este texto é um conselho: seja mais gentil consigo mesma. e quando eu digo ser gentil, falo de você parar pra se olhar na frente do espelho e tentar gostar do que vê. de você, ao querer se criticar, parar por um momento e ser piedosa, caridosa, e menos autodestrutiva com si própria. que você pense: “desta vez eu não vou me colocar neste lugar desconfortável, desta vez não vou me colocar para baixo.” este texto é um lembrete pra você que tá tudo bem errar, porque ainda existe o dia seguinte. o próximo mês, a próxima primavera e o carnaval. ainda há muito tempo pra você melhorar, progredir e se desenvolver. então, não seja tão dura consigo própria. e aproveite cada parte sua: seus pensamentos pela noite, o momento do almoço, as idas à praia. faça de tudo pra se olhar com a empatia que você olha pros outros. faça de tudo pra que todo o amor que você entrega àqueles ao seu redor também chegue em você, sobretudo porque você é a pessoa que mais precisa da sua luz. você é um sol todinho, mas que também precisa ser iluminado. então seja gentil. quando ficar irritada com si mesma em relação a algo que não deu certo, respira e tenta de novo. quando se sentir fraca ou sem forças, tente sair de casa, correr, cozinhar, ler um livro que goste. se coloque no colo em dias frios, e permita-se estar sozinha em casa apreciando cada parte sua, que é linda, incrível, e precisa de você. você precisa de você. este texto é um convite: enxergue-se capaz de ser humana pra ser, também, capaz de ser gentil.
você encontrará alguém que saberá a hora exata de partir e não fará desse fato uma tentativa de te partir. alguém que pode aparecer amanhã, daqui dez anos ou mais. ou que não pode vir, porque talvez ele seja você.
nos últimos tempos, ando tentando ser mais paciente comigo mesma. já passei tempo demais me cobrando por tudo que eu não consegui fazer. pelos trabalhos que, mesmo bem-feitos, poderiam ter sido melhores. por não ter conseguido fazer exercício físico quando planejava, em um dia corrido. até mesmo por não corresponder às expectativas que outras pessoas tinham de mim.
hoje em dia, minha consciência está mais leve. eu sei que faço aquilo que posso e que, em alguns dias, eu não vou ter forças pra fazer um trabalho excelente. ou que vão existir momentos em que a vontade de me exercitar não vai surgir e que tudo bem se, às vezes, eu optar por não fazer nada.
eu entendo que, se eu não sou capaz de satisfazer todas as minhas expectativas, também não poderia satisfazer completamente as de outras pessoas. e a minha família, os meus amigos e os meus colegas de trabalho vão ter que se adaptar não com o que eles desejam que eu faça, mas com o que eu consigo e posso entregar a cada um deles.
e tá tudo bem. mesmo. tá tudo bem se eu não perder minutos preciosos de sono me culpando pelo que não fiz ou não sou. tudo bem seguir com a consciência limpa, e, se de vez em quando vier a culpa, saber que eu posso seguir da melhor forma que consigo. apesar desse sentimento de insuficiência temporário, eu sei que sou mais do que o suficiente pra aguentar todos os dias e todos os compromissos.
e quando alguns momentos não forem os melhores, e quando pessoas que estão ao meu redor se decepcionarem porque elas esperavam mais de mim... paciência. porque eu sei que eu tô tentando. e tentando muito. e sendo a melhor versão de mim mesma que eu posso.