Agosto - outubro

17 de outubro de 2020

Evolução.

DIARIO DE CUIDADOS 15 de agosto de 2020

Não parei com o ácido mas parei com o cetoconazol por pura preguiça, vou voltar.

Sinto melhoras na minha pele, não sei se é por ter menstruado ou não

Perspectivas otimistas de futuro

Será que vem aí??

DIÁRIO DE CUIDADOS - 04 de agosto de 2020

Nada novo.

DIARIO DE CUIDADOS - 01 de agosto de 2020

Pele: acho que tá melhorando. As manchas me incomodam MUITO. Mas as bolinhas estão diminuindo sim. Talvez seja a proximidade da menstruação, talvez não. Preciso ver como acelerar a melhoras das manchas enquanto uso o ácido. Corpo: ladeira abaixo. Me alimentei mal esse final de semana. Me acho feia. Mas fiz um cronograma de alimentação e exercícios bem simples para agosto. Unha: fraquíssima, minúscula e não tô feliz assim. Não sei se compro uma postiça ou espero crescer assim mesmo. Pensando. Não gosto do meu protetor solar com cor, a cor não combina comigo, e não sei como resolver isso. Deixa meus olhos e dentes amarelos na câmera. Acho que vou começar um mês de exercícios para ganhar bumbum. Amanhã vejo no YouTube e escolho certinho. Ando sem ânimo, mau humorada e isso atrasa muito meu lado. Cabelo: estou cuidando direitinho. Vou fazer a experiência de passar um mês finalizando com nada ou com skala. Sobrancelhas: passei óleo de rícino. Quando crescer bem, vou na Gabi pra ela acertar e não ficar uma mais alta que a outra. Tenho me incomodado com minhas olheiras e lábios também. Não sei como resolver isso. Pesquisar junto com os hábitos de Skincare.

DIÁRIO DE CUIDADOS - 30 de julho de 2020

Usei o ácido pela segunda vez. Durante a noite, senti pinicar o rosto bem levemente. Quando acordei, ele tava seco e meio enrugado, feio mesmo. Achei que deu alguma diferença sim, mesmo que discreta, nos cravinhos. Com menos cravinhos, consegui ver melhor as manchas. Vou pensar no que fazer pra diminuir essas manchas quando sentir que o ácido tá fazendo efeito.

Estou me sentindo melhor, mas ainda feia. Em call, ainda, só piora.

Estou usando o cetoconazol certinho, mas sem mudanças ainda.

Minha alimentação vai média, nem ótima nem ruim. Tenho comido menos carne e mais ovo.

DIÁRIO DE CUIDADOS

28 de julho de 2020

Dia 01 do epiduo:

Senti, quando passei, a pele ficando lisa como se fosse uma colinha. À noite, senti uma leve coceirinha. Pela manhã, ao lavar, senti a pele machucada levemente em alguns pontos. Não achei que fez diferença substancial, mas um pouquinho com certeza fez. Agora, de manhã, sinto que tem espinhas sendo puxadas pra fora e tá doendo nesses lugares.

O próximo dia é depois de amanhã.

Minha sobrancelha tá bem crescida, acho que não tiro desde maio. O objetivo é consertar as duas pra que uma fique igual a outra. Por enquanto, vou deixar continuar crescendo.

Cabelo: fiz um corte semana passada, só tirei as pontinhas super desiguais, agora vou deixar crescer e cuidar. Tenho skala de babosa, óleo de rícino, azeite de oliva, ovo e babosa em casa. Acredito que seja suficiente por enquanto.

Unhas: todas quebradas. Vai demorar um pouco pra voltar o tamanho que era, eu acho. Mas sinto falta delas grandes então não vou deixar de cuidar.

Corpo: dia 01/30 do cetoconazol tbm. Foi mais fácil que eu pensava. Só não posso esquecer. Engordei dois quilos, agora estou com 53. Preciso fazer exercícios. Não posso esquecer.

Meu plano vai até 31/10. Até lá, quero estar bem melhor de autoestima e desses pontos que coloquei.

23 de novembro de 2016.

Acordei com aquele vazio esquisito no peito. Aquele que eu sentia quando a gente estava junto e eu acordava com saudade. Está nublado e minha cabeça tocou sweater weather o dia inteiro. Não parei de pensar nos dias nublados em que cantava sweater weather pensando em você. Revirei minha memória pra chechar se hoje não era algum dia especial, alguma data comemorativa. Mas nada. Eu nunca lembro desses eventos mas meu corpo lembra e me avisa. O processo de esquecimento é lento, doloroso e latente. Vai e volta. Eu não aguento mais. Quero poder me ver totalmente livre e limpa de você. Quero não precisar te provar nada. Quero a liberdade dos meus dias de sol em que sou só minha, não preciso dividir meu coração com ninguém. E hoje, entre essas nuvens e pingos de chuva, ele é quase todo seu.

É dezembro, e tá frio. Me lembra muito aquela música “tô na Bahia e tô sentindo frio. Praia tá cheia, e em mim tudo vazio”. É a mesma coisa pra mim. Tenho pensado muito no estilo de vida que tenho levado. Nesses dias de tristeza intensa combinados com dias de loucura, o álcool, as drogas, a música, os beijos. Tudo errado. É claro que eu tô mais perdida que tudo nesse mundo. Desconectada de algum cabo importante. E não sei como voltar. Desde que cortei nosso cordão umbilical, por mais que eu estivesse plenamente feliz na maior parte da minha vida pós-nascimento, eu sempre me senti perdida. Passarinho, sem casa. Cigana. E amo a liberdade, não posso (nem vou) negar. E também menti quando disse que me sentia livre com você. Você me sufocava. Sim. Amo a liberdade mas parece que estou funcionando num piloto automático e nem sempre gosto ou aproveito o que estou fazendo de fato. Às vezes sinto que cumpro protocolos. Nada faz sentido; nem a faculdade nem as amizades nem o tantão de amor que tenho em mim. Não me serve de nada. Estou tão cansada de escrever pra você, de quem eu já nem sinto falta, mas me parece que é justo nessa lembrança que eu tenho que buscar o elo perdido. Na memória de alguém que eu já nem conheço mais e não faço questão de conhecer. Eu esqueci alguma coisa aí, e preciso voltar pra buscar por mais doloroso que seja. Não tenho medo de me perder na volta, não. Meu medo é te achar e querer te trazer comigo.

“Depois que o que é confuso te deixar sorrir Tu me devolva o que tirou daqui Que o meu peito se abre e desata os nós.”

A saudade que aparece às 2 e meia da manhã

Eu já nem te conheço mais, há tanto tempo.

Já perdi as contas da quantidade de universos que passaram pelos meus olhos desde que eu me despedi de você.

Você foi embora e eu fui me desintoxicando aos poucos, num processo doloroso e ao mesmo tempo tão libertador. Sinto orgulho de mim e gratidão por você ter me proporcionado isso, mesmo que indiretamente. Mesmo me ferindo.

Mesmo assim, há dias em que a sua memória volta tão forte na minha cabeça que eu me pergunto o que é que acontece com meu corpo. Eu me sinto sempre em processo de abstinência de alguma droga, reincidindo e tendo que começar tudo de novo. Eu não aguento mais você voltando e me fazendo sentir uma saudade sem cabimento, de uma coisa que já morreu, uma vida que já passou, ou nem voltando. A lembrança vem sozinha e vem potente, pronta pra me derrubar. Não tem saudade suave, nostalgia boa; assim como nada que eu senti por você na vida foi.

Já não tenho mais estrutura pra me ver relembrando um universo paralelo e imaginando te reencontrar só pra saber se você ainda lembra do que eu lembro.

Se você também sente que eu fui o amor da sua vida.

Parece que eu tô lutando uma batalha sozinha e perdendo pra mim.

Eu queria arrancar esses teus resquícios de mim antes que eles peguem fogo. Antes que eu vá sumindo nessa bagunça e desapareça de mim, e sobre só pedaço teu.

Eu me desfiz de você mas quanto mais o tempo passa, mais partes de mim se tornam suas.

Pele grossa, coração elástico

And another one bites the dust.

Eu tenho passado estes primeiros dias quentes pensando em você e na relação que a gente tinha. É tão fácil escrever sobre você - e ao mesmo tempo tão difícil escrever sobre qualquer outra coisa. Acho que os anos da adolescência que passei te fazendo cartas e poemas ruins acabou me deixando mal acostumada. Você era o personagem principal dos meus diários. Na verdade, da minha vida inteira.

Tenho tido muita vontade de te procurar, saber como você está. Meu acesso ao que você sente e pensa é tão restrito, é quase como espiar pela fresta da porta; só consigo ver um cantinho da tua vida. Eu ainda, e talvez para sempre, me importo tanto com o que se passa no teu coração. Não sei se é carinho, se é saudade, se é amor. Talvez os três, talvez nenhum. O fato é que, como costumava dizer logo depois que a gente cortou o nosso laço, você não me quebrou e continuo lutando por paz. Elastic Heart foi a música que me fez levantar de novo da cama nos piores dias e te ver tocando tão lindo com a cabeça baixa me fez entender, pelo menos na época, que era o que tinha que acontecer naquele momento. Eu precisava passar pelo que passei. Você não vai me ver partir. Lembra?

E os outros caras que vieram depois de você acabaram dentro da mesma ciranda de pedra, indo e voltando. Mesmas pessoas, mesmas histórias. And let’s be clear: I trust no one. Eu queria algo que me tirasse o ar e me fizesse ver estrelas de novo, mas acho que nunca mais vai acontecer. Os caras novos me magoaram sem sequer me fazer compreender a complexidade do universo. Ponto pra você.

Até hoje eu procuro minha parcela de culpa. Às vezes acho muito, às vezes nada. Tudo com você tem uma dualidade que chega até a ser repulsiva e eu nunca fui capaz de entender. Mas te amei tanto. Tão grande e tão profundo. O maior amor que já vi.

I want my life so bad. I’m doing everything I can.

De vez em quando me pego pensando se a gente algum dia vai se ver de novo, vai conversar de novo, se é possível que a gente volte a se amar quando todos aqueles problemas já tiverem sido superados. Quando nossos caminhos se tocarem mais uma vez, se é que isso vai acontecer. Eu espero poder dar a chance ao meu coração de ser capaz de me perdoar pelo buraco negro que me enfiei quando comecei a me relacionar contigo. Eu esqueci de mim. Na verdade quando penso em tudo aquilo de antes só consigo lembrar de como eu me anulei porque estava desesperadamente apaixonada. Eu estava doente e a recuperação foi longa e dolorosa. Nem sei se algum dia estarei curada, como uma dependente. Talvez essa urgência de te ver, ouvir, tocar seja um sintoma do meu vício.

Não sei se sou uma pessoa boa e nem sei se você é. Eu coloquei uma máscara em você, botei a culpa de tudo o que deu errado nas tuas costas (mesmo que você não saiba) e fui viver. Foi ótimo. Mas chegou a hora de arrumar a bagunça, me entender, fazer uma faxina emocional. Tem tanta gente aqui dentro e aconteceu tanta coisa desde que você saiu. Deu tudo certo e deu tudo errado um monte de vezes, você nem imagina. Queria poder te contar olhando nos teus olhos. Sem teu olhar me envenenar e eu me sufocar com teu cheiro maravilhoso, e ficar perdida no seu labirinto de novo. Sem falar de nós. Sem tentar entender o passado. Só seu olhar e seu cheiro e seu abraço e eu. Não sei se conseguiria, mas queria. Eu tô morrendo de saudade.

Seja você atrás da porta do meu quarto, me chamando pra conhecer sua namorada lá embaixo, ou você num planeta novo pós-apocalipse da Terra sendo procurado pela polícia intergaláctica. É sempre você que eu procuro quando estou mal. O seu abraço em dois sonhos nesta manhã tão pesada foi o que me confortou e me fez acordar. Eu não queria. Queria te abraçar de novo, ter você pra mim de novo, mesmo que em sonho, mesmo que em outro planeta, mesmo que com uma namorada lá embaixo. Eu não entendo porque a saudade não passa, já tem tantos anos e nas minhas piores crises eu sempre volto pra tua lembrança. Ainda lembro da tua estatura, apesar de não saber mais teu cheiro. A tua voz enquanto ri ainda deve ser a mesma. Será que você ri? Será que está feliz?

Hoje eu estou completamente mergulhada em tristeza e você me sorriu. Agradeço. Espero aparecer nos teus sonhos porque eu te cuido de longe, também.

31 de agosto de 2017.

Gosto de ter um passo à frente. Eu posso te ver toda vez que sinto saudade ou curiosidade. Mas você não me vê, nunca. Nada além do que tá disponível pra todo mundo. Não sei se isso me traz vantagens ou desvantagens mas eu me sinto protegida e é tão importante me sentir protegida quando se trata de você.

Eu amo escrever pra você. É quase um alter-ego, já que eu nem te conheço mais e tenho certeza que a pessoa pra quem escrevo já nem existe. Então as minhas cartas são direcionadas a alguém do passado, vão precisar quebrar o espaço-tempo. E eu não duvido que o façam. Você já me conhecia tão bem.

Eu amo escrever pra você mas só faço isso quando estou desesperada. Desesperada de saudade ou de fragilidade ou de raiva ou de tristeza. Tanto faz. Ainda não encontrei as respostas das minhas perguntas, “I’m still fighting for peace” e queria demais saber se você tá bem, se tá feliz. Nem sei o porquê. Às vezes misturo minha carência com saudade tua e, quando isso acontece, o dia fica tão ruim. Parece que o seu cheiro mora nas coisas, nos lugares. Às vezes eu sonho contigo; só sensações, tipo a temperatura do seu abraço. Sua voz. Ontem vi por acaso uma foto sua e me lembrei exatamente do formato e da maciez dos seus lábios. Mas isso não é saudade. É quase que ressentimento.

Ainda não me sinto preparada pra viver de novo o que vivi contigo, e nem acho que estarei tão cedo. Não sei se é trauma, se é aprendizado. Eu me sinto de luto. Cada dia mais viva, mas ainda me despedindo.

05 de janeiro de 2018.

Oi.

Queria dizer que eu não entendo, ainda, o recado que o universo quer me dar quando toca Ainda é cedo depois do rolê.

Como sempre, por mais incrível e divertida que tenha sido a minha vida nesses últimos tempos, teu buraquinho tá aqui. Ano passado eu olhei nos seus olhos, que nem eram seus, e o resto da noite foi da tua lembrança. Este ano eu ouvi uma música triste e pensei em você por alguns minutos. Estamos melhorando.

Já me conformei. Estou tentando não me prolongar muito aqui nesta cartinha pra perder esse costume feio de só conseguir me abrir pra você. Em todos os sentidos e níveis.

Teu lugar vai ficar aqui pra sempre, eu acho. É o que meu corpo tem me dito. Eu não me incomodo, não. Tá tudo bem, tá tudo certo. Espero que esteja feliz, bem da cabeça. Sinto saudade não todos os dias, mas nos momentos mais importantes da minha vida. Isso ainda significa prioridade.

Esta é a última. Adeus.

Hoje passei pela mesma feirinha, pelas mesmas lojinhas, com a cabeça leve. Estou tão acostumada com essa rotina. Vi um pingente de elefante e pensei em você. Lembrei da gente. Quase senti saudade.

As coisas têm passado pela minha cabeça tão suaves. Nada fica. Tive um ano pesado e turbulento e agora queria descansar, me redimir um pouco aqui dentro. Eu me devo um pedido de desculpas. Sempre tive tanto peito pra falar da minha fé mas me ajoelhei pra outros motivos tantas vezes. O vaso sanitário foi meu altar tantas vezes, altar da minha vaidade. Eu me afastei muito do que acredito ser o melhor pra mim, e agora tenho dificuldade em encontrar de novo a conexão de antes. Mas é incrível como a conexão com você continua viva, intocável. “Assim como os elefantes das prateleiras das avós / nosso amor é sagrado e ninguém pode tocá-lo” você me escreveu e logo depois o amor morreu de forma natural pra você e violenta pra mim. Eu o matei sufocado junto com os episódios de abuso, de humilhação, de mau amor. Realmente. Até hoje eu só consigo tirar de mim o que escrevo pra você.

Não era sobre isso que eu queria falar. Era sobre um episódio que aconteceu esses dias: eu finalmente descobri o significado daquela palavra que eu sempre pedia pra você me explicar. Perhappiness. Você não conseguia me dizer, eu não entendia. Agora entendo perfeitamente. É como eu me senti hoje. Felicidade e tristeza, juntas numa proporção pacífica. É mentira se eu disser que eu não sinto sua falta. Os dias ficam cada vez mais distantes do que a gente viveu e eu já esqueci, já nem sei o que foi. Mas sua presença foi marcada a ferro dentro de mim. Eu sinto falta da nossa intimidade. Estou tão acostumada a estar sozinha, viver sozinha. Sempre sempre sempre sozinha. Tenho lidado melhor com isso, até necessito de vez em quando. Mas tem, lá no fundo, aquele sentimento gigante amarrado num saquinho bem apertadinho. Apertado que até dói. Eu me sinto sozinha, sabe. Sozinha de você. E não acho que isso vai passar algum dia.