@jiyullie

A ruiva não conseguia conter o sorriso tímido e as bochechas vermelhas diante de tantos elogios e simpatia de Miyoung. Sempre foi um problema lidar com elogios, por um bom tempo, eles eram tão poucos em sua vida, que as vezes era difícil de não reagir de tal maneira. “ – Olha, muito obrigada mesmo por essas palavras, viu? Eu tento dar sempre o meu melhor aqui… Sempre fui muito desastrada, sabe? Mas estranhamente eu me encontrei fazendo isso. – ” direcionou um sorriso sincero para a morena, podendo até sentir os olhos querer marejar um pouco, mas ela suspirou profundamente, dando uma fungada para espantar tal vontade. “ – Sim… Eu já passei por algo do tipo, então eu sei muito bem o quanto pode ser doloroso, então tendo compreender o máximo que dá. As vezes alguns passam do limite, mas eu já aprendi a ficar de olho e cortar quando necessário. Mas geralmente é tranquilo, outro dia uma cliente disse que eu deveria ter me tornado psicóloga, de tanto que eu escuto as lamurias das pessoas aqui. – ” dissera com uma risada, pegando a garrafinha de água ali detrás do balcão para tomar um pouquinho, e aproveitar para descansar as pernas sentada em seu banquinho. Era cansativo passar horas a fio atrás daquele balcão. “ – E quando inventam de fazer karaokê nesse balcão? É sempre muito engraçado.

Miyoung inclinou-se ligeiramente para frente, absorvendo cada palavra de Jiyul com interesse. Ela ficou impressionada com a maneira como a garçonete lidava com as situações e como conseguia conquistar os clientes tão rapidamente. — Wow, um mês apenas e você já está arrasando! Deve ser ótimo ter alguém tão amável como você por aqui, Jiyul. Tenho certeza de que todos adoram sua simpatia e suas habilidades com as bebidas. — Ela fez uma pausa, ponderando sobre a história que a mulher compartilhou. Seus olhos se encheram de compaixão enquanto ouvia sobre o homem que estava passando por um momento difícil. — Pobre homem… Deve ser devastador receber uma notícia tão dolorosa assim. Mas é reconfortante saber que ele encontrou um lugar para desabafar e ser acolhido, mesmo que seja em um bar. Às vezes, as pessoas precisam de um ombro amigo e um bom drinque para superar os momentos difíceis. — Miyoung sorriu suavemente para Jiyul, expressando sua gratidão por compartilhar a história e por ser tão acolhedora com os clientes.

Os olhinhos brilharam quando perguntada sobre se pintava, assentindo em resposta. Sempre gostou de pintar, mas nada com muitas formas, geralmente eram sempre uma mistura de cores que no final ela achava bonito e relaxante durante o processo. “ – Um pouco! Mas não sou muito boa não, só me relaxa mesmo. Você gosta de pintura? – ” indagou curiosa, não era sempre que tinha alguém para compartilhar de seus gostos, principalmente a pintura. “ – Também faz bastante tempo desde que eu joguei boliche, acho que... uns 3 anos? – ” indagou para si mesma, tentando lembrar quando exatamente, apenas se recordava de ter sido com sua ex namorada. “ – O café ficou muito bom, Eun-ssi, tá bem gostoso. – ” dissera ao tomar mais um gole da bebida quente, fazendo um “joinha” com o dedo em aprovação. “ – Mas o importante do boliche, ou qualquer jogo é se divertir, eu sou sempre uma negação na maioria deles. – ” confessou com uma risada, girando a cadeira. “ – Então eu vou abusar um pouquinho de você depois, preciso fazer uma tour por aqui! As vezes tenho saído com a moto sem rumo, só pra tentar conhecer, sabe?

“ – Um dia de boliche? Pois eu acho a idéia perfeita, depois a gente pode procurar na internet, com toda certeza deve ter algum lugar por aqui, né? Talvez tenha no shopping! – ” a resposta de Jiyul era claramente positiva em relação ao convite. Ambas tinham quase a mesma idade, moravam no mesmo local e se davam muito bem dentro e fora do ambiente de trabalho. Jiyul entendia que muitas pessoas não gostavam de expandir suas relações com chefes, mas não era radical, se existia uma compatibilidade, não via problema nenhum em criar uma amizade. Eunbyul era um garota legal, e parecia não sair tanto, poderiam ter bons momentos juntas.

"Telas? Você pinta?", perguntou. Eunbyul chegou a ter interesse por desenho e pintura quando era mais jovem, até chegou a pedir para que os pais a colocassem em aulas para aprender, mas eles se recusaram, dizendo que ela deveria focar em coisas que seriam mais produtivas para ela. "Caramba, boliche! Eu nem lembro a última vez que joguei. Mesmo que você seja péssima, tenho certeza que seria melhor do que eu; não devo nem lembrar como jogar direito". Ela sorriu ao ver Jiyul animada com a ideia. No mesmo instante pensou que deveria convidá-la para ir jogar boliche, mas também foi tomada pela dúvida se deveria fazer isso mesmo. Ela sabia que Jiyul gostava de sua presença, porém se perguntava se, por ser sua chefe, deveria convidá-la para sair. Perguntava-se também se Jiyul só aceitaria por esse mesmo motivo e não porque querer sua companhia. Eunbyul sabia que todos esses pensamentos só eram fruto das vozinhas de insegurança em sua mente, mas ainda assim eles a fizeram hesitar. Antes que pudesse sugerir alguma coisa, Jiyul já tinha mudado de assunto. "Ah, eu conheço bem o bairro. Já estou aqui há quase quatro anos. Sei onde achar de tudo por aqui, se precisar de ajuda com alguma coisa é só dizer". Eunbyul levantou-se novamente para pegar um pouco de açúcar para colocar no café. Aproveitou que estava de costas e não conseguiria ver a reação de Jiyul, e decidiu ter um pouquinho de coragem contra suas inseguranças. "Só não sei de nenhum lugar pra jogar boliche aqui por perto. Mas a gente poderia procurar algum. E ir jogar algum dia..."

Não demorou para ouvir a voz alheia e notar a presença da figura pequena vindo correndo em sua direção. A Kwon dava risada ao ser abraçada, carregando ela de uma maneira completamente torta, só para perturbar a mais velha. “ – Será que você estava se comunicando comigo por telepatia? Será!? – ” a ruiva fez todo um suspense bobo, colocando-a no chão para meter a mão em uma das sacolas e tirar um bentô, mas havia trazido cerveja, refrigerante e mais algumas bobagens da loja de conveniência. Tudo uma bomba de porcaria, mas elas mereciam um pouco de besteira para passarem o tempo, oras. “ – E você não foi almoçar por que motivo, hein, baixinha!? – ” as mãos foram na cintura e colocou um tom sério em sua pergunta, como se também não costumasse ter uma má alimentação em alguns dias. “ – Mas a gente pode pedir alguma coisa também, não me incomodo em comer de novo com você.

Dias monótonos são inevitáveis. Apesar de ter uma boa clientela, não é todo dia que Juno está ocupada com alguém, seja tatuando ou até mesmo sendo visitada por um dos seus preferidos. Como raramente recebe entradas de última hora, estava considerando fechar mais cedo ou fazer algumas postagens no instagram na esperança de fisgar algum interessado, no entanto foi interrompida pela voz conhecida de Jiyul. "Yullie?" Quase berrou de dentro da sala fechada, saindo correndo de lá para encontrar a dona da voz com a cabeça espiando o studio. Sem demora, parte para um abraço forte antes de notar as sacolas. "Me diz que isso aí é comida... A Mina foi almoçar e eu não pedi pra ela me trazer nada." Comentou com um biquinho a respeito do paradeiro da amiga que lhe ajuda na recepção.

Byeol parecia ter muito guardado dentro de si sobre vizinhos fofoqueiros e inconvenientes, era notável na maneira que ela desatava a falar descontroladamente. E Jiyul ria, ria muito pois tudo que ela dizia, esteve entalado em sua garganta durante o tempo que morou no último prédio, mas para evitar mais problemas, ela só se mudou sem muitas despedidas e explicações. Afinal, não tinha proximidade com muitas pessoas lá, apenas dois casais do mesmo andar. “ – Temos um comitê da fofoca na área externa? Onde é o posto de vocês? Vou evitar passar por lá quando estiver bêbada, hein. “ – Sério!? Então ela realmente gostou de mim, essa princesinha linda. – ” ela ficou toda boba com a informação, trazendo a gatinha para seu colo enquanto brincava com ela. Os olhinhos esbugalhados de cor de mel lhe arrancavam suspiros e sorrisos bobos, se perguntando se seria uma boa idéia levar Kiki consigo. Não estaria sozinha em casa, e a própria Byeol poderia ficar mais tranquila sobre a gatinha, afinal, também cuidava dela. Seus pensamentos foram interrompidos pela voz da mulher novamente ao seu lado, levantando seu olhar para ela. “ – Nossa, que rápido! E você acertou em cheio no sabor dos cookies! Também adoro de matcha e red velvet. – ” agradeceu com um sorriso e pegou o copo da mão alheia, dando espaço ali para que se acomodasse. A rua já não estava mais tão movimentada assim, então era um bom lugar. Tomou um gole da bebida pensativa, olhando para a gatinha em seu colo, que agora tentava passar para o colo de Byeol. “ – Sabe… eu estava pensando em levar ela pra casa, já que você disse que não pode ficar com ela, e depois de hoje eu percebo que ela realmente gosta de nós duas… Como a gente mora no mesmo lugar, ela pode ficar um pouco com você também.

Byeol torceu o nariz. "Diz aí, gente assim não merece ouvir um grande e longo 'vai tomar no cu?'", ela se referia a ex-vizinha de Jiyul. "Puta que pariu, tá? Parece ser muito difícil cuidar da própria vida, né? Não aguento! Eu respeito demais os senhores e senhoras desse Complexo, principalmente os que ficam na área externa pela manhã fofocando, porque faço parte do grupinho", Byeol sorriu, orgulhosa. "Mas é isso, eles falam ali e fica ali enquanto preparam os acompanhamentos do dia. Não ficam se metendo efetivamente na vida de ninguém! Só opinam!", revirou os olhos. Odiava as pessoas que se metiam na vida de outras, principalmente em assuntos os quais não tinham nada a ver. Byeol esqueceu o assunto quando a vizinha concordou em tomarem café por ali, pensou que a ideia fosse ser rejeitada, mas quando a viu tratando Kiki com tanto carinho, foi impossível não sorrir. "Uau, desse jeito eu fico com ciúmes, Kiki!", Byeol brincou ao vê-la se esfregar na perna alheia e riu baixinho, erguendo o olhar para a vizinha. "Meu primeiro contato com ela demorou uns três dias. Ela sempre foi muito medrosa, mas aí agora tá toda dada pra você. Kiki, sua safadinha!", Byeol cerrou os olhos novamente para a gatinha e pegou o celular para anotar o que a vizinha havia dito. "Um latte grande, um americano médio e meia dúzia de cookies", sorriu para ela e foi até a cafeteria ali pertinho e voltou o mais rápido que conseguiu. "Jiyul-ssi, espero que você goste de cookies com gotas de chocolate e recheio de avelã...", disse ao retornar para o lugar onde estavam.

starter fechado – w. @baekjuno

Dias livres para Jiyul eram sempre 8 ou 80, ou tinha muita preguiça ou precisava urgentemente de algo para fazer ou iria acabar surtando. E foi assim que em suas saídas aleatórias ela foi parar na porta do Studio de Juno, que se tornou uma grande amiga após passar a ser cliente dela. Com duas sacolinhas de lanches e bebidas em mãos, a ruiva abriu a porta do local, colocando a cabeça pra dentro. O sorriso estampado no rosto ao perceber que o ambiente parecia vazio. “ – Oh Junoooo! – ” deu uma bela chamada da recepção, com uma risada e se preparando para ganhar belos tapas da baixinha por tamanha bagunça.

" - Alma de idosa!? Aniya! Pra mim você tem uma aura incrível, na medida certa! De calmaria...? Acho que conforto é uma boa palavra. - " dissera com um sorriso, admirando e estudando as expressões da mais velha. " - Eu trabalho em um bar, mas as vez prefiro estar no conforto da minha casinha, com filmes e cuidando de plantas. - " soltou uma risada com a caneca próximo da boca, não gostava da bebida quente demais, já se queimou com ela antes. " - Se todo mundo for tão amigável como você, com toda certeza vou amar morar aqui. - " e lá estava ela flertando novamente, mas achou melhor se recompor. Sequer sabia se Soonkyu também gostava de mulheres, oras. Ouvia ela escutar atentamente, tomando do café e buscando dos biscoitinhos que ela havia trazido, colocando-os entre as duas, oferecendo para se servir. " - Nossa, isso é realmente muito bonito. Não teve um lugar que eu tenha me conectado dessa maneira. - " por um momento o sorriso de Jiyul morreu, lembrando-se de que nem mesmo na casa de seus pais ela se sentiu acolhida. Mas suspirou deixando de lado tais pensamentos, voltando a sorrir para a companhia de Soonkyu. " - Mas eu sinto que vou conseguir um pouco disso por aqui.

º ✧ 。––– ❛ sua energia, parece ser lá em cima. isso é uma aura jovem. já eu, tenho uma aura idosa. ❜ respondeu dando uma breve risada ao falar dela mesma, tomando um gole do café. já não estava mais tão quente assim, na temperatura perfeita para soonkyu. ❛ vizinhas inconvenientes realmente são um teste de paciência. mas aqui todos são muito atenciosos, acredito que você vai se encaixar bem com os outros. ❜ sorriu e meneou a cabeça, mostrando que entendia sobre o que ela estava falando. ❛ o complexo pode estar literalmente caindo aos pedaços, mas se cada um fizer sua parte, ele vai durar por muito mais tempo. ❜ bebeu mais um gole do café. podia até não ser como ela estava acostumada a tomar, mas estava gostoso. ❛ conheço ela sim! ainda me lembro de quando ela se mudou para cá. uma boa menina. e sim, eu nasci e cresci aqui, no mesmo apartamento, e não me vejo morando em outro lugar. o haneul é muito especial, gosto de fazer parte da história dele. ❜

A Kwon não era do tipo que corava tão fácil assim, mas estranhamente, a mais velha a sua frente estava conseguindo lhe arrancar sorrisos pequenos e rubor em suas bochechas. Era inegável a beleza estonteante da mulher, além da energia amigável e adorável. " - Que isso, um cafézinho da hora é o mínimo. - " dissera com um tom baixinho, levemente envergonhada. Se manteve ali em pé mesmo, de frente para ela enquanto conversavam. " - Aura jovem? Como assim? Mas gostei de saber disso, me parece ser algo muito bom. - " de inicio ela de fato não entendeu bem o que signicaria, mas se Soonkyu tinha gostado, ela iria ficar se sentindo!

Assobrava o líquido quente e mexia o fundo dele com a colherzinha, com os cotovelos no balcão, toda desengonçada. " - Hm, eu estava procurando um lugar novo pra morar, o meu antigo aluguel ficou caro demais e eu tinha umas vizinhas muito inconvenientes, sabe? Foi recomendação da minha gerente, por sinal ela mora aqui também, é a Eunbyul, conhece ela? - " indagou curiosa, gostava de saber sobre as pessoas. " - Mas e você mora aqui desde pequena? Sua mãe estava conversando comigo e me falou que você ajuda bastante por aqui, achei isso incrível!

º ✧ 。––– observou atentamente jiyul enquanto ela enchia as canecas com o café quente, demorando-se um pouco mais nos lábios da nova vizinha. automaticamente um sorriso de canto tomou conta da expressão serena de soonkyu. ❛ obrigada. você é mesmo uma anfitriã muito atenciosa. ❜ apoiou o cotovelo no balcão e o queixo em sua mão aberta. ❛ mesmo? você tem uma aura tão jovem... eu gosto disso. ❜ comentou como se não fosse nada demais, mas era só uma tentativa de flerte do jeitinho de soonkyu. ❛ então, jiyul, o que lhe trouxe ao haneul? ❜ ainda estava sorrindo, levando a caneca até os lábios com a mão livre e assoprando o café um pouco enquanto esperava a resposta da outra.

A descoberta sobre o apartamento da recém conhecida fez Jiyul sorrir, apesar de achar estranho não tê-la visto pelo corredor ainda. Mas deu de ombros, já que ainda não estava dando as caras pelos corredores como gostaria. " - Tem... uma semana eu acho, já estou doida com os dias, nunca sei que data é hoje. E que isso, não se preocupe, eu saio e volto do trabalho tarde, então é normal não encontrar os vizinhos com a constância que eu gostaria. - " direcionou um sorriso para ela, suspirando aliviada por não ter percebido sua atitude estranha ao buscar a caixa que tinha caído. A ruiva estranhou os corredores, não estavam iguais da última vez que passou ali... Será que estava de novo na torre errada? " - Ahn? - " seus pensamentos foram cortados com a fala de Masami. " - Ah! Jiyul! Me chamo Jiyul, um prazer te conhecer! Bom saber que tenhos vizinhas legais... Mas, esse é a torre Twilight? - " indagou um tanto confusa, ao chegar enfim no segundo andar, mas não reconhecer tão bem o seu andar. Até deu-se falta do tapete de gatinho que havia colocado na sua porta. " - Eer... Aqui é o Aurora, né?

━ relaxa não incomoda nada! ━ masami se apressou a dizer para deixar a outro confortável sobre sua oferta de ajuda. ━ b3? eu sou do b2! somos vizinhas então. ━ comentou animada com a ideia, era sempre bom conhecer os vizinhos principalmente os de porta. ━ você se mudou tem pouco tempo? perdão por não ter ido antes te dar as boas vindas, tem sido uma correria minha vida esses dias. ━ se apressou a se explicar porque realmente se sentia mal por ter se passado, se mudar pro haneul costumava significar que as coisas não iam muito bem e ter bons vizinhos, fazer amizades, era algo crucial para que os dias fossem mais leves na opinião de masami. ━ bom vamos lá! ━ segurou as caixas usando o queixo como apoio sobre a última enquanto voltava a subir as escadas. ━ a proposito sou masami e você?

A forma que Byeol falava sobre a vizinha arrancou uma risada alta e gostosa de Jiyul, deixando-a mais curiosa do que deveria sobre aquela relação de ódio nutrida entre as duas. Mas poderia imaginar, sempre existia uma velha senhora chata em todos os locais que morou antes, e todas acabavam implicando com ela por motivo nenhum. “ – Espero que ela encontre algo pra fazer da vida dela, isso é insuportável! A minha antiga vizinha implicava por eu chegar do trabalho de madrugada, e quando levava alguma mulher que eu estava tendo alguma coisa, como se fosse da conta dela. – ” rolou os olhos ao lembrar-se das situações chatas que a senhora lhe metia. Caminhava ao lado de Byeol, parando quando ela também parou e se voltou para a gatinha mais a frente. Perceber os miados da pobrezinha lhe partiu o coração, não poderia deixa-la ali sozinha mais uma noite, sabe-se lá como seria no próximo dia. “ – Hm? Eu acho uma idéia legal, será que a Kiki iria gostar de nos acompanhar no café? – ” a ruiva sorriu para a morena, concordando com a idéia de ficarem por ali. “ – O meu pode ser um latte grande… Pega uns cookies também, se você gostar, ai a gente pode dividir. – ” dizia já dando a volta em passos lentos na direção de Kiki que parecia feliz em vê-la novamente tão rápido. “ – Oi minha princesinha, não quer que a gente vá embora? – ” em resposta, a gatinha veio se esfregando entre suas pernas e ronronando.

"Claro que ela mencionou! Ela é como um sanguessuga que não aguenta a felicidade alheia!", Byeol fez uma rápida careta, a velha era mesmo como um dementador que parecia querer viver no escuro e no silêncio. "Ah, bom saber, mas do jeito que eu tenho ficado cansada com a rotina daqui, nem mesmo tenho ânimo pra ligar o som alto e me desligar do mundo. Tô sem tempo, sabe?", riu divertida e deu de ombros, não era uma reclamação. Byeol também se despediu de Kiki e disse que mais tarde voltaria para abrir o sachê, já que, por enquanto, ela estava alimentada. Ao escutar os miados de Kiki, Byeol não teve coragem de continuar a andar, apesar de ter que agir de tal forma quando ia trabalhar. Mas, naquele momento, apesar de ter aceitado o convite, não era como se tivesse a obrigação de fazer algo e deixá-la ali. "Ei, o que você acha de tomarmos o café bem aqui?", Byeol apontou para o meio fio próximo a gatinha. "Eu vou lá, busco dois cafés pra gente e fazemos algo... diferente", sorriu simpática. "Meu coração dói de deixar a Kiki aqui, miando desse jeito. Geralmente quando é noite e eu vou embora, ela dorme antes...", franziu o nariz na expectativa de que a vizinha entendesse e topasse tomar café ali mesmo, na rua.

Jiyul se sentia culpada pela constante preocupação da amiga em relação sua alimentação e horários desregulados, mas ela jura que estava tentando melhorar em relação a sua alimentação. Sentia fome e comia bastante sim, só não estava tendo um habito nos últimos tempos devida a vida corrida com a mudança. Mas ela prometia que logo estaria com sua dispensa cheinha e se alimentando melhor.

“ – Não vai te atrapalhar não? Mas eu adoraria a companhia no mercado, sabe que as vezes as minhas escolhas podem não ser das melhores. – ” um biquinho se formou nos lábios da ruiva, aproveitando do resto do doce gelado e limpando os dedos com o guardanapo antes guardado no bolso da calça.

“ – Não se preocupe, a comida lá é maravilhosa e eu já conheço a sua exigência pra comida, mocinha! – ” com uma risadinha tranquila e de braços entrelaçados, a ruiva guiava as duas pelas ruas até o estacionamento pertinho dali. A scooter preta e vermelha se destacando entre os poucos veículos parados ali. “ – Você tem sorte que eu esqueci de tirar o capacete extra dela, então não se preocupe que você não vai ficar sem ele. – ” com um beijinho na testa de Nabi, desfez o entrelaçar dos braços para tirar os capacetes que estavam presos no veículo. Antes de vestir o capacete, aproximou-se da amiga novamente, colocando na cabeça dela e fechando com cuidado no queixo. “ – Se segura em mim, tá? Prometo que vou devagar, mas é perto. – ” percebendo que o capacete de Nabi já estava seguro, fez o mesmo em si e se sentou primeiro na scooter, dando espaço suficiente para a mais velha se acomodar.

ㅤㅤㅤO sorriso largo de Nabi tomava todo seu rosto enquanto estava ao lado de Jiyul, realmente feliz por poder compartilhar um pouco de seu tempo com a amiga. Embora estivesse um tanto preocupada com a alimentação dela. Já achava preocupante o trabalho à noite, e saber que não se alimentaria bem era mesmo um problema, ao menos na cabecinha de vento da Jung, que havia sido ensinada daquela forma.

⸻ Você quer ajuda mais tarde? Assim que fechar a livraria, posso te acompanhar! Preciso comprar algumas coisas também. ⸻ Sugeriu, sendo mais pelo caso de poder ficar mais um pouquinho ao lado da Kwon, era mesmo uma presença que ela adorava passar seu tempo. Deu só mais uma mordidinha na casquinha antes de devolver, já mais do que satisfeita com a situação.

Pensou um pouco sobre andar na moto da amiga, mas por fim deu de ombros, concordando com a cabeça e oferecendo um sorriso para Jiyul; era impossível recusar algo para a mulher, e se tinha comida chinesa no meio, Nabi aceitaria tranquilamente.

⸻ Vamos! Espero que ele seja muito bom. Olhei mais os restaurantes desse quarteirão, e os menus não pareciam muito apetitosos. ⸻ Riu baixo, embora parte de si se sentisse culpada por as vezes ser um pouco exigente quando saia para comer fora. Seu maior medo era pegar alguma virose, e não poderia parar de trabalhar por algum período. Era complicado tocar uma loja, e ter uma livraria davam gastos demais em um tempo em que as pessoas consumiam mais livros digitais do que os reais. Mas ela jamais reclamaria daquilo, já que adorava seu pequeno paraíso.

Deixou-se ser levada pela colega, apertando mais o braço no dela, rindo baixo enquanto a seguia de perto, o que não era difícil, já que ambas pareciam dividir o mesmo neurônio.

⸻ É muito longe? Você trouxe um capacete à mais? ⸻ Questionou exasperada, preocupada se a amiga teria problemas por Jung não usar um capacete ou sabe-se lá o que poderia acontecer com elas.

De boca cheia com um pedacinho de bolo, Jiyul respondeu balançando a cabeça em negação, já tinha organizado toda a parte dos móveis que tinha, só faltando decoração e poucas coisas que precisava ir comprando ao decorrer do tempo. “ – Acho que meu problema maior vai ser isso também, ir arrumar a decoração mesmo. – ” dissera com uma risada, se aconchegando na cadeira com o olhar voltando para a mais nova, observando-a mexer na máquina do café. “ – Comprei umas plantas artificiais, uns quadrinhos e umas telas em branco pra tentar fazer alguma coisinha pra mim… Mas me falta tempo pra isso. – ” com um suspiro cansado, a Kwon sorriu em agradecimento ao café. “ – Olha, eu também ando atrás de lugares novos… Mas se um lugar que eu ando morrendo de vontade de ir esses tempos? Jogar boliche! Eu sou péssima, mas o que vale é se divertir. – ” e os olhinhos de Jiyul chegavam a brilhar em animação com a idéia, tudo que vinha precisando nos últimos dias era um pouco de descanso e diversão. A mudança sempre lhe deixava sobrecarregada e com uma rotina mais bagunçada que o normal. “ – E eu ainda preciso me adaptar melhor ao bairro, vim poucas vezes pro lado de cá, ainda não conheço muitos lugares.

"Ainda falta muita coisa para terminar de arrumar na sua casa?", Byul perguntou enquanto se arrumava para ficar mais confortável na cadeira em que sentava, dobrando as pernas no assento. "Eu lembro quando tinha recém me mudado. Eu até que organizei minhas coisas rápido, mas demorou quase um ano pro apartamento ficar do jeitinho que eu queria que ficasse". Assim que notou o café ficando pronto, Byul levantou-se para pegar xícaras para as duas. "Eu não conheço tantos lugares para sair. Quando vou sair no fim de semana, acabo indo sempre nos mesmos lugares. Eu queria conhecer alguns lugares novos, mas eu não gosto de ir nos lugares pela primeira vez sozinha". Deixou as duas xícaras em cima da mesa e foi pegar o café também. "Se você tiver recomendações de onde ir, eu vou adorar".

Siyeon | Bon Voyage Jacket Shooting

Encontrar com Nabi era sempre uma festa para Jiyul, como uma mulher que era deveras afetiva, era mais do que feliz para si encontrar a amiga que era tanto quanto ela. E afeto era uma coisa que ela sentiu muita falta nos últimos meses, em sua rotina cansativa de trabalho e busca por uma nova casa, que aconteceu graças justamente a própria Nabi.

Só não se manteve grudadinha na amiga por estarem no meio da rua e uma hora poderia se tornar estranho e acabarem atrapalhando a passagem das pessoas. “ – Ya, você me conhece mais do que deveria… – ” a fala da Kwon lhe entregou na mesma hora, com os ombros encolhidos, mas já estava com a resposta prontinha na ponta da língua, mas o doce do sorvete era mais tentador do que continuar falando. “ – Mas o meu plano era justamente fazer compras pra casa, tá? Tinha acabado a compra pequena que eu fiz quando cheguei… – ” resmungou entregando a casquinha para Nabi, dando a liberdade para que pudesse pegar mais um pouquinho, mesmo conhecendo os hábitos saudáveis da amiga. Jiyul tentava melhorar sua alimentação, mas as vezes acabava se passando demais.

“ – Hm, e você já olhou em quais lugares? Esses dias eu vi um restaurante chinês pequeno por aqui e o cheiro parecia ser maravilhoso! – ” dissera ao lembrar-se do estabelecimento não muito longe dali. “ – Eu deixei a minha moto no estacionamento dali do lado, posso ir lá buscar e a gente pode rodar procurando nela. – ” mais algumas colheradas na casquinha de sorvete e ela chegou ao fim, mas o doce só funcionou para deixar a mulher com mais fome. E agoniada como era, Jiyul já foi entrelaçando o braço ao de Nabi para atravessar a pista novamente em sentido ao estacionamento para buscar a moto.

ㅤㅤㅤUma risada baixa escapou dos lábios da mulher ao perceber a expressão da amiga mudar, só então percebendo que Jiyul estava com uma casquinha de sorvete em suas mãos, o que claramente seria um desastre em qualquer circunstância. Caminhou com pressa até o encontro dela, ainda rindo com a expressão anterior; levaria um tempo para que Nabi se esquecesse daquilo. Retribuiu ao abraço com vontade, apertando a Kwon com os braços magrelos, feliz por ambas terem praticamente a mesma altura.

⸻ Minha teoria é que não conseguimos fugir uma da outra, Jiji-ah. ⸻ Brincou com um largo sorriso, beijando a bochecha esquerda da amiga antes de se afastar para a ver melhor. ⸻ Te conhecendo, essa é a sua primeira refeição do dia, né?

Jung deu um suspiro. Os traços de ser saudáveis por conta da mãe e do balé ainda estavam em suas veias — embora as vezes ela agisse feito a rebelde que nunca foi —, de modo que ficou preocupada com Jiyul não tendo tomado algo melhor do que um sorvete. Um sorvete com uma cara muito boa, que Nabi precisou tomar um pouquinho antes de devolver para a amiga, mas ainda era um sorvete muito doce para ser a primeira refeição.

⸻ Ainda não! Estamos no mesmo barco, então. Estava vendo os menus do dia, mas nenhum me chamou a atenção ainda. ⸻ Disse, encolhendo os ombros, encarando uma das placas de cardápio do dia com os olhos semicerrados, como se pudesse os acusar de algo. Por fim, uma ideia brilhante surgiu em sua cabeça, virando-se para Kwon com um largo sorriso. ⸻ Você tem alguma indicação? Se a comida for muito, muito boa, eu pago nossa sobremesa! O que acha? ⸻ Sugeriu, se inclinando para a amiga com um sorriso travesso nos lábios.

Trabalhar na noite costumava ser muito cansativo, chegar em casa de madrugada e não ter forças para fazer nada além de um banho rápido e se jogar na cama para acordar no meio da manhã se tornava um ciclo vicioso. A Kwon acordou por volta das 11 horas, com a cara inchada e a fome de dois leões juntos. Tivera trabalho demais na noite anterior e para piorar, bebeu uma quando chegou em casa, só para deitar e apagar.

Ao acordar e dar-se conta da geladeira vazia, decidiu que seria mais prático comer fora e aproveitar para fazer algumas compras de mantimentos. A mudança ainda lhe deixava com a cabecinha bagunçada que só e vivia esquecendo de comprar o que era necessário.

Distraída como sempre era, Jiyul aproveitava para explorar melhor as ruas do bairro em busca de um restaurante popular, já que não poderia gastar muito. Mas o instinto de formiguinha falou mais alto, fazendo com que comprasse uma casquinha de sorvete de morango no meio do caminho. Tão distraída que levou um susto ao ouvir ser chamada enquanto parada no semáforo. " — Ah! Meu sorvete! — " gritou para si mesma ao derrubar um pouquinho, buscando a fonte do chamado com um biquinho emburrado nos lábios. Percebendo quem era, a expressão se tornou em um sorriso largo e genuíno, retribuindo o aceno e assim que o semáforo fechou, saiu correndo na direção da amiga. " — Nani! Nani! — " ela não se importava com as pessoas vendo a cena, só deu um grande abraço na mulher, deixando um beijo bem demorado nas bochechas dela. " — Se a gente não se encontra o tempo todo no prédio, é na hora do almoço, né? — " constatou com uma risada gostosa, levantando o sorvete pela metade, oferecendo para a amiga. " — Já almoçou? Estava procurando um lugar pra ir.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤꢾ꣒ ❝ lunch time! ❞

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤstarter with @jiyullie

ㅤㅤㅤO movimento na livraria e na pequena cafeteria estava bastante calmo naquele dia. Nabi serviu alguns clientes e até mesmo conseguiu ler um livro entre os pequenos intervalos de um atendimento à outro. Não era nenhum problema para a dona, que precisava mesmo de um descanso e adorava os momentos tranquilos no trabalho. No horário certinho, após o retorno de uma das meninas que a ajudava, a garota retirou o avental e avisou que faria sua pausa de almoço.

⸻ Meu celular está com bateria, se precisarem de alguma coisa, por favor, me liguem. ⸻ Nabi fez o discurso de sempre, indicando o celular com um sorriso, antes de realmente se despedir das garotas e seguir para o seu caminho.

Seus passos eram lentos, caminhava tão calma pelas ruas do bairro, lendo com total atenção as placas dos menus dos restaurantes abertos, que nem parecia que tinha apenas uma hora de almoço. O dia estava mesmo tranquilo demais, a ponto de deixar Jung, que já era distraída por natureza, muito mais distraída. Ela murmurava com seus botões, dizendo consigo mesma que a moça que estava do outro lado da rua não lhe era muito estranha, até perceber que, é claro que a moça não era estranha, já que se tratava de Jiyul, uma antiga amiga que haviam retornado o contato recentemente.

⸻ Ji-ah! Ei, ei! ⸻ A ex-bailarina tentava chamar a atenção da antiga colega, erguendo a mão e sorrindo largo, sempre impressionada com a facilidade que ambas tinham em acabar se esbarrando na hora do almoço, não importasse qual caminho Nabi tomava.

❝ stay for dinner? i made too much, i think. ❞

ASK GAME — PROMPTS

Fazer visitas regulares ao andar de cima estava sendo melhor do que imaginava, tinha acabado de ganhar biscoitos da senhora Kang o C2 e encontrar Byeol pelo corredor só lhe animou mais ainda. Agora tinha pessoas para conversar, já não se sentia mais tão sozinha quanto no último prédio. " — Oh, jantar!? Eu não queria incomodar, mas eu estou mesmo com fome. — " dissera com o sorriso amarelo e a mão na barriga quando sentiu o estômago roncar. Conseguia sentir o cheiro delicioso de comida ali mesmo da porta, o que não ajudava muito. Mas ela aceitou o convite, tirando as sandálias e deixando ao lado da porta, seguindo a outra mulher pela casa em sei encalço. Jiyul era desastrada e odiava derrubar as costas nas casas dos outros. " — E o que você preparou? O cheiro está maravilhoso.

soonkyu: sender sticks a hand out to receiver and invites them to dance

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A risada das duas mulheres se misturavam com a playlist de música agitada, que era majoritariamente city pop e pop das décadas anteriores. Mas quando começou a primeira batida de I wanna dance with Somebody da Whitney Houston, Jiyul não se conteve em catar a primeira coisa que viu pela frente para transformar em um microfone. A cantoria era alta e animada, até Soonkyu esticar a mão para dançarem juntas e a Kwon não pensou duas vezes antes de pular do sofá. Ela dançava e cantava junto, fazendo os passos do clip que passava na televisão, tomando a mão da mais velha para girar ela e soltar uma bela gargalhada.