tempo

eu não tive a intenção, mas me apaixonei por você.

você chegou de maneira inusitada. foi inesperado, e é assustador.

eu não achei que conseguiria abrir meu coração tão cedo. não imaginei que seria possível amar depois do que passei.

você me mostra todos os dias que tempos mais belos estão se aproximando. você me cativa e constrange com cuidado, doçura, leveza e devoção. você me faz olhar para o presente com um sorriso e para o futuro com expectativas.

você me faz tão bem. deixa minhas pernas bambas com cada toque, meu coração saltitando de alegria a cada sorriso, meus lábios dormentes em expectativa. sempre que estou longe, tudo que quero é voltar para seu abraço e sentir como se eu estivesse onde pertenço, onde devo estar. nos seus braços eu sinto conforto, aceitação, liberdade.

ter você na minha vida está trazendo brilho, alegria e leveza, e eu amo você por isso.

Cura por quem feriu

Tenho conversado com meu ex-namorado. Ele quer reatar o relacionamento. Eu entendo ele, afinal, para ele estava ótimo como estava. Eu fui anulada e desrespeitada com frequência. Ele se beneficiava disso. 

Na última sessão de terapia, mencionei que tenho mantido esse contato mesmo não me fazendo tão bem assim. Fico me perguntando porquê minha ânsia por mante-lo por perto é latente. Sinto que, como minha psicóloga comentou há um tempo atrás, nós buscamos a cura em quem nos feriu. Queremos que a pessoa que nos magoou nos recupere, trate-nos como deveria ter tratado, deixando para trás o mau comportamento que apresentou e, assim, recuperando suas graças para nós, os machucados.

Eu continuamente faço isso. Quero a pessoa por perto, como que ela fosse me consolar, tirar de mim a dor e o peso do que vivenciei; do que ela me causou. Em nenhum dos casos anteriores essa foi uma postura bem sucedida. Sempre um fracasso. E então, entra a questão: por que seguir em um comportamento nocivo? Por que seguir me expondo a situações que me ferem, que maculam meu coração?

Escrevo porque me ajuda a processar minhas emoções e pensamentos. No momento, preciso responder a uma "proposta" que ele fez, de que sejamos amigos, confidentes, dando suporte um ao outro, para que possamos manter uma amizade que evolua conforme desejarmos. Sinto que não irá melhorar o que era. Ele seguirá sugando minhas energias para seu próprio benefício e eu seguirei sendo desrespeitada e invadida constantemente.

Esses dias eu tive que explicar a ele coisas pesadas. É difícil acreditar que ele compreendeu e mudará daqui pra frente.

Instinto

Nos últimos dias, senti claramente a necessidade de confiar mais em meus instintos.

Foram situações diversas que comprovaram essa necessidade. Houve situação boa, situação péssima, situação incerta — ainda.

Na situação boa, pude confiar claramente em meus instintos e obtive sucesso. Foi bom e transformador em uma circunstância difícil e que exigia uma ação. Meus instintos me moveram na direção certa e fui fiel a mim mesma.

Na situação péssima, não confiei plenamente em mim, pedi auxílio em um círculo de amigos que, até o momento, detinha minha confiança cega. Ah, como me equivoquei... Recebi uma apunhalada nas costas de uma pessoa que eu acreditava estar ao meu lado. Foi sofrido, pesado, triste. Fiquei abalada por dias. Chorei copiosamente por noites seguidas. Receber consolo e amparo foi essencial para que eu recuperasse o ânimo.

Já a situação incerta... É incerta há um bom tempo já. Mas, só é incerta por eu não confiar em meus instintos o suficiente. Afinal, eu percebo os olhares, escuto as falas carregadas de flerte ingênuo e agradável, sinto o cuidado e carinho constantes, a atenção devotada às minhas falas e opiniões, as tentativas de aproximação, os olhares investigativos. Não estou vendo coisa onde não tem.

Porém, tenho medo. Não sei se medo de dar errado e ser rejeitada, ou de dar certo e ter que lidar com isso (relacionamento não é fácil). Seja como for, esse medo me paralisa em todas as vezes que sinto a aproximação, percebo os flertes, cruzo o olhar, recebo o cuidado e carinho. Sinto-me uma adolescente que não sabe como se comportar diante do cara por quem é apaixonada. E morro de medo de ser descoberta. Então, paraliso. Minha mente embaralha, e fico pensando em todas as saídas que não gerariam desconforto ou desconfiança sobre meus sentimentos. Perco o timming das falas, pareço fria, distante.

Tudo que eu mais queria era justamente o contrário. Queria estar perto, queria flertar, cortejar e ser cortejada, viver sem medo do que sinto.

Mas, meu instinto não deixa.

incertezas

saí com uma pessoa que havia se tornado um passado.

foi ótimo. passamos horas conversando, rindo, desabafando. somos assim, autêntico e confortável em nossas peles, nossos jeitos.

foi como se não houvesse um hiato de 6 meses entre as duas últimas vezes que nos vimos. 

e, ao mesmo tempo, foi tão difícil dizer tchau. foi como se fosse uma despedida de algo que deveria ser eterno.

agora, aqui estou eu, após ter chorado algumas vezes, por sentir como se houvesse perdido o amor da minha vida que nunca chegou a ser de fato, pois ficamos à margem, nunca nos aprofundamos o suficiente.

e isso tudo dói mais pelo que poderia ser, do que pelo que foi.

Untitled | Zoltan Tasi

Getting lost in the ancient city of Petra! | filippo_cesarini

misty

available for purchase on ephimera

“Path“ by | Mevludin Sejmenovic

elinalukka on ig

novidade

Estou vivendo algo completamente novo.

Não estou ansiosa. Estou em um relacionamento indefinido e isso não está me gerando ansiedade.

Isso é novidade. Acho que nunca havia me sentido assim, segura, sem pressa de amarrar a pessoa à mim. E veja, não é que não quero. Só acho que isso irá acontecer quando tiver que acontecer, se for mesmo acontecer.

Até umas duas semanas atrás eu estava decidida a terminar esse “rolê”. Não tinha porque continuar. Não sentia que havia reciprocidade, nem interesse real, nem sentimento algum. 

Por um preciosismo meu, achei que precisava vê-lo por uma última vez, antes de decidir qualquer coisa. Confesso que até forcei um pouco a barra para esse encontro acontecer. Não nos víamos há mais de um mês. 

E isso foi o suficiente. Não quero mais acabar. E sei que você também não. Meu coração acalmou, minha mente tranquilizou, meu corpo relaxou. Em você encontrei um lugar novo, um lugar de conforto, segurança, descanso. 

Denver, Colorado | dburkephotography

Eu gosto de você. E não, não estou apaixonada. Achei que estivesse. Mas, é apenas um apego, um carinho, um gosto. Eu queria que fossemos mais do que somos, mesmo assim. Eu quero um relacionamento sério. Já falei isso. E sinto que não é recíproco. Que mesmo que você goste de estar comigo, não é o que você quer no momento, então você apenas deixa as coisas fluírem.

Talvez eu devesse dar um basta nisso. Dizer que queremos e esperamos coisas diferentes e por isso devemos seguir caminhos diferentes. Mas, acho que não farei isso antes do meu aniversário. Estou acostumada demais a acordar com suas mensagens de bom dia, passar o dia conversando contigo e ir dormir com seu boa noite. E completar 31 sem nada disso será bastante triste. Então, é melhor deixar para depois.

É interessante gostar de você. Somos absurdamente parecidos e diferentes. Gosto de tantas coisas em você, da sua forma de ser leve, do seu jeito espontâneo, gosto quando fica sem graça, gosto da química que temos e de como me sinto a vontade contigo. Gosto de você como quem olha para uma pessoa e enxerga uma vida toda com ela. Uma vida boa, gostosa, daquelas que dá um calorzinho no coração de ser vivida. Mas, parece que apenas eu enxergo isso.

Esses dias eu percebi que você tem semelhanças com meu primeiro namorado. O que é ótimo, porque foi o meu relacionamento mais duradouro e feliz.

É engraçado, parece que bastaria uma chave virar dentro de você para que nós fossemos muito felizes juntos. Mas, eu não posso virar essa chave. Só você pode. E você não quer.

Eu não quero ficar presa a algo que não tem futuro. Já fiz muito isso na vida, e não vale a pena.

As coisas terão de mudar. Porque eu, não vou.

Autumn bliss in the Aosta Valley, Italy.

“Untitled“ by | Mai Yanagisawa

Two days ago, my close friend had a birthday. I painted her dog for her.

Mensage(ns)

Cada cinco minutos, checo o celular. Verifico se está com internet ativa, se não está com problemas de rede. Nada. Tudo nos conformes.

Reduzo a checagem para cada dois minutos. Abro o whatsapp para ver qual o horário da última visualização. Horas atrás. Viro o celular com a tela para baixo, desta forma não recebo notificações. Estou braba, não quero responder logo que receber mensagens dele.

Essa sequência, com variações, já acontece há alguns dias. Fico braba porque ele não responde e eu quero atenção. Quero a atenção dele todinha pra mim, pois é o quero oferecer a ele também. Quero me embriagar em suas palavras, deleitar-me em seus gestos, enlouquecer com seus toques. Desejo causar-lhe calafrios, quero instigar sua mente, despertar seus sentidos, ativar completamente todo seu ser.

Mas, não consigo. Não na intensidade e constância que desejo.

Minhas intenções com ele são as melhores possíveis, claro. Ouso dizer que anseio muito mais por seu contentamento do que pelo meu. É o seu sorriso que quero, é sua risada, sua alegria. Quero que ele sinta-se cheio, extasiado, pleno.

Sei que ele quer me oferecer o mesmo. Não que ele tenha dito isso com todas as letras, mas não importa. Eu vejo em seu olhar, sinto em seu toque, percebo em suas palavras.

Às vezes, quando escrevo, sinto que amarro palavras já ditas por outras pessoas, mesmo que eu não as tenha lido. Não é possível que ninguém antes tenha sentido e pensado tudo que sinto e penso.

Passei o dia querendo estar ao seu lado. Não que não quisesse estar onde estive, apenas o queria por perto.

Ah, a alegria de estar com ele... Não é preciso que estejamos em mergulho, sua existência acontecendo em qualquer lugar próximo a mim já é razão para sentir-me flutuando em algodão doce.

Queria entender como é possível ter essas sensações sem que nossas interações tenham sido pensadas, planejadas. É tudo num acaso, sem plano e sem estrutura. Como pode, então, um segundo de um olhar cruzado ser capaz de aquecer meu coração?