altos e baixos
será que sou o que não penso que sou
quando faço o que acho que deveria fazer
consciente do quão errado eu posso ser
ignorando o peso que as ações podem ter
nas linhas do tempo que caminho
senoide espiral com altos e baixos
embaixo da terra a luz já não acho
no cume da montanha me vejo sozinho
as ondas sonoras do sino que bate
clama pela vitória, não eterno empate
um só descuido te causa um xeque-mate
a vida é um ataque pra defesa que sou
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saber
não sei do que sei,
se o que sei é o que é,
se o que é, é, não sei
duplipensativo, cansei
ideias embora opostas podem ser corretas
a verdade entorta ao mesmo tempo que é reta
como a linguagem, errada enquanto certa
cada crença sempre tem seu profeta
tenta transcender a realidade do saber,
sem fugacidade necessária para correr,
sem perspectiva abrangente para ver,
sem motivação suficiente para viver
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outubro e o que passa
Mais um texto escrito no fim de um mês que, de fato, não passou silencioso pela cabeça.
Mais uma viagem sozinho com o mesmo buraco cujo preenchimento não consegue ser projetado à frente. Dia após dia andando e conhecendo lugares maravilhosos, sentindo ares diferentes, realizando pequenos sonhos, mas ainda assim esse vazio aparece para incomodar nos momentos mais indevidos, quebrando a onda de alegria sentida por tantas experiências novas.
Única forma que sou capaz de me ver no futuro é sozinho, sem ninguém. Embora eu saiba (às vezes) que não sou tão ruim assim, a sensação de descartabilidade é forte, como se, independente de o que eu faça ou quem eu seja, nunca serei AQUELE que preciso ou quero ser em determinadas situações. "Ser você mesmo" é uma frase batida, mas é verdade. Seja quem você quer ser, que você acabará sendo você mesmo. Finja ser quem não é e os efeitos dessa máscara criada vão começar a ser cobrados ao seu redor. Às vezes, tentamos ser diferente para manter pessoas que queremos por perto, porque se fossemos quem somos, as mesmas se afastariam.
Todo domingo a ansiedade toca a campainha e entra sem permissão. Todo casal de amigos que vejo me causa sentimentos ambíguos: felicidade, ao ver que ambos possivelmente estão trocando amor e momentos, e tristeza, ao pensar que esse tipo de coisa não está acontecendo comigo e não conseguir imaginar acontecendo.
Não devo ser um homem bom o suficiente pra ser digno de receber e dar amor assim. Talvez um dia eu seja, então eu continuo na luta tentando ser quem hoje não sou.
Não sei se é carência, crise existencial, loucura ou realidade. 50% de chance de ser cada uma dessas opções.
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casimiro reage
se Casimiro reagisse ao meu trabalho...
veria o quanto me esforço pra dizer que não falho,
o quanto resisto nas horas que encalho,
o quanto fujo de virar um paspalho
se Casimiro reagisse à minha amizade...
veria o quanto imprimo nela sinceridade,
o quanto demora pra me sentir à vontade
se Casimiro reagisse à minha autoimagem,
desistiria nos primeiras minutos da viagem
se Casimiro reagisse ao meu amor...
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surpresa
você por aqui? nossa, que surpresa
já limpei toda a casa e a comida tá na mesa
uma garrafa de vinho chileno e um bife à milanesa
os meus olhos te olhando, admirando tua beleza
mais uma noite do teu lado com tua mão sobre a minha
minha mente se controla pra eu não perder a linha
lutando contra si mesmo, perdi a pouca noção que tinha
vou ter que ser mais forte, já tou fora da casinha
mas e aí... como vai ser?
te vi ontem, te vi hoje e amanhã quero te ver
fico pensando em você ouvindo "Otro Atardecer"
se vai dar certo ou errado? não tenho nada a perder
esse sorriso na sua boca tá me fazendo passar mal
fecho os olhos e denovo pergunto se isso é real
a oitava maravilha na minha frente, afinal,
e cada coisa que você toca se torna especial
então toca em mim... faz o favor...
essa vontade imensurável me coloca a seu dispor
meu coração tá derretendo, o seu calor é meu temor
de joelhos, algemado, fui rendido ao amor
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setembro e o que passa
Oi, o que escrevo aqui hoje deve ser bem simples, sem muita reflexão e sem muito esforço ao redor das palavras que serão usadas.
Mais como um registro do que vem passando na minha mente nos últimos dias de forma irregular, gostaria de detalhar as perguntas e respostas que minha própria cabeça cria pras situações que a apresento.
Recentemente venho pensando muito no amor. Não no amor que os gregos chamavam de Philia, Storge, e outros, mas especificamente no Eros, que pode ser relacionado com romance, paixão, etc. Claro, são só categorias que tentam facilitar a compreensão do termo “amor”, uma vez que pode ser interpretada de diferentes formas.
Sobre esse romance, já cheguei a acreditar algumas vezes que eu teria e alcançaria algo parecido, imaginando cenários e criando expectativas, e sim, vivenciei-o por um período, do qual não tenho críticas mas somente agradecimentos. O fim chegou, assim como à tudo chega, e faz parte da jornada humana. Ainda assim, após anos, continuo com essa crença apesar de, cada vez mais, ela estar sendo soterrada por outras ideias opostas que são as que comentarei ao decorrer do texto.
Isso me atormenta há muito tempo, com fases intensas e fases tênues, e tem feito questionar-me frequentemente nos últimos meses sobre o amor e eu ser “digno” de não só recebê-lo, mas também de provê-lo a outro alguém. Não entendo o que me induz a essa ideia, porém, pelo que tento observar, deve ser relacionado com autoimagem ou então deve ser só a dolorosa verdade.
Não consigo chegar a conclusão de que sou uma pessoa interessante, apesar de “interesse” ser algo subjetivo e variável pra cada um, e dessa forma, até devaneios onde me coloco ao lado de alguém, de mão dadas, conversando, trocando risos e momentos, se tornam cada vez mais escassos e, quando os levo a consciência, impossíveis.
Quando me aproximo de oportunidades que envolvem o amor, sinto que algo o repele ao passar do tempo. A chama de repente se apaga, e tudo fica estranho. Embora eu saiba que isso é comum em qualquer relação social, ao mesmo tempo tento compreender as causas de tudo, e inicialmente penso e aceito que tudo foi como teve que ser, só que, num piscar de olhos, tento entender e, não conseguindo, assumo que a culpa só pode ser originada de mim mesmo.
Arcar com a falsa (às vezes não) crença de que você não é suficientemente “bom” para um outro alguém que te interessa é algo doloroso, e unido à ansiedade, angustiante. Muitas vezes essa linha de pensamento leva à outros problemas: sentir-se como uma marionete, sendo manipulado por cada ação do outro; colocar-se em posição inferior, alimentando-se de migalhas enquanto você oferece pães inteiros; aceitar ser desrespeitado seja moralmente ou fisicamente.
Acho que, no fim das contas, essa missão de encontro ao amor só é complicada mesmo, um labirinto com inúmeras barreiras e ilusões, até que a saída é encontrada e o tesouro emerge, cintilante, sem a chance de passar despercebido e comparado com qualquer coisa já vista antes.
Isso tudo é sinal que ainda não deixei de acreditar no amor. Pra mim, o amor é e sempre foi o elemento X na concepção da felicidade de um ser, e sem isso, o mesmo fica cada vez mais próximo do abismo, sendo só o amor capaz de trazê-lo novamente à si.
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talvez
olho pra trás, leio os textos que escrevi
noto que em grande parte toco na mesma questão
ano após ano as tormentas vem e vão
talvez seja esse o sentimento que mais senti
por outro alguém, mas não por mim
planto ideias na cabeça e rego o que quero
na hora da colheita o retorno é sempre zero
talvez seja esse o problema no meu jardim
o que tenho e almejo, não acho que mereço
vivo sem expectativa pra evitar tristeza
e quando crio alguma já sei de toda a natureza
talvez seja ele que grita desde o começo
mais alto que a razão, o que causa tremor
desestabiliza o corpo e, nele, ateia fogo
claro, como se não bastasse azar no jogo
talvez seja ele, conhecido como "amor"
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crise existencial
Se faço o que penso, prego peça na minha mente
no futuro me adoeço pelas ações do presente
foi certo ou errado? essa resposta é inerente
pelos olhos do demônio até a maldade é atraente
Ansioso e preocupado, emoção toda trancada
para frente e avante, mesmo sem entender nada
como continuar seguindo com a logística zoada
de entregar o que sinto nas mais profundas camadas
de pensamentos, sentimentos, coisas que tento esconder
só quem tem acesso a isso é quem fez ou faz por merecer
talvez até quem me enganou e os olhos não quiseram ver
quem sou eu pra julgar o que cada um tem pra oferecer?
Como se precisasse… como se eu fosse especial…
em cada esquina tu me encontra, só o nome não é igual
personalidade opaca, sem impressão digital
não sei se é a realidade ou crise existencial
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não entendo
ainda não entendo o que acontece,
será que as palavras que tu fala meu coração merece?
não entendo o que eu fiz pra ouvir o que ouvi
se tentei até demais... depois de tudo que senti
posso até falar que nada disso me afetou
mas lá no fundo a gente sabe que alguma coisa mudou
uma esperança que morreu por um amor que machucou
se teu soco é uma bola, o meu rosto vira gol
mas tá de boa... acostumei...
cada dor que passo hoje só me ajuda a virar rei
líder do meu próprio reino onde só eu faço a lei
onde o sentimento de paz é o único que terei
escrevendo assim, entro em contradição
o que penso, escrevo e faço às vezes não tem conexão
lapsos onde me iludo na busca de uma paixão
embora muitas vozes falem pra eu ter mais atenção
não sei o que seguir, minha audição ou intuição?
ocasionalmente finjo de cego pra tomar uma decisão
palavras entrando e saindo e eu me vendo sem opção
pra correr atrás de quem não me estende nem a mão
próxima parada esse ônibus não vai mais estar presente
combustível já foi todo, o que alimenta sua mente
fugindo de Hamurabi, “olho por olho, dente por dente”
é só mais uma desculpa pra esconder o que se sente
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enganação
e ela vem, me chama: oi, como você tá?
depois de 24 horas sem uma palavra trocar
responde com vontade, tá querendo me enganar
um momento de carência só pra tentar concertar
o próprio erro, ela sabe que cometeu
olhou pra trás? não, nem sequer se arrependeu
finjo que tá tudo bem, que tô no meu apogeu
por debaixo da máscara, sei que quem chora sou eu
na verdade... já tou nem ligando mais
decepção atrás da outra, não vou mais olhar pra trás
concertar o que tá quebrado não tá me trazendo paz
tanto foi, tanto fez, que hoje em dia tanto faz
é que me engano, a cada dia que passa
a esperança encarnada me oferece uma taça
de desejos e vontades, mas no fim era cachaça
me embriagou e quando vi tava deitado na praça
totalmente perdido, buscando uma saída
várias portas se abrindo e a mente distraída
vou comprar essa passagem, uma viagem só de ida
um lugar desconhecido e outra ilusão na vida
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apenas 22
uma montanha de palavras na cabeça
preciso fugir antes que eu enlouqueça
fuga não endireita uma mente travessa
bato de frente antes que a merda aconteça
22 anos confinado em uma prisão
faca na costas, flechada no coração
não busco liberdade, busco redenção
ajoelhado, acorrentado, só uma força de expressão
mas cada buraco que piso é só uma consequência
de atos certos ou errados, mais experiência
sempre me doo até o final, essa é minha essência
pra quem vêm me tacar pedra, eu finjo demência
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ciclo do amor
do que adianta persistir,
ser o melhor que eu consigo
quando tudo que eu faço
é criar mais inimigo
em cada relação que passa,
cada dor que esmaga,
sem o mínimo de pena,
esse amor é uma praga
que invade, late,
morde, bate,
faz o coração querer falar mais que a mente,
o quão tolo que eu fui, o quanto que fui inocente
os sinais já estavam dados
desde o início, viu quem quis
achei que no amor já era mestre,
quando vi, fui aprendiz
me entreguei desde o começo
sem medo e com vontade
se pudesse voltar atrás
só entregaria a metade
poxa, falar é fácil
quem disse que conseguiria
só me entrego por inteiro
na busca de uma utopia
beleza, vida que segue
um dia novo pra tentar
na próxima a gente acerta
mas eu acho que eu vou errar.
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busca
Me impressiona a incessante busca que minha mente gosta de entrar pela razão e motivação das decisões não só minhas mas dos outros. Aceitar que nem tudo tem uma razão não é algo que me atrai, pois tudo são resultados de ações, que ocasionam reações, gerando um novo ciclo que se repente.
Mas, honestamente, o processo pelo qual a busca pela resposta te guia pode ser um tanto quanto prejudicial. São muitos pensamentos e cenários possíveis, muitas interpretações, muitos pontos de vistas e perspectivas que fazem sentido pra você e somente você, já que somos constituídos de experiências, memórias e aprendizados que coletamos ao passar do tempo.
Esse é um dos motivos pelos qual muito se fala da frase “A ignorância é uma benção”, porque realmente é em determinadas situações e torna capaz sentir paz sem ter uma resposta. Em outras situações, pode ser um cavalo de troia, te sabotando sorrateiramente enquanto os olhos permanecem fechados para a verdade.
Mas qual verdade é essa? A minha? A sua? A que você quer acreditar ou a que realmente é?
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jenga
Tudo despedaçando. É como se fosse uma torre de Jenga que está sendo construída há tempo e é derrubada por única nova peça a ser colocada. Muitos podem crer que essa nova peça é a causa da queda da torre quando, na verdade, o problema está no restante da mesma.
Uma simples analogia pode ser utilizada: a torre simboliza o rumo que nossa vida leva, e cada nova peça simboliza um novo passo ou decisão sendo feita. Para que se chegue ao momento de tomar uma nova decisão (adicionar uma nova peça), muitas outras decisões foram necessárias, algumas conturbadas e outras perfeitamente estáveis até que, um certo dia, a vida (torre) tomba.
Felizmente, a possibilidade de recomeçar essa torre de Jenga sempre estará presente, às vezes com as peças muito espalhadas pelo chão, e às vezes todas mais próximas. O trabalho é recuperar essas peças, esses fragmentos, e colocá-los em seu lugar novamente.
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solitário
não sei porque escrevo
só sei que me liberta
das peças invisíveis
que a mente me prega
escrevo pra mim
mas me deixo aberto
pra quem se interesse
em conhecer-me por completo
caligrafia expressiva
a qual só eu entendo
só eu quem me incentiva
só eu que pego lendo
as coisas que senti
em certo dia e certa hora
uso tudo na utopia
de me resolver no agora
eu sei que não vai rolar
mas o que custa tentar
seguir a vida sem emoção
só servindo de otário
que o coração escancara
um amante solitário
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nada a ver
Engraçado como sentimentos flutuam como papéis ao vento, subindo e descendo conforme a brisa bate. Seriam as leis da física também atingindo a camada intrínseca humana?
Certo momento tudo parece normal e, num instante, as cartas viram e começa uma turbulência inexplicável. Sem motivo? Difícil dizer, o que depende somente de nós é sempre controlável, mas participações externas demonstram grande influência na maneira com qual interpretamos a realidade.
É fácil dizer que não se liga para o que outras pessoas pensam sobre si, mas o quanto de fato isso é verdade? Todos, sem exceção, são afetados pela sociedade e, principalmente, pelos pensamentos advindos de conexões mais próximas a si, e claro, considera-se algo individual a intensidade que essa influência toma.
A interpretação da realidade depende dos olhos de quem a vê e baseia-se na experiência adquirida até então, o que certamente leva a erros, estes que fazem com que a realidade (uma linha reta) se curve para que o ângulo de visão encaixe, mesmo que distorcido. Isso torna não necessário mas altamente recomendável a análise da realidade vista de outra perspectiva, ou seja, por outros olhos, e só após um bom discernimento da situação verificada que pode ser determinado o quão próximo da realidade algo se encontra.
O que estou escrevendo?
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tolo
me entrego como um todo,
corpo e mente
sempre presente
a vontade de ti
me entrego incômodo,
se é que recorda
se faço falta
quando não estou aqui
me entrego como um tolo.
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