Tumgik
high1nfidelity · 11 months
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A SOBRINHA DESAPARECIDA. 
risechaos​:
O olha permanecia calmo e sereno, completamente atípico de Magnus, mas exatamente o que ele sabia que Maddie precisava naquele instante de incertezas. Estava claro em sua expressão incrédula e em suas palavras que ela esperava que aquilo não passasse de um sonho, em partes Magnus desejava o mesmo, pois odiava vê-la em situações de colapso como aquela. “É justamente por isso que eu vou com você.”, se intrometeu na conversa quando ela tentou justificar a falta de controle com o sumiço da sobrinha. Maddie não mediria esforços para encontra-la, faria o que fosse preciso, com o custo que tivesse. E era isso que Magnus temia, e foi com isso que convenceu Quíron a deixá-lo ir, o diretor odiaria perder mais um campista, odiaria ainda mais se fosse a filha de Dionísio, um deus tão próximo de si, tão amigo e tão… raivoso quando preciso. Ele ouviu o resto da conversa inteira calado, sem mais interferências, pois sempre que pensava em fazê-las, Quíron o repreendia apenas com um olhar, colocando-o de volta nas rédeas que tinha estipulado no inicio de sua conversa a dois. Quando a discussão finalmente acabou, ele parecia voltar a ser notado naquela sala. O tom irritadiço de Maddie que ele tão bem conhecia, foi encarado a com seriedade e respeito que a situação merecia. “no momento certo você vai entender, Madelaine.”, se limitou a responder, levantando-se da cadeira onde estava tão confortável, acenou para Quíron e rumou em direção a porta para que saísse na companhia da loira. “e eu sei muito bem da sua capacidade de me largar, não estou contando com nada diferente disso.”, completou tentando manter o tom ameno e um leve sorriso nos lábios, mas aquilo doía em Magnus, ter sua maldição usada daquela forma, ter alguém que amava o tratando daquela forma, principalmente quando estava tão disposto a… não, não, não, isso não é sobre como Magnus se sente, não deveria ser. Ele suspirou e assentiu mais uma vez, saindo logo depois dela para pegar a mochila que já tinha preparado e deixado no chalé, para só então ir ao portão principal. “é estranho sair pela porta da frente depois de tanto tempo usando a dos fundos”, brincou sobre as fugas que costumava fazer, aproximando-se dela na saída. “Quíron disse que tinha uma pista seguindo ao Leste. Parece que um ciclope ou coisa assim, pode estar envolvido.”. 
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Madelaine nunca correu tanto para buscar a mochila. Deu uma última verificada, tudo que pensou ser necessário parecia estar ali, então correu até o portão principal, torcendo para que tivesse sido rápida o suficiente para ir sem ele. No entanto, não se completou sequer um minuto de sua chegada, ouviu a voz dele atrás de si. Suspirou, frustrada, ficando ainda mais irritada ao ouvir a fala dele.  “Isso por acaso é alguma piada sobre as vezes que você deu uma escapadinha com outra enquanto estava comigo?”  Ela perguntou, magoada por pensar que ele achava que os dois estavam em termos bons o suficiente para fazer piada sobre aquilo. Talvez estivesse apenas sensível e vendo coisa onde não tem. Talvez só quisesse um motivo para brigar com ele, o que a fez lembrar de uma coisa que ouviu ainda na sala de Quíron, mas tentou afastar os pensamentos. Quis retrucar, mas não podia desperdiçar uma pista por capricho e mágoa.  “Vamos para o Leste, então.”  Saiu pela barreira, agora oficialmente desprotegidos, enquanto caminhava para o lado indicava. Brincava com o anel no seu dedo, aquele que com um simples toque se transformava em sua besta, pronta para se defender de qualquer ataque.  “Não acho que esse sumiço tenha sido para me atingir. Suspeitei de que a Clary pudesse ser uma meio-sangue, mas a minha irmã não teve tempo de me contar nada. Você não chegou a conhecê-la, não é?”  Era uma pergunta quase retórica, porque embora tenha chegado no acampamento com a sobrinha um ano após o término, eles podem ter se esbarrado por aí sem que ela soubesse. Mas houve muitas recomendações para a pequena se manter longe dele e, talvez, Clarissa já o detestasse só pelos comentários da tia. A tentativa de puxar assunto era de quem se sente ansiosa e não consegue esconder. Mesmo assim, ainda era falar sobre ela, o que lhe deixava ainda mais ansiosa. Mas parecia que nenhum assunto seria capaz de distrai-lo de tal nervosismo, até sua mente lhe relembrar, mais uma vez, sobre o que ouviu na sala de Quíron. Dessa vez, ela não segurou a própria língua.  “Quando você disse que sabe bem da minha capacidade de te largar, a que se referia, Magnus? Eu não sei se lembra, mas nunca te abandonei enquanto estivemos juntos. Só fui embora quando descobri que você... Enfim.”  Ela nem conseguiu terminar. Madelaine havia o largado realmente, de certa forma. Dois dias após descobrir as infidelidades, foi embora do acampamento sem se despedir e sem deixar pistas de onde iria. Mas ele estava mesmo a culpando por isso?  “Eu espero que você saiba que eu jamais teria te deixado se você não tivesse sido canalha comigo.”  Ela queria que ele soubesse disso, e tivesse certeza de que ele havia estragado tudo. Talvez não fosse um bom momento para falarem disso, não apenas porque era um momento delicado com o desaparecimento de Clarissa, mas porque mesmo passado tanto tempo, Madelaine ainda não se sentia recuperada do choque. Ainda assim, a raiva e mágoa que sentia de Magnus parecia ser o único sentimento forte o suficiente para distraí-la do horror que sentia ao ficar pensando nas coisas ruins que podem ter acontecido com a sobrinha. 
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high1nfidelity · 11 months
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risechaos​:
“Ora vamos! Garanto que ainda lembra como é gritar meu nome, é difícil esquecer.”, brincou lançando uma piscadela na direção de outrem. Estava até de ótimo humor, dadas as circunstancias em que se encontrava, e considerando que passaria umas boas horas sem comer, até que os pestinhas voltassem. “Aaah, sim sim. Então ainda está na fase loba júnior, para virar lobinha sênior. Entendi.”, replicou a resposta dela, aumentando o sorriso de desdém, sentindo-se levemente vitorioso por conseguir arrancar aquela informação dela. Rosalía estava claramente frustrada, e mesmo que Michael não estivesse esbanjando felicidade, vê-la daquela forma o deixava feliz. Era divertido, levaria a experiência como um passatempo. “aah, chateou”, encenou um biquinho triste diante da negação dela a se transformar. Não que estivesse morrendo de vontade que isso acontecesse, na verdade odiaria ter que lidar com ela num espaço fechado, mas queria manter a irritação da morena e apenas por isso seguia agindo daquela forma e com aquele tom. Algo que teria sido um grande sucesso, se ela simplesmente não tivesse tocado no assunto de como ele foi transformado. Sério mesmo que ela considerava aquilo uma escolha? Ok, tinham alguns vampiros que realmente escolhiam aquele caminho, mas não Michael. Ele respirou profundamente, como se realmente precisasse de oxigênio. “Sabe, quando você me conheceu, eu já era… isso, como você mesma diz”, falou apontando para si mesmo no momento do ‘isso’, referindo-se a criatura ali dentro. “E sim, escondi essa informação de você, pois não queria ser julgado por ela. Quis que conhecesse o Michael, o homem por trás da criatura. Mas cometi um imenso erro, não foi? Você continua a me resumir como um predador, Rosa.”, e infelizmente ele o era. Tinha algumas escolhas diferentes, uma bússola moral que o impedia de fazer algumas coisas, como tirar a vida de alguém para se alimentar.  “Então tudo bem. Aceito o papel de seu vilão, se isso vai te fazer dormir melhor. Mas não ache que sabe da minha história, você sabe o que eu deixei que soubesse e nada mais.”. 
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“Você acha mesmo que é tão inesquecível assim?”  Desdenhou, uma sobrancelha erguida e o risinho de ironia. Seria mentira dizer que não se lembrava vividamente das noites que passaram juntos, mas nunca lhe daria o gostinho de dizer nada parecido. Revirou os olhos sobre a implicância com o processo de transformação, e como aquilo estava sendo difícil para ela. Não que ela esperasse algum tipo de empatia ou compaixão, mas era mais fácil retribuir as ofensas e implicâncias quando não se tratavam de algum ponto fraco seu. Forçou-se a olhar para ele enquanto o ouvia falar, muita informação ao mesmo tempo, enquanto também se mostrava curiosa, pela primeira vez, para saber sobre a transformação do outro.  “Ok, primeiro que se anos atrás tivesse me contado que é um vampiro, eu não acreditaria. Só se visse acontecer.”  Deixou escapar um riso fraco, pensando em como apenas meses atrás ela abriu os olhos para essa realidade. Mesmo trabalhando na polícia, os poucos que sabiam dos sobrenaturais escondiam muito bem. Talvez, no fim das contas, nem fosse mesmo tão boa detetive quanto achava. Ou apenas muito cética.  “Conheci mesmo o homem por trás da criatura. E eu gostei do que conheci, Michael. Mas aí a minha vida mudou completamente, eu cheguei no instituto e quando te vi de longe, pensei: ‘Legal! Alguém que eu conheça.’, mas aí logo me falaram sobre essa rixa entre nossas espécies. Achei que seria diferente com a gente, mas veja só.”  Ergueu os ombros, apoiando o corpo em um armário de madeira, sentindo o bom humor da primeira frase mudar para uma angústia.  “Você acha que eu só te enxergo como um predador, mas você também esqueceu tudo o que conheceu sobre mim antes da transformação e me reduz a um, como você disse? Ah, animal irracional.”  Voltou a sentir raiva pelo comentário. Realmente, agora que sabia um pouco da verdade, entendeu que só sabia sobre ele o que o mesmo quis contar. No entanto, Rosalía foi muito aberta e contou sobre sua família, sonhos e ambições, seus receios. Havia aberto o seu coração para aquele que acreditou ser apenas um romance de verão, aquele que nunca imaginou que, anos depois, se tornaria seu inimigo natural.  “Eu não quero que você seja meu vilão. Não quero que seja nada. Só queria que não ocupasse tanto a minha cabeça. Você me confunde.”  Desviou o olhar, percebendo que havia falado demais, novamente não controlando os sentimentos e nem a própria boca. 
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high1nfidelity · 11 months
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risechaos​:
Apesar do desejo de vê-la se derramar em sua boca, a cena de estar ajoelhado perante ela e ainda assim vendo-a tão entregue a ele... Como queria aquilo. Mas a calça lhe apertava, uma de suas mãos largou a perna dela para abrir o próprio zíper, abaixando a peça apenas o suficiente para que conseguisse se tocar, aliviar um pouco de todo aquele tesão que sentia. Até não conseguir mais. Levantou-se tão bruscamente, equiparando a altura ao corpo da mulher sentada na bancada, invadindo o seu pescoço exposto e lhe enchendo de beijos e chupões. Segurou o membro pela base, arrastando pela entrada molhada, sentindo o líquido deles se misturarem. A outra mão segurava-a pela cintura com a mesma força do seu desejo, então afastou um pouco o rosto, sentindo já a respiração ofegante e as bochechas avermelhadas.  “You wish me as much as I wish you now?”  A voz rouca e provocativa, mordeu os lábios dela antes de voltar a falar.  “Show me how much you want me to fuck you.”  Mesmo com o pau latejando de desejo, continuou a provocá-la passeando com ele pelo clitóris, tentando conter a si mesmo o desejo de penetrá-la de uma só vez. 
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high1nfidelity · 11 months
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A SOBRINHA DESAPARECIDA. 
risechaos​:
Magnus odiava sair em missão e todos sabiam disto. As duas últimas vezes que fora, não o traziam boas lembranças. A primeira, ele tinha saído apenas para vistoria com uma campista mais nova, passaram semanas na estrada e mesmo que nada tivesse acontecido… bem, muitas conversas longas e intensas aconteceram, e ele ainda estava num relacionamento com Maddie. Já na segunda, a criatura foi tão esperta que manipulou os sentidos do filho de Osíris, fazendo-o colocar toda a sua equipe em risco e quase perdê-los. Erros que ele se arrependera de cometer, e que fizeram com que pedisse um tempo das missões. E ele teria mantido desta forma até saber que a sobrinha de Maddie havia sumido. 
Procurou Quíron por livre e espontânea vontade, perguntando o que poderia fazer, como poderia ajudar. Ambos conversaram por alguns minutos, quase uma hora para falar a verdade. O centauro tinha poucas informações, mas sabia da utilidade que um filho do submundo poderia trazer, então não recusou o envolvimento de Magnus e isso realmente não era o que preocupava a prole de Osíris, mas sim a filha de Dionísio quando soubesse que ele estaria na missão. “Bom te ver também, Madelaine”, lembrava da última conversa deles como se fosse ontem, na noite dos espíritos ela pedira para que a chamasse pelo nome, não tinham mais intimidade para apelidos, e ele queria mostrar que mudara, que era capaz de respeitá-la. Lutou para conter o riso quando ela falou que o mataria, algo recorrente no último ano em que voltara ao acampamento. “Lamento, mas sim. Só você está achando isso absurdo.”, respondeu da melhor forma que conseguia. “Sei que não sou sua pessoa favorita no momento, mas meu pai pode ajudar, os contatos que tenho podem ajudar, até mesmo… bem, as vozes podem ajudar nesse momento.”, seria engraçado, se não fosse tão sério. “Prometo fazer apenas o que você permitir, a missão será sua, Maddie. Estou aqui para ajudar e nada mais.”. O que era verdade, mas não toda a verdade. Magnus queria mais, queria a confiança daquela mulher de volta, e usaria a missão como primeiro passo para isso. 
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Não resistiu a uma risada alta e debochada ao ouvi-lo. Era impossível que fosse tão cara de pau, ele apenas gostava de vê-la irritada, era a única explicação. Depois de tudo o que fez, esperar que ela tivesse alguma cortesia - logo ela, conhecida por seu temperamento difícil. Sua expressão mudou para olhos arregalados, incrédula ao perceber que ele e Quíron pareciam pensar igual. Odiava a sensação de ter algo escondido de si, e não sabia até que ponto Magnus estava ciente, mas tinha certeza de que o centauro lhe escondia algo. Ouvia as explicações de Magnus, o queixo levemente caído, os olhos passeando pelo rosto dele e escutando cada palavra, esperando pelo momento em que ririam e anunciaram a pegadinha. Mas não aconteceu. Alguns segundos de silêncio, até ela se virar para o diretor.  “Quíron, você sabe que esse sumiço da Clary está mexendo comigo. Eu não tenho a menor condição de ir com ele.”  Implicitamente, Madelaine tentou explicar que a presença dele apenas a deixaria mais desestabilizada, ao que o centauro discordava, mas não disse em voz alta. Não perguntou se ele sabia o motivo, pois nada acontecia no acampamento sem que o diretor soubesse. Então, conhecendo a sua campista e toda a situação, por que ele ainda não havia cancelado essa ideia?  “Se for por causa dessas malditas vozes ou o contato com o submundo, eu acho que a Bianca iria de boa.”  Mencionou a filha de Hades como uma solução para ir no lugar de Magnus, mas o filho de Osíris tinha algo que a líder do chalé 13 e nenhum outro campista tinha: ele sabia lidar com Madelaine. Fosse o seu gênio, os seus descontroles emocionais ou quando exagerava na bebida.  “Não tem o que discutir. Magnus vai com você.”  Deu a última palavra, seu olhar firme fez com que Madelaine entendesse, mesmo ela que adorava retrucar regras e figuras de autoridade. Suspirou alto, frustrada, virando-se para Magnus com sua expressão mais irritadiça, caminhando até ele.  “Não sei porque Quíron te escolheu, nem porque você topou, mas se você me aborrecer num momento como esse, eu acabo com você.”  Ameaçou, sem ter a menor noção se conseguiria fazê-lo, mas com a sensação de que conseguiria mesmo acabar com ele, se quisesse.  “E não pense que vou te ajudar caso você tenha um daqueles pesadelos horrorosos. Eu te deixo para trás no seu primeiro vacilo.”  Afastou-se um pouco, caminhando em direção a porta e nem se dando ao trabalho de olhar para trás.  “Me encontra na saída em 5 minutos.”  Gritou, antes de sair pela porta e indo em direção ao seu chalé para buscar suas coisas. 
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high1nfidelity · 11 months
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risechaos​:
Ele teria revirado os olhos, se tivesse energia para isso, mas não o fez. “Sim claro, hoje eu sou velho, mas alguns anos atrás gritava meu nome.”, deu de ombros sem conseguir conter o deboche, ao menos não gastava tanta energia com ele, as palavras viam tão naturais quanto respirar, principalmente se tratando da mulher a sua frente. “Aaah, pelo amor de Deus, Rosalía. Quebre você então a maldita porta, já que sou tão insuportável assim. Ou também não consegue controlar seu temperamento animal?”, soltou em tom ríspido e seco, notoriamente aborrecido com as provocações proferidas pela mais nova. Ficar preso ali era suportável, ficar preso com ela também era suportável apesar do cheiro desagradável que vinha com ela. Mas ficar preso ouvindo gracinhas? Era querer demais de Michael. “Socorro! Oh, por favor! Salvem-me! Salvem-me!”, gritou junto a ela, encenando um drama além do necessário. “Não tem ninguém nessa droga de lugar, eles pensaram em absolutamente tudo. Não escuto nenhum outro batimento além do seu.”. Informou para que ela ao menos fizesse um pouco de silêncio e poupasse suas energias. Os olhos que estavam fechados, se abriram no momento em que ela soltou a informação em tom de ameaça, logo buscando pela feição da mulher. Sentia sim que era verdade, mas não temia como ela esperava que acontecesse. “A palavra imortal significa alguma coisa para você? Não vai me convencer assim, mas por favor, transforme-se, vou adorar vê-la rasgar as roupas lobinha.”, completou com certo cinismo. “Aaah, mas antes, talvez seja bacana ver se nenhuma parte da porta é de ferro. Ou isso é lenda que contam para assustar pequenos lobinhos?” 
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“Isso foi antes de saber que você era... isso aí.”  Apontou com o queixo para ele, com falso desdém. Não sabia mais dizer se a sua irritação era por ser ele ou fazia parte do combo licantropia. Seus instintos estavam cada vez mais fortes e difíceis de controlar, tanto quanto sentimentos - especialmente os mais viscerais. Tudo ficava mais forte, mais intenso, e quando ele mencionou o temperamento animal, tocou num ponto tão sensível, que ela não reagiu bem. Sentiu algumas presas querendo aparecer, a dor das garras crescendo, mas respirou fundo e voltaram ao normal, em questão de segundos. Ela fechou os olhos e respirou mais fundo, o exercício que lhe ensinaram no instituto, mas não vinha resolvendo muito bem.  “Eu não tenho tanta força se não estou transformada. Ainda não controlo isso.”  Respondeu, à contragosto, odiando-se por ter de admitir. Talvez ele até já soubesse, considerando que, se ela tivesse toda a sua força sobrenatural na forma humana, já teria voado em cima do pescoço do outro. A informação de que ele ouvia os batimentos a fez pensar como estava o coração dela, e que era péssimo que ele conseguisse entender o que ela sentia só pelo coração acelerado. Cruzou os braços, irritada, olhando para a porta assim que ele mencionou a possibilidade de ser feita de ferro. Era melhor não arriscar.  “Não vou te dar esse gostinho de me transformar aqui.”  Rebateu, embora não estivesse muito segura de que pudesse se controlar, mesmo que quisesse.  “Daqui uns anos, quando eu estiver controlada e bem treinada, a gente conversa sobre essa história de imortal.”  Debochou, rindo fracamente. Acreditava mesmo que poderia lutar de igual para igual em poucos anos, mas não sabia se estava sendo positiva demais ou ingênua demais. Virou-se para o outro lado, não querendo encará-lo. Lembrou-se do que ele havia dito segundos atrás, e trouxe de volta o assunto, tão rápida que não conseguiu controlar a própria língua.  “Não sou um animal irracional como você está dizendo. Eu não sei a sua história, não sei se você quis ser isso aí, mas eu não escolhi esse destino.”  Malditos esses sentimentos que ela não controlava. 
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high1nfidelity · 11 months
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ENCERRADO. 
high1nfidelity​:
FLASHBACK || baile de gala armstrong 
“Eu sei.”  Respondeu num sussurro, afirmando que sabia - e concordava - que ele não poderia continuar com aquilo de manter as duas. Não era justo com ela, com Olivia, a filha, nem com ele mesmo. Apesar do falatório e a música da festa, os dois estavam um pouco mais isolados, o suficiente para não serem interrompidos e conseguirem colocar tudo às claras. Não era o lugar mais adequado, mas se ali funcionou, então que seja. Forçou um sorriso ao vê-lo concordar com o que ela disse antes. Queria que ele fosse o bom homem que ela sempre acreditou que ele fosse e, até hoje, bem no fundo, ela ainda acreditava nisso. Não sabia o quanto ou até quando, mas queria se esforçar para manter a fé por tempo o suficiente até ele tomar a tal decisão, fosse ela a escolhida ou não. Mas, céus, como ela queria que fosse ela! Como ela queria poder realizar tudo aquilo que tanto quis, com o único homem que realmente viu um futuro, o único com quem ela, de todo o coração, fantasiou sobre uma vida junto.  “Eu só quero que acabe toda essa história, esses sentimentos ruins e confusos. Se não ficarmos juntos, que eu possa logo superar. Ou se ficarmos, chegar logo na parte onde somos felizes. Eu só… Não aguento mais lidar com toda essa merda.”  Suspirou, as lágrimas começando a secar. Não que estivesse satisfeita com o quase fim da conversa. Honestamente, nem sabia se havia uma forma de terminar aquilo de uma maneira boa, mas era inegável o alívio por colocar as cartas na mesa, desabafar tudo o que sentia, descobrir que ele sentia o mesmo e, finalmente, concordarem com alguma coisa. Só a sensação de que tudo aquilo estaria encaminhando para alguma solução parecia ser um conforto, muito embora a angústia a perseguiria enquanto eles não finalizassem por completo. Um problema de cada vez. Precisaria sobreviver àquela noite primeiro.  “Eu vou procurar o Jack. Logo devemos ir para casa.”  Até porque ela não queria ter o azar de cruzar com ele de novo, mas dessa vez vê-lo com a esposa, como na última festa. Com um passo a frente, estava mais perto dele, e abriu o sorriso mais doce e gentil que podia, dadas às circunstâncias.  “Eu te amo, Richard. Espero que a gente encontre a felicidade. De verdade, dessa vez.”  Não sabia se deveria ter dito o ‘eu te amo’, mas se fosse a última vez, que finalizasse com o sentimento que prevaleceu apesar de todos os desencontros: o amor que sentia por ele. Segurou em seu braço, e deu um beijo demorado em sua bochecha, antes de ir na direção oposta. 
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Aquela conversa decididamente não tomara o rumo que Richard esperava no instante em que a viu. Mas era ilusão achar que tomaria. Todas as vezes em que seus olhos encontraram Annie naquela pequena cidade, seu peito se enchia com uma estupida esperança de que eles viveriam um felizes para sempre. Simples e fácil assim, como se todas as outras pessoas e complicações não existissem. Claramente essa era uma sensação só de Richard, pois Annie sempre agia conscientemente e racionalmente o lembrando de tudo e de todos ali envolvidos. Um suspiro rompeu seus lábios mais uma vez, e ele assentiu aos dizeres dela, pois era só o que lhe restava fazer aquela altura das coisas, concordar por mais que estivesse doendo. Concordar que precisava acertar sua vida, colocar sua mente no lugar e tomar uma decisão finalmente. “E-e… Eu espero que… quando tudo isso acabar, quando pudermos começar. Eu ainda tenha o que é necessário para fazer você confiar em mim.”, e lá estava ele mais uma vez dizendo coisas no calor do momento, fazendo votos que não compreendia e que repetia apenas por achar que deixariam tudo mais fácil. Era mais fácil, não? Para Annie achar que ele a escolheria, para que ele ainda conseguisse manter alguma coisa com ela, mesmo sem fazer escolha alguma. Egoísta, sempre tão egoísta. Ele concordou quando ela falou que deveria procurar o irmão, ele mesmo deveria ir atrás de Olivia, tinha lhe dito que ia atrás de bebidas e já havia passado tempo o suficiente para zerar os bares daquele evento. Mas não diria a mulher a sua frente que iria atrás da esposa, não depois de ouvi-la dizer que o amava e aquilo ter pegado no seu ponto mais sensível, mais frágil. Os olhos encheram d’água, e aquilo tudo lhe soava como uma despedida, aquela que eles nunca tiveram a chance de viver, mas que estavam agora. A mão de Richard se demorou na cintura da mulher, sem permitir e sem querer que ela se afastasse depois daquele beijo em seu rosto, mas o fez. “Eu sempre vou amar você. E sempre vou querer que seja feliz.”. Sussurrou sem forças, a voz um pouco embargada pelo choro preso em sua garganta. Virou-se no mesmo instante que ela, mas não moveu um passo, precisava se estabilizar antes de voltar para Olivia. 
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high1nfidelity · 1 year
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A SOBRINHA DESAPARECIDA. 
Já se completavam anos que Madelaine não recebia uma missão oficial. Nem toda a sua habilidade com luta e armas era o suficiente para superar seu problema com bebida e controlar a raiva. Preferiam deixá-lo no acampamento, para evitar que se machucasse ou ferisse outros. No entanto, quando acordou cedo naquele dia e a sobrinha não estava na cama, arrepiou-se e algo lhe disse que havia uma coisa errada. Caminhou pelo acampamento, falou com campistas, ninguém a viu. O oráculo lhe chamou, e ela havia recebido uma missão. O desespero tomou conta de si, a sobrinha precisava de resgate e ela parecia não ter estrutura para ir sozinha. Nem deveria. @risechaos​ . 
Algumas horas depois, Maddie continuava a chorar e bater as pernas, ansiosa para sair logo dali, mas Quíron pediu que esperasse e chamou em sua fala. Ao abrir a porta, o sentimento de angústia adormeceu por alguns segundos, dando espaço para o ódio ao ver Magnus ali. Não sabia há quanto tempo ele estava, e se aguardava por uma resposta ou já sabia o motivo de estar ali, mas ela simplesmente entrou na sala com todo o rompante, caminhando a passos firmes até eles.  “O que ele faz aqui?”  Ela perguntou, sem acreditar que seria o que estava pensando. Quíron começou seu discurso dizendo que ele iria acompanhá-la na missão, elogiou o rapaz e seus feitos, como se aquilo pudesse ser o suficiente.  “Você sabe que a gente vai se matar em duas horas, não é? Eu vou matar ele, no caso.”  Falou, com confiança e deboche. O centauro disse que não mudaria de ideia, e que ela precisaria se conter caso quisesse salvar a sobrinha. Dividida entre dar um belo soco nos dois e engolir o orgulho, ela tentou entender o motivo da escolha, mas o diretor não parecia disposto a dividir.  “Fala alguma coisa, Magnus! Não é possível que só eu esteja achando isso um absurdo.” 
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high1nfidelity · 1 year
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risechaos​:
Se tinha algo que Michael odiava mais do que jovens adultos, era ter que sair para um passeio com jovens adultos, principalmente quando o sol ainda estava lá fora. Não lhe fazia torrar como os livros por aí dizem, mas era incomodo aos olhos e a temperatura simplesmente não se encaixava com a dele. Era como estar com febre e ser colocado dentro de um frízer, com o tempo as temperaturas se equilibram, mas você vai bater muito os dentes até que isso aconteça. No caso dele era só o bater de dentes, nada mudava ou acontecia. E para tornar tudo ainda pior tinha… ela. Vamos mesclar as coisas, eles diziam. Vai ser interessante para os alunos ter professores de espécies diferentes, é diversidade, blá-blá-blá. Sim, Michael não foi pego de surpresa, ele sabia que Rosalía ia acompanhar o passeio e tentou mudar isso. Não teve qualquer sorte, então optou por se manter distante, o máximo que pudesse. 
Com ele, os alunos sabiam que precisavam ser mais espertos. Quando a jovem chegou correndo e dizendo que um colega havia se machucado, seus batimentos estavam fortes pela corrida, ou pelo medo, ela tinha cheiro de sangue e pavor, ou poderia ser apenas suor. Michael se deixou levar até a sala que ela apontou, rápido como um foguete, e realmente havia uma poça de sangue, mas nenhum corpo. “Mas que merda é..” não completou, logo passos e trinco fechando e… bem, a voz irritadiça de Rosalía. Fato interessante sobre o dia, é que aquilo de sentir-se com febre era quase uma verdade, Michael sentia-se fraco e debilitado. Quando ouviu ela perguntando sobre a super força, ou coisa assim, pensou em rir, mas nem para isso tinha muita disposição no momento. “Lamento, lobinha. Mas vou ter que deixá-la na mão.”. Comentou ao apontar para a janela no canto contrário da sala, por onde ainda passavam muitos raios de luz. “Eles sabem que precisamos estar no instituto às seis, ou a segurança vai fechar tudo e fazer uma busca. Devem voltar antes disto, eu espero.”. Infelizmente ainda era meio-dia e muita coisa podia acontecer até às seis da noite. 
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“Ah, é porque você já está velhinho, não é? Cem, cento e cinquenta... Quantos mesmo?”  Se não iria receber ajuda, ao menos retribuiria com deboche. Apesar da curiosidade, engoliu qualquer pergunta que pudesse render assunto, e continuou sem entender o motivo para ele não quebrar aquela maçaneta com a mão. Ela, por outro lado, sabia que precisava estar transformada para conseguir, e como ainda não controlava a própria mente durante a mudança, era arriscado demais fazê-lo ali. Ainda mais com padrões do lado de fora.  “Muitas horas presa aqui com um idiota. Posso acabar me contaminando. Não vou esperar.”  Ela voltou a provocar. O que o havia deixado fraco, ou sem poderes?, ela continuava curiosa, mas também não disposta a perguntar. Pensou se a porta era protegida por algo, então começou a socá-la e gritar por ajuda.  “Socorro! Alguém me ouve?”  Tentou, dando mais alguns socos, mas nada aconteceu. Bufou pesadamente, passeando com os olhos pelo local e procurando algo. Parecia uma espécie de depósito, cheio de bugigangas, mas nada parecia forte o suficiente para danificar a maçaneta.  “Se não consegue quebrar essa merda, pelo menos procura algo que consiga. Ou então eu vou fazer do meu jeito. Sabe o boato de que perco a consciência quando me transformo? É real.”  Soava como uma ameaça, e ela queria mesmo dizer que estava disposta a entrar em uma enrascada, ao invés de esperar pacientemente e continuar trancada ali com ele. Desviando o olhar, continuou vasculhando o cômodo. 
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high1nfidelity · 1 year
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high1nfidelity​:
Fez uma careta quase sutil ao vê-lo beber o sangue. A sensação de que nunca iria se acostumar com aquilo, muito embora todos naquele bar parecessem não estar vendo nada demais; realmente, para eles, não era. Revirou os olhos com as piadinhas, aqueles estereótipos que lhe avisaram que ouviria e que, apesar de achar uma grande bobeira, começava a irritá-la.  “Com certeza isso seria mais divertido do que ficar perto de gente morta.”  Alfinetou, usando uma das piadinhas comuns para se referir a vampiros. Mas ela apenas repetia o que ouvia, novata naquela guerra eterna entre lobisomens e vampiros. Aquela risada dele a irritava, sentia as garras quase ganharem vida e saírem sozinhas para ficarem à mostra. Deveria ter aproveitado a deixa para ir embora, deveria mesmo. Assim não ouviria nenhuma das grosserias que vieram a seguir. Não tirou os olhos dele nenhum momento, porque poderia ser arrogante ou convencida, mas não era uma covarde. Não iria chorar, nem de ódio, que era o que sentia vontade. Não iria desviar o olhar. Não iria se afastar quando ele inclinou o corpo em sua direção. Não iria demonstrar o quão abalada ficou. Isso é, tentaria, é claro. Forçou um sorriso quando ele terminou de falar, parecia inabalável, mas pequenos sinais de seu corpo demonstravam o contrário.  “Eu até pensei mesmo que seria divertido essa coisa de ‘eles se odeiam pela espécie mas acabam dormindo juntos vez ou outra’. Pareceu uma aventura interessante. Mas parece que nem isso é capaz de animar esse corpo frio, vazio, sem sangue, sem alma.”  Olhou de cima a baixo enquanto descrevia, com um certo desprezo que não tinha demonstrado nem mesmo quando soube que ele havia escondido dela sobre ser um vampiro. Não que ela fosse acreditar, anos atrás, quando ainda era uma humana.  “Tanto faz. Não importa o que você ou eu sentimos naquela época. Agora nem para diversão você presta.”  Ergueu as sobrancelhas, quase indiretamente afirmando que, para ela, não havia sido apenas brincadeirinhas. Ela não queria ser covarde de negar o que sentiu, mas falar muito claramente iria ferir o seu orgulho. 
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O que ela dizia era incomodo, claro. Mas não por ser algo que ele ouvia pela primeira vez, e sim por vir da boca dela. “Não acho chato ficar perto de gente morta quando nos conhecemos. E acredite, sabemos nos divertir.”. Deu de ombros ao final, para parecer que não se importava tanto assim, mas aquilo tocou em um nervo, tanto que precisou de outro gole da sua bebida para tentar acalentar as feridas que se abriram com a presença dela. Mas qualquer raiva que sentisse, foi apagada diante do comentário seguinte, pois ele riu genuinamente para aquilo. Então era realmente sobre isso que se tratava? Mas um grande clichê, strangers to lovers to enemies to… lovers again? “Meu corpo era frio, vazio e sem alma quando me conheceu lobinha. E ainda assim, rolavamos em seus lençóis, o suficiente para que não me esquecesse pelo visto. Mas se quer saber, eu já vivi muito disso e te garanto que não é nada… interessante quanto imaginou”, e foi sincero nas palavras, realmente não era. Ele só não sabia dizer se por uma relação estritamente carnal sem qualquer sentimento envolvido, ou se por sempre descartar as outras companhias rápido e fácil demais, pois ele se considerava superior a elas. Desnivelava as coisas, tornava menos interessante do que deveria ser. “Não sei você, mas eu não senti muita coisa. Não tenho alma, não é mesmo?”, deu de ombros outra vez, virando o rosto novamente para a frente do bar, tomando em mãos o copo para apreciar sua bebida, finalmente na paz e tranquilidade, enquanto ainda conseguir ouvir o barulho dos saltos dela contra a madeira. Maldita audição apurada. E maldita fosse Rosalía. 
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[ENCERRADO]
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high1nfidelity · 1 year
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FLASHBACK || baile de gala armstrong 
risechaos​:
Covarde, era isso que Richard era e como se sentia naquele instante. Em sua cabeça passaram todas as vezes em que ele simplesmente foi isso, nada mais e nada menos do que um covarde. No instante em que viu Leo apaixonado por Olivia, e não queria que ele tivesse algo melhor do que Rick, pois ele já tinha uma família, um pai vivo, não poderia ter tudo. Foi mesquinho, invejoso, mas acima de tudo foi covarde, pois tinha medo de sempre ser essa pessoa inferior. E acabou sendo de qualquer forma. Quando conheceu Annie, sabia que ela era sua pessoa e por tantas vezes sentiu a garganta fazer um nó para prender o segredo de que vivia um relacionamento estável com outra pessoa. E todas as vezes em que via Olivia esse nó aumentava, para não lhe dizer que tinha encontrado o amor de verdade. Tinha medo de perder as duas e ficar sem nenhuma delas, qualquer amor que fosse. E agora sabia que de alguma forma as perdera. Annabel com toda certeza, em tantos sentidos que não conseguia nem compreender todos. E Olivia… bem, ele perdera a oportunidade de realmente viver ao lado dela, fazê-la feliz de fato e se deixar ser feliz com ela. E mesmo agora, quando parecia ter uma chance de reparar tudo de alguma forma, ele continuava se escondendo atrás de palavras e juras de amor que não conseguia concluir, que não atendiam aquilo que ele realmente queria. Se é que algum dia Richard soube o que realmente queria. Claro que ele notou as lágrimas no rosto de Annie, mas não se moveu para seca-las, não precisou. Se olhar foi de encontra ao dela, aquele azul que costumava mergulhar, agora estava marejado e sem muito brilho. Ele ouviu tudo em completo silêncio, toda a explicação lhe soava como uma despedida, mesmo que ali estivesse claro que se ele quisesse, se estivesse seguro, ela ficaria. Mas lá dentro, ele sabia que ainda não era o momento, que seria completamente incapaz de fazer aquela escolha, que beijar Annie ali, poderia sim significar o fim do seu casamento, ou se ele fizesse bem, também poderia ter uma desculpa plausível para tudo e manteria Olivia e Annie por perto. Iria regredir e voltar ao que era ao passado, mas por quanto tempo até que uma delas descobrisse tudo? Quanto tempo até que a desconfiança minasse tudo? Até mesmo se escolhesse a mulher a sua frente, jamais teria qualquer garantia de que seriam felizes para sempre, que ela não desconfiaria até da própria sombra, que não entraria em crise quando ele se atrasasse para qualquer coisa. Pelos céus, tinha tanta coisa envolvida ali e ainda assim, tudo que ele mais queria era beijá-la. E tudo que ele não conseguia fazer, era beijá-la. Suspirou outra vez, decidindo por fim encarar a realidade dos fatos. Já estava tudo claro e posto a mesa, não tinha como esconder. “Eu tenho como verdade que eu quero você Annie, eu quero uma chance para mostrar que nós dois podemos funcionar, para viver tudo aquilo que sonhei viver com você e que eu sei que você sonhou viver comigo… Mas eu… Eu não posso continuar errando com a Olivia assim, beijar você aqui e agora, e ela saber dessa forma…” suspirou outra vez, meneando a cabeça para afastar os pensamentos de como a esposa reagiria e como aquilo partiria seu coração, e do quanto ele não queria fazer nada disso, com nenhuma delas. “Eu não estaria sendo um cara legal ao fazer isso. E eu continuo querendo ser o que você pensa que eu sou. O bom, não o ruim.”. 
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“Eu sei.”  Respondeu num sussurro, afirmando que sabia - e concordava - que ele não poderia continuar com aquilo de manter as duas. Não era justo com ela, com Olivia, a filha, nem com ele mesmo. Apesar do falatório e a música da festa, os dois estavam um pouco mais isolados, o suficiente para não serem interrompidos e conseguirem colocar tudo às claras. Não era o lugar mais adequado, mas se ali funcionou, então que seja. Forçou um sorriso ao vê-lo concordar com o que ela disse antes. Queria que ele fosse o bom homem que ela sempre acreditou que ele fosse e, até hoje, bem no fundo, ela ainda acreditava nisso. Não sabia o quanto ou até quando, mas queria se esforçar para manter a fé por tempo o suficiente até ele tomar a tal decisão, fosse ela a escolhida ou não. Mas, céus, como ela queria que fosse ela! Como ela queria poder realizar tudo aquilo que tanto quis, com o único homem que realmente viu um futuro, o único com quem ela, de todo o coração, fantasiou sobre uma vida junto.  “Eu só quero que acabe toda essa história, esses sentimentos ruins e confusos. Se não ficarmos juntos, que eu possa logo superar. Ou se ficarmos, chegar logo na parte onde somos felizes. Eu só... Não aguento mais lidar com toda essa merda.”  Suspirou, as lágrimas começando a secar. Não que estivesse satisfeita com o quase fim da conversa. Honestamente, nem sabia se havia uma forma de terminar aquilo de uma maneira boa, mas era inegável o alívio por colocar as cartas na mesa, desabafar tudo o que sentia, descobrir que ele sentia o mesmo e, finalmente, concordarem com alguma coisa. Só a sensação de que tudo aquilo estaria encaminhando para alguma solução parecia ser um conforto, muito embora a angústia a perseguiria enquanto eles não finalizassem por completo. Um problema de cada vez. Precisaria sobreviver àquela noite primeiro.  “Eu vou procurar o Jack. Logo devemos ir para casa.”  Até porque ela não queria ter o azar de cruzar com ele de novo, mas dessa vez vê-lo com a esposa, como na última festa. Com um passo a frente, estava mais perto dele, e abriu o sorriso mais doce e gentil que podia, dadas às circunstâncias.  “Eu te amo, Richard. Espero que a gente encontre a felicidade. De verdade, dessa vez.”  Não sabia se deveria ter dito o ‘eu te amo’, mas se fosse a última vez, que finalizasse com o sentimento que prevaleceu apesar de todos os desencontros: o amor que sentia por ele. Segurou em seu braço, e deu um beijo demorado em sua bochecha, antes de ir na direção oposta. 
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high1nfidelity · 1 year
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Aquele vestido a deixava majestosa, por mais que ele estivesse louco para arrancar todo de uma vez. E a visão da peça de roupa quase caindo pelos ombros, as pernas abertas, a mordida nos lábios, os gemidos roucos, e os olhos... Aqueles olhos! Eram nesses momentos que ele cogitava esquecer toda sua rigidez e se entregar por inteiro para ela, mais do que somente o seu corpo ou sua presença vazia. Sugava o clitóris dela, fechando os olhos por alguns segundos para se deliciar com seu sabor e os gemidos, a mão puxando sua cabeça no indicativo de que estava fazendo o certo. Apesar de toda a frigidez, na cama ele parecia sempre saber o que fazer; eram anos juntos, afinal. A mão que lhe segurava a coxa apertou um pouco mais, a pele tão clara ficaria com marcas de seus dedos ali mais tarde. Sentia o volume da sua calça crescer tanto que a sensação era de que, com um mísero toque da esposa, ele iria se derramar de prazer. Mas queria vê-la chegar lá primeiro, como quem tenta retribuir as grosserias da última briga com um orgasmo tão forte que a faria perdoá-lo, se esquecer daquilo. Pelo menos por aquela noite. Continuava chupando-a com toda dedicação que um marido exemplar deveria ter, voltando a abrir os olhos para vê-la quando chegasse ao seu clímax. Se tudo desse certo, apenas o primeiro da noite. 
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high1nfidelity · 1 year
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FLASHBACK || antes do baile de gala 
risechaos​:
Zara sentiu o peito inflar no instante em que ouviu o “eu não sei”, o revirar de olhos foi instantâneo, assim como o suspirar pesado e frustrado. Então era isso que ela merecia? Um simples ‘eu não sei’? Seus olhos fecharam e naquele momento ela jurou por tudo que era mais sagrado que sairia daquele carro, iria andando até o cais e pegaria o primeiro barco para bem longe dali, jamais olharia para trás, jamais pensaria em Nik outra vez e eles se veriam apenas na audiência de separação, era isso que ela queria e iria saber. Mas seu corpo não respondia, não se movia por nada, ela não tinha forças para deixá-lo e isso doía e doeu ainda mais quando ele começou a tentar se explicar. Era engraçado como mesmo quando ele soava sincero, quando parecia sincero, ela ainda sentia que tudo estava sendo calculado e pesado antes de ser colocado para fora. Como se dizer que só via ela como mãe de seus filhos, fosse uma forma de amenizar as coisas, e não uma verdade. Zara tornou a abrir os olhos e finalmente viu os dele lhe encarando. Ela tinha ódio, confusão, dor e angustia naquele olhar, mas duvidava que ele fosse reagir a isso. E sabia que ele reconheceria. “Não Nik, esse não é o problema.”, disse em um tom firme, levando a canhota até o queixo dele, para puxar de volta o rosto do marido em sua direção. Ele não iria se esconder, pois ela estava cansada de fingir que não via suas vulnerabilidades. Ela o via. “O problema é você acreditar que eu permitiria que o meu marido não fosse um bom pai. Que eu iria permitir que se ausentasse da vida dos nossos filhos, como se ausenta da minha, que chegaria em casa cheirando a tabaco e bebida barata tarde da noite e não veria os primeiros passos do seu filho, ou as primeiras palavras. Você se engana ao pensar que eu deixaria você fazer isso. Que deixaria fazer mal ao nosso filho, como faz a mim.”, e ela se mantinha calma, centrada e firme. Seus lábios esboçavam um singelo e afetuoso sorriso, por mais que não quisesse realmente sorrir, sabia que ele era confortável e amenizava o peso daquelas palavras. “Eu não vou forçar meus sonhos em você, sabemos muito bem que eu não tenho forças para isso. Mas eu preciso que entenda que eu também não vou desistir deles, então cabe a você decidir se vai vivê-los comigo, ou me deixar ir para vivê-los com outra pessoa. E eu espero sinceramente que você perceba que só tem uma opç��o para mim, mas que eu vou me adaptar e saber viver com a outra se for o caso.”. E assim, como quem não tinha mais nada para dizer e mais nada para ouvir, Zara tirou a mão que segurava o rosto de Nikolaj, abriu a porta e desceu. “Vou dar uma volta, acho que preciso disso.”. Avisou antes de fechar a porta e sair na direção contrária a entrada da casa. 
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Apesar de demonstrar-se frio e indiferente a maior parte do tempo, era impossível não notar o misto de sentimentos ruins que Zara imprimia só em seu olhar. A forma como o encarava, era mais do que tristeza ou decepção, e ele só queria ser um pouquinho mais sensível e ter um pouco mais de atitude para abraçá-la, pedir para dormir com ela, ou qualquer coisa que os deixasse próximos para tentar amenizar aquele desconforto. Mas ele não era assim, por mais que algumas vezes tivesse desejado ser. As palavras dela soavam como facas que perfuravam seu corpo a cada vírgula. Como ela poderia garantir que seria capaz de mudá-lo se nunca foi durante todo aquele tempo? Houve tentativa, mas o esforço dele era mínimo. Será que uma criança que possuísse o seu próprio dna e o de sua mulher seria a solução para quebrar o gelo que ele deixou envolver seu coração? Talvez agora não tivesse mais a oportunidade de saber. Ouvi-la dizer tão claramente que ele a fazia mal foi um tapa na cara que ele precisava. Não era como se não soubesse, mas enquanto ela fingisse, ele também fingiria. Mas no momento em que ela resolveu verbalizar isso, era como se tivesse tornado real o fato de que ele era um merda, que fazia mal a uma pessoa que só queria lhe dar amor. Outro tapa na cara veio logo depois com a afirmação de que ela não desistiria do sonho de ser mãe, e pela primeira vez, ele não sentiu vontade de manipular a situação e reverter o jogo. Fazê-la repensar seus próprios desejos ou qualquer coisa parecida. Estava disposto a admitir o erro, só não sabia se estava igualmente disposto a seguir nesse barco com ela. Ao mesmo tempo, a ideia de não tê-la em sua vida parecia sufocá-lo, lhe dava vontade de gritar e pedir que ela não fosse embora. Mas não o fez. Apenas a ouviu, olhando em seus olhos porque, de novo, ela tomou a atitude de virar o rosto do homem para encará-la.  “Não demore.”  Foi o que disse, baixinho, por puro costume de soar como dominador e mandão que sempre era. Por mais que, dessa vez, também houvesse preocupação de onde ela estaria e se estaria bem. Levou alguns minutos sozinho no carro, antes de se levantar e entrar em casa. Tomou um banho, e deitou-se na cama do quarto de visitas. 
ENCERRADO. 
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high1nfidelity · 1 year
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PASSEIO COM OS ALUNOS. 
Ser a professora de esportes foi o mais próximo que conseguiu chegar de sua profissão antes da transformação. Enquanto não conseguisse controlar a mudança e a raiva, precisaria ficar em Nevermore. Sentia saudades de ser policial, especialmente quando estava naquele ônibus ouvindo uma gritaria de adolescentes animados com a visita a um museu. Desde quando o jovem se anima com isso? Talvez fosse porque estavam saindo da Academia um pouco, ou talvez ela devesse ter previsto o que iria acontecer. @risechaos​ . 
Ignorou a presença de Michael todo o tempo, tão bem que realmente se esqueceu de que ele estava lá. Não fez caretas, não provocou, não pareceu nem um pouco afetada. Ou realmente não estava, ou se tornou boa em esconder aquilo. Ainda era difícil decifrar certos sentimentos. Mas quando uma aluna correu até ela, parecendo desesperada, e avisando que uma aluna foi atacada e estava ensanguentada, Rosalía correu atrás da aprendiz e entrou pela porta indicada, sem pensar duas vezes. Podia-se ouvir com clareza o barulho da fechadura e das risadas.  “A gente volta para buscar vocês mais tarde”, eles disseram antes de se afastar.  “Volta aqui, sua...”  Conteve o xingamento, respirando fundo. Virou-se de costas para a porta, entendendo o motivo do “voltamos para buscar vocês”. Revirou os olhos e bufou alto, propositalmente. Massageou as têmporas enquanto falava.  “Isso só pode ser brincadeira. Dentre todas as pessoas daquela escola, é sério?”  Olhou para cima, como quem busca uma resposta divina. Abaixou o olhar para ele, desdenhosa e desencostou da porta.  “Anda! Você não tem super força ou sei lá o que? Tira a gente daqui.” 
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high1nfidelity · 1 year
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risechaos​:
Os lábios se moldaram em um meio sorriso e logo depois num bico convencido enquanto ele dava de ombros. “Acho que já me basta a dieta alimentar”, comentou levantando o copo em direção a ela, como um brinde, mas logo o levou até as narinas e respirou fundo. Nada como o O— para aguentar aquela noite, seu tipo sanguíneo favorito. Tomou um gole razoável que deixou um pequeno bigode acima dos lábios, que ele logo lambeu. Talvez ela ficasse enjoada com aquilo, ou até mesmo desgostosa e fosse embora. E seria um alivio não estar em sua presença, não ser forçado a lidar com tantos conflitos e negações. “Em outras palavras, seus colegas são tediosos. Eu entendo, também ficaria entediado perto deles, o tempo todo latindo e uivando para a lua, coçando suas pulgas e carrapatos”, comentou em tom divertido e chegou até a rir com sinceridade entre uma palavra ou outra. Sabia que aquilo iria continuar alimentando a irritação. Aaah como ele adorava irritar aquela mulher. “Eu? Ferir você? Oh não, não, não. Eu não desceria tão baixo assim, não gosto de sujar minhas mão com pelo.”. Respondeu lhe oferecendo um sorriso cínico. “Sabe o que parece pra mim? Que você não conseguiu me esquecer e por isso fica insistindo em ficar por perto, como… como um cão sem dono, sabe?” indagou sério, apesar do tom provocativo. O corpo se inclinou um pouco mais na direção da morena, e o copo que estava em sua mão, fora posto outra vez no balcão. “É isso que você quer, Rosa? Que eu volte a ditar o que deve fazer, como fazia antes? Não me diga que está com saudades das nossas brincadeirinhas, pois você sabe que elas eram só isso para mim, não sabe? Não passou de diversão.”. Mentiu outra vez, e outra vez não admitiria aquilo. Rosalía era uma lembrança vivida e um parâmetro de comparação a todas as experiências e relações seguintes. 
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Fez uma careta quase sutil ao vê-lo beber o sangue. A sensação de que nunca iria se acostumar com aquilo, muito embora todos naquele bar parecessem não estar vendo nada demais; realmente, para eles, não era. Revirou os olhos com as piadinhas, aqueles estereótipos que lhe avisaram que ouviria e que, apesar de achar uma grande bobeira, começava a irritá-la.  “Com certeza isso seria mais divertido do que ficar perto de gente morta.”  Alfinetou, usando uma das piadinhas comuns para se referir a vampiros. Mas ela apenas repetia o que ouvia, novata naquela guerra eterna entre lobisomens e vampiros. Aquela risada dele a irritava, sentia as garras quase ganharem vida e saírem sozinhas para ficarem à mostra. Deveria ter aproveitado a deixa para ir embora, deveria mesmo. Assim não ouviria nenhuma das grosserias que vieram a seguir. Não tirou os olhos dele nenhum momento, porque poderia ser arrogante ou convencida, mas não era uma covarde. Não iria chorar, nem de ódio, que era o que sentia vontade. Não iria desviar o olhar. Não iria se afastar quando ele inclinou o corpo em sua direção. Não iria demonstrar o quão abalada ficou. Isso é, tentaria, é claro. Forçou um sorriso quando ele terminou de falar, parecia inabalável, mas pequenos sinais de seu corpo demonstravam o contrário.  “Eu até pensei mesmo que seria divertido essa coisa de ‘eles se odeiam pela espécie mas acabam dormindo juntos vez ou outra’. Pareceu uma aventura interessante. Mas parece que nem isso é capaz de animar esse corpo frio, vazio, sem sangue, sem alma.”  Olhou de cima a baixo enquanto descrevia, com um certo desprezo que não tinha demonstrado nem mesmo quando soube que ele havia escondido dela sobre ser um vampiro. Não que ela fosse acreditar, anos atrás, quando ainda era uma humana.  “Tanto faz. Não importa o que você ou eu sentimos naquela época. Agora nem para diversão você presta.”  Ergueu as sobrancelhas, quase indiretamente afirmando que, para ela, não havia sido apenas brincadeirinhas. Ela não queria ser covarde de negar o que sentiu, mas falar muito claramente iria ferir o seu orgulho. 
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high1nfidelity · 1 year
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high1nfidelity​:
Flashback. 1 ano e alguns dias atrás 
“Ah, não pretende?”   O risada de escárnio, completamente desdenhosa pela fala dele, a presença dele. Apesar dos sentimentos ainda muito confusos, sentia raiva, o desejo de lhe dar um soco aumentando. Sentir a mão dele em sua nuca ainda lhe arrepiava, como se seu corpo traísse a sua mente enraivecida. Como se ela não controlasse o fato de que, apesar de estar o odiando naquele momento, o efeito dele sobre ela ainda fosse exatamente o mesmo. Como se ele não tivesse acabado de partir o seu coração em milhares de pedacinhos. E, talvez, deixando esse lado tomar conta por alguns segundos, ela retribuiu o beijo. A mão chegou a se erguer e tocar o seu braço, apertando-o de leve quase como um pedido silencioso para que se aproximasse. O gosto dos lábios dele pareciam o mesmo, fazendo-a se esquecer que beijavam o corpo de outra há alguns minutos. A mente da mulher começou a ecoar o que ele havia acabado de dizer. Realmente, ele parecia ser o único que conseguiu compreendê-la, ousaria até usar a palavra domar. Tomou o coração da filha de Dionísio para si, rápido como nenhum outro homem havia conseguido antes. Sempre acreditou que ele faria tudo por ela, não deu ouvidos aos comentários maldosos de que ele sempre seria o mesmo canalha que a magoaria. Agora, nada daquilo parecia importar. Se ele a amava ou não, ela não queria saber. Seu corpo e sua mente pareciam ter entrado num estado de repulsa ao se lembrar da cena. A maldita cena que não saiu da sua mente desde que viu, exceto agora, quando o toque dos lábios dele pareceu apagar de sua memória por míseros segundos. A raiva voltando a dominá-la, ela afastou o beijo com uma gentileza que nada condizia com o que ela estava prestes a fazer.   “Sabe por que ainda estou aqui, Magnus? Não é porque acredito em nada dessa merda, mas porque esqueci de te dar isso.”   Desferiu um soco em seu queixo, colocando todo o treinamento que recebia em prática. Afastou-se, sem remorso algum, suspirando fundo.   “Sorte a sua que não sou uma assassina, porque minha vontade era atear fogo nessa merda de chalé, onde eu me deitei com você tantas vezes, cuidei de você tantas vezes, e você teve a cara de pau de trazer outras aqui. Com a porra da minha foto na cabeceira!”   Gritou, ainda irritada. Ao menos estava tudo rasgado, no chão e aos pedaços, exatamente como a relação deles estava agora.   “Vou chamar sua amante para cuidar de você.”   Debochou, tentando mascarar a dor. Saiu do chalé de Osíris, e foi diretamente ao chalé de Quíron. Iria pedir autorização para ir embora e, se não tivesse, fugiria. Não queria passar mais nenhum dia ali. 
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Sentiu-se ser correspondido e se deixou convencer de que havia funcionado, que seu último movimento arriscado tinha funcionado e que mesmo que as coisas continuassem nubladas entre eles, não seria por muito tempo. Pois Magnus conhecia Maddie, assim como ela o conhecia. Eles eram únicos ali, até talvez como espelhos que se refletiam e completavam em alguns pontos. A mão que subiu ao seu braço, os dedos que pressionaram a pele, todos os sinais que ele aprendeu a ler sobre ela e responder. O braço livre vou posto envolta da cintura feminina, puxando seu corpo de encontro ao dele, apertando seu corpo contra o dele. E chama parecia ter acendido outra vez. Por aquele curto espaço de tempo nada mais passou pela mente de Magnus, todas as vozes entrarem em perfeito silêncio, como se nunca tivessem existido. Era esse o efeito que ela tinha quando o tocava, quando o beijava, ou quando cantarolava em seu ouvido. A vida tinha paz ao lado dela, no mesmo nível que tinha o caos, a emoção, adrenalina e tanto mais. Como poderia ter sido tão estupido? Como pode arriscar tudo isso por puro capricho? Ele jamais saberia, mas naquele momento também nem se importava. Tinha conseguido, era isso que pensava antes de ter o corpo empurrado outra vez, com uma delicadeza completamente contrária do momento anterior, quase remetendo aos momentos em que ela fazia isso antes, apenas para dizer que o amava e foi por essas palavras que ele esperou ao se afastar, ao afrouxar o braço que a prendia pela cintura. “O que meu amr…?”, ele teria completado a frase se tivesse tempo. Logo toda aquela sensação de conquista foi pelo ralo outra vez e ele só sentiu o encontro dos ossos das juntas de Maddie com seu queixo, empurrando a mandíbula para o lado contrário em que seu punho estava, e ele foi ao chão. O ardor veio com tudo, o rosto queimava como se tivessem colocado fogo nele, e então veio o gosto de ferro na boca e ele levou o polegar ao canto direito dos lábios para constatar o que já sentia, o polegar pouco sujo de sangue e ele não limpou, fez questão de virar o rosto para ela desse jeito, se iria lhe satisfazer vê-lo assim, que fosse. Queria respondê-la sobre não ser uma assassina, mas uma voz interna lhe mandou segurar a língua. Vez ou outra tinha uma voz boa em sua mente, que continha e controlava seus impulsos, talvez um desafortunado simpatizante de seu pai que acabou no purgatório ou sei lá. Mas ele ouviu e ficou em seu silêncio, ou quase isso. “Aah sim, por favor. Eu e a filha de Afrodite tempos assuntos inacabados”, respondeu alto e claro ao deboche dela, decidindo então por simplesmente manter um pouco do seu orgulho e ligar o foda-se para tudo. Ela mesma disse que estava perdido, não? Então que assim fosse. 
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high1nfidelity · 1 year
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FLASHBACK || baile de gala armstrong 
risechaos​:
“sempre quis ser esse homem que você vê, dar valor a essa fé que depositava em mim. Acho que por isso fui encontrar a Liv…”, travou ao chamar a esposa pelo apelido, pois jamais o havia feito com Annabel antes. Droga Richard! “bem, fui para tentar terminar as coisas e ela disse que estava grávida e eu não… não consegui dar o fora em uma mulher grávida, não era algo que um cara bacana faria, não é?”, sorriu fraco outra vez, se dando conta do quanto aquilo soava estúpido “então decidi fazer o contrário e falar com você, mas não precisei, não é mesmo?”, era retórico, pois ambos sabiam que naquele mesmo dia Annie os viu no shopping e deduziu tudo sozinha e simplesmente sumiu como se jamais tivesse existido. Então ele tentou ser o bom marido e falou nisso também, e seguiu falhando por todos aqueles anos. “Preferi acreditar que estava. Quando não consegui mais te encontrar, preferi acreditar nisso para me convencer a parar de tentar.”. Pois se bem lembrava, Richard estava ao ponto da loucura, tinha puxado as fichas de todas as Annabel’s da Alemanha, endereços, históricos familiares, absolutamente tudo e nenhuma delas era a sua. Mais um pouco e ele começaria a puxar todas do mundo, acionaria todas as delegacias, pediria todos os favores que tinha e ficaria em debito com metade do mundo. Iria atrás dela até nos confins da terra, e esse era o tanto que a amava. Como uma droga, ele precisou assumir o problema e tratá-lo como deveria e esse foi o jeito, foi a sua saída. O olhar voltou a encontrar a feição dela quando falou sobre ele não lhe fazer mal, e a expressão de Richard era uma grande confusão. Como o problema seria ele fazer bem? Estava prestes a perguntar quando ela começou a explicar melhor o que havia dito, e assim ele se manteve em completo silêncio, atento aquelas palavras que carregaria para sempre. Rick entendia o que aquele discurso queria dizer, o problema que os cercava e que independente de qualquer decisão, ainda os cercaria. Mas só que ele conseguiu focar, foi que eles sentiam o mesmo. Durante todo aquele tempo, eles ainda pareciam estar em perfeita sintonia. Pois sim, ele sabia que seria difícil reencontra-la, que estaria com raiva, que o bateria e atiraria coisas em sua direção. E ela o fez algumas vezes, mas também não conseguia negar que estar com ela, mesmo em momentos assim, era melhor do que não estar em momento algum. Que existia conforto e felicidade em sua presença, em saber que ela estava viva, bem de alguma forma. “Eu…”, ele tentou, mas não conseguia dizer que não era da Olivia. O olhar tornou a abaixar e a destra foi na direção do queixo, subindo pela bochecha e a ponta dos dedos coçava a barba, num sinal claro de contenção e confusão interior. Ele suspirou pesado e longo. Ao menos sobre uma coisa ele podia discordar ali e foi nisso que preferiu focar. “Não importa o que você decida fazer, não importava se você sair da minha vida agora, da cidade e for pra bem longe de mim, por outro lado do mundo se preferir. Você sempre vai ser o amor da minha vida, Annabel. E não tem nada que possa mudar isso, tempo, espaço, outra pessoa, absolutamente nada. E eu posso dizer isso com toda segurança, pois eu tentei e não me orgulho nenhum pouco de falar o que vou falar agora, mas eu procurei em qualquer outra pessoa, o que eu tive com você, o que eu senti por você e o que você me fez sentir… e eu não achei e eu nunca vou achar.”. Ele tornou a se aproximar, segurando o rosto dela entre suas mãos para que o olhasse. “Se eu pudesse voltar no tempo, eu tenho certeza que teria escolhido você sem nem pestanejar. Teria escolhido você antes de qualquer pessoa. Teria ido aquele café todos os dias, o dia inteiro, esperando pelo dia em que iria te conhecer.”, inclinou-se a frente, permitindo-se encostar a testa na dela, fechando os olhos e respirando fundo, apenas para suspirar todo o ar depois. “Mesmo agora, eu acho que ainda escolheria você. Mas eu sei que não mereço que me escolha, e por isso se quiser ir… eu vou aceitar e respeitar o que você quer. Mesmo que tudo que eu queira agora, seja te beijar aqui mesmo, entre todas essas pessoas.”. E ele sabia que a escolha estaria feita, mas dizer dessa forma era como se isentar de fazê-la. Se Annie o beijasse, estariam juntos dali por diante, pois certamente Olivia veria ou saberia. Mas ele, Richard, era covarde demais para assumir essa posição. 
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Ouvi-lo falar da esposa deveria ser normal, mas fosse a primeira ou a vigésima vez, ela sabia que doeria igual. Poderia ficar dez anos longe, se casar com outro, ter filhos, se o reencontrasse e só o ouvisse falar dela, doeria igual.  “Não seria mesmo algo legal de se fazer.”  Retribuiu o sorriso fraco, a brincadeira quase soava como um deboche ou uma piada do destino com os dois. A história dos dois tinham tantos “e se...” que ela chegava a pensar que talvez, em nenhuma das possibilidades, eles conseguiriam ficar juntos. E se não tivesse partido e o tivesse ouvido, acreditaria nele? E se não tivesse mentido o sobrenome e ele a tivesse encontrado nos registros da polícia, ela o ouviria? E se ele tivesse terminado com Olivia, ela confiaria nele novamente? A julgar pela forma como se esquecia de tudo e ficava tão entregue a ele, parecia que facilmente o perdoaria. Mas era a saudade falando mais alto ou o cotidiano a provaria que a confiança estava abalada demais para uma relação dar certo? Pensar em tudo aquilo era dolorido e inútil, pois eles jamais saberiam a resposta. No entanto, o início do discurso dele a fez repensar sobre aquilo. Talvez houvesse alguma solução para eles, talvez toda aquela confusão fosse apenas a tempestade antes do arco-íris, e que eles teriam chance de reescrever a sua história e serem felizes. Cada palavra dita lhe enchia os olhos e algumas lágrimas até ousaram cair. Sua expressão misturava uma angústia de não saber o que fazer, felicidade por ouvir que também era o amor da vida dele, e ansiedade para beijá-lo e poder ser dele e somente dele um pouco mais. Então veio a frase, ou melhor, a palavra que a fez repensar de novo se deveria mesmo se animar com a ideia. “Acho”. “Mesmo agora, eu acho que ainda escolheria você.” A frase ecoou em sua cabeça, e mediante toda aquela declaração, não deveria ser nisso que ela deveria focar. Ou deveria ser exatamente isso a razão para ela dizer o que estava prestes a dizer. Com um sorriso quase entristecido, ela deixou um risinho baixo escapar enquanto enxugava uma lágrima. Era quase um sorriso de alívio por saber que não estava sendo tola todo esse tempo de ter fantasiado um amor que foi unilateral. De ter sonhado que ele a procurava e sentia sua falta. Nada foi fruto de sua imaginação romântica, ele realmente havia passado por esse pequeno inferno, assim como ela.  “Eu não posso ficar com alguém que acha que me escolheria.”  Repetiu a palavra que ainda lhe incomodava, então prosseguiu antes de ter chance de ser interrompida.  “Achei que estava claro quando disse que sou sua, Richard. Não sou eu quem tenho que tomar essa decisão.”  Dizia sobre o beijo, que naquele momento, não seria apenas um beijo, mas a escolha que era ele quem precisava tomar dessa vez.  “Tudo o que eu queria era ficar com você agora, mas não sou quem devo tomar essa atitude.”  Suspirou, tentando organizar os pensamentos para continuar a expressá-los. As mãos subiram até o seu peito, ainda indecisas se o puxavam para um beijo e que se dane tudo, ou se o empurravam para manter distância e não tomar decisões que se arrependeriam.  “Tudo bem se não quiser ou não conseguir tomar uma decisão agora. Só que é você quem precisa dar esse passo. Você me entende?” 
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high1nfidelity · 1 year
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FLASHBACK || antes do baile de gala 
risechaos​:
Ela sabia que ele não iria se recusar a pular a sobremesa, até nisso conhecia o homem a sua frente, mas ainda existia aquela pontinha de esperança guardada, aquela que insistia e persistia naquela relação que Zara tão bem considerava como falida, mas não o suficiente para fazê-la ir embora. Esperava sim que ele insistisse para amenizar o clima tenso, mas não se demonstrou surpresa quando fez exatamente o que ela sabia que faria. Quando perguntou sobre a conta, apenas se limitou em assentir com um movimento de cabeça. O guardanapo que estava protegendo o colo, já se encontrava sobre o prato na mesa, e a mão direita segurava a bolsa, apenas esperando que ele terminasse aquela transação para que pudesse sair dali. Era engraçado pensar como várias vezes o casamento deles parecia um negocio, Nik parecia sempre investir nela no momento certo, quando estava em baixa, fácil, vulnerável e até um pouco barata. Fazia as ações subirem, ou melhor, fazia Zara subir e se sentir a mulher mais poderosa do mundo, apenas para que começasse a despencar e tudo começar outra vez. As vezes chegava a pensar que eles precisavam daquelas crises, assim como o mundo dos negócios, precisavam viver aquilo para ficarem mais fortes. Pensou sobre isso o caminho inteiro, enquanto encarava a janela do carona e via o passar da cidade ao seu lado. Lamentável que estivessem morando num lugar tão bonito e mal tivessem tempo para aprecia-lo como ela gostaria. Se não fosse aquela esperança estupida, talvez ela conseguisse aproveita-lo sozinha em sua liberdade e deixar que Nik fizesse o que bem quisesse com sua vida. A mente de Zara parou ao mesmo instante que o motor, fazendo-a perceber a entrada da garagem, a grama da casa e sua entrada. Sua mão esquerda soltou o cinto de segurança e já ia na direção da porta para descer quando o ouviu falar. Nik era sempre isso, atribuía a ela as escolhas e questões difíceis, apenas para se isentar depois. Se Zara falasse que não e quisesse retomar aquele assunto depois, ele lhe diria que perguntou e que o momento passou. Se dissesse que sim, eles brigariam ali mesmo e ela estava tão sensível, que apesar de não querer, tinha a certeza de que lhe pediria o divórcio a qualquer instante. O que escolher? O que era mais fácil de lidar? Suspirou diante da ausência de respostas satisfatórias. “Só tem uma coisa que eu quero saber, Nik”, começou, virando-se na direção do marido para encara-lo. Uma única coisa que ela precisava definir e firmar em sua cabeça, e prometeria a si mesma que esqueceria aquela história de uma vez por todas. “Acha que isso vai mudar algum dia? Esse… Não sei se quero dizer desejo em não ser pai, pois não sei como interpreta isso, mas quero que me responda sinceramente e sem rodeios.”. 
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Ele sequer teve a decência de olhá-la quando a esposa começou o assunto, como se soubesse o que ela iria perguntar, mas não estava pronto para - ou não queria - respondê-la. Sabia que deveria ser honesto, ele sempre sabia quando deveria ser. Mesmo assim, sempre optava por mentir, adiar o momento em que precisariam colocar cartas na mesa. Daquela vez era diferente. Era como se pela primeira vez ele estivesse cogitando abrir o coração, não completamente mas o suficiente para deixar claro suas intenções. Ainda que aquilo pudesse levar ao divórcio, ele parecia disposto aquilo. Não porque queria se divorciar, mas porque parecia que, finalmente, estava pesando em seu coração estar fazendo tanto mal a uma mulher tão boa para ele. Acabando com a vida dela mantendo-a em um casamento falido, onde ela não realizaria seus sonhos, apenas porque ele queria se manter no topo, cheio do dinheiro e continuar com as aparências de ser um casal perfeito. Era fácil. Para ele, pelo menos.  “Eu não sei.”  Respondeu, de uma vez, ainda sem olhar para ele. Os dedos tamborilavam no volante, não sabia se por nervosismo do que ela faria ou diria, ou se porque já estava arrependido de não ter aproveitado o momento para manipular a situação. Poderia tentar virar o jogo e dizer que ela o estava pressionando, ou simplesmente mentir e dizer que deveriam começar a tentar, mas nunca realmente dava o primeiro passo. Mas, se havia começado o assunto e não pretendia ser totalmente sincero, ao menos algo além do “eu não sei” precisava ser dito. Em consideração aos anos de amor recebido e dedicação da esposa.  “Já cogitei ter filhos, Zara. Sendo honesto, faz alguns anos que pensei que se fosse ser pai, seria apenas se você fosse a mãe. Não só porque somos casados, mas porque eu queria que você fosse a mãe das minhas crianças.”   Agora, enfim, virou o rosto para olhar para ela.  “O problema é que eu não vou ser um bom pai. E não acho justo trazer uma criança ao mundo para fazer mal a ela.”  Proferiu em voz alta, o pensamento que carregava há anos consigo. Era o pensamento que queria que o pai tivesse tido, antes de engravidar a sua mãe. Se não tiveram essa consideração com ele, então ele teria com alguém. Sentiu os olhos arderem, e virou o rosto de volta para o volante como quem tenta conter lágrimas. 
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