sinal claro de que não estava em sua sanidade mental habitual, ainda que estivesse falando com um de seus melhores amigos. 

                  Talvez ele houvesse bebido um pouco além da dose? Quem sabe. Talvez fosse acordar com uma puta ressaca? Provável. Esses e outros elementos o fizeram realmente crer que a Krum estava blefando quando o chamara para dançar. Os olhos de Scorpius, que não focavam em nada em especial, não puderam deixar de serem imediatamente atraídos pela presença séria da garota em sua frente. O Malfoy soltou uma gargalhada com o comentário de Nikolina, imitando-a em seu teatro e dando um dramático rolar de olhos, erguendo-se da cadeira como se fosse a coisa mais difícil do mundo, mas assim que segurou a mão da morena o sorriso voltou a seus lábios, lançando uma piscadela para a mesma. ❝ —– Não sou idiota para recusar duas vezes, Nikki. ❞ Retrucou, já levando-a consigo para mais perto de onde a banda convidada tocava. Assim que parou não perdeu um minuto para girar a garota no lugar, tomando-a pela cintura logo em seguida apenas para tombar seu corpo para o lado, deixando-a a uma distancia de poucos centímetros do chão. Assim que voltou Nikki para a posição inicial encarou as orbes negras da mesma. ❝ —– Sorte a sua que escolheu o melhor parceiro de dança daqui.❞

@scorpiaorei

“Come on, Scorps!” a morena chamou mais uma vez, parando na frente dele e arrumando o vestido depois de levantar. “É natal. Sabe o que acontece quando você nega uma dança à uma búlgara no natal? Isso mesmo, nada. Mas como a búlgara em questão sou eu, você vai ter muito azar se recusar.” disse em um tom sério, esticando uma das mãos para ele para indicar que o convite era real. Estava fazendo drama, isso era óbvio, e ia continuar até que ele fosse dançar com ela.

                  ❝ —– ♛ SCORPIUS MALFOY OUTFIT                                                             SECRET CHRISTMAS EVENT

                 ❝ —– Que merda de bem o que, Roselyn!❞ Exclamou, arregalando os olhos e encarando a ruiva com mais atenção. ❝ —– Vai bancar a durona? Sério isso?❞ Questionou, quase chocado numa mistura de raiva e preocupação com a amiga. O Malfoy acabou por revirar os olhos, soltando uma bufada de vento irritadiça pelos lábios. ❝ —– Ta bom, foda-se.❞ Murmurou, erguendo os braços na direção da Weasley para erguê-la do chão com absurda facilidade. Repousou a cabeça de Rose contra a dobra do pescoço, baixando os olhos para a mesma enquanto andava com passos ligeiros até a enfermaria. ❝ —– Fala comigo, Rosie. Respira fundo...❞ A voz saiu calma, ainda que por dentro tudo parecesse tremer. Inspirou e expirou lentamente para que a menor lhe imitasse. Não apenas ele tremia, mas Rose também, o que só o fazia segurá-la com mais firmeza para que a Weasley se certificasse de que ele estava ali. Assim que adentrou a enfermaria tratou logo de colocar a garota sobre a primeira maca que viu pela frente. Nunca entendera bem como os surtos de Rose funcionavam, mas isso jamais foi empecilho para não deixa-lo apavorado. E não havia nada que ele odiasse mais do que estar apavorado e não saber como agir. Sentou-se frente a frente com a ruiva enquanto a enfermeira ainda não aparecia, voltando a encará-la. ❝ —– Hey...❞ Chamou, tomando o rosto dela com uma das mãos. ❝ —– I’m here. You’re not alone.❞

            A sensação de falta de ar ia passando aos poucos, mas ainda assim, Roselyn sentia como se estivesse sendo sufocada. Mesmo que aquela não fosse sua primeira crise, nunca ficava mais fácil. As dormências, formigamentos ou tremores nunca eram fáceis, muito menos as dores de cabeça, tonturas ou a sensação de estar com a garganta fechando. A diferença era que agora a ruiva sabia o que poderia fazer para melhorar aos poucos, e passar por aquilo. Continuava ali, sentada no chão, encolhida, e mesmo com dificuldades tentava respirar fundo. O “sintomas” já estavam indo embora, deixando apenas suas mãos formigando e tremendo. Ao ouvir o som da voz, de quem quer que fosse, que havia se aproximado, Rose fechou os olhos com força por sentir sua cabeça latejar. Mas então voltou a abri-los e olhar na direção do som. Levou alguns segundos mas ela conseguiu entender o que elx dizia. —— Não, está tudo bem, eu não preciso ir pra enfermaria. Eu só preciso de mais alguns minutos.

scarletscurse:

“Veneno também, tome cuidado Sfika.” revirou os olhos antes de fecha-los. “É só a minha cabeça que está na sua perna, sua fraca. Nada a ver com o mimo da nossa avó, que por sinal foi quem me incentivou a voltar para a academia e ficar com esse corpinho gostoso. Nah, eu estou muito bem aqui, valeu.”

                  ❝ —– Cobras não morrem com o próprio veneno, maninho. Se liga!” Os olhos claros de Sfika rolaram de modo dramático para o mais novo. “Não sou fraca, sou fresca. Grande diferença. Uhum, gostoso e pesadinho, querido. Não se deixe enganar pelo que ela fala ou vai inflar seu ego.” Retrucou, cutucando o dedo indicador contra a barriga do outro Malfoy.  “Ai. Que inferno, Carmine. Tá bom, fica aí então. E eu pensando em te fazer algo pra comer. Desisto de tentar ser uma boa irmã, você nem merece. ❞

hookedonorionsbelt:

“Burrice não pega, não se preocupe. Mas estupidez pega e é por isso que não fico muito perto de você, não quero me contaminar.”

                  ❝ —– Ai, Pyx, pra que essa grosseria toda, amore? Pode apostar que se você ficasse mais perto de mim com certeza sua vida seria mais interessante e você não precisaria ficar destratando dos outros. Mas não se preocupe, ainda tem esperança pra você!❞

                  ❝ —– Na verdade... eu acho hilário! Em paz? Babe, ela está me devendo então agora ela deve pagar. Simples assim. Por que não sai daqui e volta a cuidar da sua vidinha, hein?❞

Você acha isso legal? Deixa a garota em paz!

                  ❝ —– Nossa, sister, que horror, hein. Espero que sua burrice não pegue porque se pegar certeza que vou acabar batendo de cara numa parede.❞

“Sim, eu sou idiota. Tenho aula de controle vocal amanhã e acordei sem voz hoje porque passei a noite gritando ao assistir a partida de ontem dos Bats e das Harpias. Essa poção é nojenta, mas se é o que preciso para minha voz voltar de verdade, vou tomar isso o dia todo.”

                  ❝ —– Preguiça mata, sabia? E peso também, que que tu andou comendo hein, Carmine? Aposto que tudo é mimo da sua avó, oh meu Merlin, que mau eu fiz para aguentar isso? Intimidade é uma porra. Mas falo sério, levanta dessa cama, você tem a sua, caramba!❞

“Awn… Não me faça levantar agora. Está confortável demais aqui. O máximo que eu posso fazer é tirar a cabeça de cima das suas pernas, mas vou continuar deitado.”

                  ❝ —– Não é pegadinha! Eu realmente estava te chamando para sair, mas ok, quem perde é você, babe.❞

“Hey, eu sou o ‘cara novo’, mas sou mais inteligente que isso. Você vai precisar fazer melhor para que eu caia em uma pegadinha sua.”

                                               ▸▹ AU! Genderbend Task

__________once Scorpius Hyperion Malfoy as Colton Haynes

______________________________ now Sfika Theia Malfoy as Meghan Ory

P.S.: Não que precise, mas apenas explicando o nome dela porque amo curiosidades. Como Scorpius é escorpião e lembra bastante a versão grega ‘Skorpiós’ então eu quis colocar outro animal com algo semelhante a escorpião. No caso, eu escolhi a vespa que, em grego, é Sfíka.

O segundo nome, Hyperion, sempre me lembrou do titã e  com o gender utilizei para o segundo nome da Sfika o nome titânide casada com Hyperion, Theia.

                  ❝ —– Barulho. Se pudesse tentar reunir suas poucas lembranças da noite anterior só poderia resumir nessa mera palavra. Não se recordava para onde fora, o que fizera e muito menos como parara ali. Só tinha noção que saíra de casa, pois sentia um peso no corpo que só tinha quando voltava de uma festa. Graças a Merlin nem sinal da ressaca ainda, porém, ele sabia que quando viesse seria a pior coisa. Por sorte ainda tinha uma poção que ganhara para lhe ajudar com aquela maldita dor. Scorpius estava inteiramente preso no próprio sono. Sequer sonhara, apenas desmaiara quando alcançara a cama. Ouviu alguns barulhos em sua volta, ignorando por completo visto que tudo o que mais queria era dormir o dia todo enrolado nas cobertas. Infelizmente, a vida sabia ser uma vaca e, para variar, a vida pareceu tomar uma forma ruiva e de grandes olhos verdes chamada Rose Weasley. O Malfoy tinha a noção de que ela estava ali, dormira com a ruiva por perto vezes o suficiente para reconhecer seu cheiro ou o espaço que ela ocupava ao lado, ainda que mais da metade de si ainda estivesse entregue ao inconsciente. Também tinha noção do sol em seu rosto, mas tampouco se importava, apenas queria permanecer daquela maneira. As coisas começaram a incomodá-lo quando Rose, teimosa como era, resolveu levantar para fazer sabe-se-lá-o-que. Scorpius mal teve tempo de murmurar algo para que ela voltasse quando sentiu um toque gélido contra a pele das costas. Deu quase que um pulo na cama, agora desperto e encarando a cena ao seu redor. Rose parecia achar a cena hilária, mas a última coisa que ele estava fazendo era rir. “Porra, Weasley!” Scorpius exclamou, na luta para manter os olhos abertos e parecer convincente em eu tom nervoso. “Vira esse pé pra lá. Andou por onde? No Alasca?” Murmurou, coçando os olhos e bocejando, coisa que demorou longos segundos. Estava um frio absurdo e ele só queria saber porque diabos dormira sem camisa apenas para morrer congelado de manhã. Tateou por debaixo das cobertas apenas para encontrar o pé de Rose e passear ligeiramente os dedos pela sola do mesmo. Se a ruiva pensava que faria aquilo com ele e não teria volta estava mais que enganada.❞ 

We always find our way back home

w. @scorpiaorei

                   O sol entrava pelas janelas do quarto de Rose e ela mais uma vez começava a se odiar por não ter fechado as cortinas. Mas também, como se lembraria de fechá-las se ela se quer estava se lembrando do que havia acontecido na noite anterior. Ainda de olhos fechados ela tentou recapitular a noite anterior, e tudo o que se lembrava era de ter saído para o Três Vassouras com Scorpius para jantar e ali mesmo eles haviam começado a beber. Claro que dali eles iriam para uma festa na casa de algum aluno de algum curso da DI, mas quem era mesmo o cara? A ruiva apertou os olhos, sem nem ao menos abri-los, aquela claridade estava lhe matando. Choramingou arrastando os pés para fora da cama enquanto seus pés descalços a levavam arrastadamente até a janela, a fim de fechar a cortina.

                  Quando virou-se para voltar para a cama, ela finalmente abriu os olhos, vendo a figura ali esparramada. Scorpius ocupava mais da metade de sua cama, deixando um espaço pequeno pra ela.  —— Maldito. - Ela resmungou e então voltou para debaixo de seu edredom, afinal aquela manha estava fria demais. Empurrou o Malfoy com as mãos e não sabia dizer se ele estava fazendo de propósito ou se estava realmente num sono profundo, porém ele não se moveu um centímetro se quer, o que a levou a colocar os pés gelados nas costas nuas dele. Esperando pela reação dele enquanto uma risada escapava de seus lábios. Pelo menos ela não estava de ressaca, ainda. Ou aquela simples risada se transformaria em choro.

                  ❝ —– Scorpius nunca havia se considerado uma pessoa muito desconfiada, todavia ele também não era estúpido. Quando colocava algo na cabeça não havia céu ou inferno que retirasse o pensamento dali. Podia não ser o que mais demonstrava, mas quando sentia que alguém que amava estava em perigo então ele se sentia no dever de fazer alguma coisa a respeito. E esse era o caso de Scarlet, sua irmã mais nova. A vira crescer e tinha o pensamento idiota de que a conhecia mais que ninguém no mundo, mas acontecimentos recentes estavam provando o exato contrário. Scarly estava diferente, num momento era a pessoa que ele conhecia e no outro parecia assustada, nervosa, paranoica. A pergunta não se calava na mente do primogênito Malfoy “por que?”. O pior? Ele não sabia. Na verdade, Scorpius simplesmente não fazia a menor ideia. Rose já havia cansado de dizer que ele estava ficando paranoico, mas o moreno não ligava. Se algo, de fato, estivesse acontecendo então ele precisava descobrir o quão antes e solucionar o problema. Caso não fosse capaz nem disso que espécie de irmão ele seria?

Aproveitou a chance de quando Scarlet estava fora de casa com a mãe para entrar no quarto da mais nova, encarando o local e escolhendo um ponto para procurar. Havia o receio de achar o que não queria achar, todavia, se Scarly não dissera nada e estivesse em apuros então não adiantaria de coisa alguma afrontá-la sem provas. Abriu o malão da irmã, erguendo a varinha para procurar com mais rapidez enquanto levitava tudo o que havia lá dentro. Algo chamou a atenção das orbes claras do Malfoy, uma linha de vidros recheados com a mesma poção. Teve de chegar mais perto para identificar o que era e não tardou para que os olhos se arregalassem em uma mistura de horror e tristeza. Acontecia que, sempre que alguém ‘paranóico’ colocava na cabeça que algo ruim estava acontecendo, a certo modo, a pessoa sempre desejava que estivesse errada. Bem, ele não estava. Sabia o que era aquilo, sabia muito bem. Porém, não quis acreditar. Ou melhor, se recusou a acreditar nas especulações que a mente já fazia. Envolvendo a mão mais firmemente contra o frasco e colocando todo o resto de volta no lugar antes de virar-se e deixar o quarto alheio com passos pesados e irritadiços. Scorpius odiava com todas as forças não saber o que fazer. Ele era um Malfoy, sempre acharia uma saída, mas o frasco em mãos parecia estar tão pesado e transmitindo tamanha agonia para seu corpo que ele se viu de mãos atadas. Adentrou o quarto, invocando um accio para que um livro pousasse imediatamente em suas mãos. Abriu na página que se recordava, comparando a poção em mãos com a que havia na descrição do papel. Os olhos se fecharam, fechando o objeto com certa brutalidade e soltando um longo suspiro. Teve de sentar-se em uma cadeira, apoiando os braços sobre a mesa e encarando nada mais, nada menos que a poção de acônito. Mata-lobo. Wolfsbane. Caso estivessem em Hogwats poderia cogitar que Scarlet tinha um amigo lobisomem. Contudo, eles estavam em casa. Não havia qualquer outra possibilidade que o aliviasse ao menos um pouco. Sequer notou quanto tempo passou encarando o objeto para apenas acordar de seu transe quando ouviu um barulho no quarto próximo ao seu. Scarlet retornara e agora que ele tinha provas a loira precisaria ter boas explicações. Empurrou a cadeira para trás, caminhando para o cômodo onde estava momentos atrás. Assim que voltou a adentrar o quarto da irmã mais nova encontrou-a em meio à uma bagunça, mas sequer ligou para o ambiente, o semblante sério estava muito bem focado nela. Estava prestes a dizer que não ligava se era boa hora ou não, mas Scarlet virou-se antes disso e o reconhecimento nos olhos dela pela poção que ele segurava fez o coração de Scorpius se despedaçar. Era verdade, afinal. As sobrancelhas do moreno se ergueram com a pergunta da mais nova, dando passos lentos para perto da loira apenas para encará-la melhor e checar se qualquer coisa que sairia de sua boca seria ou não uma verdade. O riso anasalado do mais velho não possuía, de fato, algum humor, apenas sarcasmo. “Eu? Não, não, não, sis.” Murmurou, balançando o indicador da mão livre para a esquerda e direita até enfim parar, apontando em apenas uma direção, a de Scarlet. “A pergunta certa é o que você estava fazendo com isso.❞ 

Spill the truth. Malfoy siblings

    Aquilo não podia estar acontecendo. No momento, o quarto de Scarlet na Mansão Malfoy era uma bagunça total. As roupas jogadas e reviradas em cima da cama, objetos da escola jogados pelo quarto… Se parasse um segundo para olhar a bagunça que fizera com suas cartas de tarot choraria só ao pensar que teria que recolher todas. Porém, naquele momento, a bagunça era a menor de suas preocupações. Não quando suas poções haviam sumido. Antes de partir de Hogwarts para aquelas férias, Scarlet abastecera-se com um estoque considerável de poção de acônito. Ainda não contara aos pais sobre seu problema de licantropia e não tinha a menor intenção de que eles descobrissem acidentalmente. Esse segredo continuaria apenas seu, mesmo que isso significasse que ela tinha que passar por uma das piores experiências de sua vida sozinha. 

   Mas, para poder manter a farsa, ela precisava daquelas poções. As mesmas que ela tinha certeza que trouxera no seu malão junto com as roupas e que agora Scarlet parecia ser incapaz de encontrar. Se fosse maior de idade, poderia tentar encontra-la com um accio ou até mesmo fazer a poção -apesar de não ser a melhor pessoa na confecção de poções, essa ela aprendera com mais atenção- mas tudo o que restava a Scarlet era continuar procurando. Quando seu irmão entrou no quarto, a mais nova já estava sentada na cama em meio a bagunça, tentando controlar a tremedeira nas mãos que se iniciara só de imaginar os problemas que teria sem aquela poção. Não podia colocar a família em perigo assim. Ela teria que dar um jeito de sair de casa e ir até Hogsmead sem que os pais soubessem, além de depender bastante da sorte da loja de poções ter algumas em estoque. “Scorp… Não é uma boa hora.” falou antes de se virar para olhar o irmão, congelando no momento que o viu com um de seus frascos. “O que você está fazendo com isso?”

@scorpiaorei