Tumgik
contolinhas · 4 years
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Levanta
Essa não é uma poesia de amor, mas poderia ser.
Essa é a realidade que vivo. Me entristece, mas não paro de crer.
Amanhã poderei ser eu, ser forte, ser astuto, ser calmo. Ser.
Perder tempo de quem? Conhecer para que? Vale o cansaço diário antes de adoecer?
Essa não é uma poesia de amor, e também não poderia ser.
Ansiosos pretendemos ter o melhor do nosso querer, uma chance de caber naquilo que ninguém vai cumprir e vão todos prometer. Uma condução não te leva até aquilo que sabe merecer. Talvez correr não seja a solução, a vista é mais bonita de cima, levanta se cair no chão, não se assuste se eu te estender a mão, essa não é mais uma enganação. Dê um abraço apertado e faça as pazes com o coração
Essa poesia não era de amor, mas amanhã pode ser. Hoje a noite ainda não é tarde pra se arrepender.
-TROV4DOR
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contolinhas · 4 years
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De carne e osso
Não tenho sangue de barata. Sou tão de carne e osso quanto o cão que ladra e não morde. Como se quisesse dizer que também precisa de proteção da chuva ácida que cai e estupidamente não temos ouvidos pra essa voz.
Voz aquela que bem no canto sussurra baixinho com medo de parecer alta demais para incomodar alguém.
Então me calo. Na vontade de não parecer carente demais para se proteger sozinho e manter a presença de uma força onipotente e invisível, que me obriga a ser mais ou menos "homem". Na tentativa de ser tão comum, que ninguém irá notar minhas peculiaridades e me colocar num pedestal que sei que não mereço porquê faltaria espaço para o resto de vocês.
Vocês aqueles que lutam por ideias originais, mas que não batam de frente com o passado de ideais que formam nossa revolta.
Revolta que sinto quando pisam no meu calo e me forçam a remar contra a maré, que bate de um lado, espanca do outro, e só olhando pro céu consigo me sentir abraçado. Ainda não afundei e não pretendo por um tempo, só quando precisar sufocar para poder gritar.
Então gritei, mas minha voz era rouca, então bati, mas não me reconheci depois, então fiquei neutro, então mais uma vez pisaram no meu calo e tive que mostrar que não tenho sangue de barata.
-TROV4DOR
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contolinhas · 4 years
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Orgão
Chorei aquilo que não pedi, mesmo a carga de toda cicatriz me levando a repetir aquilo que me descarrega.
Meu maior inimigo, raciocina tudo aquilo que vê, mas que sou eu que sinto.
Mesmo que eu não tenha boca que caiba nesse mundo, comunico-me muito bem com as verdadeiras almas que se veem em algo incomunicável.
Para aquele que crê ser meu dono, não controlo minha ansiedade em disparar contra o que me dita ser certo.
E mesmo tão perto de ser autônomo, dependo de tantos outros organismos que não reconheceria outra forma de viver, e disso não me arrependo.
Confesso que não planejo cada passo. Mas compareço em corpo com cada compasso que admito não ser disritimado.
Ainda choro cicatrizes que não planejei, sonho sonhos que influenciei, sinto tudo além do medo e luto incessantemente contra um aperto.
E ainda no obscuro das minhas entranhas, levo-me num caminho que me acende como uma chama.
Meu nome é coração, e apesar de sensível, ainda sei bater
-TROV4DOR
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contolinhas · 4 years
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Emoção
Pensando sobre o que me levanta da cama, do que difere o corpo da alma, e ainda sobre quem diz que devo tirar meus sentimentos da jaula.
Reflito em momentos que deixei passar, um pouco de emoção até conseguiu escapar.
Mente blindada não protege corpo aberto, teimando contra razão até me senti esperto.
"Acorda menino", me disse o sábio. Até concordei, mas é sonhando que me sinto despertado.
Reflito em momentos que não pude deixar passar, o coração sai até pela boca, mas é com o punho que eu quis te atravessar.
Violência não, auto-defesa. Me julgam sem saber quem sempre foi a presa.
Hoje é dia de caçador, e é meu olhar de menino que vejo servido sob a mesa.
Reflexos de várias histórias. E nesse oceano de lamentações quem se garante sem a boia?
Eu, eu mesmo, não sei nadar.
-TROV4DOR
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