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Fazia um tempo desde que a presença de Faye não lhe deixava nervoso, e embora não fosse uma sensação nociva, trazia certa adrenalina. Ele a olhou por um longo momento nos olhos até que um sorriso tímido surgisse em seus lábios. “Você é o amor da minha vida.” Sussurrou, inclinando-se um pouco para selar seus lábios.

O pedido fora tão natural que apenas fazia sentido para os dois. Haviam passado por tantos maus bocados no passado que, agora, nada parecia difícil; nem mesmo o fato de precisarem criar um bebê sozinhos, sem nenhum auxílio sendo tão novos. E casar-se com Bill era apenas mais um detalhe que fazia com que tudo fosse perfeito daquela forma que era. “E você, o da minha. Eu te amo muito.” Murmurou, antes de puxá-lo para aprofundar o beijo.

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Estava a um passo de levantar-se do sofá, buscar uma cerveja e fingir que nunca pronunciou aquelas palavras, não sabia explicar ao certo o porque de tanta tensão muscular, mas ela existia. Bill a olhou com certo constrangimento até ser embalado pela tranquilidade feminina. “Não quero pressiona-la.” Sussurrou, preocupado. “Apesar que já moramos juntos, seria apenas um documento. Um documento importante, decerto.”

O sorriso estava presente nos lábios de Faye. Sem dúvida alguma, Bill era adorável, até mesmo quando não queria ser. Não fora sem motivo que se apaixonara por ele, e por isso, negou com a cabeça. “Você não está me pressionando. Eu quero casar com você.” Assegurou, as mãos escorregando para o pescoço do homem. “Eu amo você com todo o meu coração.”

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Bill afagou o rosto feminino com lentidão e cuidado, contornando cada traço como se quisesse crava-los em sua memória.”Deveríamos nos casar.” Se viu dizendo num sussurro, a própria fala pegando-o de surpresa. O homem nunca teve uma família decente, então parecia coerente desejar que o filho crescesse num lar saudável e seguro, no entanto, não saberia dizer o que Faye achava a respeito. Ele pigarreou antes de afastar-se dela suavemente. “Desculpe… Eu…” Bill afagou as próprias madeixas. 

As palavras de Bill pegaram a mulher de surpresa. Ela não imaginava que ele diria aquilo, de forma alguma, e por isso, arregalou os olhos por alguns instantes. Não podia dizer que a ideia nunca cruzara sua mente, mas ela nunca a externalizou, por não saber se o namorado também queria aquilo. O afastamento fez com que Faye se erguesse do sofá, negando com a cabeça. “Hey, não precisa se desculpar.” Afirmou, segurando o rosto do rapaz entre suas mãos. “Se você realmente quiser, nós definitivamente deveríamos nos casar.”

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Era impossível não sorrir diante da risada feminina, sua expressão se iluminava quando Faye sorria para si ou ria, ou até mesmo quando a própria o fitava. No início, Bill estranhou o fato de permanecer apaixonado mesmo depois de tantos acontecimentos, fora um começo peculiar para não dizer estranho e agora dividindo uma responsabilidade como um filho temeu que as coisas mudariam. Quando a livrou da vestimenta, pousou alguns beijos pela parte recém exposta, sabia das inseguranças - que para si eram banais, uma vez que Faye era uma das mulheres mais linda que conhecera - parou um instante para dizer: “Você continua tão linda quanto a primeira vez que a vi por inteira, sabe disso, não é?”

 As palavras alheias fizeram com que o rosto de Faye fosse coberto pelo rubor que a acompanhava todas as vezes que um elogio vinha do rapaz. Sentia-se tão sortuda em tê-lo ao seu lado, Bill lhe parecia muito mais com uma miragem do que qualquer outra coisa. “Eu te amo.” Sussurrou em resposta. Ele sabia fazê-la se sentir especial e importante, e aquilo fazia com que Faye aceitasse todos os problemas e a rotina puxada. Afinal, eles estariam juntos no fim do dia e era isso que importava. “And you’re still as beautiful as the first time I saw you.”

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‘Eu adoro quando você é barulhenta.” Admitiu num sussurro repleto de humor e verdade. Bill compreendia que não poderia extrapolar como costumavam fazer, não queria acordar o bebê, tão ponto interromper aquele contato. Ao escuta-la um sorriso bobo dominou seus lábios e ele a beijou com delicadeza como que para dizer silenciosamente “eu também”, não lhe era costumeiro ser carinhoso ou até mesmo romântico, mas às vezes tentava se esforçar. Ela merecia o melhor de si. Sem abandonar o corpo feminino, Bill passou a despi-la da camisa, permitindo que seus dedos se roçassem em sua pele conforme o fazia. 

Uma risada ecoou dos lábios da mulher. Haviam algo entre os dois que a fazia se sentir nas nuvens. O sexo nunca era apenas sexo. Era divertido, por vezes engraçados, e todas as vezes, possuía muito amor envolvido. Talvez por isso fosse tão gostoso. Ergueu os braços para que Bill pudesse livrá-la da camisa, observando o rapaz por alguns segundos. Por mais que já estivessem há tanto tempo juntos, parte de Faye ainda temia qual ficava completamente nua na frente dele. Sempre fora insegura demais. Os próprios dígitos caminharam pelas costas do homem, por baixo da blusa, como se buscassem tocá-lo de alguma forma.

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O jovem retorceu os lábios quando a escutou, não poderia deixar de preocupar-se com a namorada, especialmente agora que dividiam um elo pelo resto de suas vidas. “Impossível.” Murmurou somente, deixando o assunto de lado para aproveitar o beijo e todas as coisas que viriam com ele. Bill teve de morder o lábio inferior para reprimir um riso. “Prometo não fazer nenhum e você?” Provocou baixinho, deslizando os lábios para o pescoço dela, fazendo questão de marca-lo com pequenos chupões. 

As palavras do rapaz arrancaram uma risada baixa da mulher, que estava de olhos fechados por conta dos lábios alheios percorrendo a extensão de seu pescoço. “Você sabe que eu não posso prometer isso.” Afirmou baixinho, suspirando com a sensação familiar em seu pescoço. Bill havia sido seu primeiro, e toda vez que ele a tocava, ela sentia os mesmos arrepios que a primeira vez. “I love you so much...”

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Toda a expectativa em convence-la fora arruinada pela firmeza feminina, dificilmente a faria mudar de ideia e até certo ponto a compreendia, ainda que quisesse apenas ajudar. “Só estou preocupado.” Sussurrou, apoiando a testa sobre a dela. Talvez devesse pegar alguns dias de folga e aliviar a rotina maçante da namorada. Bill sorriu com a resposta e foi como se tivesse sido inundado por uma vontade imensurável de te-la. De fato fazia um tempo, um bom tempo, então a beijou intensamente deitando-a no sofá em seguida sem cessar o beijo.

“Não precisa se preocupar...” Murmurou. Verdade era que as coisas ficariam bem, desde que fossem os dois. Já haviam enfrentado mundo anteriormente, e agora, eram inseparáveis. As pernas de Faye se entrelaçaram na cintura do rapaz, levando as mãos até seus cabelos, beijando-o com vontade; há quanto tempo não tinham um momento a sós? Nem ela sabia. “Não podemos fazer barulho...”

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O homem esboçou um sorriso triste diante da resposta alheia, não queria que ela desiste de algo que lhe causava prazer. “Daqui a pouco conseguimos coloca-lo na creche. Ou posso contratar alguém para ficar de olho nele enquanto você retoma suas atividades aos poucos. Só preciso aceitar mais alguns turnos.” Sugeriu lentamente, usando sua usual voz mansa para convence-la. “É isso que me preocupa. Você está exausta.” Murmurou, apertando-a na cintura. Honestamente queria sim aproveitar o momento de paz, mas ressentia que talvez estivesse deixando-a mais cansada. “Certeza? Posso te fazer uma massagem. Um lanche e assistimos algo.”

“Você não aceitar mais turnos, Bill. Eu preciso de você aqui.” Disse, com firmeza. A última coisa que queria pensar era em ficar ainda mais tempo longe do namorado. A rotina era puxada, mas tê-lo perto de si era o que fazia conseguir dar conta de tudo. “Eu vou ficar melhor, eu prometo.” Murmurou, negando com a cabeça logo em seguida. Eram difíceis os momentos em que podiam estar juntos, somente os dois, e ela queria aproveitar cada um deles. “Eu tenho certeza, amor. It’s been a while...”

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Na maior parte do tempo, Billy sentia-se culpado pelo esforço que a mulher teve que fazer por conta da gravidez, sabia que não era justo, tanto biologicamente quanto culturalmente, porém não era algo que pudesse ser mudado facilmente. Ele sorriu com a menção do esporte, sabia que Faye provavelmente sentia saudades. “Você pode ensina-lo.” Sugeriu com carinho. “Sim, pode dormir o dia todo, mas terá que colocar um tampão nas orelhas e assim evitar o chorão.” Gracejou, às vezes, o fato do filho chorar bastante lhe irritava mais do que julgava normal. “Eu disse! Várias vezes.” Fingiu-se ofendido apenas para provoca-la. “Quer tentar fazer outro? Só a tentativa mesmo.” Murmurou, trazendo-a para seu colo sem muita dificuldade.  

"Se daqui alguns anos eu já não tiver desistido de toda atividade física. Só ser mãe já é bem cansativo." Soltou uma risada. Haviam dias em que sentia falta do campo, mas sabia que as coisas seriam diferentes agora. Demorara para aceitar a gravidez, mas amava o filho acima de qualquer coisa. "Do jeito que eu ando cansada, eu duvido que vá acordar." Brincou, a risada ecoando baixinho. Verdade era que Faye pouco a pouco se acostumava com a rotina. A risada voltou a ecoar com as palavras dele, sentando-se em seu colo. "Bom, podemos aproveitar agora que ele está dormindo..." Sussurrou, selando os lábios do namorado.

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Billy ainda permanecia na farmácia, era um emprego estável o suficiente para manter o bebê, embora não fosse o ideal. Ele estava folheando os últimos holerites quando Faye sentou-se a seu lado. Somente a menção de faculdade o fez franzir as sobrancelhas com um pesar impresso em sua face. “Espero que ele seja tão esperto quanto você e ganhe uma bolsa integral.” Murmurou, abandonando os papéis sobre a mesa de centro. Billy passou um dos braços no corpo feminino, puxando-a para seu peito. “Amanhã é a minha folga, então vou conseguir cuidar dele e você terá um descanso. Eu prometo.” Garantiu, selando os lábios dela ligeiramente.

“Ou que ele decida ser extremamente bom em algum esporte. Tipo lacrosse.” Abriu um sorriso. Havia praticado o esporte por grande parte da faculdade, abandonando o time por conta da gravidez, que acontecera no final. Por sua sorte, as notas foram suficientes para manter a bolsa. “Isso quer dizer que eu posso dormir até o meio dia?” Perguntou, quase em comemoração, passando os braços pelo pescoço do homem. “Quem diria que ter um bebê seria tão cansativo?”

A gravidez havia mudado tudo na vida de Faye. Seu corpo, sua rotina, e principalmente, seu relacionamento com Billy. Ele havia sido a primeira pessoa com quem Faye havia se relacionamento propriamente, e agora, tinham um bebê para cuidar. Fora por pouco que Faye conseguiu se formar na faculdade, se tornando, realmente, uma engenheira química, mas a rotina era puxada; trabalhava de casa, mas cada momento precisava se levantar para dar atenção. Para sorte dos dois, agora havia conseguido colocar o filhinho para dormir. “Quanto tempo falta para ele ir para a faculdade?” Brincou, sentando-se ao lado de Billy.