SEMANA
lá vou eu de novo contar as horas
esqueço que não passa
não importa o quanto eu queira
as coisas não acontecem
será é por ser terça-feira?
queria sei lá um vinho
uma cerveja
um cinema
verdade mesmo queria você
será que talvez sexta-feira?
eu te encontro num bar
barulho dos carros imitando mar
um beijo tranquilo pra saborear
e a noite inteira para sonhar
será já é segunda-feira?
eu nem vi domingo passar
talvez tenha sido a ressaca
já não sei quantos sábados que esqueci
conta dessa minha vida profana
quando será começa a próxima semana?
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hoje eu te beijei
mas era um sonho
então acordei
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você é um sonho distante
vou esquecer assim que acordar
durante o dia alguns lampejos
mas nunca uma imagem perfeita
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PRISMA
sentimentos refratados
prisma de sensações
cada um uma cor
cada um uma frequência
uns que são amargurados
outros que são prisões
tem um que é dor
e aquele que é ausência
tem alguns bem chegados
que aquecem corações
irradiam luz amor
como o dom da nascença
Feito nascer fosse um arco-íris de emoções. Feito renascer fosse um espectro de novas estações.
Eu deixo aqui minha aquarela tátil. Um pincel sensorial que dança hábil.
Só para iluminar mais uma vez meu céu monocromático, abrindo assim espaço para meu o novo existir prismático.
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hoje você me tem por inteiro
meu desinteresse é sorrateiro
amanhã talvez não sinta cheiro
quer conselho? deixe de rodeio
beije logo antes eu nos parta ao meio
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tanto tempo vivi sozinho
quando nos ajuntamos fui esquisito
tanto tempo vivemos nós
quando nos separamos fui covarde
hoje não há minuto silêncio
que não me falte uma voz
vinda de outro quarto
vinda de outra boca
o silêncio eterno da minha rotina
queria poder contar uma história
mas arrisco aqui mais uma rima
esperando ansioso o fim da hora
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FESTA
me entregue você ao destino
eu já me desisti
nada assíduo
sem rotina
um tanto curioso
amigo
chama que estou
só não conte iniciativa
falta ainda um porquê
ainda não conheço
parte minha sem começo
chama que levo
também as cartas
as piadas prontas
caixa de som
toalhas e sunga
mas deixo avisado
não quero incomodar
chama que eu faço
monto a barraca
acendo o fogo
lanço uma gelada
o que precisar
sem faltar
bom se sobrar
chama que eu desço
e mesmo seja mais um tropeço
serei sorriso
presente
eu e todos vocês
mais uma vez
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que o Vento me leve
que o Tempo me espere
que a Noite me guarde
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ainda que leve tempo
levo também a alma
que na leveza do encanto
leva também o vento
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ESPECTRO
há um espectro
através do espelho
além do tão comum reflexo
depois das olheiras
virando a curva da bochecha
seguindo as marginais das rugas
Passando pela espinha qual, no auge da burrice espremi sem pensar duas vezes, um fantasma se apresenta e se desmancha, se mostra e logo esconde.
composto de memórias
lembranças esquecidas
quando foi mesmo?
onde era?
quem quis ser?
espírito meu que já não sei
tem momento penso entender
estico os dedos
toco o vidro
mas é frio
é vazio
simétrico
estéril
silencioso
sou eu preso
talvez livre
incertamente trancado
as chaves já foram viradas
abertas janelas e portas
as bocas
Entretanto continuo no meu canto singular, esperando atento as terceiras do plural me buscarem para um passeio breve ou uma cerveja leve.
como faço voltar?
nem lembro sonhar
expressar
cansei de gritar
quem dera conseguisse chorar
rimar
dentes amarelos
pernas fracas
falta de auxílio
Meu exílio particular. Tanto fiz para ser sozinho que agora não reconheço minha presença.
e os sussurros do pós-vida
cruéis e vorazes
demônios sem direção
contornam as últimas ruas sem saída
fazem caminho na escuridão
hotéis vazios
placas e cartazes
máscaras no chão...
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ao vento
Aqui, nesse periódico inatingível, inalcançável a qualquer olhar, qualquer crítica, disponho em linhas tortas palavras que entrego ao vento. Que ele as leve ao infinito, na esperança dupla de que seus olhos um dia possam contemplar minha narrativa, ao mesmo tempo que espero nunca precisar explicar meus anseios.
Ainda lembro nosso tempo, nossa morada que criamos em poucos dias, questão de semanas. Ainda guardo com carinho uma reunião incrível de fotos que nunca compartilharei com ninguém, e que hoje, amedrontado, pondero excluir para não precisar mais me acabar em saudade.
Se tivesse sido fim, se tivesse sido adeus, seria fácil. Mas foi até logo. Um até logo que, sei, não é real. Não virá a ser. Nunca.
As condições podem até surgir, mas, será? Vale a pena me gastar nesse devaneio tolo e infantil? Esperar que ainda se lembre de mim, esperar que ainda deseje me ver um dia talvez. São tantas dúvidas, tantas incertezas.
Eu não aguento mais. Eu me quebrei ao investir tanto de mim em algo que sabia tinha tempo marcado. Tinha data de vencimento e mesmo assim...
Que minhas palavras não cheguem até você, mesmo eu querendo. Que meu pranto nunca encoste sua boca, pois eu mereço um pouco de silêncio e um amor real, mesmo que não tão intenso quanto aquele nosso que tanto me fez feliz.
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Miopia
forço os olhos
careta esquisita
mas é longe
tão longe
nem sei se é você
tapo o sol com a mão
mas nem sombra ajuda
certeza lugar certo?
pegadinha?
grita pra eu saber
“grito”
ah, é mesmo
mas cadê teu sorriso?
teu gingado?
jeitinho de desviar das coisas
evasiva e divertida tudo junto
“choro”
não, calma
minha miopia emocional
astigmatismo sentimental
não é por mal
juro a alma
“sorriso”
sempre uma distância a mais
eu tento, mas demoro
eu corro, mas tropeço
só paciência que peço
não é demais
“olhar”
Sim, realmente. Na infinitude do olhar encontro caminhos, respostas, perguntas, principalmente. Encontro um tanto que tinha esquecido e outro tanto qual ainda quero lembrar. Lembrar. Lembrar. Que ação, essa. Que coragem. Ousar recordar. Coragem de preservar. Fotografia, bilhete, momento.
forcei demais
dor de cabeça
preciso trocar de óculos
mas eu odeio aquele exame
óculos é chato
“já tentou usar lente?”
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você escreve bem sobre amor, como se amar fosse uma segunda natureza tua (não é de todo mundo?), como se amar te fizesse completa, mesmo você não precisando de outra pessoa para isso.
você, poetisa, sobrepõe amor a todo o resto, faz luz, faz onda.
continue, moça, teus olhos enxergam essa loucura de amar de uma maneira que parece possível, faz soar plausível esse fenômeno bizarro, essa conexão incongruente.
você, poetisa, me ama sem nem saber quem sou.
e eu te amo por isso.
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maybe
maybe I’ll be brave one day
but I still dare not say
maybe twas in May
coulda been today
beaut as be it may
there stood you in my way
maybe twas fate
or rain on your face
took my breath away
heart as soft as clay
maybe these words I’ll never relay
but it doesn’t matter anyway
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EUS
se eu fosse eu
que faria?
assim
se meu eu agora
esse que fala
fosse o mesmo eu de agora
o que lê
quem seria?
eus não somos juntos
não podemos sermos
regras do jogo infelizmente
aí me cai a questão
e se?
se palavras fossem voz e lembrança
se dedos e mãos tivessem sincronia
se olhos acompanhassem cabeça
se acordasse e deitasse mesmo dia
se eu fosse eu
que faria?
Viajaria pelos pensamentos como quem vive tudo pela primeira vez, sem duvidar da experiência, deliciando cada sensação com vagarosa alegria.
se eu fosse eu
buscaria a fúria da dúvida
deixaria crescer em mim a vida
enfrentaria sem receios o incerto
transformaria medo em sonhos
Praticaria todos os planos cobiçantes que permeiam meu imaginário. Apresentaria discursos sobre a dualidade do indivíduo. Fundaria clubes de poesia e cantoria.
se eu fosse eu
seria diferente
veria pessoas
teria planos
iria nadar
se eu fosse eu
se eu pudesse
se eu fosse possível
eu faria de mim vários eus
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Condiciono meu peito a prezar respeito sentimental, responsável. Coração ritmado, inigualado. Atenta-se antes que a embarcação esqueça. Leva as malas com você, as plantas, os bichos. Fugir, enquanto é tempo. Enquanto mundo é mundo e a poeira ainda se levanta no vento.
As dunas dos velhos mundos vão erguer areia, mas no meio do seu coração, onde tenho uma cama simples e aconchegante, o vento é ameno e assobia um canto inteligente, carregado de sabedoria.
Trago comigo o que posso: uma sacola com alegrias, um par de ouvidos e boa intenção. Não recorro à sorte, medo não recorra. Meu socorro é a firmeza leve. O teu beijo em céu nublado.
Duas portas, elevadores, janelas. Trafega em meu coração o mais esquisito sistema de embarcações. Coloridas naus dançantes. Ritmista. A batida, sinta, é sintonia.
A porta tem sua chave, está em algum bolso que você ainda vai lembrar de esquecer. Ainda que noite, mar e brisa entreguem a partitura, um instrumento, uma frequência mais. Timbre.
Nas texturas dos vitrais que me iluminam, as mãos deslizam em tempos diferentes. Não há tempo para ganhar. A conta já está salgada demais. Deixarei aqui nada mais que esses minutos, recolho os teus. Deixo também um convite. Alegre ouça o peito, sinfonia.
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sinto um respiro teu
hoje
como tanto senti
quanto pude
invade
renova
olhar despreparado
beleza esquecida
relembrada
sutil tentação do passado
livre em mais um pensamento
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