As vezes sinto falta dos meus amores nem tão antigos assim, e sem me preocupar muito se este sentimento é recíproco, permito-me sentir essa saudade. Sem ao menos racionaliza-la, ou imputar algum tipo de moral, por alguns instantes não me condeno por fechar os olhos e lembrar com atenção dos detalhes que eu amava. Um sorriso, um gesto, um som, o calor da pele, o cheiro, os olhos.

Lembranças poderiam ser visitadas de forma física, não é? Mas isso aumentaria minha saudade, com certeza. Depois um longo devaneio me lembro porque se tornaram apenas saudade. E então, é suficiente.

Jogos esportivos são interessantes (e engraçados). Tem o técnico, que eu nunca sei bem o que o motiva. Se o ego, o salário, a paixão por sua equipe, o apreço pela disputa, tudo isso junto.

Tem quem assiste, que se diz motivado pela paixão ao esporte e/ou time, mas daí as vezes partem pra violência. Mas afinal, amor e raiva andam lado a lado, não é mesmo?

E tem eu, que as vezes assisto por vários motivos, e no fim, nenhum.

DIÁRIO DE BORDO...

...dos últimos tempos.

A data de partida são os últimos 10 dias que antecederam meu aniversário, isso é uma média, mas para se parecer com um diário de bordo vou colocar data --- 07/02/2024.

Já fazem 14 dias que comecei em um novo trabalho, abandonei aquele último -o da cozinha-, e não que eu não gostasse mais dele, mas ás vezes a gente parte não por falta de vontade de ficar, mas porque ás vezes mesmo que gostemos muito, ou até mesmo amemos, é melhor ir embora e deixar algumas coisas para trás.

Decidi voltar para a área da educação, que me faz muito feliz também. E desde então minha rotina mudou de novo e agora posso considerar que voltei á ser uma pessoa normal, com uma rotina normal; quer dizer, vamos ficar só com a segunda parte.

Bom, essas são as mudanças externas, sem contar alguns desentendimentos e chateações que aconteceram no campo familiar e da amizade, afinal o que seria da vida sem alguns desentendimentos não é mesmo? Acho que se não criarmos algumas inimizades ao longo do viver nossa vida estará sendo um tanto quanto rasa e superficial.

Mas falando do que vem de dentro, estou um pouco obcecada por Alice no País das Maravilhas desde o meu aniversário, e se você não entender o porquê provavelmente você não sabe nada sobre a verdadeira história de Alice. No mais, tudo continua igual... alguns silêncios, algumas interiorizações profundas, reflexões exageradas, sonhos malucos, a tristeza como uma grande chata companhia de sempre, alegrias imensas também estão na prateleira e é isso.

Meu aniversário foi ótimo. Me sinto velha, verdadeiramente velha. Ao me olhar no espelho principalmente. De fato uma vida só será muito pouco, desejo que tenham outras, mesmo! Isso é um bom sinal, não é?

Até breve.

Sabe aquela saudade estranha? Hoje eu tive uma. Uma saudade estranha.

Estranha porque eu não deveria sentir isso de você, com você. Vou contar o que aconteceu...

Hoje no meu (novo) trabalho alguns alunos resolveram "ser adolescentes" e aprontar. O assunto era sério mas eu ri... Ri porque lembrei perfeitamente de quando eu estava em sala no terceiro ano do Ensino Médio e você logo nos primeiros dias nos disse: - "Vocês precisam causar, vocês estão no 3ºano porra!"

Primeiro que causar é uma palavra que 'cringe' como diriam os adolescentes, mas isso combina com você, seu cafona. Segundo que você não devia falar palavrão para seus alunos, e isso é muito óbvio. Mas o que me fez rir mesmo e ter saudade foi de você, da parte boa em você, a que me divertia e me fazia bem -nem tudo foi tão ruim assim, vai-. Existiu uma parte boa a qual vou sempre me lembrar, não por vontade própria, mas por força da memória.

Espero que esteja bem e feliz, mas mais do que isso, espero que tenha melhorado.

Marca de expressão.

Acabei de notar pela tela do notebook a marca que tenho do lado esquerdo do rosto, próximo a sobrancelha. Aquela que a gente vinca quando estamos bravos sabe? A minha é bem profunda, nem sei se botox daria jeito. Até quando não estou franzindo a testa ela aparece, da pra sentir na ponta dos dedos. Mas dificilmente não estou franzindo a testa e afundando ela ainda mais.

O que isso tudo significa será? Será que sou muito brava? Porque esse vinco é a expressão de raiva. Espera. Vou procurar no google.

"O termo glabela se origina do latim glabella, ou seja, sem pelo, e corresponde à região localizada entre as sobrancelhas. As rugas dessa região (ruga de brava) representam alterações estéticas que sinalizam envelhecimento, preocupação, dificuldade visual ou excesso de atenção".

Que engraçado. Tenho algumas respostas dos meus questionamentos, segundo a Dra. Erika Vigorito no site dela, que incentiva a gente a preencher a glabela com ácido hialurônico.

Sobrevivente de mim mesma.

Há uma parte em mim que luta contra outra parte em mim que queria ser triste. Sempre foi assim desde sempre. Ás vezes ficar sozinha é uma delícia, outras é terrível. Pensando em tudo e em nada sinto uma angústia bem centralizada no meio do peito, aí logo em seguida sinto raiva de mim por ter vivido dessa forma na maior parte do tempo da minha vida, mas não sei como vive de outra forma, é como se pra mim isso não fosse uma possibilidade e não por não querer, mas por falta de opção mesmo. Penso com certa constância como seria o mundo sem mim, penso em coisas como: de que forma poderia interromper tudo agora? e o que viria logo em seguida? Penso em como as pessoas que me amam sofreriam, penso nos sonhos que eu não viveria, penso no legado que deixaria e como o mancharia fazendo isso. Ás vezes me olho no espelho e vejo o que existe por detrás, o que consigo esconder na maior parte do tempo até de mim mesma.

Fico pensando no que tem depois daqui.

Penso também em como a vida é boa e como eu gosto de viver, como me empolga realizar sonhos pequenos e grandes, em como sou feliz e quantas vezes resisti ao desejo de ir embora. Me considero uma sobrevivente de mim mesma. Nessa vida vou vencer, não sei como foram as anteriores, mas nessa vou vencer, me entregarei apenas no momento que a vida decidir meu último fôlego.

Sinto o ar tocar minha pele, sinto o amor que me envolve transmitido do meu amor, sinto as boas vibrações que meus animais de estimação emanam, sinto a euforia dos encontros com amigos, sinto o cansaço de um dia cheio, sinto a ansiedade por dias melhores e então sinto, sinto que estou realmente viva e desperta.

Quando era criança, li meu primeiro livro adulto cristão e lembro de me identificar com a personagem principal de cara, ele descrevia seu sentimento como "a grande tristeza", sentimento esse que roubava a cor dos dias e lembro que foi a primeira vez na vida que senti identificação com algo que não falava sobre contos de fadas e magia, mas de algo real e terrível. Lembro que pensei: "acho que também sinto essa "grande tristeza" em mim". Eu era cristã, a esperança e alegria deveriam ser parte integral em mim, mas não me sentia assim quando estava sozinha, mas ali, nas páginas daquele livro senti que pela primeira vez na vida alguém entendia o que eu sentia, afinal a personagem também era cristã, mas nem tanto assim.

Viver assim, ou melhor, conviver assim é ter sempre esperança em dias melhores, mesmo sabendo que dificilmente eles chegarão para ficar de verdade, isso não significa que não sejamos felizes ou tristes demais para não perceber a benção da vida.

Eu escrevo porque não da pra organizar isso sozinha na mente. Escrevo também porque não da pra falar tudo isso para alguém e quando estou muito ruim eu peço ajuda, na verdade meus olhos pedem, nunca fui boa em esconder tanto assim.

O ano ta acabando, falta apenas +1 dia. Esse ano foi louco. Louco em todos os sentidos da palavra.

2 anos e 2 dias. Ainda tenho vontade de escrever sobre. Bizarro?

Uma amiga nada próxima a você, a “nós” sonhou contigo.

-“Diz pra Emilly que eu não consegui”.

O que você não conseguiu querido?

Ser livre talvez!?

O que você quer que eu saiba que você não conseguiu? Pensei em muitas perguntas para esse feedback teu. Não sei. Talvez só não queira concluiu-se nenhum. Todos são tristes. Você não conseguiu, de novo.

O maluco é que ainda sinto sua falta. Ainda. E eu sei que vou sempre sentir, como uma parte que fica pra sempre faltando. Talvez a Bíblia tenha razão quando diz que nos tornamos um. Que horror. Você é a mancha da minha história de amor, minha mácula.

Não volte, nem mesmo nos sonhos das minhas amigas. Adeus pela milésima vez.

Homens são abusadores em potencial.

Homens te fazem duvidar de quem você é e o que você merece. Homens negligenciam nossos desejos e desrespeitam nossa existência. Homens destroem mulheres.

Algumas lágrimas rolam pelo meu rosto nessa manhã. Estou aflita. Não sei para onde olhar, nem mesmo sei o que pensar. Tantas vezes na minha vida homens tentaram destruir-me. Eles sempre dizem que foi sem querer, que não tem intenção, mas é assim mesmo, sem intenção vão roubando nós de nós mesmas.

da/pra.

Dizem que existe o amor da sua vida e o amor pra sua vida. Clichê, mas verdade.

Hoje depois de quase 2 anos posso afirmar que meu ex marido foi o amor da minha vida. Mas nunca foi e nem seria o amor pra minha vida. Lembro-me de coisas felizes e tristes ao lado dele e a raiva disse adeus definitivamente. Ficaram só as recordações, que guardo com carinho nas estantes da minha memória. Eu o amei profundamente, e perdê-lo foi com certeza doloroso, drástico e traumático.

Mas então reencontrei uma pessoa do meu passado, e nesse dia algo quase espiritual me soprou nos ouvidos: "é ele o amor para sua vida". Duvidei, rejeitei, questionei. Mas hoje quase 6 meses depois não me restam dúvidas de que meus olhinhos puxados é o amor pra minha vida. Ele tirou meu pé do acelerador. Passei anos, uma vida inteira na verdade com o pé no acelerador, mas o amor acalmou meu coração, me trouxe paz e me fez tranquila. Hoje se posso descrever com perfeição o que sinto é calma. Me sinto segura com os olhinhos puxados e nunca senti isso em momento algum da minha vida. Eu o amo e sou amada. Sou querida pelos meus olhinhos puxados, que se tornou a pessoa mais especial do mundo para mim.

Existe mesmo o amor da sua vida e ele formará seus desejos, seus impulsos, seus anseios, suas mágoas e seus medos. Ele te fará imensamente feliz mas também imensamente triste. Esse amor não é bom, ele nem mesmo chega perto disso. Esse amor te traz muitas dúvidas e incertezas e você nunca realmente sabe que fim ele dará. Mas existe o segundo amor da sua vida, é ele quem fará você entender muitas coisas. Esse amor é calmo e inteligente, é muito mais racional do que emocional, ele é bom, ele é verdadeiramente bom.

Lembro-me com carinho do meu ex-marido, mas desejo que ele continue exatamente onde está: no passado. Sou quem sou hoje não graças a ele mas a quem me tornei depois dele. Hoje posso entregar-me de corpo e alma para o amor pra minha vida porque o amor da minha vida me destruiu antes. Me refiz. Mais sábia, mais atenta, mais forte.

Olhinhos puxados: você é tudo e para além disso. Obrigada.

Com amor,

Emilly, só Emilly.

Me tornei exatamente tudo aquilo que sonhei um dia. Nem posso dizer que é um sonho, é pura realidade.

É o fim da Casa M. Hoje.

Essa casa me fez muito feliz, muito. Ela de um jeito estranho se parecia muito comigo, um dia vou escrever detalhadamente sobre ela. Eu amo.

Mas uma cena se formou na Casa M, a cena do meu quase suicídio. E isso me atormentou um pouco nesses 7 meses. Mas não estou indo embora por isso, na verdade é um motivo bem feliz.

A Casa M possibilitou o renascimento de uma Emilly mais forte e confiante, mais livre e suficiente. A Casa M me amadureceu e tornou possível a realização de mais um sonho: morar com o amor da minha vida.

Estou indo para algo ainda mais belo do que a “solitária” Casa M, estou indo pra nossa casa ♥️

Amo meus pais. Morro de medo de perdê-los. Tenho os magoado bastante, á um bom tempo.

Minhas escolhas de vida são o motivo.

Não sei qual o tamanho do buraco que tenho aberto no peito deles, mas infelizmente são minhas escolhas, sobre a minha vida. E mesmo sabendo que minhas escolhas os afeta, essa não é a intenção. A única intenção que tenho é a de tornar minha vida feliz e saudável, coisa que não consegui muito no tempo que fiz o que eles queriam para mim.

Nem todo desejo dos meus pais para mim foi ruim, e sei que em todos eles houve preocupação, carinho e amor, mas sabe, ao longo dos anos aprendi que aquilo que eu julgo ser o melhor talvez não seja, nem mesmo pra mim mesma, o que dirá para o outro. Como eu sei o que é melhor para o outro?

Gostaria que meus pais entendessem isso. Isso tudo. Mas para quê? Para convencê-los? E para que isso mesmo?

Acho que precisaremos seguir assim, uma mágoa aqui outra acolá. Ás vezes eu, ás vezes eles.

Durante tantos anos acreditei que sabia o que era melhor para eles e sofri quando não os vi vivendo da forma que julgava correta. Segui minha vida entre lágrimas, dores e traumas, mas aprendi seguir. Minha terapeuta bem sabe. Não deixei de os amar por isso, nem de os admirar. Espero que isso também aconteça deles comigo.

Amo meus pais, como disse. Mas não pude mais viver uma vida na qual eu me preocupava mais com eles do que comigo.

Olhos cheios, quase transbordantes.

Garganta amarrada, nó apertado.

Coração cansado, batidas lentas.

Mente superlotada, exausta.

Silêncio. Ausência. Silêncio. Desconexa. Flutuante.

Nada está estável, tudo calmo, tudo fora do lugar, barulhento e turbulento.

Silêncio.

Silêncio…

Sou por natureza, rebelde.

Sempre fui muito pronta em comprar causas que por vezes não me pertenciam, não pelo prazer de guerrear, mas por acreditar que eu poderia mudar as coisas. Poderia mudar a visão das pessoas, eu poderia mudar cenários, perspectivas, quem sabe até futuros, eu poderia tanta coisa se eu apenas me empenhasse e lutasse bravamente. Por vezes em cunho religioso, aprendi que se acredito valer a batalha, devo lutar incessantemente. Nem que custe minha própria vida.

"Mateus 16: 25 Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á"

Então eu cresci e vivi e vi o mundo, e entendi que estou farta de lutar, que nem toda guerra me pertence, que pouca coisa vale realmente a pena, que minha rebeldia podia se acalmar. Que ela deveria se abrandar. Escolhi a paz em vez de guerra. A tranquilidade no lugar da luta.

Minha psicóloga disse que eu tenho que escrever, o que ela não sabia é que eu escrevo. Contei finalmente do Inortodoxa, e nem sei porque nunca contei antes.

Estou numa crise depressiva, desde semana passada.

Não quero fazer nada que não seja na cama. Não quero fazer nada sozinha. Tenho vontade de chorar constantemente. Estou irritada. Desanimada. Tudo parece ser 2x mais difícil de ser feito. Tenho muito sono. Não tenho vontade de comer direito. Minha autoestima tá meio blé. Nada parece ser bem o suficiente. Esses são meus principais sintomas que aprendi a perceber com os anos. Eles me incomodam muito, mas são eles minhas red flags pra não negligênciar minha doença.

Minha psicóloga disse que eu tenho que escrever porque eu penso muito e fico muito tempo presa na minha cabeça, é isso não me faz bem. Eu acabo fantasiando, criando realidades paralelas, acho que as pessoas estão bravas comigo, minto pra mim e para os outros, faço interpretações erradas sobre as coisas. Ela quem me chamou para essa sessão de ontem, eu tava fugindo dela a 3 semanas e provavelmente continuaria fugindo.

Estou namorando e essa tem sido a melhor parte da minha vida. O Rafa é a melhor pessoa do mundo. O Rafa tem me ajudado muito, muito mais do que ele imagina. Se ele não estivesse aqui nesses últimos tempos provavelmente eu estaria bem pior.

Se tenho feito coisas, falado, saído, qualquer coisa que não seja na minha cama é porque o Rafa me traz pra fora de mim; é como se ele me puxasse.

Eu achava que tinha muita facilidade de falar de mim mesma e dos meus sentimentos e pensamentos, descobri ontem em terapia que na verdade não. Na verdade eu tenho muita, mas muita dificuldade de falar quando não estou bem e as coisas que penso.

Sabe, as vezes é um inferno viver na minha cabeça. E o pior é que eu nem sei o que tanto me causa esse sofrimento todo. Mas sei lá, só existem dias que as vezes se tornam semanas, que são muito, mas muito difíceis de serem vividos. Tudo parece cinza, sem cor, sem vida, uma completo silêncio. É tão cansativo.

Que saudade do Marcos, meu Deus, que saudade.

Como esperado, mais uma tentativa de retorno. Na verdade duas em menos de uma semana.

Não é assim.

Você entendeu.

Eu entendi.

Fim. É assim que termina.