Tumgik
nos-em-mim · 10 months
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Eu costumava escrever pelo puro prazer de deixar desabrochar a minha dor. Mesmo que a dor não me acompanhasse, ela coloria minhas linhas. Às vezes ela não estava ao meu lado da cama, eu saia varada nas noites atrás dela.
Parece loucura pensar que alguém correr atrás da dor, mas ela parece dar sentido ao que chamamos de vida.
Então eu parei de escrever pois queria dia menos dolorosos. Mas isso não impediu de que a verdadeira dor chegasse e devastasse meus dias.
Os dias passaram a ser mais escuros, confusos e tortuosos. Em vários momentos está nesse corpo, nessa mente e nesse mundo passaram a ser uma tortura. Era como se meu único desejo fosse escapar.
Eu não me recordava da última vez que havia parado para simplesmente retirar de mim a dor e colocar no papel. Ou melhor, hoje, no notebook.
A dor passou, e ao mesmo tempo ela sempre estaria comigo. Com a fluidez do tempo, me pego revivendo aqueles momentos, mas no agora vejo beleza até nos dias mais enlameados pelo sofrimento que escorria da minha mente até meu corpo inteiro.
Como eu me permiti viver isso? Quando eu me perdi?
Eu não sabia dizer, era como se tivesse caído num buraco enquanto corria atrás de um coelhinho. Esse coelhinho era a ideia de realização, de sonhos, de propósitos. Mas correndo não pude observar aonde estava indo e onde estava pisando.
Eu caí. E por um tempo fiquei nesse buraco. Com um tempo até comecei a decorá-lo e fazer dele a minha morada. Fiz festa do chá com os seres que costumavam me assombrar.
Mas um dia vi de longe algo voando do lado de fora e relembrei como era aquele mundo. Então decidi encarar a subida, escalei o buraco e quando me vi do lado de fora eu não pude acreditar quão bonito era. Eu chorei, eu ri, encarei novos desafios.
A minha pele não estava acostumada com o sol. Minhas bochechas passaram a doer pelo o riso que passou a fazer morada em meu rosto. Eu relembrei que o sentido da vida é está vivo.
Percebi que o propósito maior disso tudo é viver. Eu tinha esquecido como era está viva. A dor não só tinha me levado às noites mais sombrias como me mantido lá por muito tempo.
As noites não deixaram de existir, mas aprendi a andar ao lado dela, aprendi que os dias também existem e preciso deles. Dualidade.
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nos-em-mim · 10 months
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Todos temos uma natureza interna. Uma essência única e particular. Abraça essa natureza é se permitir navegar nesse oceano interno, e uma vez que você aprender a nadar nesses mares nunca mais
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nos-em-mim · 10 months
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Tudo é e tudo sempre será…
Nunca estamos no mesmo lugar. Nada nunca é o mesmo. Eu nunca sou a mesma. Mas acho estranho quando noto isso de uma forma mais clara do que os raios do sol. Me acho muito estranha e rara. Mas achando precioso também as formas que a minha vida se desenrola, se eu olho com carinho e cuidado eu vejo que parece mesmo com a mesma flor de hibisco que brota no fundo da casa. Às vezes eu me acho pequena, inútil e quase insignificante perante a magnitude do Universo, mas esse é o olhar para fora de mim, esse mesmo Universo se expande na mesma exata magnitude para dentro, na forma material e imaterial. 
Meu olhar para o mundo mudou, passei a me ver mais forte, mais corajosa. E sinto medos. Muitos medos, mas parei de ouvir os gritos escandalosos que me faziam ficar parada. Ao invés disso passei a convidá-los a participar da aventura, afinal estamos todos juntos nessa unidade, nesse corpo. Um corpo que veio ao mundo com uma alma extremamente única e sedenta por viver. E me reconectar com essa sede me trouxe um gosto que havia esquecido o quão misteriosa e encantadora pode ser a vida. 
Eu vejo pessoas, telas, letras, sorrisos, passos, nuvens e o tic tac do relógio parece ameaçador. Mas meu coração bate em um compasso ritmado e me acalma, quase como se quisesse dizer que está tudo bem, a nossa percepção de tempo é mesmo desta forma linear. Mas nada nunca deixa de existir. Depois que algo é sempre será. Lembrar disso é um afago para a mente agitada que se desespera vendo as horas correndo como se fosse uma maratona infinita cada vez mais perto do fim. Tudo é, tudo sempre será… Repito para mim mesma e sinto um abraço da existência e tudo acaba ficando bem novamente. Os medos passam e vejo os dias sem a neblina dos anseios que esconde as nuances da vida, tudo aquilo que é capaz de embelezar e colocar o sorriso no rosto da gente. 
Tudo é e tudo sempre será…
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