Isso me magoa muito
Saber que estás perto
Ainda assim optar pela distância
Bem como o atlântico, vizinho do pacifico
E mesmo assim se recusa a mistura
Logo chegará o dia que te esquecerei?
Limpo meus sonhos com um pano realista
E garanto-me que é melhor assim
Será que você pensa em mim?
Ou a lembrança só assombra um?
Acho que você gostaria do que sou
Riríamos novamente juntos
Entenderíamos melhor o mundo
Seriamos algo bonito de se ler.
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Aquele que não deveria existir
O mundo real que lhe cerca
Expõe a classica mentira do existir
Uma natureza baseada na lógica
Não consegue o impossivel refletir
Nossa ciência patética ja não entende
A desgraça infinita do subconsciente
Psiquiatras e lideres religiosos tentam explicar
Mas não entendem a magnitude apocaliptica
Não entendem a natureza não natural
Não entendem a grande definição do mal
Dentro da mente humana, o avesso da realidade
Neurônios compartilhando crueldade
Em formato de sonhos temos contato com o verdadeiro
Um universo escuro e nojento
Um diabo infinito e sedento
O momento que o homem são flerta com a esquizofrenia
E se preenche com profundo horror e extrema agonia
Diante da criatura que habita o onirico
Acordar se tornou o impossivel
O cheiro desconhecido do ambiente dele
A arquitetura bizarra, os sons irreproduziveis
Ver o que você não é capaz de ver
Para então despertar, e não tentar entender
Não foi sò um pesadelo
Uma realidade que já assombrou o urbano e o fazendeiro
Já tomou a sanidade de homens bons e maus
E não se pode explicar
Mais um louco na camisa de força estás a rir
Pois conheceu aquele que não deveria existir
Gabriel Gatto
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diário
DIA 1
Finja sentir algo realmente especial
Demonstre alguma emoção
Perdido entre o bom e o mal astral
Mantenha a nossa razão
E demonstre amar pelo menos
Ou simplesmente não odeie
Mas não responda só com acenos
Você só quer que eu me chateie
É diferente e encantador
Seu descaso é insatisfação
Não me venha cobrar amor
E não me peça perdão
Estou no meu lugar agora
Aonde permanecerei algumas horas
E aqui dentro é melhor que ai fora
Primeiro ri, depois choras.
DIA 2
Um dia nasce e eu procuro
Algo novo para me entreter
Horas e horas pensando
E não sei o que fazer
Mas tenho bons planos para
Os nossos dias
E boas intenções, emoções
Quentes e frias
Esse dia vai ser diferente
Basta querer
Que será finalmente
Só eu e você
Me aqueça, pois sinto frio
Sou tão jovem e tão senil
Corte minha janela
Perfure o meu olho
A porta do meu coração está aberta
E com certeza é isso que escolho
E já não mais tão só
Iluminado pelo raio de sol
Tudo pode ser diferente
basta querer
DIA 3
Não venha falar comigo
Quero distância do seu tipo
A abstinência me deixa cínico
A viagem me deixa vivo
Estou criando meu caminho
Para felicidade ou satisfação
E estou mais confortável sozinho
Não me arrependo dessa decisão
Vou descansar esse corpo com prometazina
E me alegrar com THC
Te esquecerei com cocaína
Meu mundo de LSD
Eu não consigo dormir
E hoje não vou comer
A forma mais morta de fugir
Mas não sei se quero morrer
É só uma recaída
Ontem foi uma decepção
É a pior saída
Mas uma infinita ilusão
Horas se passaram
Estou desesperado
DIA 4
Me desculpe por tudo
Tem sido tão complicado
Estou de ressaca e carrancudo
Tenho sido ignorado ou mal interpretado?
E juro que gosto de você
Só não sei o que fazer
Ou como lidar com a situação
De sempre te querer
E sentir sua indisposição
Eu quero que seja diferente
E farei o meu elhor
Mas se pra ti for indiferente
E me deparar com seu ipor
Novamente sentir o descaso que sentia
Não sei se escreverei um quinto dia
DIA 5
Depois de sentir tanto
Decido que não quero sentir nada
E agora ficarei no meu canto
Já aceito como pessoa mal amada
E agora tudo faz sentido para mim
O resultado de tudo é fim
Não mais escreverei sobre os dias
Vou ficar sozinho
E bem quieto
Contemplando a corda da minha amiga
Que desistiu da propria vida
E tudo que passei recentemente
Lhe contarei pessoalmente
Gabriel Gatto
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Só um dia
Acordo, raiva, ansiedade, decepção
Levanto, desperto, incorreto
Me tranco, mãos tremulas, suor, preparação
Me afasto, eufórico, inquieto
Queimo, fumaça, alivio
Relaxamento, tranquilidade, paz
Tudo certo, tudo calmo, tudo óbvio
Horas se passam, pensamentos pedem mais
Cortes, olhando ao relógio, procurando uma razão
Tranquilidade, respira o aroma do tabaco
Aquilo que chamam de tédio, muita aflição
Sei que sou um fraco
Mais fogo, mais graça, mais prazer
Não vejo mais o tempo e já não mais o sinto
Sentado sozinho e sem ter o que fazer
E se me perguntarem apenas minto
Cada vez mais entorpecido
Cada vez mais sonolento
Cada vez mais esquecido
Cada vez mais lamento
Escuridão e confusão no ambiente
Nada mais pode me atingir
Finalmente posso desligar minha mente
Finalmente posso dormir
Acordo, raiva, ansiedade, decepção...
Gabriel Gatto
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Medíocre.
Não tenho grandes ideias e nem grandes objetivos. Nunca estive com os mais populares e nem os mais divertidos.
Realizo minhas obrigações humanas e não me satisfaço. Nunca estive em destaque e nem tenho o que mostrar.
Nunca fiz novidades, nunca fui interessante. Jamais passei das expectativas e não tenho talentos.
Faço comentários desnecessários, esperneio lamentos nojentos. Sou individualista e nego meu egoísmo.
Não sou especial mas não sou padrão. Estou deslocado mas não sozinho no topo. Estou isolado no canto.
Ilógico, imoral mas irrefutável. Insensato, insignificante e indigno. Na base da pirâmide.
O médio, o comum, o ninguém. A força não-metafisica e social, que não é mítica mas não é natural.
Mas me segura, aqui, bem no limbo da monotonia . A uniformidade torturante, a ansiedade nojenta.
Não me tiro desse buraco, não tenho força, não tenho plano, não tenho motivo.
Estigmatizado e traumatizado por nada, simplesmente marcado por não ter o que preencher.
Não tenho rotina, tenho programação.
Não há brilho no amanhã do medíocre.
Gabriel Gatto
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Para uma amiga que se foi
É dificil de acreditar que você escolheu isso
Se é que foi uma escolha, não uma condenação da mente
Enrolou o pescoço numa corda e decidiu ir embora
Fiquei aqui, sozinho, apenas com a lembrança do ontem
Os dias e noites de conversas e brincadeiras que serão eternos
Tudo que me ensinou e tudo que te ensinei
Todo o amor que nós, dois perdidos e esquisitos, demos um ao outro
Estavamos atrás de refúgio e tentamos nos reconfortar em pessoas
Mas o ser é da natureza, e a natureza é falha e decepcionante
Escolhi os meus venenos e você escolheu sua corda, tudo bem
Eu não posso julgar você, só posso lhe homenagear
Pois na noite em que você chorava e me gritava seus traumas
Eu soube que nenhum abraço e nenhum conselho iria te libertar
Estava claro que sua magia encantadora não se prende ao material
Estava claro que você ia partir.
Caeiro dizia que deviamos parar de pensar e de sentir
Para que pudessemos ver o que era como realmente era
E sempre me foi impossível limpar toda a minha mente para te compreender
Mas agora, vendo você num vestido escuro com a pele mais pálida
Eu vejo quem você realmente foi e continua sendo
Um espirito perdido, confuso e tão inocente
Uma personificação da geração que ninguém compreende
Uma borboleta com lindas asas que não consegue quebrar o casulo
Estou tão sozinho fitando uma foto sua como na noite de ontem
E também na noite de amanhã
Não queria que você tivesse partido
Mas não queria que você ficasse
No fim das contas, aquela rosa que te deixei era pra mostrar que não te esqueci
E não posso, pois te esquecer seria esquecer o que me tornou quem sou
Não pude te salvar e nem você me salvar
Mas o mundo não para de girar, e eu guardo sua corda
Para caso um dia eu também venha usar.
Gabriel Gatto
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Consumo e produção
Meu aparelho da Motorolla me acorda toda manhã. Me limpo com a sujeira perfumada da Dove e da Colgate e consumo o café de todo dia.
Me calço com o All Stars americano, me enveneno com o ácido negro da Coca-Cola e depois sufoco meus pulmões fracos com Marlboro.
O dia começa, vou servir ao sistema, vou ocupar meu espaço no muro branco e limpo do mercado, vou interagir com as outras formigas, estou condenado a isso. O capital chega e se esvai de minhas mãos enquanto escrevo num papel limpo com uma caneta Bic na frente de um monitor LG. Sendo bombardeado com mentiras, contos e superstições, o sistema tenta me domar, me mostrar que estou fazendo isso por mim não por eles. Mas ninguém me engana, eu conheço meu inimigo e, infelizmente, dedico minha vida a ele. A televisão continua a me cuspindo tecnologias sanguinárias e consumíveis desnecessários com mulheres lindas que sofreram a lavagem cerebral do ocidente.
É nojento, é tosco, é doente mas é real. Eu não consigo escapar dessas correntes brilhantes e douradas assinadas pelo Bill Gates e o Mickey Mouse.
Maldito sonho americano que com sua polvora e sua democracia está me moldando como um deles.
Eu odeio o sistema. Mas eu consumo o sistema e ao mesmo tempo ele me consome.
Gabriel Gatto
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Soneto Gótico
Eu sinto raiva em momentos alheios do dia cansado
Eu sinto tristeza nas manhãs rotineiras
Eu sinto dor praticando minhas asneiras
Eu sinto angústia e me sinto usado
O mundo egoísta não para por você
A roda infinita do tempo continua girando
Sofridos, estupradas e escravos continuam gritando
E não há nada a se fazer
Há algum culpado?
O tirano universo é caótico
E o nosso sofrimento é exótico
E na trilha do soneto gótico
Esperamos nervosos o novo dia chegar
Para mais uma vez o destino nos torturar
Gabriel Gatto
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Em mais uma noite
Em mais uma noite quente meu corpo gela
Em mais um sonho bom me magoei
Os contos de um coração partido
Escritos para o carrasco
Em mais uma noite sonhei com você
Em mais uma noite acordei sem entender
Em mais uma noite senti o gosto dessa paixão
Em mais uma noite lembrei da desilusão
Não existe motivo nem para onde ir
Mas esta noite eu não conseguirei dormir
Pois ao fechar os olhos e imaginar alegria
Atacado pelo pessimismo e solidão
Em mais uma noite vou esperar um amanhã melhor
Em mais um dia irei me decepcionar
Gabriel Gatto
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Diário de um fantasma
É domingo, inicio da semana e não entendo como tudo está diferente. Depois daquele sábado perturbado e macabro onde tudo se perdeu ainda vejo os ferimentos, mas já não os sinto mais. Minha família chorosa me faz refletir sobre a utópica felicidade que pensei que um dia havíamos todos vivido. Talvez tenha sido sincero mas isso não significa que seja eterno. Eles estão se evitando, estão tentando refletir, assim como eu, mas parece que suas mentes estão bagunçadas e distorcidas, como se cada pensamento se tornasse uma imagem surreal e fantasiosa e enquanto lutam para encaixa-las na realidade que vivem mais triste ficam, pois percebem que a realidade é dolorida.
É segunda-feira, as coisas não parecem diferentes. Vejo minha irmã amontoando palavras num papel para algum trabalho escolar mas não tem o menor nexo, está tudo errado, tudo clichê, tudo falho. Ninguém parece se importar com isso. Meu pai evita ir pra garagem, ele não quer ver o carro
que tanto amou pois parece que o causará tamanha dor no peito que mesmo um homem forte como ele não tem capacidade de aguentar. Minha mãe assiste televisão, não foi ao trabalho hoje, fica apenas vendo um filme que eu gostava tanto mais por algum motivo não me causa mais a mesma paixão de
alguns meses atrás. Estão todos distantes. Eu vejo a todos e ninguém me vê.
É terça-feira, o dialogo começou a aparecer. Minha mãe está separando minhas antigas roupas e guardando-as em caixas grandes. Meus livros
velhos a deixam bem emocionada mas ela também os empacota. Ela tenta fugir da minha vida que permanece em bens materiais. Meu pai briga com ela,
diz que ela está agindo de maneira estúpida e infantil. De fato eu concordo, mas não estou apto para julga-la, ela está sentindo uma dor tremenda
que eu nunca tive nem terei a honra de sentir. Esta é minha maldição, jamais sentirei.
É quarta-feira, minha irmã saiu cedo de casa. Meu pai preocupado foi em busca dela pela rua mas minha mãe ficou quieta em seu quarto. E do silêncioque consumia a casa surgem soluços e lamentos de saudade. O sofrimento dela me comove e persegue, como eu queria poder para-lo, mostrar que as coisas ainda vão melhorar e que tudo vai passar. Ela toma alguns remédios na tentativa de afogar seus demônios que eu mesmo criei, não por mal, apenas criei por não conseguir controlar os acasos trágicos desta vida miserável que fomos amaldiçoados a viver mas mesmo assim zelamos tanto por ela. Meu pai chega com minha irmã. Ele está desesperado e gritando com ela pra nunca mais fazer isso, que jamais suportaria sentir o que sentiu novamente, e ela apenas chora.
É quinta-feira, meu pai e minha mãe vão juntos a garagem e ficam olhando pro carro durante bons minutos em puro silêncio. A porta direita totalmente destruída comove ambos que seguram fortemente as lágrimas. Eles conversam sobre vender o automóvel. Não querem aquilo mais nesta casa. Eu entendo o porque.
É sexta-feira, o carro não está mais na garagem. Eles o deixam do lado de fora agora. Quem poderia dizer que algo que os deixou tão felizes quando compraram pudesse agora assombra-los? Que dor que vejo eles sentindo, meu deus, isso é infernal. É infernal ver pessoas que tanto amo sofrendo por minha causa e eu não sou capaz de fazer nada. Os limites do mundo material são tão simples, mas neste meu plano simplesmente não consigo quebra-los. Estou condenado por toda a eternidade a apenas observar. Eu digo que é infernal mas não sinto nada. Simplesmente sei que é horroroso. É horroroso ver tudo acontecer e a impotência que eu me tornei fica me segurando em silêncio. Apenas observando.
É sábado, e eles estão bem arrumados indo para a igreja. Missa de sétimo dia do filho amado. O filho rebelde e jovem porém amado. O fim de um ciclo.
Os primeiros sete dias passaram, mas ainda virão infinitos dias e não sei quando as coisas começarão a florescer de forma positiva na vida deles
novamente. Faz uma semana que aquele motorista inconsequente atingiu o carro. Que toda a felicidade que poderia carregar em meu corpo é esmagada numa lataria pesada. Que os sonhos que poderiam mudar o mundo são engolidos pelo mundo que jamais mudará. Fazem sete dias que senti dor profunda e todos os meus parentes sentiram comigo. Fazem sete dias que meus órgãos perfurados pararam de funcionar e ao mesmo tempo eu parei de sofrer, mas meus pais continuaram e continuarão com essa dor. Fazem sete dias que eu não estou aqui e o mundo está exatamente igual, mas eles não o veem como viam antes.
É domingo, tudo continua exatamente o mesmo...
Gabriel Gatto
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Camarada Fidel
Por cada criança faminta
Por cada homem analfabeto
E cada burguês que minta
Você mostrou o certo esbelto
Você sofreu pelos sofridos
Você sentiu as dores dos oprimidos
Você lutou pelos aflitos
Você viveu pelo povo
Fidel, que viu a dor nas cidades
Nunca se curvou perante os nobres
E mesmo diante de toda maldade
Dedicou sua vida pelos pobres
Te atacaram mas você não se calou
Nunca aceitou o conformismo
Um homem forte que sempre lutou
Pela linda causa do socialismo
E se em Cuba hoje todos comem
E se em Cuba hoje todos tem lar
Em Cuba o capital já não os consome
Em Cuba aprenderam a te amar
Perdeu seu companheiro de guerrilha
Chorou a morte de Guevara
Mas nunca saiu da trilha
A revolução nunca para
E deixe que os americanos mintam
Enquanto vivem suas calamidades
Pois que os cubanos ainda sintam
O fervor de sua bondade
Desde as serras lutando com paixão
Sem medo da morte imintente
Coragem no peito e fuzil na mão
Pelo amor por sua gente
A historia te absolverá
Os oprimidos cantarão seu nome
E das cinzas do capital nascerá
Um mundo que não conhece a fome
E por toda eternidade sempre lembrarão
Do homem que lutou por sua gente
Nas chamas infinitas da revolução
Camarada Fidel, presente!
Gabriel Gatto
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Caminho da Aceitação
Abandonei todos os pensamentos
E amadureci conforme mandaram
Fiz as pazes com meus lamentos
E repeti o que me ensinaram
Mas minha rebeldia me segura
Mas minha ideologia me entristece
Eu sei qual é a cura
Mas a sociedade me entorpece
Caminhando pelo vale da tristeza
Semeando a desilusão
Eu não tenho mais certeza
E muito menos disposição
Caminhando pelo vale da tristeza
Semeando a desilusão
Agora cultivo a avareza
No caminho da aceitação
Se não faço o que quero
Por que sou responsável pelo que sou?
O sistema que mente para mim
Nunca e jamais me enganou
Eu odeio todos os burocratas
Construtores da solidão, diplomatas
Cheio de raiva, estou tão farto
Mas ficarei sozinho no meu quarto
Caminhando pelo vale da tristeza
Semeando a desilusão
Eu não tenho mais certeza
E muito menos disposição
Caminhando pelo vale da tristeza
Semeando a desilusão
Agora cultivo a avareza
No caminho da aceitação
A raiva sem inimigos é tão confusa
O amor sem paixões é tão imoral
A grande massa que sempre me acusa
É tão frugal, tão banal
Mas comungarei essa hipocrisia
Não questionarei a hierarquia
Talvez assim me distancie da solidão
No caminho da aceitação.
Gabriel Gatto
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Thanatos
Ele vem buscar a todos nós
Todos os ricos e todos os pobres
Um dia conhecem o grande terror grego
Conhecem e acompanham o fim
Conhecem e acompanham Thanatos.
O filho de Nix, a propria noite
Que foi gerada pelo Caos
Thanatos encontrará você
Thanatos conhecerá você
Thanatos levará você
Mas pense em toda sua caminhada
Do mais escuro campo até a mais clara cidade
Cada passo que deu pela estrada da vida
Serão saudosos ao passar pela morte
Serão saudosos ao encontrar Thanatos
A vigésima primeira noite de agosto
A data preferida do algoz
Ele vagará toda a exisência em busca de você
Sua função como divindade é acabar
Sua função como demônio é te encontrar
E quando um ente querido se vai
Quando seu corpo esfria em vazio
Seu descanse em paz finalmente alcançado
Será eternamente acompanhado
Pela punição de Thanatos
Maria sozinha na cama do hospital
Andressa sangrando com os pulsos cortados
Dave caído na trincheira
Todos esperando a ti, filho da noite
Todos esperando a viagem de Thanatos
E lembre que quando você deitar para dormir
E não ter certeza se chegará o amanhã para ti
Sua história só depende da decisão
Do sim ou do não
Da vontade do ceifador grego
Do interesse do demônio da vida
Se prepare então para caminhar por terras escuras
Onde temerá cada movimento em meio ao horror desconhecido
As flores mortas, as nuvens vermelhas, o tempo infinito
Em meio a desiludida estrada da eternidade
Você temerá tudo e desejará estar sozinho
Mas só não estará
Do seu lado o principe do desconhecido manda
Do seu lado Thanatos anda.
Gabriel Gatto
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Horrores
Isso se trata de misantropia
Se trata de desconfiança
Se trata de anarquia
Se trata de desesperança
Não aceito mestres ou senhores
Não vivo seus horrores
Pois isso se trata de se desligar
Negar seus instintos naturais
Esquecer, partir e desapegar
Abandonar desejos romanticos e carnais
Nascer, crescer e morrer
Chega de besteira, isso é viver.
A vida romantizada que você viu na TV
Existe para quem não consegue ver
A verdade universal injusta
Que rege à mim e à você
O sofrimento que paira como uma harpia
Essa é a misantropia.
A culpa é dos homens e de deus
Odin, Jeová, Yemanjá e Zeus
Todos que podiam mudar o rumo e não mudaram
Amados e louvados que falharam
Com seu egoísmo mataram a esperança
Essa é a desconfiança
Reis e lideres que possuíam o poder
Simplesmente deixaram acontecer
O homem se estressou, odiou e matou
Fez seus votos, revolucionou
E cansados da decepção invés da alegria
Essa é a anarquia
Então construímos muros invés de pontes
Exilamos, torturamos e matamos aos montes
Aprendemos que ninguém é digno de paixão
Desapegamos dessa ilusão
Compomos nossa música sombria e continuamos a dança
Essa é a desesperança
Vimos milhares de mortos por desidratação
Fome, assassinato ou em campos de concentração
Cultuamos não o bondoso mas o menos cruel
Vivemos um inferno procurando pelo céu
Entre amigos e inimigos, amores e dores
Esses são os horrores.
Gabriel Gatto
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O monstro
Estou encarando todos os problemas, todos os dilemas e todas as amarguras que poderiam e poderão destruir os últimos ares de sanidade que habitam o meu ser. Eu olho nos olhos confusos e assustados deste garoto e percebo que existe um remorso muito grande que está o consumindo como uma labareda possui a carta escrita com sentimentos ruins. Cada movimento que ele faz se mostra inseguro. Ele não queria fazer isso.
Ele está sozinho durante a noite, está tentando arrumar a própria consciência mas não pode. E com um sorriso sarcástico e lágrimas nos olhos me diz algo:
- Você encarou demais.
Foi impactante, nesse instante aquele que encaro muda completamente de postura, Está com um rosto raivoso e parece que a qualquer momento culminará numa explosão onde jogará estilhaços de misantropia e desprezo por tudo. Aonde estava esse ódio antes?
Eu saio correndo, preciso fumar um cigarro pois essa tensão gerou uma gigante ansiedade dentro de mim. Fumei e voltei a me encontrar com ele.
Continua me olhando, fitando aquele olhar que já não está mais nervoso, parece relaxado e sonolento. Foi quando finalmente aceitei que estava encarando um espelho.
Quando Nietzsche disse sobre olhar no fundo do abismo então o abismo olha dentro de você ele provavelmente estava tendo um desses momentos. Encarou a si mesmo e não reconheceu. Se transformou numa aberração em forma de homem.
E então sento-me em minha cama e contemplo a mais assustadora criação da humanidade: O homem que se renega.
Ele sabe do que gosta, sabe do que precisa, sabe o que é. Mas depois de tamanha violência e lavagem cerebral proferida contra ele durante anos apenas esqueceu de tudo isso. Se esqueceu de si mesmo e perdeu o próprio reconhecimento.
A cada dia que acordo, sou fisgado por um sentimento de que alimentarei aquele sistema que tanto desprezo e me afastarei das minhas felicidades a ponto de implorar para ter pequenos momentos com essa ilusão. E ainda serão negados.
O fantasma da insegurança e impotência caminha comigo durante o dia inteiro, a única companhia que encontro quando minha empatia é assassinada pela incompreensão alheia.
Chego em casa e olho novamente para o espelho e lá está esse rapaz novamente. Está com as mesmas feições bipolares da última noite e parece que me assombrará mais uma vez.
- Você está sozinho pois alimentou o dragão da apatia, cada sofrimento que rasga seu coração não é maldade. É justiça.
A justiça divina e cósmica que muitos cultuam hoje me faz conversar sozinho. Eu não aguento mais. Preciso fugir de mim mesmo. Preciso matar essa mente que cria ilusões sádicas e tão punidoras. Essa mente que faz com que frugalmente me expresse de forma errônea e destrutiva. Essa mente que criou um doppelganger no meu espelho e que está me dando razões para destruí-la.
E então parece tão claro o que fazer. Sento-me mais uma vez na minha cama e fumo um cigarro enquanto esfrio a cabeça. Dessa vez vou salvar minha sanidade. Vou impedir que esse fantasma me envenene com mais desmotivação.
Tomei três, quatro, então cinco pilulas roubadas de uma amiga esquizofrênica e finalizei com mais quatro soníferos que meu avô guardava. Então tomei um copo cheio de vodka barata, foi ruim mas com certeza dará conta do recado.
Estou tonto, sinto tudo voltar mas engulo, começo a cambalear pela casa e caio em cima da mesa. Me cortei com o vidro dos copos mas não me importei, se quer limpei o ferimento. Quando puxo o ar com uma força que nem sabia que tinha minha visão começa a escurecer.
Talvez seja minha última chance de ver algo. Pensei em procurar uma foto de alguém querido para mim. Mas fui instintivamente correndo ao espelho, queria ver aquele demônio morrendo.
Ele está muito diferente, mais pálido que as paredes, olho esquerdo lacrimejando muito e o direito fechado, sangue pelo corpo junto com cacos de vidro e incrivelmente corcunda, não tinha mais forças para se manter de pé.
Mas então a cena mais grotesca que já vi acontece. Um sorriso seguido de forte gargalhada. Esse demônio está muito feliz de me ver morrer também.
Eu enfio minha mão com tanto ódio no espelho e distorço essa coisa. Minha canhota está sangrando também e na hora caio no chão.
Não consigo mais manter os olhos abertos, sei que cheguei na paz. Ali morrerá o hipócrita, o culpado, o assombrado, o mentiroso, o usuário, o solitário, enfim, ali morrerá o monstro que eu mais temi.
Mas penso por um leve instante que ali também morrerá a criança, o sonhador, o apaixonado, o coitado e infeliz que nunca expressou sua infelicidade ao mundo.
Meu deus, eu condenei uma desgraça tão cruel mas também condenei algo belo. Algo belo que foi consumido pela simbiose da desilusão e que não teve culpa. Eu não tive culpa. Sou um urso preso numa armadilha e simplesmente desisti de escapar.
Socorro, eu estava errado, o monstro não vive, ele apenas existe. E ele está vencendo a batalha neste instante de fraqueza.
Começo a lutar pela vida que tentei acabar, enfiei a mão sangrenta na goela tentando por pra fora todo o veneno consumido, e consegui. Numa explosão de vomito e sangue botei pra fora tanta dor em cima de um livro sobre um homem que não venceu seu monstro.
Ainda estava mal, ainda cheio de cacos de vidro pelo corpo e agora eu os sentia, pelo menos conseguia sentir. Tento levantar e caio por cima da mão machucada, que dor horrível, mas se eu sinto estou vivo e se estou vivo o demônio ainda não venceu.
Então eu me segurei na pia e com muita força saí do chão, enchi minha boca de água da torneira e engoli, repeti o ato umas quatro vezes até quase me afogar.
Caminhei me guiando pelas paredes até minha cama e lá deitei, ainda muito tonto, mesmo que morra, será num lugar aconchegante. Então apaguei.
Acordei cerca de 6h depois. Que alegria foi acordar mesmo que muito dolorido. E enquanto me levantava revivia memórias agoniantes daquela madrugada. Quando vi toda a bagunça e sangue que eu fiz só pensei que enquanto estivesse de pé poderia arrumar tudo. E com esse pensamento vou tentar enfrentar esse monstro todos os dias.
Eu ainda o vi um pouco mais tarde no reflexo duma janela. Ele estava machucado, eu o machuquei. Mas ele me machucou também. Cada corte que eu tenho no meu corpo será um desenho dele. Mas seu veneno não me corroeu totalmente, ainda estou de pé e cada pessoa que eu encontro sei que deseja mesmo sem saber que esse monstro me deixe em paz e pare de me assombrar em cada noite solitária.
O monstro ainda vive, eu o vejo todos os dias, mas ainda acredito que posso arrumar tudo isso, que existe um sol que iluminará toda madrugada e que mesmo ensanguentada minha mão poderá me salvar do golpe venenoso dele.
Eu o combaterei sem machucar a criança bela que está guardada em mim. E ninguém saberá da noite de horror que vivi. Da noite que o monstro maldito riu do meu sofrimento e desilusão, que me viu caído totalmente podre esperando o fim. Ninguém saberá da derrota do monstro naquela noite e muito menos da minha vitória
Gabriel Gatto
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Viva ou deixe morrer
Não é que ela não possa entender, mas como se não quisesse. Como se não soubesse da grande bagunça que reside em meu cérebro, toda a guerra ideológica, orgulhosa e insegura que travo mentalmente 24h por dia e em meio a todo esse caos ela traz aquela bandeira branca que simboliza leves momentos de trégua. Ela sabe que em nossos momentos juntos as coisas parecem fluir tão bem que eu até esqueço de minhas angústias que ela mesma causa. Ela sabe que eu não consigo me aceitar como pessoa, que existe uma trava no meu espirito que se diz tão libertário mas está totalmente imobilizado porque não consegue quebrar os grilhões que eu mesmo me prendi achando que seria melhor.
Ela consegue viver uma vida tranquila, consegue me superar todos os dias mas eu não. O meu primeiro pensamento do dia é sempre ela e o último também, e mesmo dormindo sonho frequentemente com momentos fantasiosos juntos. E quando ela encontra outras pessoas consegue dividir amor com elas, consegue se encontrar em meio a várias pessoas diferentes, consegue beijar outras pessoas, abraça-las, consegue ter uma vida linda ali. Mas eu não. Depois de ficar com ela eu perdi total interesse em ficar com qualquer outra. Não conseguia mais demonstrar felicidade ao estar do lado de alguém e quando demonstro é porque lembro dela.
E quando ela percebeu minha crise, se mostrou como um ombro amigo, disse que estaria comigo quando eu precisasse desabar, que o dia que a minha paranóia consumir toda a minha sanidade eu não sofrerei sozinho. Mas não é verdade. Porque quando eu tento me abrir com ela ela não está prestando atenção. Ela evita ou ignora porque não quer isso pra si, ela tenta me consolar mas é inútil porque ela não entende. Eu sei que não deixo nada explicito mas mesmo assim, ela evita entender, ou talvez já não queira entender e acha que eu não entendo.
Mas como poderia eu não entender? Se é a coisa que eu mais penso durante o dia e mesmo assim eu poderia estar confuso? Sim, eu estou muito confuso, mas não a respeito do que sinto. Estou confuso sobre o que você sente. Tão confuso com a maneira que você lida com isso, que você demonstra se importar e ao mesmo tempo não estar nem ai. Você me bagunça por tantas horas e em poucos segundos conserta tudo e eu fico sem entender o que aconteceu. Seria algo bom ficarmos juntos?
Logo eu que sempre fui tão rebelde me sinto submisso ao desejo de te ver. Sinto tanta vontade de te encontrar por ai, de sair com você pra falar o que sinto e penso antes que seja tarde mas não da certo. E sei que um dia será tarde. Sei que um dia você não vai estar mais aqui e terá outra pessoa te dizendo coisas bonitas. E o que será de mim? Eu prefiro morrer do que
abandonar isso. Prefiro estourar esse meu cérebro confuso e paranoico do que deixar seus pensamentos se realizarem. Caramba não deixe isso me desgraçar totalmente, me ajude a pelo menos falar, por favor, isso está explodindo dentro de mim como uma grande bomba de ansiedade que simplesmente não tenho como controlar e você finge nem perceber e segue normalmente mas pare com isso, me fale de uma vez, viva ou deixe morrer.
Gabriel Gatto
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Tóxico
Distorcido como uma pintura
dizendo que se importa
distorcido como uma pintura
dizendo que se importa
eu evito a minha cura
eu sei que ela está morta
Porque eu sou tóxico, tóxico, tóxico pra você
eu sou tóxico, tóxico, tóxico pra você
tão tóxico, tóxico, tóxico pra você
todos dizem que sou tão tóxico pra você
Bagunçado como uma rasura
tranquei aquela porta
Bagunçado como uma rasura
tranquei aquela porta
ela já não me atura
eu sei que ela está morta
Porque eu sou tóxico, tóxico, tóxico pra você
eu sou tóxico, tóxico, tóxico pra você
tão tóxico, tóxico, tóxico pra você
todos dizem que eu sou tão tóxico pra você
Preso na caverna mental, eu sou um animal
preso na caverna mental, meu brinquedo fatal
preso na caverna mental, mas ainda racional
preso na caverna mental, desperdicio total
preso na caverna mental, sangramento nasal
preso na caverna mental, desejo carnal
Porque eu sou tóxico, tóxico, tóxico pra você
eu sou tóxico, tóxico, tóxico pra você
tão tóxico, tóxico, tóxico pra você
todos dizem que sou tão tóxico pra você
Sim, eu sou nojento, mas você já sabe
não refute isso, você conhece, eu sei
eu estou te procurando, mas você já sabe
não sei, nunca amei
sei que é dificil, mas fique
se você também sente, me desintoxique
Porque eu sou tóxico, tóxico, tóxico pra você
eu sou tão tóxico, tóxico, tóxico pra você
tão tóxico, tóxico, tóxico pra você
todos dizem que eu sou tão tóxico pra você
mas eu não quero mais ser.
Gabriel Gatto
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