"...Porém, eu te amei, seu idiota. Eu fui tão sua. Eu te amei mais do que achei que poderia amar alguém. Eu te dei o melhor de mim e nunca pedi nada em troca. Eu ficava feliz com a tua felicidade. Eu queria fazer o impossível pra nunca te ver chorar. Eu me doei. Eu me entreguei. Eu me apaixonava por você todos os dias. Eu estava ao teu lado, sempre estive. Eu confiei em você. E eu nunca me senti tão usada e enganada. Eu nunca me senti tão tola e retardada por acreditar em alguém. Você me feriu inúmeras vezes, João. Você me deu menos do que eu merecia em vários momentos... E mesmo assim eu não fui capaz de te odiar. Porque eu te amava, porque eu acreditei que de alguma forma você me amava também. Então você não satisfeito com as merdas, com o pouco que me oferecia... Você resolveu me decepcionar. Sim, acho que foi de propósito. Tenho certeza que foi caso pensado. E me decepcionou. E não sei o que esperava com isso, mas o que aconteceu foi que tudo que a gente viveu perdeu a cor, perdeu a graça. Eu não lembro mais de você com aquele calor no peito, eu lembro com raiva, com rancor. Eu não consigo ficar feliz por termos vivido 2 anos juntos, eu fico querendo apagar isso de mim. Eu passei a achar que você me traiu. Eu nunca me senti tão traída. Se era isso que você almejava, parabéns. Você conseguiu. O que sobrou de mim depois disso tudo eu ainda nem sei. Eu só estou escrevendo essa carta porque tudo o que restou só tem feito mal a mim. Eu que me perco de vez em quando em tanto ódio. Eu que me perco procurando amor...amor que nunca existiu. Eu me perco, porque não há pra onde voltar e não há porque você levou tudo com você ou melhor, você destruiu tudo. Eu pedi tantas vezes pra você um dia, quando me deixasse, me deixasse te amando. Porque haveria amor. Porque no amor eu encontraria pra onde voltar... mas você se foi e tudo que deixou foi decepção. E eu, decepcionada, não tenho nem pra onde voltar. É isso, eu não desejo e nem espero nada pra você. Eu há muito que descobri que o João que merecia algo de mim só existiu na minha imaginação. Eu espero é apagar esse ódio de dentro do peito. Eu espero é que eu possa me tornar leve. Eu espero lembrar de você sem querer, ouvindo the killers e pensar que algo de bom ficou disso tudo. Eu espero que não haja nunca mais desejo de voltar pra lugar nenhum, porque eu quero é ir em frente... Você nunca saberá, João, mas eu acabo de te perdoar. Eu acabo de começar a me perdoar. E o melhor, eu acabo de começar a te esquecer."

De uma carta que jamais te entregarei.