hoje, depois de meses – onde pareceram milênios – voce apareceu.

você apareceu sem a versão diferente que criou e fingiu ser, sem a versão distante ou desinteressante transparecida de algo frio, você apareceu sendo quem eu conheci a milênios (meses) atrás.

logo tive um devaneio de tudo o que um dia nos envolveu. lembrei claramente dos teus sorrisos vívidos e dos teus olhares apaixonados que um dia me pertenceram; me lembrei do vendaval que meu estômago criava ao fixar dos meu olhos em ti; me lembrei da adrenalina que nosso amor proibido me proporcionava. Me lembrei de tudo, mas “tudo” não poderia ser citado, pois mais que histórias, elas são nosso segredo, e o que me lembro também, é que prometemos ser só nosso.

antes que parasse de pensar em ti, me veio mais lembranças, mas dessa vez já não eram com níveis elevados de serotonina como nas anteriores. me lembrei de como eu senti a sua falta quando partiu pela primeira, segunda e terceira vez; me lembrei do frio que senti quando você decidiu esquentar outra pessoa com o teu calor; me lembrei de como você fazia questão de me machucar pra que seu ego não se abalasse; me lembrei das nossas demais despedidas que foram certeiras, pois um dia, o nosso pra sempre chegou ao fim; lembro-me de te dizer que esperaria por milhões de anos, mas olha só, os poucos meses que esteve longe duraram os milênios que pensei que jamais chegaria.

hoje já não me dói mais, hoje eu nem sei muito bem como e o que te dizer, mas a nossa intensidade se separou como cordões estourados que estavam sendo mantido pelo último fio fino de linha; ainda tem uma parte sua comigo como prometido, mas guardado no fundo da última gaveta do meu coração com um pequeno bilhete escrito “não mexer”.

ja se foi o tempo e o meu novo milênio (mês) está sendo escrito sem você, assim como os anteriores.

mais uma noite sem você, ou melhor (pior), sem a sua companhia.

não por que eu queira que seja assim, mas porque você nunca quis que fosse diferente.

sou a última à quem você recorre e mesmo assim, você é a primeira à quem eu sinto falta