Tumgik
hectofayzer · 4 years
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opalyvette‌:
Então era verdade. Deprimente, mas verdade.
Ao que parecia, Ivy não era a única relíquia do passado a passear tranquilamente sob o sol de Gallica II. Não era a única, também, a inventar para si mesma uma nova identidade – afinal de contas, como poderiam justificar sua aparente imortalidade? Alguém, eventualmente, faria as perguntas certas.
Mas as semelhanças entre os dois paravam ali. Ivy tornara-se uma versão infinitamente melhorada de quem costumava ser; estava vivendo, definitivamente, o sonho galliciano. Já seu antigo… Conhecido? Nem tanto. Pelo contrário, ele parecia estar miserável; ainda assim, ordenou uma pequena visita. A curiosidade, como se costumava dizer, matou o gato, mas a satisfação o trouxe de volta.
Uma semana depois
O apartamento, enfiado atrás de um açougue, era positivamente nojento. Se não fosse a safehouse mais, digamos, segura de que conseguiu pensar, Ivy jamais teria colocado seus delicados e caríssimos pés naquela espelunca. Entendia a necessidade de ter diferentes tipos de esconderijos, para diferentes propósitos, mas honestamente repensava não ter ordenado que Hector fosse trazido para o cigar club. Pelo menos, o cheiro seria menos revoltante.
Esperando em uma antessala, a mulher ouvia os gritos e grunhidos revoltados de sua visita. Aguardou, pacientemente, até Craven – o brutamontes responsável pela célula da organização alojada naquela safehouse em particular – conduzi-la até o “quarto” onde estava sendo aguardada. Foi deixada sozinha com seu visitante, como pedira, mas a pistola estava pronta e destravada, caso fosse necessário – além disso, qualquer sinal de altercação no cômodo o faria ser invadido por seus funcionários. Estava segura e, acima de tudo, no controle da situação.
Enquanto Hecto se debatia, Ivy sentou-se sobre a mesa no centro do quarto e olhou para os lados, absorvendo a cena com que o homem se depararia assim que retirasse o capuz. Era um quarto, claramente, já que uma cama de ferro simples e um baú com tranca digital tinham sido empurrados para o lado. Como uma pensão barata, também tinha um vaso sanitário sem tampa e uma pia malcuidada; a principal diferença se situava nas duas cadeiras resistentes – uma sendo ocupada por Hecto e a outra aguardando uso – e, principalmente, na tal mesa que usava como assento. Era igualmente de ferro e sólida, mas as alças nas laterais eram perfeitas para amarrar uma vítima pouco cooperativa. Muito parecida, porém nem de perto tão luxuosa, das usadas no dungeon onde Ivy passava o tempo – mas aquela, naturalmente, tinha visto muito mais sangue no seu tempo.
De certa forma tomada de pena, a mulher decidiu acabar com o martírio de sua visita – mas sem antes cuidar para que a dinâmica de poder na sala estivesse bem clara desde o primeiro segundo. Colocou-se de pé novamente, dessa vez se inclinando sobre ele o suficiente para que a olhasse nos olhos – porém longe o suficiente para que Hecto não tivesse ideias perigosas. Já com o sorriso de satisfação colado nos lábios vermelho-carmim, ergueu o braço direito e puxou o capuz, deixando que o homem acostumasse os olhos a claridade focalizada do quarto antes de, definitivamente, apresentar-se – Se lembra de mim, docinho? Eu lembro de você.
Hecto claramente lutou em vão. Com os pés e mãos amarrados a uma cadeira pesada, que não movia um centímetro sequer para os lados, resolveu equilibrar sua respiração ofegante e dar espaço para diminuir seu batimento cardíaco, eis que sua saúde debilitada deveria ser cautelosamente cuidada por ele. Havia se medicado há muito tempo e já estava na hora de tomar uma nova dose do seu Elixir da Vida. Nesses momentos se encontrava ainda mais vulnerável que o normal, quando se tornava mais débil e fraco. O estresse era responsável por fazer ainda mais mal a sua figura.
- Quem está aí? – Disse sem fôlego, inutilmente, ou ouvir uma movimentação diferente no local em que estava, quando a própria euforia começou a passar. Seu peito inflava menos a cada respiração, o coração desacelerava, mas a boca ainda seca e amarga. Uma gota espessa de suor escorria por seu rosto, era como se seu maior medo finalmente se concretizasse. Mais do que morrer, Hecto temia ser julgado pelas atitudes de uma época muito mais antiga. Ser reconhecido por sua maldade e ambições vãs o deixavam aflito, como se sentisse a mais genuína vergonha. Hecto odiava sua identidade anterior.
Olhos finalmente desnudos, sentiu-se cegar pela iluminação artificial, da qual havia se desacostumado pela escuridão do capuz. Certa vertigem o acometia, deixando-o nauseado e ainda mais confuso com tudo. Não era comum que se desequilibrasse tanto, mas precisava concordar que reações mais humanas possivelmente poderiam poupá-lo de alguma maldade maior no seu futuro próximo.
Contudo, finalmente, ao vê-la, aliviou-se pela ideia de que não se tratava de uma de suas maiores inimigas da antiga Gallica II, mas sim de alguém que tanto poderia matá-lo quanto deixá-lo ir.
- Ivy Opal? – Questionou, sem uma razão imediata para tal, dando um suspiro que significava seu alívio. – Claro... – Respondeu, olhando para baixo, depois erguendo o olhar ainda confuso. Hecto era um exímio mentiroso, mas havia optado por falar excepcionalmente a verdade para Ivy. Poderia sim fingir esquecimento ou até mesmo insistir para ela que era outra pessoa. Mas, naquele momento, ser sincero pareceu ideal. – Eu nunca me esqueceria. – Disse, endireitando-se na cadeira, olhando para os lados e avaliando todo o cômodo, somente para que, no fim, encarasse adequadamente os olhos iluminados de Ivy, que o atravessavam.
- Eu nunca me esqueceria. – Repetiu, agora concentrando-se no olhar dela, para demonstrar sua seriedade e duvidável honestidade. – Mas... Por que desta forma? – Questionou-a, tendo em vista a violência e também a cautela para com ele. – Poderia ter convidado a dividir uma garrafa de uísque com você. – Sibilou, com uma simpatia que não conseguiu segurar, transformando-a em deboche.
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hectofayzer · 4 years
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katxxmiz‌:
A máquina, ou mulher, corria sem sequer olhar para trás e sem um destino. Tudo que Katrina sabia era que precisava fugir, precisava se afastar daquela a quem era incapaz de encarar. A cena do homem sem vida permanecia viva em sua mente, contudo o que a atormentava era a expressão no rosto da garota que assistira ao assassinato do próprio pai. Lágrimas teimavam em correr pelo seu rosto, apesar de seus esforços para contê-las. Não compreendia o que estava acontecendo consigo mesma, o que havia mudado dentro de si, mas algo havia se transformado.
O som de seus pés tocando violentamente o chão serviam de trilha sonora para sua fuga, sua fuga de sua própria sombra. Seus olhos perceberam uma área mais escura e inabitada da cidade, e instintivamente seus passos seguiram naquela direção. Mas percorrera apenas alguns metros antes de sentir algo colidindo contra o seu corpo, fazendo com que caísse em direção ao concreto gélido e molhado. Apesar do susto que levara, nenhum som escapara de seus lábios, e ela apenas cerrou os olhos tentado entender o que acontecera ali, e foi então que observou um rapaz caído diante de si.
Olhou rapidamente ao seu redor, procurando por alguém que pudesse ter assistido àquela cena. Contudo, constatou que havia apenas os dois ali. A perna do desconhecido evitava que a porta da qual saíra se fechasse, e aquela lhe pareceu a oportunidade perfeita de se esconder. sem dificuldade alguma, levantou o corpo desacordado e o carregou para dentro do local, subindo suas escadas e o depositando sobre um sofá que encontrara no andar de cima. Em suas mão ainda era possível encontrar vestígios de sangue de Acassio Enkemann.
Rapidamente checou o moreno, se certificando de que ainda respirava. Seu rosto não lhe remetia nenhuma lembrança, o que julgava ser bom, afinal a última coisa que precisava naquele momento era ser reconhecida. Sem pensar duas vezes, começou a vasculhar o apartamento, à procura de algo que pudesse ajudá-la a se disfarçar. E foi procurando uma tesoura para cortar seus cabelos, que ela encontrou algo que lhe chamara a atenção: um verdadeiro laboratório dentro da casa do rapaz.
Frio. Foi este o fator principal a fazer Hecto finalmente acordar do estado de inconsciência em que estava.
Enquanto os olhos lentamente abriam, as pupilas dilatadas se cegando pelas luzes da sua sala de estar, passou a perceber suas roupas e cabelos completamente encharcados pela água da chuva, muito provavelmente por ter caído no chão, em alguma poça que misturava urina de rato e lixo. Sempre muito asseado, talvez tenha se sentido sujo antes mesmo de se sentir vulnerável.
De início, nada fazia muito sentido.
Deveria ser discreto, mas inevitavelmente tossiu, tentando abafar sua própria boca depressa – ao perceber que poderia estar em uma situação de risco –, enquanto se erguia do sofá, agora sentado e bastante zonzo. Precisava pensar rápido, mas permanecia abalado pelo impacto da queda. Passou a mão na cabeça, a qual sentia uma grande pressão, e quando olhou para os próprios dedos, percebeu que estava sangrando devido a um corte no topo de sua testa, indo de encontro com seus cabelos.
Finalmente, levantou-se, mesmo que impactado pela constante vertigem. Percebeu que havia um rastro de água da chuva que se iniciava na porta de seu apartamento e as gotas se espalhavam em um caminho retilíneo, no decorrer dos corredores do local. Não estava sozinho.
Tirou os sapatos e seguiu sem fazer qualquer som. Verificou seu quarto, sua cozinha, o banheiro. Não era um apartamento pequeno, mas a quantidade de cômodos era ínfima. Voltou para a sala e viu que a porta de casa estava trancada, mas não havia sinal da chave. Um pensamento passou-lhe pela cabeça e sentiu o coração desequilibrar.
Seguiu para o caminho de seu laboratório secreto e centro médico pessoal, local onde guardava uma infinidade de materiais, equipamentos e substâncias usadas para cuidar de sua saúde pessoal e, principalmente, da sua conquistada longevidade. Ninguém sabia da existência daquele cômodo e o segredo servia exatamente para salvaguardar sua identidade.
A porta estava entreaberta e tudo pareceu acontecer muito rápido na cabeça de Hecto, que estava desnorteado o suficiente para não se sentir tão ansioso ou em desespero como quando levantou do sofá minutos atrás. Desta forma, simplesmente a observou. E, em uma análise preliminar, julgou-a por sua vulnerável feminilidade. Não parecia uma grande ameaça, mas, ainda assim, deveria ser cauteloso.
- Olá. – Disse com um sorriso envergonhado no rosto, demonstrando algum tipo de simpatia pela convidada, enquanto se aproximava e, finalmente, a via de perto. Ela trajava um vestido curto com lantejoulas prateadas e a maquiagem carregada escorria um pouco pelo canto dos olhos. Seus cabelos compridos e louros estavam completamente molhados pela chuva. – Meu nome é Hecto. – Disse, sem sobrenome, oferecendo um aperto de mão. – Queria agradecê-la por me ajudar. Como pode ver... – Entreolhou o próprio cômodo. – Eu tenho algumas enfermidades e, possivelmente por conta delas, devo ter desmaiado. Obrigado por me trazer até em casa. – Explicou-se com concretude em seu olhar, ainda que estivesse mentindo, já que sabia não ter ficado inconsciente pela sua debilitada saúde.
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hectofayzer · 4 years
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b12-chise‌:
Com passar de anos, Chise se tornou uma verdadeira acumuladora de coisas velhas. Ela as mantinha no sótão na sua casa guardadas e que provavelmente não iria usar nenhuma delas. Mas ela gostava das lembranças que as peças refletiam para elas. E vasculhando o cômodo, a androide deu de cara com quadro antigo, todo empoeirado e cheio de sujeira. Ela não podia o deixar ali nem mais o segundo. Na sua mente só veio um único nome. Hecto Fayzer. Era o renomado restaurador de arte e de objetos históricos de Gallica II. Se tinha uma pessoa que a poderia ajudar, essa pessoa era ele. 
Não demorou muito para o contatar seu serviço. O convidando para o seu museu, onde estava o quadro e ele poderia trabalhar livremente, já que aquele dia, a galeria não estava aberta. Às quinze horas, a androide já estava no local preparando a chegada do homem. Queria garantir que tudo estivesse no lugar e devidamente perfeito. Uma coisa em que se orgulhava era de ser dona do seu próprio emprego. Tinha um museu disponível toda a hora para si, parecia uma sonho. Algumas pessoas poderiam achar entediante, e ela entendia, mas não se importava de passar horas apreciando um quadro de outros, ou que ela mesma pintou. Pretendia por em exposição o quadro que encontrara e estava empolgada para vê-lo finalizado pelas mãos do homem. 
Como planejado Hecto deu o ar da graça pessoalmente. Esperou pacientemente na sala que a Mina, sua ajudante particular, iria o conduzir até. Ascendendo seu tabaco na piteira longa, enquanto ajeitava seu kimono sobre o sofá espaçoso na sala. A mulher providenciara tudo que Hecto pudesse trabalhar em cima, e senti-se confortável. Afinal, ele iria passar algumas horas ali com a mulher. Quando o homem adentrou a sala, a androide não levantou, apenas deu um largo sorriso ao recebê-lo. - Hecto. Fico feliz com a sua presença. Sinta-se à vontade, por favor. - disse enquanto a fumaça saía entre as suas palavras. 
@hectofayzer
Apesar dos anos, a essência metódica e ordenada de Hecto continuava a mesma. Sempre que convidado a participar da restauração de uma obra de arte importante organizava seus pinceis, materiais e demais utensílios com grande cautela, posicionando-os adequadamente em uma bolsa transversal preta que tinha e deixando tudo sempre muito asseado e lacrado.
Sobretudo, ainda que tivesse criado considerável renome quando o assunto eram peças históricas e obras de arte, Hecto sempre mantivera sua imagem e identidade forçosamente tratadas com discrição, eis que se sentia temeroso pela desconfiança em torno do seu passado. Comumente trajando casacos com capuz, era curioso que agora fosse capaz de apreciar o passeio que fazia ao usar o transporte público de Gallica II, algo jamais imaginado por ele quando não passava de um playboy prepotente e antipático.
Dentro do metrô, procurava meditar para evitar que pensamentos ruins o ocupassem novamente. Mesmo que décadas se passassem, desde que retornara a Gallica II sentia muito remorso toda vez que encontrava na megalópole algum objeto que o memorasse tempos mais sombrios.
Desembarcou na estação de número 29 e foi o último passageiro a deixar o veículo coletivo. Caminhou até o Museu que o havia contatado e foi recebido por uma moça chamada Mina, que se dizia a assistente pessoal da responsável pela instituição de arte. Ela o questionou sobre suas necessidades e depois o designou a um salão oval, em que se encontrava a Senhorita Chise Perobelli, proprietária do estabelecimento.
O sorriso de Chise era largo e suas palavras foram inteiramente receptivas, no entanto, Hecto sentiu uma espécie de penumbra cinzenta em torno de toda a sala, não devido ao tabaco que já fazia sua garganta travar, mas sim a algum tipo de lembrança em torno daquele local e até mesmo de Perobelli, do qual ele não conseguia distinguir até então.
- Boa tarde, Senhorita Perobelli. Muito obrigado pelo convite. – Respondeu em japonês, presenteando-a com seu sorriso mais cortês e polido, enquanto que fazia uma reverência educada, nos termos da cultura japonesa. Havia feito sua pesquisa em torna da contratante, mas fora surpreendido pelo fato de que Chise era curiosamente familiar a ele, como se a tivesse conhecido em algum momento de sua longínqua vida. Contudo, após tantos anos vividos na Japão, resolveu concluir que aquele sentimento era apenas porque ela o memorava os tempos outrora vividos.
- Pela forma que falou ao telefone, tive a impressão de que se tratava de uma peça muito especial para a Senhorita. – Continuou, finda a reverência, agora em inglês. – Eu aprecio que tenha escolhido meu trabalho, até mesmo porque não tenho uma empresa com vários funcionários e meu serviço acaba sendo mais devagar. Sempre optei por fazer meu trabalho de forma autônoma, com paixão à arte. Creio que temos isso em comum. – Concluiu, percebendo uma mesinha ao lado do sofá em que Chise estava sentada, servida de Matcha. Começou a servir-se de chá verde, sem maiores complicações.  
G(old). | Chise & Hecto.
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hectofayzer · 4 years
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               le pouce ;
Fazia tempo que não surgia uma obra de arte tão diferente quanto “O Polegar” de Cesar Baldaccini para Hecto. Convidado a fazer uma avaliação da peça, que havia chegado da antiga França, agora Vert I, havia apenas alguns dias, sentia-se revigorado pela ideia de ter contato com algo tão antigo. De fato, se não fosse algo tão grande, ele mesmo adoraria guardar junto de suas coleções.
Pegou o metrô ao fim da tarde e levou algumas ferramentos consigo, na sua maleta de trabalho. Pediram que os encontrassem em um prédio localizado na Classe Baixa e acabou chegando mais cedo que o prometido, tocando a campainha e sendo recebido por um homem alto e corpulento, que correspondia curiosamente ao esteriótipo de espião russo.
Seguiram por um corredor comprido que dava para uma única porta. Algo cheirava mal ali, como se estivessem ao lado de um açougue, com odor de carne crua. No entanto, sua desconfiança em nada mais pode ajudá-lo, eis que fora pego por uma verdadeira enxurrada de rapazes, que o imobilizaram e colocaram um capuz preto sobre sua cabeça. Relutou e reclamou, mas estava entregue ao acaso.
- O quê está acontecendo?! - Gritou completamente cego, logo que o colocaram sentado em uma cadeira. Apenas pensava que havia sido descoberto e estava morto.
@opalyvette
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hectofayzer · 4 years
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                wicked game ; flashback
Uma tempestade torrencial havia tomado conta da Little Asia naquela noite e madrugada, fazendo com que todas as luzes do apartamento de Hecto  piscassem pela instabilidade elétrica daquela região. Quando a energia finalmente acabou, Hecto esperou alguns segundos para que seu gerador pessoal funcionasse, mas a total ausência de resposta fez com que colocasse seu casaco e botas, na intenção de verificar a fiação da rua.
Estava no meio da restauração de uma obra rara do ano 2005 e precisava entregar a peça no dia seguinte, pela manhã.
Pegou suas chaves e desceu pela escadaria que dava para a entrada de seu apartamento, uma porta vermelha acima de um degrau, única e localizada em uma ruela que geralmente ficava cheia de caçambas de lixo e ratazanas.
Com um capuz cobrindo o rosto, saiu pela porta para ir de encontro a outra pessoa, que fez com que caísse no chão e ficasse inconsciente, suas chaves indo ao chão e a energia elétrica ironicamente voltando a funcionar.
@katmizx
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hectofayzer · 5 years
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hectofayzer · 5 years
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O jogo começou de forma bem curiosa para Hecto Lascius. Sentado abruptamente em uma cadeira pouco confortável, em um bar asqueroso e com um fortíssimo odor de mar, não conseguia se lembrar de como havia chegado até ali, muito menos vislumbrava seu objetivo naquele lugar, enquanto jogador.
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Passou com os dedos pelo casaco de linho e sentiu cada um dos botões de metal como se jamais tivessem experimentado algo como aquilo na vida. Depois checou cada um de seus bolsos, para encontrar uma infinidade de coisas, principalmente dinheiro e dois revólveres na cintura.
Uma garrafa de conhaque estava bem a sua frente, mas a verdade era que Hecto detestava aquela bebida, tal qual sentia nojo do copo, o vidro fosco, sujo. Analisou o ambiente a sua volta, o falatório insuportável, o fedor marinho. Porque mesmo havia apertado o botão de “aleatório”?
Um senhor passou e Hecto se levantou, de supetão, quase que involuntariamente, para sua própria surpresa.
“Henry Goodwyn!“ Ele disse, com cara de poucos amigos. “Não esperava vê-lo por aqui, se arriscando no meio das cobras por uma segunda vez.”
- O quê? - Sibilou ainda bem confuso, boquiaberto. Rapidamente, antes que Hecto pudesse fazer alguma coisa, o senhor apontou um revólver em sua direção, à centímetros da sua cabeça, deixando-o indefeso.
@dirtydxx
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hectofayzer · 5 years
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FORMULÁRIO ONLINE:
Nome do personagem: Henry Goodwyn
Espécie: Hecto apertou o botão “Aleatório” e a escolha do sistema foi “Humano”. 
Biografia resumida: “Mocinho”. Policial à paisana do Scotland Yard. Nascido no interior da Inglaterra, único filho homem de uma família grande e conservadora, todos camponeses, pessoas bem simples. Tem outras três irmãs, todas casadas. Geralmente trabalha infiltrado em organizações criminosas, então conhece todo o submundo de Londres. Um pouco cético quanto ao sobrenatural. Arriscaria sua vida para fazer o bem e salvar inocentes. Viciado em jogos do azar, não sabe dizer “não” a uma partida de pôquer. Um pistoleiro de mão ágil, talentoso, nunca errou um disparo. Diz que sua mira melhora depois de uma dose de conhaque.
Objetivo do jogo: Proteja os demais jogadores “do bem” à qualquer custo.
Habilidades especiais: Conhecimentos profundos sobre o submundo de Londres. Tem licença para matar. Ótimo lutador e perito com armas de fogo. Joga pôquer bem.
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hectofayzer · 6 years
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hectofayzer · 6 years
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dirtydxx‌:
Inicialmente, não compreendia o que o rapaz tentava dizer, qual era seu agradecimento. Não podia se lembrar de nada que pudesse ter feito e pelo qual mereceria agradecimentos, principalmente vindos de Hecto. Aparentando estar confusa, apenas esperou que ele prosseguisse, duvidando que terminaria ali. E bastou sua frase seguinte para que tudo fosse esclarecido. Infelizmente, agora compreendia tudo. Subitamente, parecia transtornada e chocada com o que acabara de escutar, as lembranças de um dos piores dias de sua vida e da decisão mais difícil que já tomara voltavam a assombrar sua mente. Não se surpreendia com o fato do homem ter usado aquilo contra si, afinal ele era conhecido por jogar sujo, por ser baixo. Mas jamais poderia imaginar que ele tivesse conhecimento sobre o que acontecera dentro daquele consultório médico. Pelo visto não estava preparada para tal conversa, tudo ao seu redor parecendo girar.
Sentia seu estômago se revirar dentro de seu corpo e um nó formava-se em sua garganta, mas havia prometido a si mesma permanecer forte, não derramar uma lágrima sequer na presença de pessoas como Lascius. Não daria esse prazer a ele. Ao perceber que se afastava, rapidamente se levantou de seu banco com um movimento preciso e calculado, aproximando-se do rapaz a ponto de deixar seu rosto a apenas alguns centímetros de distância. Seu olhar cortava como navalhas, enquanto o encarava em silêncio por mais alguns instantes. “Foi um prazer privar aquela criança de ter que viver uma vida inteira carregando o fardo de ser seu filho, de ter que lhe assistir trazer desonra e desgosto a sua vida, e não poder fazer nada para limpar toda essa sujeira de seu próprio sangue. Jamais seria capaz de tal crueldade com um ser puro e inocente.” Falava lentamente, como se cuspisse cada uma de suas palavras, sem quebrar o contato ocular em nenhum momento. Apenas parte do que dizia era verdade. Tal raciocínio a fizera tomar aquela decisão definitiva, mas de forma alguma sentira o mínimo de prazer ao concretizá-la. Mas tudo que queria naquele momento era machuca-lo.
Respirou fundo, tentando recuperar seu fôlego ante de prosseguir. “E também foi um prazer me livrar de qualquer possibilidade de prova concreta e lembrete constante de que já estive envolvida com alguém desprezível como você.” Continuava próxima e mantinha sem tom de voz baixo, para que ninguém ali pudesse escutá-la, mesmo sabendo que isso não significava que aquela conversa permaneceria apenas entre os dois. “Por isso, não precisa agradecer.” Concluiu, finalmente. Seu desejo era sair dali o mais rápido possível, mas seu orgulho a fez permanecer exatamente onde estava, impassível. Ela não daria as costas, não fugiria daquele confronto, continuaria ali e faria com que ele se acovardasse e jogasse a toalha. Quem se afastaria dali era Hecto. 
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Semelhante a um felino, a aproximação de Dixie fez Hecto hesitar qualquer nova artimanha, permanecendo imóvel, como uma estátua. O rosto dela estava rente ao seu, podendo sentir sua respiração na sua pele, notar as nuances de sua face e se eletrizar pelos sentimentos dela. O olhar lhe tirava todo o fôlego, o fazia ficar pequeno, o resto do mundo em silêncio, tão paralisado quanto ele.
As palavras poderiam soar como dilacerantes, mas a verdade era que pouco se importava com ofensas, talvez já estivesse acostumado demais a ser criticado. Na verdade, fora a confissão dela, tão genuína, que o fazia mal, como se pudesse sentir o que ela sentia, entender sua verdade, como num vislumbre de empatia, de compaixão.
Ela era uma artista. E suas emoções, a ira, a discórdia, a tristeza, verdadeiras obras primas.
Sentiu-se tocado. Energizado pela sintonia dela. Todos os sentimentos ruins dele, o estresse daquele dia, haviam refletido em Dixie. Agora, ela os compartilhava, dividia. Hecto não estava mais sozinho. Havia alguém para sentir como ele sentia.
Deu um passo para trás, evitando-a.
- Coloque a bebida dela na minha conta. – Avisou ao barman, com um sorriso branco no rosto, uma piscadela, tal qual nada tivesse acontecido. Estava pálido, com os olhos vermelhos e o rosto um pouco esverdeado, como quem sente náuseas. A face cansada indo de encontro com a expressão alegre, falsa.
- Pode tentar fugir, Dix. – Murmurou, com amargura. – Mas algo me diz que ainda nos veremos outras vezes. – Concluiu com um sorriso leve, fazendo um meneio educado com a cabeça, se despedindo. Não pretendia encontrá-la nunca mais.
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Foi ao encontro de seu tio, que o esperava em uma mesa reservada do restaurante, longe de olhos curiosos.
|Inflammable| Hecto; Dixie;
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hectofayzer · 6 years
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tarquinn-elric‌:
Sim, Hecto Lascius, muito mais do que um médico, era um verdadeiro ator, e isso ficava mais claro a cada frase que acrescentava à conversa. Tarquinn questionava-se se o homem realmente não via o lado ruim das coisas que fazia, ou se simplesmente optava por ignorá-lo, mas no fundo a verdade é que ele parecia pouco se importar com os meios, desde que obtivesse a fama e prestígio que tanto parecia almejar. Seu narcisismo era gritante e certamente teria dado um excelente líder religioso com todo aquele poder de persuasão, o homem parecia capaz de distorcer qualquer coisa a seu favor e o policial duvidava de que ele realmente se importasse com alguém além de si mesmo. Essa constatação só o colocava ainda mais em dúvida em relação a Cleopatra e o que poderia ter acontecido na fábrica; sentia que um ou ambos eram culpados e/ou estavam mentindo, e se a colega de profissão achava que podia confiar naquele maníaco, estava redondamente enganada e podia se dar muito mal por isso, já que Hecto definitivamente não hesitaria em usá-la para se livrar de qualquer possível problema.
Tarquinn permanecia largado contra a viatura, os braços ainda firmemente cruzados contra o peito; emitiu uma respiração profunda bastante audível, evidenciando seu cansaço sobre aquela conversa, e aquela noite como um todo. “Não, doutor Lascius, não acho que tenha medo. Mas tenho certeza de que ela não aprovaria. Não que você se importe, é claro.” Concluiu, a expressão tornando a se fechar conforme ele prosseguia, semicerrando os olhos e limitando-se a ouvir em silêncio, a vontade de calá-lo com um soco bem dado aumentando a cada palavra. Mais uma vez, em poucos minutos de conversa, Hecto tentava perturbar sua mente, reverter a situação, fazê-lo sentir-se culpado por um assunto que nem sequer dizia respeito a si; era assim que ele trabalhava na cabeça das pessoas, tentando manipulá-las por seus pontos fracos, procurando brechas para distorcer a história. 
Mais uma vez, perguntava-se como Cleopatra se deixara seduzir por tanto teatro; àquela altura da vida, depois tantos anos de dissimulação, nem Hecto devia mais saber quem ele próprio realmente era. “Minhas abordagens condizem com a situação e o comportamento de cada suspeito. Mas, como você optou por seguir pela medicina e não pela carreira policial como seu tio, creio que não esteja sob sua alçada opinar na minha profissão.” Rebateu, tentando manter todo seu auto-controle - ao menos o pouco que lhe restava por aquela noite - para não fraquejar e cair em seus jogos mentais e provocações. Teoricamente, ele também não poderia opinar nos métodos de tratamento do médico, porém não era preciso ser do ramo para ver que Hecto passava de todos os limites morais e éticos. “Eu não tenho nada a ver com você, Lascius.” Enfatizou entredentes, encarando furiosamente os olhos escuros próximos aos seus, mais uma vez desejando fazê-lo engolir o sorriso debochado. “Eu não torturo pessoas de graça, não quando sei que são inocentes. Diferente de você, que faz experiências desumanas mesmo sabendo que não vão resolver nada.” 
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Cada palavra do policial arrancava de Hecto uma quase risada. Se afastando aos poucos dele, ainda que não se deixasse consumir pelo olhar furioso, via Tarquinn como uma verdadeira piada. Servindo à Gallica I como mais uma engrenagem da máquina ditatorial, toda a dificuldade de Elric em compreender seu ponto de vista não apenas o irritava, mas lhe soava como uma grande brincadeira. Instalado naquele sistema tal qual Lascius, a certeza de que prestava um serviço correto, razoável e em prol da comunidade ainda pairava seu imaginário. Hecto, por outro lado, já havia deixado de acreditar em contos de fada. Não apenas via a si mesmo por sua natureza humana, completamente falha, mas também via Tarquinn, Cleo, qualquer outra pessoa daquela mesma forma: que facilmente se corrompe.
Não havia chegado sua hora de Tarquinn vê-lo. Mas, cedo ou tarde, Hecto sabia que se tornaria inconse
Uma risada escapou, ao ponto que deu as costas para Tarquinn, para esconder sua reação. Ao fundo, o movimento ainda constante de viaturas e de policiais, talvez imaginando que os dois estavam ali para trocar um papo e dar boas risadas.
– “Não quando sei que são inocentes?” – Parafraseou, cobrindo o sorriso largo com uma das mãos, até recobrar sua razão. Uma contradição terrível em Elric, ele percebera.
– Me diga, Elric. – Sussurrou, tentando quase que ajudá-lo a desvendar uma charada. – Vestindo sua beca, no alto da sua razão e incontestável moral: como você poderia saber? – Riu, novamente, dessa vez sem conseguir disfarçar.
– Deixe que eu te respondo... – Disse, levantando um dedo para impedir que ele falasse qualquer coisa.
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– Para fazer a porra de uma omelete, é necessário quebrar alguns ovos. Pode continuar mentindo para si mesmo, não me importo. Eu conheço a minha verdade, conheço a sua também e ela fede. – Criticou, um pouco mais agressivo, como se suas palavras fossem duras, até mesmo para si. – Verdade. Mentira. Certo. Errado. Culpa. Inocência. There’s no such thing in Gallica fucking I. – Sibilou, mais próximo a ele, agora com certa descrença nas palavras finais, talvez até mesmo tristeza.
Afastou-se abruptamente, solitude no olhar. “Conheço a minha verdade”?
Pensou em seus genitores. Uma náusea tomando conta do estômago. Sentia profunda ira.
– Mantenha seu nariz intrometido longe do meu relacionamento. – Concluiu raivoso, passando a língua sobre os próprios lábios, secos de frio. Respirou fundo, fez menção a ir embora.
|Small talk|
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hectofayzer · 6 years
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sweetxviper‌:
Mirabelle quase não ia até o Rose Club de fato, não queria ter a falta de sorte de acabar sendo vista por quem não queria, contudo, aquele dia precisaria resolver pendências pessoalmente, logo, cedeu devido aos deveres, mais ainda por seu pai não estar nas melhores condições de ficar indo até o local constantemente. Apenas pessoas selecionadas pela mesma sabiam de seu envolvimento com o clube, nem mesmo funcionários tinham esse direito e caso soubessem de acidente, Mirabelle não tinha remorso nenhum em dar um jeito no problema. Em definitivo. Assim, mantinha praticamente todos afastados de sua sala, apenas seguranças tinham permissão de ficar perto dali e ninguém desconhecido passava. 
Desta forma, até então, sua identidade era um mistério para muita gente e o risco de se enfiar em problemas causados por outrem poderiam ser quase que extinguidos de sua órbita de negócios. Silenciosa e letal. Jazia sentada atrás de sua mesa, haviam alguns papéis espalhados pela mesma, mas sua atenção estava diretamente em algumas fotos impressas que ela segurava na altura dos olhos. Já havia dito ao pai que deveriam mudar o ‘cardápio’ de atrações do lugar, quer dizer, carne velha não chama gente nova e o Rose Club precisaria passar por uma renovação se quisessem ter mais clientes. Não que o negócio não estivesse prosperando, muito pelo contrário, prostituição sempre moveu o mundo, contudo tinha que se admitir que pessoas doentes pagavam muito caro para ter suas filias atendidas e a loira não recusava dinheiro, não importava como ele chegava em suas mãos. 
Seus ouvidos captaram o som vindo de sua frente, imediatamente seus olhos encontraram a figura masculina parada em seu batente, exibindo um sorriso em sua direção e rapidamente Mirabelle reconheceu o seu dono, retribuindo o gesto no mesmo instante. “Hecto!” levantou-se, indo em direção ao homem, lhe dando um breve abraço quando chegou perto o suficiente. “Que surpresa o ver por aqui. Na verdade, não muito, apenas estava recolhendo material novo. Mas pode ficar a vontade.” estendeu o braço na direção da cadeira logo em frente, enquanto que com o outro tratou de trancar a porta da sala. Não queria ninguém bisbilhotando nada ali dentro. “Precisa de algo ou veio aqui apenas pra ver esse rosto lindo que meus pais fizeram?” brincou, sentando-se na lateral de sua mesa, perto de onde estava a cadeira que o homem estava sentado.
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Hecto retribuiu ao abraço carinhoso com considerável entusiasmo. Mirabelle, além de uma grande e importante aliada, era também, para ele, aquilo mais próximo do que muitos chamam de amiga.
- Que tal manter a conversa mais casual? Aceita? – Piscou o olho galanteador, evitando a cadeira que ela gentilmente ofereceu, indo até o bar do escritório, que contava com uma variedade extenuante de bebidas, algumas delas que ele mesmo havia presenteado aos Haumea, uma expressão confusa em seu rosto. Pegou um copo, serviu uísque, o mais forte que poderia identificar. Virou-o na própria garganta, antes de receber qualquer resposta dela. Serviu para si uma segunda dose e depois providenciou a bebida de Mirabelle, mesmo que impaciente.
- Sorte a minha seria ter vindo aqui apenas para admirar sua figura. – Sibilou, respirando fundo, com pesar, molhando os lábios com a ponta da língua, uma expressão de desagrado no rosto, que jazia virado para baixo, na direção do uísque. Tinha dificuldade em tratar daquele assunto com Mirabelle, não somente porque detestava não conseguir lidar com seus próprios problemas, mas porque estava terminantemente preocupado com a questão toda.
- Arranjei um problema, my dear... – Falou, visivelmente desconfortável. – Na verdade, arranjei um novo inimigo. Um inimigo que menosprezei quando não deveria. Ou melhor, um inimigo que jamais considerei como tal. Que não via como uma possível ameaça. – Disse, engolindo em seco, claramente irritado pela lembrança de sua mais nova inimizade. - Eu gostaria muito de poder lidar com ele por conta própria, mas, infelizmente, minhas mãos estão atadas. Digamos que, para esse caso incomum, meu nível de maldade seja... Insuficiente. – Confessou, caminhando até ela, um pouco sem graça, talvez com medo de que fosse alvo de brincadeiras mais tarde, já que era bem competitivo na hora de mostrar suas maldades para Mirabelle.
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– Para esse inimigo, preciso de um lobo na pele de cordeiro. De um demônio travestido de anjo. Alguém como você, Mirabelle. – Concluiu, oferecendo a bebida, enquanto finalmente se sentava na cadeira apontada.
|Safeguard|
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hectofayzer · 6 years
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cleoepsilon‌:
– Eu quis dizer que se eu tivesse pensado como minha família lá atrás, eu não seria o que sou hoje. –  respondeu, pensando com tristeza sobre o assunto.  – Digo, eu não faço ideia do que teria acontecido comigo se tivesse ficado lá na Classe Baixa, simplesmente esperando algo acontecer. –  completou seu raciocínio sem mencionar o fato dos irmãos ainda estarem na Classe Baixa, mesmo que não vivessem como tal. Napoleon fora um militar um dia e mesmo que no passado, tinha plena certeza de que tanto ele quanto Galileo tinham uma vida digna. Bem diferente de quando eram crianças. – Você deve imaginar como as coisas são difíceis naquele lado da cidade… de como são escassas as oportunidades… talvez você nunca tivesse cruzado com essa mulher aqui nessas circunstâncias. –
O assunto Classe baixa era sempre um incômodo à Cleopatra, ela não escondia de ninguém. Pelo menos não até o momento. Quando se dava conta de que estava expressando esse incomodo em suas feições, ela tratava de pensar sobre outra coisa ou mudar de assunto. Seu maior medo era do homem à sua frente lhe perguntar mais sobre sua vida, seu passado; eram feridas que ela, a inteligente e bem sucedida oficial da policia não tinha condições de cutucar.
– Então, deixe os herdeiros para seu tio. Não acho que o Major seria um péssimo pai, sendo sincera. –  Epsilon voltara a sorrir, movendo seu corpo num claro gesto de desconforto ao mudar de assunto. Virou a taça com champanhe nos lábios, um gole discreto e saboroso que fora muito bem recebido por ela. – Pelo menos o nome e legado da família continuam. Nada para se preocupar. –
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FLASHBACK - VALENTINE’S DAY
– Saiu de lá por mérito próprio. É diferente dos seus irmãos, Cleo. É visionária. Vê uma oportunidade e a aceita. – Disse, fazendo que sim com a cabeça, de forma positiva, ainda que sua expressão fosse cética, sem emoção. Não acreditava em meritocracia, mas era a melhor saída para aquela conversa. O assunto família era complicado para ele, mais ainda que todo o diálogo sobre ela ter tido ou não oportunidades. Hecto detestava quando falavam que tudo que havia conquistado era por conta de seu sobrenome, retirando de si qualquer valor sobre seus feitos.
- Além de que, todos podem se alistar para as forças policiais, sem distinção. – Sibilou, agora com certa timidez. – Era o que minha família queria para mim, no início. – Continuou, novamente com uma postura mais introvertida, já que os Lascius tinham histórico extenso em uma carreira mais militar, menos intelectual. – Não foram tão receptivos com a idéia de não me ver andando por aí com uma arma em mãos, mas hoje em dia se orgulham bastante de quem me tornei. – Parou, finalmente percebendo que mantivera seu vinho intocável por todo aquele tempo. Deu um gole bem breve e tornou a fitá-la. O tom de voz, os gestos de Cleo. Hecto havia percebido algo. Um discreto desconforto. E, afinal, seria loucura não pressionar a ferida quando tivera tamanha oportunidade. – Suponho que seus irmãos se sintam da mesma forma. Orgulhosos. – Pontuou, dando outro gole na taça, falso.
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“Major é como um pai para mim.” Pensou em dizer, recuando novamente, infeliz com o pensamento. Não queria falar sobre paternidade, vez que ainda não tinha notícias de seu genitor. A noite se tornara agradável, para quê estragá-la?
|Bad romance| Cleo&Hecto
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hectofayzer · 6 years
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|Dress and Tie|
[FLASHBACK - 2 anos atrás]
Sábado à noite, após o toque de recolher. O movimento no Rose Club não poderia ser outro. Homens, mulheres. Aquela música quase repetitiva, a batida constante, luzes neon, o cheiro de cigarros e bebida. Ao contrário de qualquer outro prostíbulo de Gallica I, tinha um toque de refinamento em cada canto. Os copos, as poltronas, até mesmo as produção das moças era feita com um olhar de mais elegância, capaz de fazê-las um pouco mais inocentes.
Caminhou um pouco e cumprimentou algumas pessoas, de longe, porque não queria conversar muito. Afrouxou a gravata e deixou o paletó na chapelaria. Havia acabado de participar de um coquetel onde conheceu cientistas renomados de todo o planeta. Fora escolhido para discursar aquela noite, agradecendo a presença de todos e agora se sentia bastante exausto.
Preferira se manter sóbrio até aquele momento, para somente então se servir de uma dose dupla, talvez tripla, de um uísque genérico do bar. Sentou-se à frente do palco, em uma poltrona confortável, e acendeu um charuto, já que a performance do momento não havia lhe chamado tanta atenção assim. Quando terminava de fumar, no entanto, fora surpreendido por uma nova garota, algo que ele nunca havia visto igual na vida. O cabelo e o rosto alvos, como uma frágil porcelana.
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@lavacraft
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hectofayzer · 6 years
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anônimo.
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hectofayzer · 6 years
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benbarnesappreciation‌:
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hectofayzer · 6 years
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❝ I feel like I should be shocked that you two had sex there, but I’m not anymore. ❞
Por que não está mais? Não me diga que tentou você mesma? Lugarzinho desconfortável, não acha? Foi difícil arranjar uma posição.
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