Tumgik
lettrasdepoemas · 3 years
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Devaneios
Amanheceu. O sol entrou pela fresta entre as cortinas que cobriam a janela. A luz tocou seu rosto e então ela acordou. Surpreendeu-se! Ainda era cedo e, após uma noite mal dormida, planejava acordar um pouco mais tarde. Não que isso fosse suficiente para repor suas energias, mas dormir dava a sensação que os tormentos do coração não incomodariam sua mente, e num sono profundo, não se perderia em devaneios. Estava errada! Não fora atoa que passara a noite acordada. Era mais fácil para ela enganar a si do que admitir os sentimentos que sufocavam seu íntimo. Estava em confusão. Seu coração já não batia mais na mesma frequência. Não! Seu coração e seus pensamentos seguiram um caminho divergente. Ela não sentia mais borboletas no estômago, o peito já não doía mais, os lábios já não eram mais secos e as mãos não tinham mais suores de ansiedade. Virou de lado a refletir: meu amor já não é mais meu, eu já não sou mais minha. Estava desamando e isso a doía porque ainda sentia o amor em si, mas não na mesma intensidade que lhe era depositado. A despaixão a machucava porque admitir para si e para outrem de tantos anos era admitir que a promessa do para sempre fracassara. Sentia muito, mas ela já não sentia mais nada.
- Andreza Amorim
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lettrasdepoemas · 3 years
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O beijo que nunca dera...
Após a ansiedade de um dia sufocante, horas escolhendo a melhor roupa e vendo vídeos das “melhores posições para deixar ele louco”, encontrava-se de frente para o espelho, examinando a si. Estava insegura! Há tanto tempo não sentia aquele frio na barriga, há tanto tempo não era tocada. Tinha medo da decepção, de um beijo mal dado e de uma conversa mal conversada. Estava certa de que ele seria diferente. Era frustrante pensar na possibilidade de que o homem por quem sempre fora apaixonada não seria capaz de dar-lhe o que necessitava: a intensidade de um beijo quente, pois era ele que em seus sonhos a rasgava a roupa e a alma, e adentrava no mais profundo abismo de seu corpo. Era ele que a tomava por inteiro, mesmo na distância de seus pensamentos, era ele! Não poderia ser outro. Voltando a si, observou a insegurança pelo espelho, estava nítido nos seus tensos olhos castanhos e em sua pele enrijecida atrás da toalha vermelha que a enrolava, o medo de ser só mais um. Observou, ainda, pelo reflexo do espelho, a lingerie preta rendada estendida na cama. Safada! - pensou ela, passou horas escolhendo a zelo a roupa que a deixaria sexy e confortável, afinal, por mais nervosa que estivesse, sentia no calor de sua virilha que ela necessitava dele e nada mais. Vestiu-se no vestido da coragem e o encontrou no saguão de seu prédio. O cabelo, preso em um rabo de cavalo, bem explícito por sinal, que abria caminho até sua nuca tensa e seu corpo febril. O medo, a encorajou a ser firme com seus sentimentos, e ao final da noite, puxá-lo para si. Não era a melhor amiga das convenções, e nem esperaria por uma atitude que temia não vir, apenas o tomou em um beijo. Talvez estivesse errada, mas naquele momento apostava que seria O Beijo. E foi!
Há tempos não era beijada. Não, já fora beijada, mas nunca de um jeito tão inebriante. Já beijara a outros homens, é claro, mas não sentia nada além de um excitação passageira que pouco ou nada a deixava embriagada. No agora, em questão, sentia o fervor de um corpo assanhado acudido em um vestido apertado. Queria se livrar de todo aquele pano que os separavam, e que maldosamente barrava-os do acaso, queria aquele calor em sua alma, queria a configuração de seus mais perversos sonhos com aquele homem, afinal, na sua imaginação, era ele quem a preenchia nas noites de seus toques a sós. Não esperava menos, e não teve, é claro. Fora muito mais, muito mais que um toque ou um beijo qualquer, fora uma foda e tanto. É, fora o beijo que nunca dera.
- Andreza Amorim
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lettrasdepoemas · 3 years
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O beijo que nunca dera...
Após a ansiedade de um dia sufocante, horas escolhendo a melhor roupa e vendo vídeos das “melhores posições para deixar ele louco”, encontrava-se de frente para o espelho, examinando a si. Estava insegura! Há tanto tempo não sentia aquele frio na barriga, há tanto tempo não era tocada. Tinha medo da decepção, de um beijo mal dado e de uma conversa mal conversada. Estava certa de que ele seria diferente. Era frustrante pensar na possibilidade de que o homem por quem sempre fora apaixonada não seria capaz de dar-lhe o que necessitava: a intensidade de um beijo quente, pois era ele que em seus sonhos a rasgava a roupa e a alma, e adentrava no mais profundo abismo de seu corpo. Era ele que a tomava por inteiro, mesmo na distância de seus pensamentos, era ele! Não poderia ser outro. Voltando a si, observou a insegurança pelo espelho, estava nítido nos seus tensos olhos castanhos e em sua pele enrijecida atrás da toalha vermelha que a enrolava, o medo de ser só mais um. Observou, ainda, pelo reflexo do espelho, a lingerie preta rendada estendida na cama. Safada! - pensou ela, passou horas escolhendo a zelo a roupa que a deixaria sexy e confortável, afinal, por mais nervosa que estivesse, sentia no calor de sua virilha que ela necessitava dele e nada mais. Vestiu-se no vestido da coragem e o encontrou no saguão de seu prédio. O cabelo, preso em um rabo de cavalo, bem explícito por sinal, que abria caminho até sua nuca tensa e seu corpo febril. O medo, a encorajou a ser firme com seus sentimentos, e ao final da noite, puxá-lo para si. Não era a melhor amiga das convenções, e nem esperaria por uma atitude que temia não vir, apenas o tomou em um beijo. Talvez estivesse errada, mas naquele momento apostava que seria O Beijo. E foi!
Há tempos não era beijada. Não, já fora beijada, mas nunca de um jeito tão inebriante. Já beijara a outros homens, é claro, mas não sentia nada além de um excitação passageira que pouco ou nada a deixava embriagada. No agora, em questão, sentia o fervor de um corpo assanhado acudido em um vestido apertado. Queria se livrar de todo aquele pano que os separavam, e que maldosamente barrava-os do acaso, queria aquele calor em sua alma, queria a configuração de seus mais perversos sonhos com aquele homem, afinal, na sua imaginação, era ele quem a preenchia nas noites de seus toques a sós. Não esperava menos, e não teve, é claro. Fora muito mais, muito mais que um toque ou um beijo qualquer, fora uma foda e tanto. É, fora o beijo que nunca dera.
- Andreza Amorim
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lettrasdepoemas · 4 years
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o peso do dia em que eu me olhei e visualizei o inferno do qual sempre tentei escapar. aceitar meu lado ruim nunca foi fácil.
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lettrasdepoemas · 4 years
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Relatos
Mais um dia de quarentena e ansiedade pós EAD. Nada mais estressante que ter que lidar com essas bombas de informações, e medo, e ansiedade durante esses dias. Ainda por cima, ter que lidar com gente inconveniente da faculdade, atrapalhando aula para constatações óbvias, é a famosa síndrome do estudante de direito em querer ser superior a tudo e a todos. Aquela coisa né, faz parte. 
Falando em quarentena, cheguei a conclusão que é razoavelmente impossível ter autoestima durante esses dias. Foda, você ser bombardeado de merdas em redes sociais e se cobrar por conta da merda dos padrões de beleza. Aliás, saúde mental, praticamente zero. Ando dependente e isso me mata 3x mais por dia. Aquilo que eu era há anos atrás se foi e o que restou foi a porra de uma pessoa com vínculos sociais praticamente mortos. Estou tentando seguir, mas há coisas que me puxam pra trás como uma âncora presa em meus pés. ´
É isto, apenas sigo!
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lettrasdepoemas · 4 years
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Era surreal a forma como ela ainda agonizava dores e passados. Enganou-se quando achou que crescera, mas não, ela ainda não havia crescido; ainda chorava em posição fetal quando algo a afetava. Pobre Catarina! Tão jovem e cheia de sonhos, quem a roubou sua felicidade? 
Já é tarde, jovem Catarina, não se é mais hora de rebuscar o que j�� fora. É hora de dormir. Venha Catarina, venha! Vem sonhar acordada seus sonhos de menina não evoluída que ainda pensa o mundo cor de rosa e as vezes preto e branco. Durma, Catarina! Amanhã já é outro dia. 
- Andreza Amorim
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lettrasdepoemas · 4 years
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não estou aqui para parecer poética, muito menos agradável, apenas quero escrever, desculpem-me meu português, minha arrogância e meu senso de gigantismo, só quero ser quem sou num espaço em que não precise ser quem querem que eu seja... não preciso que gostem, só quero escrever, apenas!
- lettrasdepoemas
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lettrasdepoemas · 4 years
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amar e mudar as coisas me interessa mais...
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lettrasdepoemas · 4 years
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Voltei, e isso não surpreende, muito menos impressiona alguém, depois de tanto tempo longe dessa rede social onde coleciono milhares de poucos seguidores e ninguém vê mesmo o que escrevo, posso manter meu anonimato e conseguir minimamente me expressar com as minhas muitas e silenciosas palavras. Não sei se estar de volta significa que conseguir voltar a escrever, ou que eu regredir ao meu caos interior. 
Deixo claro que evoluir dos meus sentimentos adolescentes, e essa vibe dark já deu. 
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lettrasdepoemas · 5 years
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ESPELHO
Diante do espelho, aquele reflexo vazio, amargo, machucado, a assustava. Via a imagem, contudo não a reconhecia, não entendia aqueles machucados, o olho roxo, o nariz sangrando, o corte no canto da boca, sabia que tinha sido uma baita surra, mas aquilo a surpreendera. Os olhos sem expressão, não se parecia com ela, não podia ser ela. Ofendeu o reflexo com sua incredulidade. Como não fora capaz de reconhecer aquilo que ela mesma causara?! Havia usado várias armas para tal absurdo, lágrimas presas, sentimentos pisados, silêncios forçados. E agora o golpe final, ensaiava mais sorrisos plastificados. Fora a gota d’água, o reflexo virou-se e foi embora, ela tentou chama-lo de volta. Que abuso! Ela sabia, podia não demonstrar, mas sabia, que já havia exigido demais de si, no entanto, diferentemente do reflexo ela negava seus machucados.
-Propulsei, L.C
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lettrasdepoemas · 5 years
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ESPELHO
Diante do espelho, aquele reflexo vazio, amargo, machucado, a assustava. Via a imagem, contudo não a reconhecia, não entendia aqueles machucados, o olho roxo, o nariz sangrando, o corte no canto da boca, sabia que tinha sido uma baita surra, mas aquilo a surpreendera. Os olhos sem expressão, não se parecia com ela, não podia ser ela. Ofendeu o reflexo com sua incredulidade. Como não fora capaz de reconhecer aquilo que ela mesma causara?! Havia usado várias armas para tal absurdo, lágrimas presas, sentimentos pisados, silêncios forçados. E agora o golpe final, ensaiava mais sorrisos plastificados. Fora a gota d’água, o reflexo virou-se e foi embora, ela tentou chama-lo de volta. Que abuso! Ela sabia, podia não demonstrar, mas sabia, que já havia exigido demais de si, no entanto, diferentemente do reflexo ela negava seus machucados.
-Propulsei, L.C
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lettrasdepoemas · 6 years
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“Odeio atenuantes, desculpas, restrições. Odeio quem marca e desmarca. Odeio quem maltrata a esperança do outro, quem não cuida da expectativa que mesmo criou. Odeio quem afirma que não tem saída, que surgiu algo importante, que está de mãos amarradas. Sempre há o que fazer. Sempre podemos escolher. Odeio quem diz que vai e depois retira a palavra. Quem sempre inventa um senão de última hora. Quem não banca seu desejo. Quem finge intensidade para soar romântico. Adiar não é esperança. Um sim pela metade é não. Respeito aquele que sofre de medo, jamais respeito aquele que aceita ser menor do que o medo. Respeito aquele que sofre de dúvida, jamais respeito aquele que coleciona incertezas. Na paixão, ou é ou não é. Não se negocia com a loucura.”
— Fabrício Carpinejar.  
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lettrasdepoemas · 6 years
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O silêncio nos lábios, não condiz com o barulho no coração.
Controlaria.
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lettrasdepoemas · 7 years
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lettrasdepoemas · 7 years
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Odeio conversas curtas, quero falar sobre átomos, morte, aliens , viagens, sexo, inteligência, as mentiras que você disse, suas falhas, seus aromas favoritos, sua infância, o que mantém você acordado á noite, suas inseguranças e medos. Eu gosto de gente com profundidade, que fala com a emoção de uma mente confusa. Não quero saber de “e aí, novidades”.
Jean Carlo (via empirism-o)
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lettrasdepoemas · 7 years
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Um dos meus maiores medos foi perder alguém que eu amo, além de ser esquecida pelo mundo, eu nunca quis deixar se existir. Eu sempre soube que um dia eu vou morrer, mas quero estar gravada nas paredes da cidade, nas memórias e nos corpos de todas as pessoas que eu tive o prazer e o desprazer de conhecer, quero ser lembrada até por aqueles que nunca me viram. Mas perder alguém é definitivamente muito pior, você não pode fazer nada, você não pode fazer merda nenhuma além de superar, beber um ou dois copos de vodka barata, escrever um ou cinquenta poemas, cortar os pulsos, fumar seu cigarro favorito, escutar as músicas que você mais gosta, dançar e dormir um dia inteirinho. O que fode mesmo é saber que nada disso vai mudar o que você sente, nada disso vai trazer a pessoa de volta, pode até ajudar um pouco, melhorar a situação por hora, mas vai doer, você vai querer morrer e até arrancar os cabelos da cabeça, eu sei o que eu estou dizendo, sinceramente não conheço nada ainda que doa mais que isso, nem mesmo tomar injeção.
Bianca Autran  (via romantizado)
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lettrasdepoemas · 7 years
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