Tumgik
hipias-blog · 11 years
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Se eu te amo e tu me amas E um amor a dois profana O amor de todos os mortais Porque quem gosta de maçã Irá gostar de todas Porque todas são iguais Se eu te amo e tu me amas E outro vem quando tu chamas Como poderei te condenar Infinita tua beleza Como podes ficar presa Que nem santa no altar Quando eu te escolhi para morar junto de mim Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim Mas compreendi que além de dois existem mais O amor só dura em liberdade O ciúme é só vaidade Sofro mas eu vou te libertar O que é que eu quero se eu te privo Do que eu mais venero Que é a beleza de deitar.
Raul Seixas.
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hipias-blog · 11 years
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E entre meus incógnitos sinais, existia parte minha que embrulhava estas palavras, existia uma sina delicada sendo tecida por um medo descomunal... Sabiam-se palavras que atrelavam-se a teia gigantesca que sucumbia aos pequenos urros de meu coração, que calidamente desesperava-se ao tentar demonstrar esta ânsia por um toque, por vários deles. Cordialmente refinava o tempo sussurrando: "Sou incapaz, sou incapaz." De um modo ou outro intrigada a rasgar minha cortesia e ser mais de mim em meu próprio espelho. Existe uma sina sendo tecida nestes meus escombros e arrepios! E existe uma verdade sufocando este meu coração: Assim como as folhas de outono anseiam por tocar o chão, eu anseio por tocar sua pele. De modo cósmico e irreal... Tenho sido infiel aos meus almejos. Pois tenho a fúria da covardia. E a minha valentia, é uma curva nos teus lábios.
Anita Notini. -  "A covardia é um labirinto sem margens."
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hipias-blog · 11 years
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Nasci na década errada. Queria ter nascido quando um ato de romantismo tinha valor.
Fábio Mendes. 
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hipias-blog · 11 years
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Não sou poeta. Tampouco sou doutor. Nem meus versos são remédios Porém curam a minha dor. Não invejo aos celebres poetas! Consagrados com louvor Pois cada qual tem seu estilo Cada fruto o seu sabor. Bebo a rima, driblo a métrica Não sigo regras de professor. Só interpreto sentimentos Dou-lhe formas, dou-lhes cor. Nas entrelinhas de meus versos Revelo quem eu sou Ora frio, sou como a morte. Ora quente, sou amor.
Cinzentos. 
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hipias-blog · 11 years
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São as águas de março fechando o verão. É promessa de vida no teu coração.
 Tom Jobim.
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hipias-blog · 11 years
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mas o meu céu não era mais azul, desbotou. Minhas nuvens despareceram gradativamente com o passar dos dias. O meu azul ficou cinza, cinza triste e pesado. Me esmagava. O ar frio alfinetava meus pulmões.
Meu céu não mudou de cor, eu que mudei de olhos.
Meu céu mudou de cor
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hipias-blog · 11 years
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Sou títere deste teatro, desta estirpe distinta, deste ciclone passivo, desta nódoa de tinta. Sou cálice de acerbo, deste cômico armazém, e obsecro fortemente, filiado pelo além. Sou a gôndola ao bambúrrio, de tempestade ao magnânimo, sou alma fina e ingrata, sou a face do desânimo. Porém a este pesar sou longânime, e faço da condolência belíssimo mal, observo a mesma figura sacra, e teu amor é meu quadro final. E apascenta-me do teu calor! Das tuas curvas meu último louvor! Ah, sombrio pudor! Teus belos olhos de safira, tua pele tão esguia, oh Deus! Não há mais nada que tanto me fira, quanto teus lábios soletrando: Adeus. Desleal adeus, irreal. Madrigais.
Safira!
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hipias-blog · 11 years
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Se me deres os teus lábios, vou alapar-me neles em constantes, vou afogar-me em naufrágios, e matar teus navegantes. Pois estes teus lábios, cedos navios - ou corpo de porte varonil, São das minhas insônias causas mil, e de mistério a todos os sábios. E tua língua suave rócio, e tão extinta quanto o dácio, me deixou tão ensandecida… Que estou excruciada, esdrúxula e incitada, a navegar enaltecida. Madrigais.
Doce Mancebo.
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hipias-blog · 11 years
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Transtornar suspiros poéticos, em amores céticos, em contos pagãos, em ordinárias mãos. Poeta de picos, é aquele que desconhece os tópicos, aquele que fala de amor letárgico, e a ele é alérgico. Aquele que nunca provou, nem pôs seu dedo na liquidez do que trovou, e não acha lírica, na acidez da maciez em aridez do que soou. É sábio do dessaber, acaso do prever, involuntária vontade de viver. E fissurado em viver na mímica - de seus não-sentimentos - faz resmas do que não entornou. Madrigais.
Adaga Poética.
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hipias-blog · 11 years
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Refugiado mirim, das costas magras, das bandeiras de carmesim. Do martírio consagrado, das honras estilhaçadas, do roteiro esgotado. Tanto pranto quanto no campo vê, tanto quanto o vento veste a vossa mercê, que o tempo final foi boçalmente invertido, e das flechas altas, peles pardas, o castigo. Não vá a volta alta que faz de tu infesto, que o preço ludibriado é pago assim, neste soneto reverso e um tanto funesto, daquele passado estopim. Madrigais.
Soneto IX.
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hipias-blog · 11 years
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Mas ao contrário daquela vez não sentiu agora a comoção do amor e sim o abismo do desencanto. Num instante teve a revelação completa da magnitude do próprio engano, e perguntou a si mesma, aterrada, como tinha podido incubar durante tanto tempo e com tanta ferocidade semelhante quimera no coração.
O amor nos tempos do cólera - Gabriel García Márquez.
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hipias-blog · 11 years
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Aqui eu te amo. Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento. Fosforece a lua sobre as águas errantes. Andam dias iguais a perseguir-se. Descinge-se a névoa em dançantes figuras. Uma gaivota de prata se desprende do ocaso. As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas. Ou a cruz negra de um barco. Só. As vezes amanheço, e minha alma está úmida. Soa, ressoa o mar distante. Isto é um porto. Aqui eu te amo. Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte. Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas. As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes, que correm pelo mar rumo a onde não chegam. Já me creio esquecido como estas velha âncoras. São mais tristes os portos ao atracar da tarde. Cansa-se minha vida inutilmente faminta.. Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante. Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos. Mas a noite enche e começa a cantar-me. A lua faz girar sua arruela de sonho. Olham-me com teus olhos as estrelas maiores. E como eu te amo, os pinheiros no vento, querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.
Pablo Neruda - Cem Sonetos de Amor.  
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hipias-blog · 11 years
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Se me quiseres amar,
terá de ser agora: depois estarei cansada. Minha vida foi feita de parceria com a morte: pertenço um pouco a cada uma, pra mim sobrou quase nada.
Ponho a máscara do dia, um rosto cômodo e simples, e assim garanto a minha sobrevida.
Se me quiseres amar, terá de ser hoje: amanhã estarei mudada.
Lya Luft
Aviso.
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hipias-blog · 11 years
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Sem sentido figurado. Uma multidão. “Somos cada um de nós uma multidão”. E eu não me sou no rosto de ninguém. Nem a minha própria criação. Anormal, e sem reflexo. Vazio, e cheio de complexo. Inexistível, e sem nexo. Dois de mim, talvez quarenta. Vou durar mais que sessenta. Não existo. Sou passivo da verdade, não espelho gravidade. Não tenho voz. Quero gritar, mas não tenho voz. Quero viver, mas não tenho vida. Quero amar, mas não tenho alma. S.O.S, estou a sós. Comigo e eu, e não existimos. Não me sou. Nubívago.
Engraçado.
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hipias-blog · 11 years
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vento visto pela alma, em que invisto. Máscara morta de duas faces, as alisto. Inverno quente, impaciente, na mente um cisto. Com um frio que queima a alma, como chuvisco, mas com tiras de carmesim que são assim: Geada, glacial, estúpida, irreal, simple slim. Estrangeiro, corriqueiro, forte-intenso-fim, que é tão distante do céu, balneário -costa a costa- mausoléu. De tão quente que dá culpa rente ao réu, que me torce, me distorce, sou tão, seu? Tão geada, seca, fria, água rasa, libertina! Que faz mal mas que vicia, anfetamina. -Causa desta discórdia, e desta rima- Glacial, tiro certeiro, de algum terceiro. Imoral, que me causa devaneio. Glacial, geada fogosa, cálida, tórrida. Que dói, que cissura e mesmo que próxima (a tortura), é geada, seduz com luz ancestral (e infernal), é geada, é gelada e é tão sugadora que sucumbi, tão fatal. É geada, evasiva, é a boca, tão nosciva -e lasciva-, são teus beijos, sem esquiva! Gelam meus lábios. Frescor… Queimam minha alma. Amor? Nubívago.
Geada,
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hipias-blog · 11 years
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e espero na morte, a beleza da vida então finda. Ei de morrer amanhã, covarde que sou. E não me regenerarei mais, que já sofri. E é beleza sublime do que passou. Esta morte que amanhã há de vir! E a espero com um sorriso empolgado, que talvez na morte exista preenchimento, que na vida eu tão, maltratado, só vi vazio, pranto e esquecimento. Não chores por mim, sou um desconhecido. Só leve contigo meu olhar enlouquecido. Estes meus cabelos bagunçados, e meu rir tão entorpecido. Leve minha cara de cínico, satírico e lírico, um vencido. E digo que só me arrependo um pouco. De não ter lhe sugado os lábios com minha palidez. Já que como poderia amar alguém como um louco? Que se traja de morte pela última vez. Estou podre, e espero na morte a beleza da vida então finda. E espero que tudo cesse como um belíssimo drama amanhã. D.D
Estou podre,
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hipias-blog · 11 years
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Eu sou a controvérsia. E o mistério da dúvida. A incógnita de um olhar moreno. Ou um desastre sereno. Ou não sou. E nem tenho direito a ter relevância. Inconstância de mim. Nubívago.
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