Tumgik
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Nunca mais rebloguei, colocando os reblogs em dia kkkkkkkk
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Us....
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re--escrevendo · 5 days
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existem momentos que eu sinto que preciso me afastar de tudo pra me reaproximar de mim mesmo.
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re--escrevendo · 13 days
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Conversas impronunciáveis
O mais engraçado é que quase nunca o vejo. Mas, toda vez que vejo, mesmo que por um lapso de segundo ou minuto, nossos olhares correm aquele percurso boomerang involuntário: ele me olha e não entende que sou eu; olha para o lado e depois volta-se de novo, como se não tivesse acreditado no que viu. O mesmo acontece comigo.
Ando distraída. Olho o celular. Falo com amigos. Abro o armário. Pego a bolsa. Me viro.
Ele está encostado no armário oposto a mim. Eu o olho, não entendo que o vejo e me viro para a frente, só para voltar a olhá-lo logo em seguida.
Uau, é ele. Vou me prolongar em cinco segundos de olhares profundos.
Ele sustenta esse olhar. Me diz milhões de coisas em cinco segundos. Conversas impronunciáveis. Seu olhar chega no meu ouvido, desce pelo maxilar, encosta na minha boca, roça no pescoço e percorre caminhos até os melhores lugares de mim.
Em cinco segundos.
Eu chego ao ouvido dele, toco a ponta da sua orelha, puxo o seu pescoço para mais perto, devolvo o seu beijo, aceito os caminhos que percorre em mim. Respondo a todos eles e faço perguntas novas das quais ele responde.
Em cinco segundos.
Eu entendo que o estou olhando. Ele entende que está olhando para mim. Vestimos nossas armaduras; como de costume, visto primeiro. Ele a coloca logo em seguida. Desviamos o olhar e, finalmente – não felizmente – o momento acaba. Não é estranho o quanto o toque, o beijo, o sussurro ou mesmo a voz podem ser simplesmente impronunciáveis e completamente distantes enquanto, ao mesmo tempo, estão tão perto e palpáveis?
Se não fosse possível, eu não me liquefaria toda vez que ele me olhasse. Porque viro líquido quando ele me olha. Depois evaporo e subo pelos ares até estar completamente nele.
Deixo de ser matéria e viro tudo enquanto ao mesmo tempo viro nada.
Conversas impronunciáveis podem ser melhores do que as mais pronunciáveis possíveis.
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re--escrevendo · 26 days
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Quase amor
Nem o seu rosto, nem o seu toque, nem o seu cheiro. Risada, suspiro, sussurro. Zero por cento de você.
É só nada, vazio e silêncio. Do tipo que ficou quando a gente não soube o que dizer, naquela noite gelada fora de casa, com uma dúvida nunca questionada ou respondida.
Porque fomos um quase.
Um quase amor, um quase beijo, um quase entrelaçar de mãos. E o caminho que percorríamos sem saber até o nosso quase foi significante demais para não me fazer imaginar como seria se tivéssemos chegado lá.
Se você tivesse me beijado quando quis.
Se eu tivesse cantado a música que prometi cantar.
Se eu não tivesse fugido quando você jogou as cartas.
Se você não tivesse ido embora.
Mas foi.
E fico aqui agora, olhando o céu do meu país, me perguntando se é o mesmo céu que você vê da Argentina. Se for assim, o universo foi justo em permitir que compartilhemos ao menos as estrelas. Elas nos assistem lá de cima torcendo por um amor não vivido. Elas sussurram aos ventos que me tragam notícias suas e te levem notícias de mim.
Não respiramos o ar do mesmo país, nem saímos juntos, nem sentimos o gosto que temos. Mas observamos o mesmo céu, ao mesmo tempo, no mesmo planeta que gira em torno do sol e de si mesmo.
E ninguém pode roubar isso.
Eu vejo o céu daqui enquanto você vê da Argentina.
É o que sobrou: um momento inevitavelmente compartilhado a milhares e milhares de distância.
Você vê aquela estrela ali, ao Norte? Ela aparece aqui para mim em momentos especiais. Acho que esse é um deles, porque você a vê.
Quem sabe um dia, quando você voltar, nosso quase vire amor, de fato. Em 2 ou 10 anos.
Te espero aqui e, enquanto isso, compartilho as estrelas.
Até
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re--escrevendo · 1 month
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Talvez seja um pouco estúpido admitir isso agora, porque eu sempre soube. Mas te agradeço por desistir; obrigada por me mostrar, da pior maneira, que jamais daria certo se eu tivesse ficado.
Eu não conseguiria.
— Junior Tavares.
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re--escrevendo · 2 months
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♥️♥️ relendo KKKKKKK
Aimer - Amor
Me disseram, certa vez, que o amor é algo inacabável.
E, quando o meu primeiro final chegou, achei que o amor chegaria ao fim junto com ele. No entanto, a ideia do amor que não acaba se fez presente; havia a dor do fim, a angústia de querer resolver o que não estava certo, o aperto da saudade, a mágoa da decepção. E, entre todas essas coisas, o amor. Ele mudou de lugar no coração, sacolejou, desintensificou, mas nunca deixou de existir. Uma ironia cósmica, afinal de contas. Mas, feliz ou infelizmente, é a verdade.
O primeiro mês depois de um fim é sempre o pior; porque a dor que sufoca é uma névoa que não te deixa enxergar as coisas ao seu redor, ou o que te fez permanecer por tanto tempo mesmo quando sabia que deveria ter ido embora ao primeiro sinal de que não seria mais tão bom.
O segundo mês é aquele em você se questiona o que fez de errado, e começa a relembrar cada palavra de amargura que ouviu e retribuiu, quando jurou que algo assim jamais pudesse acontecer entre você e aquele(a) a quem você confiou cada pedaço do seu coração.
No terceiro mês, você está pronta para mudar o cabelo, fazer um novo corte e pintar de outra cor; afinal de contas, está preparada para tentar seguir em frente como uma nova pessoa. Alguém que se despeça da pessoa que aceitou ser e que se amou pouco demais, a ponto de fazê-la aceitar o que jamais deveria ter suportado.
No quarto mês, você se sente mais forte, mas não consegue ouvir as músicas; elas ainda são um ponto fraco. Então, enquanto está na cadeira do bar em uma conversa contagiante, a música que sai da caixa de som faz os seus olhos molharem. Você se envergonha de si mesma, mas sabe que faz parte do processo.
No quinto, sexto, sétimo e oitavo mês, conhece novas pessoas, sai com amigos que não conversava há anos e descobre que muitas pessoas estão ali para te abraçar e te dar a mão, sem que precise carregar o fardo da dor sozinha. E isso te faz infinitamente mais forte.
Quando para de contar, a dor não está mais presente, e você só guarda no coração o que foi maravilhoso de viver, sem acreditar que realmente conseguiu enfrentar o que jurava não ser forte o suficiente para conseguir.
E o amor da lembrança, é claro, continua bem ali. O amor do banco da praça, da sorveteria de pisos vermelhos, da sala de cinema invadida, das juras numa estação de metrô. Sem nenhum tipo de dor.
Seu coração não se esquece do que passou para te prevenir de jamais voltar para o que te machucou, mas não te deixa mais sofrer. Ele te aquece e você agradece pelas coisas boas e pelo aprendizado.
O amor fica diferente, porque junto com ele uma série de dor inesperada apareceu, mas está para sempre bem guardado no canto mais inalcançável do seu coração – ou extremamente alcançável, se tocado por alguém que faça-o aquecer novamente. Mesmo assim, ele está. Apenas está.
O amor é mutável, mas completamente inacabável.
Att,
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re--escrevendo · 2 months
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re--escrevendo · 3 months
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A última vez
Há uma frase clichê que diz: nós sempre fazemos alguma coisa pela última vez, sem sabermos que é a última vez.
O pior dessa frase - além do clichê que, em alguns casos, não é assim tão ruim - é que é uma verdade absoluta. Sempre fazemos algo pela última vez e não nos damos conta. Só percebemos o efeito disso depois de notarmos a ausência constante daquilo que um dia já nos fez feliz.
Quando você pulou na cama elástica pela última vez?
Quando chegou em casa tarde, na época em que ainda não tinha poder sobre si mesma?
Quando passou a tarde toda na sua sorveteria favorita?
Quando beijou a pessoa que amava? Quando a olhou nos olhos? Quando se tocaram?
Este último talvez seja mais clichê que a própria frase. O fato é que não planejar é uma péssima despedida, já que não sabemos que é uma. É melhor - e não mais fácil - dizer adeus quando você sabe que está dizendo.
Você se demora mais no abraço, no beijo, no olhar. Você ri mais, chora mais, sente mais. Você vive o que consideraria poder viver pra sempre, mas não pode. Então vive ali, no instante, para que depois a vida lhe roube o direito de prolongar pra vida toda. E quando você não vive o fim?
Fica um espaço vazio que precisava ser preenchido, mas não foi. Você se pergunta, se questiona, intolera, bate o pé, porque não é justo. Não é aceitável. Mas é fato.
Não vivi com ele o fervor do último dia.
Não vivi com amigos perdidos o fervor do último dia.
Não vivi com a faculdade trancada o fervor do último dia.
Nem com a cama elástica, ou com a piscina do passeio de escola, nem com a festa à fantasia da igreja que não vou mais. E há coisas que, por mais que a gente possa fazer de novo, nunca se repete do mesmo jeito. O mundo não é o mesmo para que o sentimento também seja. E olhamos para a última vez com uma tristeza no olhar, porque podia mesmo ser diferente.
É uma pena que não tenha sido.
É a última vez que escrevo sobre últimas vezes, porque, dessa vez, precisamos viver cada segundo como o último. E, se de fato for, então a última vez será extraordinária como tem de ser.
A última vez pode ser a última vez. Ela só não precisa ser vivida como costumamos viver: como se tivéssemos mais chances para viver outra vez.
É preciso viver como se fosse uma vez só.
Porque é.
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re--escrevendo · 3 months
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Memórias
Que irônico, não é? O que você chamou de amor ser esquecido dentro da memória. Porquê haveria de ser lembrado em qualquer outra coisa, se o universo foi capaz de se desfazer do que foi eternizado? A única ajuda da sua parte foi apagar o que eternizaram em fotografias. Não restava mais nada além disso, afinal.
O final trágico foi compreensivelmente questionável, e os porquês sempre giraram ao redor do caos que é um fim cheio de amor - e, também, cheio de dor. Não era possível que todos os lugares fossem os mesmos quando havia vocês dois em cada um deles. O universo havia permitido aquilo. Era uma obra dele, sem sombra de dúvidas. Porquê ele permitiu que suas sombras estivessem por ali quando vocês mesmos não estavam mais?
Caminhar pelas ruas era dificil. Ir à cafeteria do shopping era difícil. Sentar-se ao próprio sofá era uma coisa difícil! Por Deus, os céus a fadaram àquela tortura.
Mas a força justa do universo fez questão de fazê-la entender que nem todo encontro é obra dele. Às vezes só é obra da nossa tremenda falta de amor próprio e uma grande carência, que nos faz brilhar os olhos para coisas não tão extraordinárias.
Então o universo fecha o shopping, a livraria, a cafeteria. Os asfaltos das ruas estão renovados. Sua casa não é mais a mesma, e os sofás são novos. O piso da varanda deixou de ser vermelho e agora é um branco alvo. E, sem perceber, você não tem mais - nem no mundo e nem na memória - um espaço de vocês. É apenas você novamente caminhando nesse vasto planeta. Você não se lembra de nenhuma data que considerou a mais feliz das datas, nem das bodas anuais, e nem mesmo aniversários. Você se esqueceu tão tranquilamente que havia se esquecido que estava tentando esquecer.
Não poderia haver ironia maior do que esta.
Não lembrar de esquecer é a melhor forma de esquecimento.
Obrigada, Universo
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re--escrevendo · 3 months
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Que texto perfeito e que final magnífico KKKKKKKKK achei genial
ainda consegui imaginar o calor do fogo que faríamos, se a chama não tivesse se apagado, ou se se quer tivesse existido. tu deixou em mim textos que nunca serão escritos, noites em claro juntos que nunca existirão, músicas que eu poderia ter te dedicado se ainda fôssemos algo, mas nem tivemos tempo de ser, nem demos oportunidade de ser. acabamos antes do clímax, sem chance nenhuma pra qualquer que fosse o desfecho, sem saber se o amor seria maior do que o fato de você ser mais pra vida e eu mais pro coração. terminamos como uma frase interrompida antes da vírgula, que ainda caberia tanta história antes do ponto final. como um livro que deixa de ser escrito antes do fim e perde o rumo, o sentido, o sentir. o que poderíamos ter sido se tivéssemos demorado um pouco mais as mãos uma na outra? se o teu coração conseguisse enfim traduzir o que o meu falava entre gestos tortos e palavras não ditas? qual amor nasceria do meu desejo constante de fixar morada no teu peito e do teu desejo de me querer e ter sem se importar com a cronometragem do tempo? lidar com o epílogo seria melhor do que conviver com todos os “e se?” que hoje preenchem teu espaço aqui dentro? eu queria te dizer tantas coisas, mas,
voarias
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re--escrevendo · 4 months
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Quando a paixão acabar
-Café gelado?
Ela sorri para mim e assente, como de costume.
-O de sempre, você sabe.
Me aproximo dela e dou-lhe um beijo na testa, sentindo o sândalo exalar.
-Volto já.
Vou até o balcão enquanto alguns homens remexem copos, taças, líquidos e gelo de maneira frenética; acho que é a lei dos garçons de bar: provar que fazer um drink é questão de empenho, determinação e especialmente jeito. Se não tiver jeito para a coisa, quebrará o copo e perderá o gelo antes da segunda tentativa.
O rapaz jovem com gravata borboleta se aproxima de mim, adivinhando o meu habitual pedido.
-Café gelado grande e cerveja média?
Assinto para ele, que sai em disparada pela portinhola dos fundos.
Olho para trás para me certificar que está tudo bem com Leslie; bem, é claro que ela não está doente ou correndo perigo. Está apenas grávida, apesar de ainda soar estranho aos meus ouvidos. Quero dizer, estamos juntos há cinco anos e me questionei por quanto tempo uma vida a dois continuaria sendo extraordinária até que finalmente se tornasse monótona ou rotineira. O que significaria uma vida a três, neste caso? E se fossem dois bebês? Três? Eventualmente quatro?
Santo Deus.
-Está com medo, rapaz? 
Com um susto, dirigi meu olhar ao homem idoso que sorrateiramente sentou-se ao meu lado no bar. Ele olhava de mim para Leslie, que exibia uma barriga e tanto.
-Ahn, não, senhor. Só estou...
Não tinha palavras exatas para os meus sentimentos. Estava ansioso, animado, empolgado... com medo, aflito e perdido. Ser um bom marido e ser um bom pai. Seria realmente capaz disso?
-A forma como olha para ela demonstra bons sentimentos. Deixe-me apenas fazer uma pergunta, sim?
Apesar de sentir que o senhor estava sendo ligeiramente invasivo, não consegui ser grosseiro. Deixei-o prosseguir com fosse lá o que diria.
-Você continuará amando-a quando não estiver apaixonado por ela?
Ah, essa era fácil.
-Achei que me perguntaria algo sobre fraldas ou talvez comida de bebês. -Gargalhei para o velho. -Na verdade, continuarei apaixonado por ela enquanto a amar, o que não acho que deixará de acontecer.
Com isto, o homem coçou o queixo e levemente maneou a cabeça, com olhos semicerrados.
-Resposta errada, meu caro. -Ele cruzou as mãos como um pai conselheiro, ao invés de um estranho invasivo, e prosseguiu: -Se me permitir, deixe-me dar a você o conselho de alguém um pouco mais sábio: você saberá que a ama de verdade quando não estiver completamente apaixonado por ela.
Me endireitei na cadeira e olhei para Leslie novamente, que fitava nós dois com um olhar de curiosidade.
-Veja bem. Durante toda a sua vida amorosa, você pode se esforçar e se dedicar para continuar plantando coisas belas. Um café pela manhã, uma torta de limão surpresa, um jantar à luz de velas. Nosso cérebro precisa disso, nosso corpo pede por isso; pela união, afeto, carinho. Mas é preciso que tenha em mente que, hora ou outra, a rotina chegará. Conviver com alguém é a inevitabilidade da monotonia. Nesse sentido, a paixão diminui. Ela diminui porque não é mais novidade. E o que é novo é sempre mais prazeroso, enérgico, vívido. Mas nem tudo que é enérgico e vívido, é amor. Por isso é importante que a ame, pois o amor o fará continuar com ela, feliz, mesmo quando o fogo da paixão não for mais o mesmo.
Aquilo me fez pensar com mais precisão.
Eu não acreditava em respostas do universo, mas se aquilo não era uma resposta às minhas mais profundas dúvidas, vinda diretamente de um estranho enxerido, eu não saberia dizer o que era.
Porque olhar para Leslie e repetir as palavras daquele senhor mostravam a obviedade de uma vida a dois: que o amor é como respirar, e não escolhemos por isso. Mesmo quando tentamos prender a respiração a todo custo, nosso cérebro nos obriga a puxar o ar.
Leslie era o meu ar.
E estar apaixonado por ela era como assistir ao meu filme favorito todos os dias até saber cada cena de cor. E as cenas dela eram as melhores, em cada curva, em cada mecha de cabelo fora do lugar, cada riso, cada sinal, cada suspiro e cada menear de cabeça. Eu a amaria quando ela não fosse mais a minha novidade. Eu a amaria com ternura quando nossos filhos nos tirassem do sério. Eu a amaria na rotina, na mesmice, na cama, na sala, na cozinha, em casa ou fora dela.
E, justamente porque a amaria, seja qual fosse o raio que a vida nos jogasse, seria simplesmente possível e leve de viver, por causa do meu amor por ela. E do amor dela por mim.
Porque a paixão pode mesmo acabar. Mas o amor... ah, o amor! Ele é infindável. Não há nada que não seja capaz de existir com ele.
-Para Leslie, em nosso trigésimo sétimo aniversário de casamento.
Com imensurável amor, J.
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re--escrevendo · 4 months
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todo mundo tem um capítulo que não lê em voz alta.
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re--escrevendo · 4 months
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As cores da vida
Vejo as cores do mundo me perguntando como seriam se elas estivessem em mim. Há tanto de belo. Há tanto de novo, de vivo, de intenso; as cores são a própria vida. São as luzes da parte de fora do teatro, à noite, enquanto o fascínio da peça ainda ressoa nas conversas das pessoas.
As cores são os bares de rua com músicas MPB's antigas, alguns copos de cerveja e batatas fritas um pouco frias. Um circulo de amigos e uma ressaca no dia seguinte.
São as danças despretensiosas, os beijos não calculados, os fones de ouvido divididos em ônibus cheios entre um aperto e outro.
As cores são os livros, o cabelo bagunçado, uma mecha de cabelo no lugar errado; o inesperado é tão, tão bonito. Elas são os tênis sujos com uma camisa longa e um copo térmico de café às 7h da manhã. As mãos entrelaçadas, abraços sinceros, sorriso largo.
Árvores com folhas caídas, um frio gelado no rosto, gotículas de água salgada fugindo do mar. Pés descalços num chão de barro. Banho no rio e na chuva.
Se em mim houvesse mais do que preto e branco, haveria a vida de todas as cores. Mas, por enquanto, sou apenas um desenho descolorido, esperando desesperadamente que alguma criança me leve da banca e me pinte com todas as cores que ela decidir pintar.
Para que eu ganhe a vida que todas as cores da vida traz.
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re--escrevendo · 5 months
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A melhor versão
Vejo a minha melhor versão do passado olhando para a minha pior versão do futuro. A minha versão do passado sorri para mim, diz que a dor é suportável e que dá pra sorrir na tempestade, tudo por causa do amor de Deus.
Ela me olha cheia de expectativas, dizendo que a faculdade de Medicina é tão grande que alguém pode se perder.
Ela me diz que a sua casa tem fachada amarela, um quarto só pra ela, uma estante de livros e um computador para derramar seus sentimentos; suas palavras talvez tolas, mas nem um pouco irrelevantes.
Ela me diz que finalmente teve coragem e cortou o seu cabelo, e isso a fez sentir-se mais livre do que jamais achou que já havia sido.
Ela encontrou o amor tranquilo.
Ela disse não ao que a machucava e parou de se sentir desconfortável para confortar quem amava, mesmo que não recebesse isso em troca.
Ela não desistiu de si mesma.
Ela se olhou no espelho e se sentiu bonita. Foi à igreja. Viajou para fora do país. Rejeitou a oferta errada de emprego para conseguir algo muito melhor. Ela escolheu os caminhos que a levaram ao que mais desejava.
É uma pena que ela não seja eu, e uma pena maior ainda que tudo o que nós somos é a luta pelo que queremos ser. Um caminho árduo para a riqueza, o corpo, o bom emprego, a faculdade, o amor. A corrida por tudo o que pode nos fazer felizes. Somos um caminho destinado a uma versão que nunca chega, porque a melhor versão de alguém nunca chegou.
Talvez ela tenha tropeçado nas pedras jogadas propositadamente pela vida e parado bem ali.
Ou talvez ela diga que está na sua melhor versão quando, na verdade, está fazendo de tudo para alcançar as novas metas cujo foco principal é ser mais feliz.
O mais importante de verdade é olhar o próprio caminho e gostar do que está trilhando.
Mas não há tristeza maior do que olhar para o seu próprio caminho e não gostar do que vê. Uma versão mal pensada. Escolhas erradas incorrigíveis.
Espero que a minha "melhor versão" do passado quebre as barreiras da luz, do espaço e do tempo e venha até mim para me salvar. Porque, no fim das contas, só nós é que realmente podemos salvar a nós mesmos. Em todas as nossas versões.
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re--escrevendo · 5 months
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