Tumgik
leonardotroiano · 6 years
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Pessoas festejam de forma selvagem no alto de um prédio. E ficam fungando e seus narizes escorrendo enquanto dançam e chacoalham as cabeças na batida de seus corações. Se saio, ando e paulatinamente a rua faz com que uma tristeza se apodere de mim. Não sei festejar. E agora não sei como seria se fosse.
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leonardotroiano · 7 years
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Araucárias
Essas grandes deusas ancestrais Taças verdejantes mastodônticas Lembranças do lar na memória dos filhos que desta terra partiram Através de suas folhas vemos a alva mulher-rainha da noite em todas as suas fases No reino da lua, a silhueta negra de árvores altíssimas resplandece E a forma de ventres pré-históricos salpica as terras do sul Suas sementes ogivais e nutritivas alimentam nos invernos tão severos os corações saudosos dos aqui nascidos Mas nunca darão frutos
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leonardotroiano · 7 years
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Blasfêmia
Em cada lado de minha cabeceira Demônios guardam meu sono pesado Eles não dormem e não piscam Me fitam com seus olhos familiares Legiões habitam meu escuro quarto Dei as costas aos anjos Demônios acolhem mais que querubins Já não mais temo a escuridão E vago pelos cômodos com as luzes apagadas
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leonardotroiano · 7 years
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Des yeux qui font baisser les miens, Un rire qui se perd sur sa bouche. Voila le portrait sans retouche, De l'homme auquel, j'appartiens, Quand il me prend dans ses bras Il me parle tout bas Je vois la vie en rose. Il me dit des mots d'amour, Des mots de tous les jours, Et ça me fait quelque chose. Il est entré dans mon coeur Une part de bonheur Dont je connais la cause. C'est lui pour moi, Moi pour lui dans la vie, Il me l'a dit, m'a juré pour la vie. Et, dès que je l'aperçois Alors je sens dans moi Mon coeur qui bat, Des nuits d'amour à ne plus en finir Un grand bonheur qui prend sa place Des enuis des chagrins s'effacent Heureux, heureux en mourir. Quand il me prend dans ses bras, Il me parle tout bas, Je vois la vie en rose. Il me dit des mots d'amour, Des mots de tous les jours, Et ça me fait quelque chose. Il est entré dans mon Coeur, Une part de bonheur, Dont je connais la cause. C'est toi pour moi, Moi pour toi dans la vie, Il me l'a dit, m'a juré pour la vie. Et, dès que je l'aperçois Alors je sens dans moi Mon coeur qui bat. Lalalala Lalalala La La La La
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leonardotroiano · 7 years
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Que prazer quando transvaloramos o rancor em um vingança pura e cristalina, venenosa, concentrada, negra e obcessiva. Torna-se a missão de uma vida.
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leonardotroiano · 7 years
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Visitando o antigo colégio Sinto-me velho Mais que isso Sinto-me esquecido E nos corredores da infância Encontro-me com um antigo eu, distinta pessoa Diferente do que me lembro de mim mesmo Será que ele se orgulharia de mim?
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leonardotroiano · 7 years
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De Curitiba, o céu estrelado se limita a três estrelas corajosas, perscrutando o espaço vazio e longínquo, varando a atmosfera e sobrevivendo bravamente à interferência luminosa da metrópole.
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leonardotroiano · 7 years
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As metrópoles não são, como se pensa ,o progresso da grande civilização, são o retorno do tipo humano à idade da pedra, reinventada em concreto. Florestas de monumentos, aço e cimento. Não se vê o céu manchado de leite estrelado, mas o piscar dos faróis de motos. Sem cigarras, se ouve apenas o rugir dos automóveis e o cantar das bitucas de fumo caindo na calçada. Selvas mais selvagens, mais indiferentes e mais cruéis. Onde se mata não para matar a fome, mas para dar cabo da vida, sem misericórdia alguma.
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leonardotroiano · 7 years
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Mãe, não me permitindo amar, me ensinaste o valor do amor
não se orgulhando de mim, me ensinaste a necessidade fundamental do orgulho
não me permitindo ser quem sou, me ensinaste a importância da liberdade absoluta 
não me defendendo, me ensinaste a enfrentar esse mundo sem misericórdia 
me ensinaste a ser minha própria mãe
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leonardotroiano · 7 years
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Poderiam morrer todos meus amores e eu sobreviveria, com grande pesar, contudo, sobreviveria. Mas, se meus amigos morressem, eu certamente não resistiria. Cada amizade verdadeira é um laço único, insubstituível.
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leonardotroiano · 7 years
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Taciturno
Pensam os outros que Às vezes estou melancólico Não é o caso, a melancolia me acompanha Desde a mais tenra idade Como um demônio Sempre ao meu lado Sobre o ombro, sussurrando: Ninguém está aqui
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leonardotroiano · 7 years
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Prosa poética de minha avó
"Às vezes essa melancolia é alguma uma coisa de Deus também. Que quer mexer com o coração de gente, pra dizer que a gente ainda é gente e é capaz de sentir. Por isso, se ficar melancólico, não fique triste demais por causa da melancolia, procure andar um pouquinho no ar puro da manhã ou na chuva, declamar outro poema, mas já sabendo que Deus, o Infinito, já deve ter ficado melancólico também."
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leonardotroiano · 7 years
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Eu odeio a porra dessa vida.
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leonardotroiano · 7 years
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Nao sinta pena de mim, meu querido amado. Rejeição é algo com o qual já estou familiarizado.
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leonardotroiano · 7 years
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Eu lamento imensamente por você. Quão dolorido envelhecer será para alguém como você eu não posso calcular exatamente. Mas sei que será excruciante. Uma dor maior do que você pode imaginar agora, no auge de tua juventude e beleza. Perder a única coisa que você tem nessa vida miserável que tu levas. Com o passar dos anos, você assistirá na superfície do espelho cada pedacinho de beleza ser arrancado de você pelos ponteiros do relógio, e a progressiva transformação do teu rosto irá descortinar o véu que cobre o abismo vazio que você é. E a dor será imensa.
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leonardotroiano · 7 years
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O homem-mosca e a aranha do destino.
Eu continuo sendo o que sou. Sinto-me como um inseto preso à uma teia de verdades e mentiras . Uma teia que, ironicamente, teci com minha própria língua. E sinto uma angústia análoga à que sente a mosca ao notar a presença aracnóide por perto. E, ainda preso à teia, vejo uma escuridão se aproximar. Após passar um dia pregado às fibras de mentira que jurei, o entardecer se aproxima e, no crepúsculo d'alma, não me reconheço nos reflexos da poça de água fria aos pés da árvore cujos galhos repletos de teia são agora onde me encontro capturado. Por anos interpretei ser o que era e não era, e hoje, no palácio surreal das memórias, o real se funde ao irreal, como a viscosidade da teia se prende aos galhos, formando uma substância de consistência duvidosa e obscura. Nas profundezas da mente, onde a luminosidade da razão não alcança, permanece perdido aquilo que não se sabe o que é, mas que poderia esclarecer o que realmente aconteceu do que uma vez foi dito por mim mesmo não sendo verdade. Sou um homem solitário, preso numa teia de inverdades, e agora vejo uma aranha sair de trás das folhas para me devorar. Ao fundo, o sol me banha com seu último raio de luz.
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leonardotroiano · 7 years
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Eu imagino o porquê das festas. O porquê das pessoas rebolarem suas bundas como fêmeas babuíno no período fértil ao som de batidas intermináveis. Estão procurando a felicidade? Será que é por isso que são felizes? Se é que são felizes. Me questiono se sou feliz, mas não sei o que é a felicidade em si. Felicidade é ser amado? Algo tão transitório e efêmero e dependente de outrem. E por que a obsessão que temos com felicidade? Por que ser feliz é tão obrigatório? Terá valido a pena ser feliz, no final? Tudo não termina do mesmo jeito? Todo o ideal de felicidade é muito ilusório e não há resposta para o porquê. Há uma enorme transitoriedade das variadas emoções, que no final faz com que a vida seja um jogo de soma zero. Ninguém ganha e ninguém perde. Porque não se trata, contraditoriamente, de um jogo. Aliás, ninguém sabe do que se trata. Provavelmente a vida é uma sequência de acidentes e assim se passou desde sua gênese naquela poça quente há 3,5 bilhões de anos atrás onde alguns aminoácidos encadearam-se numa proteína que, por acaso, resultou num coacervado simples e primitivo, e que bilhões de anos depois teria como seus ancestrais mamíferos, pois têm pelos e glândulas mamarias que dão leite, bípedes que usariam saltos plataforma, glitter no rosto e roupas de moda também transitória numa sexta-feira de um calendário inventado. Também não se pode falar em acidentes. Já que provavelmente não há conceito ético no universo, logo, inexistem as concepções de acerto e erro ou acaso e propósito. Por probabilidade, as coisas são uma sequência de eventos prováveis e improváveis em uma matemática decifrada por macacos que desceram de árvores, quando nunca deveriam ter feito isso, sendo este o erro mais estrondoso daquelas montanhas de moléculas sequenciadas chamadas seres vivos.
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