Tumgik
paicologandocomigo · 4 years
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Gene do casamento
Já se pegaram pensando de que você seria alguém pra casar? Ou de que não seria? Já pensou de onde e o quão impactante pode ser essa idade na vida de qualquer um A ideia de não ser pra casar? O que sobra além disso?
Bem, outro dia estava a conversar com um amigo sobre o fato dele se autodenominar como “não tenho sentimentos”. Eu fiquei surpreso com a descoberta, mas fui ligar aos pontos: frustração. Em um certo momento ele teve sentimentos, hoje ele só esconde e diz não ter. Por quê? Bem, isso ele não conta, mas aposto na possibilidade de não correspondência. Sobre essa negação aqui, dias depois tive acesso na filosofia e indaguei-me com a seguinte descrição: a negação do afeta ou a indiferença inauguram a anarquia afetiva na sociedade contemporânea. Não há lei, não há limites.
Chega até a responder parte da questão, neste caso ele seria só mais um portador do sintoma modernidade, mas eu não me convenço de que esta seja a explicação de sua totalidade.
Mas e sobre a não correspondência? O fechar-se para o mundo? Isso acontece geralmente quando nos colocamos na posição de objeto de desejo dos outros, na verdade quando pensamos que somos. Não somos! Algumas pessoas entendem que amar o outro é abdicar de si ou depender, mas é muito pelo contrário. Abdicar de si é deixar de existir. Existir em função do outro não é existir. Completar o outro ou ser completado também é uma posição de dependência, não da existência.
Não se deve estar junto de alguém por necessidade ou interesse de alguma das partes, mas por se sentir ali. A relação é formada por duas pessoas, mas não num comensalismo e sim numa relação independente: estar com o outro por querer. Quer dizer que estamos com os outros por interesse? Basicamente a ideia é essa. Agimos conforme nossas vontades, sejam elas quais forem. Nos movimentamos enquanto sujeitos desejantes na direção de objetos que nunca darão conta da nossa vontade. E isso é essencial.
Quer dizer que é certo sermos interesseiros? Bom, aí depende. O movimento aqui vai de encontro a sua vontade, independente. Até mesmo aquele que se identifica por amor sincero age tal qual se descreve. Somos sujeitos sociais, nos relacionamos conforme nossas vontades. Ela vai fazer bem ao outro ou não? Aí é o depende, isso é totalmente uma questão sua que fica difícil opinar. Cada um tem sua vontade. Também não quero me estender ou reduzir tudo a este ponto, os relacionamentos abusivos respondem a este fator? Precisaria analisar individualmente para melhor responder. O amor poder ser uma prisão ou não, mas cabe ao sujeito e suas individualidade observar se entra e se consegue sair.
Ah, mas e aí, como é a relação? A relação sadia é uma junção de duas pessoas completas em unidade, de forma que está com o outro não por depender ou necessitar, mas por querer, desejar. É também a forma mais sadia para lidar com as perdas. Se for, fica você. Perdeu sim, mas você continua completo.
Preciso complementar com a ideia do tempo. O maior desejo do humano é ser eterno, mesmo que nas ideias.  Ideia de eternidade não é biológica, mas simbólica. O medo de perder tempo gera a indiferença e constitui a forma moderna de amar: amar sem sentimentos, segundo ele.
De qualquer forma, se quiser casar, a única coisa que se precisa é de achar com quem, o resto se inventa e se consegue em qualquer relação. Percebe que até aqui queremos ser eternos? Casamento = PARA SEMPRE.
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paicologandocomigo · 5 years
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Fifth
Bom, esta data logo que chegará (para vocês), mas que pra mim já chega hoje, logo daqui a pouco, nas ruas da histórica Juazeiro (ou Joaseiro, em alguns letreiros antigos), é por muitos considerados como a despedida do ano que se passou. E, com isso, pleiteada como o início do ano que se quer vir. Bem, de fato eles não estão errados, pois o Carnaval, no discurso histórico, acontecia seguido a folia de Reis e encerrava com o início da quaresma.
Eu já imagino muitas discordâncias a respeito de como a festa é comemorada, assim como também ponho olhar sobre as políticas de saúde que atuam em determinada época, bem como as de segurança (mas essa questão em particular não pertence ao domínio que pretendo exemplar). Vai ter gente que não gosta da festa, do pega e não se apega, das músicas e das danças, e eu.
Por que me coloco como uma categoria à parte? Bem, vejamos: não é a música, a dança ou a forma como as pessoas desenvolvem relacionamentos amorosos no Carnaval, até porque isso são traços culturais e eu não sou ninguém para impor um cultura que defendo em um ambiente culturalmente definido. Não, vai mais além. É porque (voz de Socorro feirante), eu não consigo olhar mais aos eventos sem enxergar uma crítica social. E o Carnaval não consegue escapar ao meu “olhar problematizador”.
Carnaval, pra mim, é uma época em que os desacordos sociais tomam a forma do lúdico e ganham licença poética para disseminarem o ódio a figuras sociais distintas. Vamos então contextualizarmos…
Carnaval, na mais leiga tradução, significa festival da carne, ou adeus à carne para alguns historiadores. Mas não foquem na ideia de banho de sangue ou coisa do tipo, mas sim na libertinagem dos corpos. Sim, é isso mesmo: putaria (graças à Deus - Inês Brasil). E o Carnaval brasileiro já tomou proporções mundiais desde que se conhece por nação.
Livros que retratam o carnaval brasileiro são muitos, mas eu recomendaria, em especial, este título aqui:  ‘ Além do carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX’, pois já conheço a obra e sei que aborda uma questão peculiar que me motiva a discorrer sobre tal.
E onde eu quero chegar com tantos rodeios? Bem, em questões sociais abordadas na forma do lúdico, oras! Quando eu disse que as nuances se apropriavam do lúdico e com isso obtinham licença poética, eu não falei à toa. Um exemplo disso são os blocos carnavalescos em que tratam da ideia de troca das vestes, o “bloco dos travestidos, dos trocados, das poderosas”, enfim, nomes e nomes… Mas por que isso é um problema?
Veja bem! Todavia a homossexualidade foi condenada de canto a canto desses país, e hoje ainda o é. Mas no Carnaval existe uma transformação desse conceito. É permitido ao homem se portar como um homossexual (e volto àquela ideia histórica de que o gay é apenas o afeminado - é uma vertente histórica forte ainda) durante as festas, sem que este sofre dano algum, dando a falsa impressão de aceitação e harmonia na sociedade. E, talvez tenha sido isso que crio no imaginário dos turistas que o Brasil é um país de paz, e que por isso nossos carnavais são representados por uma vasta visão de homossexualidade. Aos tradicionais, libertinagem sexual. E vai saber se é isso mesmo, afinal até os que se dizem heteros se aproveitam da fantasia para adotarem essa postura - serem gays por algumas poucas horas.
Preparado para ir mais adiante? Já aviso que tendo a desmistificar suas ideias.
Além da ilusão sobre a paz social que aqui reina, existe um marcador de gênero que se veicula nessa época: mulher como objeto do ridículo. Sabe porquê? Quando os blocos saem às ruas, a intenção é divertir os transeuntes, ou melhor, a plateia. Sabe a extensa população que se volta para ver o famoso bloco dos trocados e das poderosas? Pois bem, eles vão ver os homens vestidos de mulheres (como se roupa definisse algo) e como isso agraciar-se do ridículo (”olha os frescos!”). Sim, porque isso é interpretado como objeto do ridículo, a diferença é que não se partem para a ação social comum: agressão, pois é Carnaval e a regra é se divertir. Ah, e eu já ouvi muita gente tratar esse bloco com objeto do ridículo sim, muitas vezes - experiência pessoal.
Sim, é nesse ponto que quero chegar: a ideia social do Carnaval é ridicularizar a figura feminina e do gay. Seria o machismo tomando outras proporções? Provavelmente, mas não vamos no ater a essas questões. Seja se colocando na fantasia de gay ou na de mulher, as fantasias são intencionadas a causar graça e riso, a serem objetos do ridículo e da caricatura. Diminuídos. E depois ainda se perguntam por que existem esses ataques de posturas sociais de beijo forçado nas mulheres… Não as respeitam nem na época de harmonia… Seria isso mesmo uma harmonia? Eu tenho minhas dúvidas.
Eu quase me convencia que o espaço carnavalesco seria o espaço mais difícil de se pensar em políticas sociais, mas não é. Na verdade é bom pra se pensar também, afinal são movimentos sociais que acabam por conduzir os sujeitos à questões mais mistas. Cabe pesquisa, cabe estudos, cabe tudo, só não deveria caber essa perpetuação insana de adversidades.
Bem, é isso: por não gostar de Carnaval, é por enxergar a falsa ilusão criada (fruto de uma hipocrisia social - uma das coisas que odeio) sobre a paz social e pelas atividades festivas sempre remeterem a uma das muitas deliberações do machismo. Danças? Modus operandi de relacionamento? Músicas? Bem, isso aí também dão margem a minha interpretação, mas vai ficar para outro momento.
Mas irei ao Carnaval sim…
Texto originalmente postado em https://diferentonathings.tumblr.com/ (Tumblr de minha propriedade e atualmente desativado).
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paicologandocomigo · 5 years
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Fourth
Antes de mais nada, peço a leitura da seguinte citação:
“Vontade de esquecer o que aprendi: Os castelos lendários são paisagens Onde os homens se aquecem. Sós. Sumários Porque da condição do homem, é o despojar­se.” Hilda Hilst.
Há dias um estupro coletivo assusta as pessoas que se conectam aos noticiários, mas de outro lado da moeda tem a chuva de comentários machistas que assolam o cotidiano, que infelizmente carregam a fama de comuns. Não me é estranho essa citação, mas as novas formas do gozo que ,na contemporaneidade, assumem uma forma de meia­vida, igual a de um psicotrópico de categoria leve (ou de curta duração), pois vive­se, goza­se e depois ninguém mais lembra, é como aquele junho de 2013… Todo mundo esqueceu e até agora não vi ninguém lembrar de uma certa pesquisa que assustou todos os noticiários e a população que, manipulada, os assistiam. Esse tal noticiário, “merece” ser lembrado e aqui será. Essa pesquisa, realizada com muitos brasileiros, constatou que a maioria dos entrevistados (frizou­-se brasileiros) achavam que a mulher que se vestisse como bem entendesse (roupas curtas ou pouca roupa) merecia ser estuprada.
É, talvez agora se recordem da #santaindignação que passamos a ver e anunciar, e que alguns dias depois, após tanto furor e descontentamento, a pesquisa anunciou que cometeu um equívoco e que na verdade essa não era o resultado final, mas ninguém foi atrás de saber o porquê, apenas deleitou-­se em sua confortável cadeira de escrivaninha e procurou outra forma de gozar, uma vez que sua ameaça, a verdade, fora contida. A verdade ameaça aquilo que tentamos manter, nossa terna ilusão de que vivemos num país das maravilhas, quando bem sabemos que não é.
Mas é claro que, no final das contas, nossa intenção é estar em equilíbrio, não em realismo. Nosso mundo perfeito foi abalado com nossas verdades, embuidas do machismo nefasto que nos assola desde que nos conhecemos por gente, e veja que não estou falando do berço, mas sim do momento em que começamos a nos classificar entre “sujeitos e sujeitas”, quando deixamos de lado a ideia de sujeit@s e passamos a nos ater as diferença, na ideia de se sobressair, pois é como diria uma pensadora contemporânea: deu­se licença poética para que um imperasse sobre o outro.
Mas voltando às verdades, sobre aquela que queremos calar, mas uma vez vem a vida e nos mostra o quão otários fomos em tentar esconder essa verdade de nós mesmos, embora ela não pertença a muitos em caráter individual, mas no coletivo, pertencemos a ela, e só quando conseguirmos enfrentar nossas próprias verdades é que poderemos dizer que estamos, realmente, a um passo da evolução. A recusa em falar é a mesma ideia do tapete: joga pra debaixo e finge que isso não aconteceu. Ora, bem sabemos, que a dita pesquisa de pouco mais de um ano atrás, que por coincidência com a pressão popular deu margem a outra interpretação, a vemos de volta, nas redes sociais e nos comentários de tais. Fazendo graça com uma situação de violação ou comentando que a culpa sempre é da vítima, pois ela provocou e pediu para que isso acontecesse.
Mas é aquela questão, enquanto o problema for do outro, não é da minha conta, vai na fé! Mas sabe porque disse isso? Quando uma coisa que incomoda tem parcela nossa, tentamos jogar a responsabilidade pro outro, mesmo que reconheçamos uma fração de similaridade num ato nefasto. Jogar a culpa na vítima, ou melhor, tirar a parcela de culpa de si, é a dinâmica da fé, da necessidade de empenhar a esperança nos outros, para que com isso, no caso de não ter resultado aceitável, colocar a culpa nos outros, afinal não queremos ter responsabilidade sob nós mesmos e os outros, pois não queremos ser donos de si, nossa neurose imaginária não permite, pois não aprendemos a lhe dar com a verdade de nossos atos, não nos ensinaram a ser esse tipo de homem, mas outro, dotado de poder de ação e de muitas irresponsabilidades. Ou quem sabe seria também um ato de pura ignorância e burrice. E é nesse contexto que prefiro usar uma metáfora: a religião é o ópio do povo ­ no caso a fé. A verdade é nua, crua e não dá mais pra estancar essa sangria. O brasileiro acha que a mulher procura o estupro e merece ser estuprada; O brasileiro acha que a culpa a da vítima; O brasileiro ri da situação de desgraça alheia; O brasileiro é um machista nefasto que se recusa a reconhecer os erros e tentar melhorar; Esse brasileiro é um bosta!!!
É por essas e por outras questões que insistimos em falar de gênero nas escolas, mas a cultura machista não permite e nós sabemos que isso é por questões de interesse próprio… E mesmo assim não vamos desistir de tentar. Mas acho que, no final de tudo, precisamos perceber as semelhanças entre nossa própria espécie e curar as desavenças da diferença, esquecendo que ninguém é melhor que ninguém. E ainda se dão ao trabalho de se deixar manipularem pelos tabus sobre o corpo e tentar deslegitimar os protestos com o corpo em contravenção a biopolítica, afinal, como diz na carta magna: somos tod@s viadas iguais. E pra você que se acha no direito de falar sobre suas afetações e tentar atacar os outros nas entrelinhas: pare! E vá passar vergonha em casa.
Em tempo, não vim aqui tomar espaço de uma minoria (maior do que qualquer maioroa), mas trazer que essa luta não está sozinha e lembrar que ainda existe empatia e que o machismo opera de várias formas, inclusive dentro da própria categoria, que sempre requer um padrão, um tipo de homem que me enoja e causa desconforto, do contrário não estaria onde estamos, mas que isso não é desculpa pra ser otário…
#machistasnaopassarao
Por fim, vos trago Gil… “Um dia Vivi a ilusão de que ser homem bastaria Que o mundo masculino tudo me daria Do que eu quisesse ter Que nada Minha porção mulher, que até então se resguardara É a porção melhor que trago em mim agora É que me faz viver Quem dera Pudesse todo homem compreender, oh, mãe, quem dera Ser o verão o apogeu da primavera E só por ela ser Quem sabe O Superhomem venha nos restituir a glória Mudando como um deus o curso da história Por causa da mulher.”
Texto originalmente citado em https://diferentonathings.tumblr.com/ (propriedade minha e atualmente desativado). Também postado em minha página do FB.
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paicologandocomigo · 5 years
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Third
Um colega de trabalho recém ingresso me confessou ser apoiador de Bolsonaro. Foi uma baque, pois trabalhamos no Serviço Social em defesa dos “direitos humanos” e em uma palestra que participamos eu fiz duras críticas aos pronunciamentos do citado parlamentar… #Choices.
Para além desta questão, me peguei pensando porque eu estava assim, eu detesto o posicionamento do cara, mas não era isso que passava por mim. Eu ouvi seu argumento quanto ao que ele trazia e tô meio até na dúvida se ficou claro pra mim, mas acho que não.
O que me pegou na consciência foi que um destaque em seu discurso é manifestado de forma errônea, quiçá equivocada. Eu não sei se mais tarde irei mudar o pensamento que antes me dominava e agora ele se deu nome, mas vamos lá.
É foda o Estado ter de custear o regime fechado da bandidagem, porque os caras fazem o que fazem e no final é cama, água e comida (sim, eu sei que nem todo presídio é salubre e tals), mas não podemos generalizar tudo, até as péssimas condições (presídios da união). Eu gostaria (aqui expresso minha vontade) que no regime fechado acontecesse de se utilizar sua mão de obra em benefício do reparo social, da sociedade: limpeza urbana, e que viabilizassem seu próprio sustento: plantassem e colhessem seu alimetos (não todos, porque não é possível).
Eu já pensei que pena de mprte seria uma resposta, mas realmente nem sei o que penso hoje em dia e é um assunto que não desejo comentar, mas que parei de achar há algum tempo que isso seria de fato uma punição, mesmo com a severidade dos crimes que observamos… Em resumo, sei lá, acho que não é a resposta mais sensata.
Realmente seria bom se todos pagassem a sua dívida com a sociedade, na forma mais justa. Tem 20 anos de pena, cumpre os 20. Você está pagando pelo seu crime, arrependimento não repara o dano causado, muito menos um pedido de desculpas…
Mas aqui jaz a questão-problema: nossa justiça é justa? NÃO, NÃO É. Então nem tem porque lutar para uma execução justa dos danls causados a sociedade, se a própria justiça não é justa. Não dá pra pedir severidade em uma pena se sabemos que um preso com 100 gramas de maconha pega mais de 10 anos, enquanto um com 130 kg está solto, sob a conivência da justiça.
Nosso sistema não funciona, precisamos mudar ele antes de mudarmos o que depende do funcionamento dele.
Texto originalmente postado em https://diferentonathings.tumblr.com/ (Tumblr de minha propriedade, porém desativado)
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paicologandocomigo · 5 years
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Second
Por muitas situações me imagino como um trabalhador vítima do capital, tal qual Chaplin retratava em tempos modernos, que na menor das situações de parada dos meios de produção, já me sentia incomodado. De fato sinto que estar parado tem sido um dos meus carmas, mas hoje essa crise me intriga a um evento que acontece no ambiente do trabalho, o qual me mobilizou a um ponto de ter uma crise existencial, de caráter epifaníaco.
A situação citada envolve uma colega de trabalho, ponto que me fez direcionar-me a uma situação em que se faz necessário rediscutir o machismo sob a ótica da Psicanálise, situação que me levou a pensar até onde o feminicídio dialoga com as estruturas psicanalíticas. “It’s catch me up at the point” que cheguei a perguntar se uma estrutura ou outra teria de fato uma ligação, mas eis que me apresentam um texto que discute o ponto de vista com o seguinte ponto: o vacilo e os semblantes (depois faço uma discussão mais pontual desta discussão).
A apresentação dessa síntese me fez voltar-se a busca de outra explicação e eis que lembro do teatro do oprimido, mas preciso contextualizar, pois os sujeitos leitores não elaboram o discurso ao mesmo tempo que eu.
Chegamos a este ponto de discussão (a pessoa e eu) por intermédio de uma relação de trabalho que envolve responsabilidade, reconhecimento, submissão e lei (aqui fica claro porque busco a resposta na psicanálise). Nesta situação evoco o respeito a lei, mas acima disso o do reconhecimento e da responsabilidade, ao tempo que procuro negar a submissão, pois aqui é fora da lei (fazer algo que não lhe é atribuição, mas do outro). Acontece que meu caro colega indaga que devo me submeter ao ponto e desprezar tudo aquilo que me é da personalidade (responsabilidade, lei e reconhecimento - fama), algo que me sobe a um sintoma de uma estrutura medial e nego a submissão, usando-se da lei.
O que me deixa desconfortável a toda situação me leva até Paulo Freire, através do discurso sobre o oprimido: quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.
Eu consigo perceber que meu colega carece de consciência de classe e, ao subir, esqueceu de sua origem, que faz muito sentido ser explicado por Paulo Freire, e eis que não admito. Tenho em mim um ápice à luta das classe e propago um ideal de consciência de classe, ele não (eu lamento, muito, mas pela parte em que me afeta e me desgasta por pensar que estive errado ao achar que tal pessoa me fosse algo a se espelhar - mais um vez informe porquê trago a psicanálise - todas essas questões estão interligadas a mim, de uma forma ou de outra).
Acontece que estou profundamente decepcionada com tal colega por ele não ser quem eu queria que fosse, ao tempo em que quer destruir aquilo que me move.
Caro colega, você não só me incomoda, mas decepciona sua classe.
PS: texto originalmente postado em https://diferentonathings.tumblr.com/ (Tumblr de minha propriedade, porém desativado)
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paicologandocomigo · 5 years
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First
Devaneando pela rede social, em especial no mundo dos memes buscando um chiste novo pra dialogar com meu conteúdo latente me dei conta deste retratado na imagem e de repente me senti tensionada a dar o destaque a esse questionamento: por que na internet é tudo mais fácil?
Trago a vocês, leitores, uma releitura de alguns textos que tive acesso na graduação e que me fizeram elaborar e finalizar minha pesquisa de conclusão de curso. Bem, então vamos lá!
A internet é um instrumento de comunicação muito utilizado e que reforça o fator globalização, de forma que, quase que instantaneamente, as informações cruzam oceanos e chegam até a mão de cada um, interessado ou não no assunto. A internet, através das redes sociais, tem sido um fator que aproxima pessoas e, por vezes, dá espaço para mudanças: ser o que não é, os famosos perfis fakes e as montagens. Mas que disso podemos perceber que há um real que se é colocado para fora.
Acontece que, lembrando Foucault (1998), a falar sobre história da sexualidade, o autor pontuava um espaço neutro, longe do olhar inquisidor, em que os sujeitos estariam dispostos a poder realizar-se neles. E por que não haveríamos de pensar a internet como um espaço tal qual?
A sexualidade é um espaço explorado hoje pela cybercultura. Podemos caminhar pelas mais belas ruas de Paris ou mesmo falar todo dia com nosso amigo do outro lado do mundo, tudo isso sem sair do lugar, mas também podemos realizar fantasias, através de nosso avatar, que nos presentifica. A esse fenômeno dá-se o nome de “fantasia de presença”, descrito por Milne (2007). Através disso, pode-se viver no online o que no off-line não é possível, sem barreiras físicas, no anonimato ou não (Le Breton, 2003).
Online, é importante estar imerso no mesmo nível cultural e ter discernimento linguístico, para que assim possa estabelecer uma comunicação. Ante à isso, Le Breton (2003) considera a rede como um espaço de libertação, mas não só de corpos, e, para Milne (2007), essa liberdade fortalece e cria identidades culturais.
Talvez aqui já seja mais compreensível a articulação da imagem ao texto. Na vida real a menor situação de ameaça e o mecanismo de defesa pode ser fuga, mudança de assunto, mas nunca “eu disse errado”. Até pode, mas sob a vigilância fica difícil alguém acreditar, mas imagine num contexto online. É muito mais fácil apagar a mensagem, dizer que foi engano, já que era pra outra pessoa, bloquear a pessoa ou sumir e dizer que ficou sem internet. E também o maior importante: alegar que não era você. Isso se a pessoa não lhe corresponder.
E quando corresponde? Já parou pra pensar que nem sempre lá e cá são as mesmas figuras? Bem, existe uma visão de lá podermos ser quem sempre quisermos, e até conseguimos. Outras questões se implicam nesse meio, como o próprio cyberbullying, mas é bom estar atento ao tempo e ao espaço: lá é um mundo virtual, mas de vidas e ameaças reais.
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