Tumgik
autosabotagens · 4 years
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 Martini percorreu por exatamente 2 horas, toda a formação vegetal dominada por árvores e arbustos, não muito extensa, como um bosque, até chegar além dos limites das cidades, e longe do litoral, terreno plano, extenso, com poucos acidentes e poucas árvores, até que atravessou um campo extenso, que dava princípio a um lindo atalho compostos por lavandas, cujo seu velho pai era dono da plantação, pois o mesmo trabalhava como fornecedor para produção de óleo essencial coringa da aromaterapia que transmitiam para Martini, paz sobre os sentimentos que se tornavam excessivos, obsessivos, e foi justamente o caminho de lavandas, que acalmou seus nervos, relaxou os músculos, e por ser um caminho nostálgico, que trazia referência a sua boa infância, funcionou como um ‘’antidepressivo’’. Martini, então finalmente chegou á Giacciano con Baruchella. Sua cidade natal, em Vienna.  Quase ninguém conhecia o atalho para aquela cidade, e menos ainda que Baruchella era sua cidade natal. Martini sempre escondeu sua infância, pois no início, sempre soube que atuando como psicólogo em uma região pequena, deveria se manter neutro para que levassem sua profissão a sério e não misturassem sua vida pessoal com a profissional. Mesmo assim, falhou. Formou-se em psicologia em Forlì, uma cidade maior e próxima a Baruchella. Depois de sua formação, retornou para casa, cedendo as vontades do pai, e alugou uma sala para iniciar sua clínica, mas sem sucesso, pois sua cidade natal era composta por 2,000 habitantes. Por isso no passado, se mudou para Vienna, onde formou-se em psiquiatria e se especializou na área forense, onde conheceu Amélia Ricci.
Logo, feliz por percorrer até reencontrar sua antiga casa e seu pai, o avistou sentado na varanda, lendo um jornal cujo engradecia o nome de seu filho em todas as manchetes: — Não é possível que seja mesmo você!
Sorriu seu pai.
— Meu pai! É tão bom estar de volta...
Disse Martini, surpreso.
— Não sabia que estava em Forlí.
Ele disse entusiasmado. 
— Não! Eu estava em Macci, vim pelo atalho das suas lavandas.
Gargalhou Martini.
— Mesmo grande, continua pequeno, meu filho! Lembro-me que lhe repreendia inúmeras vezes por percorrer aquele caminho depois da escola com seus amigos, você era um destruidor das minhas plantações! E vejo que nada mudou... 
Seu pai ria constantemente, sem conseguir conter a carga intrapsíquica que sentia em rever o filho, puxando para um longo abraço.
— Pai, lembra que me ensinou esse caminho quando pequeno, para caso eu estivesse em perigo, quando estava ainda na escola, em Macci?
Perguntou Martini, com uma voz cansada.
— Sim! E me arrependi, pois você só destruía minha lavoura... Mas era pra lá ou por lá que ia, sempre que se sentia cansado ou triste... Você está triste, querido?
Refletiu seu pai.
— Estou cansado, pai. Já sobre meus sentimentos, aprendi a conte-los na minha profissão.
Dizia Maritni.
— Aprendeu a conte-los ou a implodi-los? São tantos problemas que aposto nem saber mais como se sente. Vai se tornar frio. Está fumando ainda?
Questionava seu sábio pai, que se surpreendeu ao ver seu filho caindo em lágrimas sobre seus braços. Seu pai sentou-se com ele nos degraus de sua casa, e esperou seu filho se recompor, enquanto assobiava a música cujo ele havia cantado no metrô naquele dia. Aquela música, na verdade era a favorita de seu pai.
— Posso ficar aqui por um tempo? Não quero voltar. Preciso escrever como antes. Criar como eu criava, sonhar como sonhava, viver como vivia. Minha única preocupação era saber a hora de voltar. Lembro-me que me incentivava a ajudar pessoas, de uma forma natural, e o senhor era fascinado pela aromaterapia. Sempre me incentivou a romantizar solução de problemas psíquicos pela psicologia, e era contra receitas medicamentosas. Achava que a farmácia queria lucrar, e não curar, resolvendo um problema que inicia outro. A humanidade está adoecida. O senhor sempre me dizia:  — ‘’Filho, a natureza fornece o caos, apenas quando precisa achar a homeostase. Ache o ponto da alostase’’. E eu acharei, pai. Realizarei seu sonho, que por mais que o senhor fosse um pai com projetos inacabados, idealizando seus troféus em mim, eu realizarei. Não por ceder a seus traços narcisos, mas por você ter mudado através do seu próprio conceito. O senhor mudou por mim. E eu farei suas teorias virarem cientificas. Eu lhe devo essa promessa.
Disse Martini, entristecido.
— Meu filho, sabe que eu estou sendo uma alucinação por conta de sua abstinência, não sabe? Sou fruto do seu inconsciente. Eu já fui embora e precisa lidar com minha perda. Você pode tentar ser quem eu fui, ou terminar meu projetos, mas isso não me trará de volta. Eu errei e acertei com você, mas dei o meu melhor em vida. E fui embora sem arrependimentos. De todas essas lavouras, minha melhor plantação foi você. Continue desabrochando, sendo o que é sem se sentir responsável pelo o que não terminei.
— Pai, eu já desabrochei. E ainda não estou feliz. 
Respondia Martini.
— Não está, pois vive inalando nicotina. Isso aumentou sua dopamina mas diminuiu seus transmissores, e agora se sente vazio.
Sorriu ele.
— Então é por isso que terminarei seu projeto. Se não se sente feliz que eu faça por você, farei por mim. É um projeto chato, e que demandará tempo suficiente para que eu esqueça dos meus vícios e diminua a produção de dopamina. Além disso, aumentará meus transmissores, e terei gosto, metas e sonhos novamente. Ainda morrerei como semente, honrando seu nome. A pessoa que mais amei.
Sorriu Martini, enquanto seu pai tocava em suas mãos e pedia que repetisse com ele a frase cujo representava o símbolo daquela amizade.
‘’A natureza fornece o caos, apenas quando precisa achar a homeostase. Ache o ponto da alostase’’.  — Disseram juntos, enquanto Martini se debruçava em lágrimas, e observava seu pai se reduzir a fragmentos, esvaecendo em meio as lavandas como pó.
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autosabotagens · 4 years
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Dentro do caso, ainda na investigação, em uma reunião já na Delegacia de Macci (já que estariam evitando Bianchi temporariamente até conseguirem fechar o caso, por serem alvos fáceis, precisavam despistar os holofotes), se encontrariam Martini, Amélia e Angeline em uma discussão: — Pedi que Ophelia procurasse saber sobre os nomes desaparecidos da universidade. Como ela ainda precisa administrar minha clínica e continuar a estudar, me fez este favor.
Disse Amélia.
— E então?
Perguntou Martini.
— Os 30 alunos teriam coisas em comuns.
Afirmou Amélia.
— E que "coisas" seriam essas?
Angeline questionava.
— 15 são estudantes de biofísica e os outros 15 programadores com histórico de hackers.
Ela respondia, exausta daquela situação.
— Talvez o assassino esteja tramando mais alguma coisa...
Martini respondia, enquanto mordia a tampa de sua caneta.
— Obviamente. E precisamos estar prontos. O problema é que enquanto estávamos indispostos e desprevenidos, essa pessoa arquitetou tudo minuciosamente por muito tempo. Provavelmente também está deduzindo nossas defesas.
Alertou Angeline.
— Então devemos ser imprevisíveis. Sair da lógica óbvia e ir mais fundo. Acredito que a criação da Lei Ricciana tenha sido um susto, já que ninguém poderá mais sair ou entrar em Vienna e fazer qualquer coisa sem o n-PSCID.
Afirmou Amélia.
— Acontece que não sabemos se confinou o assassino para fora ou para dentro da cidade.
Disse Martini, enquanto se retirava para tomar um ar do lado de fora da sala, quando foi surpreendido pela sortuda sicrônia em que o irmão de Amélia chegava estacionando o carro com toda a velocidade, de frente para a delegacia.
— O que você está fazendo?! Geralmente as pessoas ligam a seta do carro, já ouviu falar?
Disse Martini semi assustado.
— E um psiquiatra renomado não deveria ser adicto. Eu quem deveria estar fazendo as perguntas, já que ninguém me avisou nada. Passei meses tentando conversar uma coisa importante com vocês.
Ironizou Arthur.
— Você não está bem. Como me achou aqui?
Questiona Martini, observando que até a forma do olhar de seu olhar havia mudado.
— Imaginei que estivessem aqui, para evitar Bianchi. É a delegacia mais pacata da cidade. 
Arthur responde evasivamente.
— O que você quer? Estou cheio de problemas.
Sorriu Martini, desacreditado.
— “Ora predador, ora presa — presa a prosa de um objeto. Até Atlas — A grande montanha, soltou o mundo. A submissão exerce disfuncionalidade ao suprir o obscuro e abstração insconsciente. Modelo triádico empírico, onde mapeia-se vazio e tudo suporta. Não penso duas vezes em abrir mão da decência, modéstia, e inocência por “fique um pouco mais”. Corra de dramas que protagonizam vítimas. Corra de vítimas que protagonizam dramas. Corra de damas que querem ser resgatadas. Corra de príncipes que se apresentam por arquétipos heróicos. Corra de cavalheirismo que emanam misoginia. Corra da conquista em prol do sim, as vistas do não. Pra emergir dentre tantas opiniões, as tramas que crio em busca de soluções, são só perspectivas que procrastinam o fim. Somos frutos de nossas idealizações. Somos consequências de nossas ações. A dor insconsciente se transforma em um ser fragmentado. Escravos da ilusão, cegos de razão, reféns dos espelhos, reduzidos a vícios, a fuga contra o caos, segue pelos tripés, dentre crenças, artes e filosofias. Regozija aquele que sabe qual caminho ou melhor guia. Somos um universo. A fuga é particular. Salve a ignorância, bem aventurados aqueles que fazem de si, um lar.”
Disse Arthur, furioso.
— Pedro, se acalma. Preciso que me responda uma coisa. O que te deixou assim?
Dizia Martini, levantando-se depressa e indo até o jovem em crise.
— Eu não me lembro, parece que acordei de um coma. Apenas acordei e não me lembro de quase nada... Eu estou sentindo vontade de gritar, o que fizeram comigo?! Sabia que Ophelia não poderia confiar em vocês!
Dizia Pedro, enquanto ia para cima de Martini, com um canivete, mas felizmente o psiquiatra previu seus movimentos e partiu depressa para o bosque a frente de onde estavam. E logo, Pedro foi atrás, seguindo ele, e logo começaram uma brincadeira macabra de ‘pique esconde’. 
— Martini, seu nome é tão peculiar... É uma bebida. Parece que não tem apenas problemas com cigarros mas com alcoolismo também. Onde você está?
Dizia Pedro, que seguia assoviando uma música melancólica. 
— É bom que continue assoviando, assim posso prever seus movimentos e sentir quando se aproximar.
Martini sussurrava seus pensamentos, enquanto escalava uma árvore.
— Vamos lá, diga-me o que fizeram comigo e eu digo o que farei com você. Aliás... Irei me sentar aqui nessa rocha, e esperar você passar por mim. Uma hora irá sentir fome, sede... 
Pedro ironizava, quando foi pego de surpresa pelas costas por alguém, com uma doce voz, o tocando por trás da nuca, com as pontas dos dedos, dizendo: — Durma! Você está com sono, está anseio pela escuridão, suas pupilas fecham e tudo o que sentirá será fruto da paralisia de um sono profundo. Quando acordar, sentirá seu corpo frio e sem respostas motoras. Enquanto eu não lhe clamar de volta, contarei até três, e me contará o que lhe perturba nas sombrias escalas do seu inconsciente mas não poderá se mexer. Você só deve obedecer a minha voz. Um, dois, três.
Dizia, cuja identidade não é especificada pela perspectiva de Martini, sutilmente.
Aflito, começou a demonstrar sintomas de ansiedade quase que incontroláveis, e precisava fumar imediatamente. Então começou a cogitar uma utopia cômica:  — Que tipo de psicologia mística e ‘’junguiana’’ é essa? Deve ser alguma piada com meu diploma. Preciso sair daqui, ou acabarei como Ella Rumpf (Freud).
Sussurrou Martini, confuso.
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autosabotagens · 4 years
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Após o atentado, foram adotadas algumas burocracias e medidas, dentre elas: Reforço da segurança em todo país, principalmente dentro das universidades. Bolsa terapêutica e carteira n-PSCID (Nível psicológico - ou cid). Todos de Vienna precisariam estar em dia com a carteira, e apresenta-la para dar entrada em universidades, trabalhos e autoescola. Caso não fosse devidamente apresentada, levariam multa e perderiam a capacidade de ser empregados, concursados ou de serem estudantes. Logo, se tornou obrigatório para terem direitos entre a sociedade. A bolsa terapia é justamente para o auxílio dos cidadãos, aqueles que apresentarem instabilidade, devem ser aposentados pelo governo de Vienna, e a depender da gravidade, se não tiverem compatibilidade para conviverem em sociedade, e se tratar de uma impossível ressocialização como a psicopatia, deverá ser internado em hospitais psiquiátricos, cujo foram construídos após o atentado. Para aqueles com longo tratamento sem diagnóstico ainda definido, deverá apresentar documentação com o carimbo obrigatório, desde que o médico ou outro profissional da saúde prescritor, descreva manualmente e de forma legível seu nome completo e o número do CRM (Registro no conselho regional de medicina). Dessa forma, para que o documento tenha validade, basta a assinatura. Deve ser válido e passará por peritos, antes da aprovação de qualquer carteira n-PSCID, evitando estelionatos.
Outro fator, é a intensificação do problema já que ainda haviam tabus e preconceitos. A idéia do governo não só era proteger a sociedade de um novo atentado, como iniciar uma obrigação às pessoas em levar à sério problemas psicológicos.
Essa medida foi batizada como Regulamentação ou Lei Ricciana, em homenagem às propostas da Doutora Amélia Ricci, entregues ao presidente de Vienna. Já os coadjuvantes da situação, seriam Angeline Antoniazzi e Martini Blanchard.
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autosabotagens · 4 years
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1 mês depois...
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autosabotagens · 4 years
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Martini também estaria a assistir a transmissão ao vivo de sua casa. Surpreendido, saiu de casa e foi ao telefone público mais próximo, ligando diretamente para Angeline, a qual atendeu preocupada por ser uma chama desconhecida: — Que jogada!
Disse ele, entusiasmado.
— Martini?
Perguntou Angeline, reconhecendo sua voz.
— Quem mais seria? Estou sem celular para não ser rastreado pelo maníaco, como os outros. Achei fenomenal. Se juntarem ao caso para que Bernardo ao invés de atrapalhar, se retire totalmente entregue o controle. É perfeito. Sem falar que estarão por dentro do caso. Nada passará diante de seus olhos.
Afirmou Martini.
— Claro, velho amigo... estamos todos cansados de problemas. Agora vá e descanse. As próximas fases serão difíceis.
Aconselhava Angeline.
— Espere, como ela está?
Perguntou Martini.
— Amélia? Exausta. Iremos amanhã para Macci, terminar alguns assuntos. Cuide da Ophelia. Ela está em negação e cheia de perguntas. É agora sua obrigação.
Afirmava Angeline, preocupada.
— Estarei tratando de alguns assuntos e muito ocupado para ser babá.
Sorriu Martini.
— Não seja arrogante! Ophelia é a única que pode ser sucessora dela.
Disse Angeline, compadecida.
— Ah! Ophelia?! Ora, ainda tem muito o que aprender.
Ele gargalhou.
— E muito potencial. Você é professor, haja como tal. Falo sério. Somos uma dinastia. Uma família.
Disse Angeline.
— E cheios de segredos. Passei muito tempo cuidando dos assuntos de alguém que pouco se importou com uma possível relação afetiva... Então passarei a pensar mais em mim. E antes de mais nada, já gostaria de cortar esta conversa. Somos amigos, mas não pude deixar de notar seus comportamentos. Estou meio cansado de seus gatilhos de submissão, Angeline. Você é só uma pessoa que entende se assuntos dogmáticos como direito que trabalha pra Amélia como um tipo de secretária que por alguma razão se faz muito prepotente pelas visões distorcidas que tem de si. Você estebelece ordens em troca de pequenos ou grandes favores e se eu nego, devo me sentir culpado, como a quebra de um hábito, que nada mais é que uma armadilha. Você não tem amigos, tem submissos. Vou lhe sugerir que continuemos sendo apenas amigos, do contrário farei um inferno na sua vida. Sei muito mais do que você sobre controle, e claro, desde já queria cortar esses princípios. Não sou responsável por Ophelia, pois não sou seu pai e não recebo para isso como profissional. Minha impressão sobre a mesma também foi de alguém extremamente ingrata e impulsiva. Nem vínculo ou alguma coligação parental temos, apenas fiz um FAVOR a minha velha amiga. Não fui manipulado por Bernardo e muito menos serei por você. Aceite o meu não em relação a mesma e siga em paz.
Disse Martini, encarecidamente de forma muito sincera e madura.
— Bom, deveria afirmar seus sentimentos e se declarar para ela, obtendo um fim as expectativas ou um início a elas, ao invés de ajuda-la esperando alguma coisa em troca. Bem feito para você. E sobre o resto, admito que sou sim realmente prepotente e as vezes tenho agido de maneira inconsciente sobre o ato de controle. Perdoe-me e aceitarei sua negação. Seremos apenas amigos. Meu ego não é tão frágil quanto pensa. Sobre sua impressão quanto Ophelia, entenda que ela estava agindo sobre pressão. Ela não é ingrata, pelo contrário, tem uma essência muito boa.
Deu Angeline, sua opinião.
— Bom, o banho de água fria foi suficiente. Pensarei a respeito sobre Amélia e boa sorte para vocês. Referente ao caso, estarei aqui quando precisarem e estiverem de volta a Bianchi. Sobre Ophelia, aceite que talvez estes sejam seus defeitos. Panos brancos sujam com mais facilidade, e Ophelia tem um histórico enorme de situações onde ela foi vítima de algum abuso emocional. Ela precisa se cuidar se quiser continuar sendo apenas neurótica.
Disse Martini, despedindo-se da ligação.
Após toda a tragédia e repercussão, Arthur por sua vez, estaria extremente preocupado com sua irmã, e procurou Amélia para conversarem e desde então se reaproximaram. Amélia teria explicado que seu afastamento foi devido à seus problemas e que não estaria disposta a envolve-lo em algo duvidoso. Arthur deu seu apoio e sugeriu encontra-la mais vezes, Amélia concordou e assim foi, desabafando desde então todos os seus problemas.
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autosabotagens · 4 years
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— Religião, é o domínio da mente humana. Claro, para se ter espiritualidade não precisa ser um religioso... Propriedade, o domínio das necessidades humanas. Governo, o domínio da conduta humana. Representam a fortaleza e a escravidão do homem e todos os horrores que isso implica. Estudem para estarem cientes de todas essas coisas. E minha profissão, retrata justamente isso. Estou ciente de muitas práticas e movimentos sociais e agradeço pela força e coragem ao sairem nas ruas, para protestarem contra o atentado. Infelizmente, o caso ainda está sob investigação e subjaz minhas vontades em expor tudo o que ainda temos em pauta, para segurança de vocês. Mas breve, estaremos aqui discutindo meios de soluções. Enquanto isso, estaremos em confinamento. Ninguém sai ou entra na cidade. Temos poucos habitantes, mas há um assassino poderoso, acima das expectativas dos rótulos sociais. E ele está agora mesmo, vagando entre nós. Para quem ainda não me conhece, chamo-me Amélia Ricci, psiquiatra forense, e estarei obtendo análise participativa no caso, cujo estará sendo dirigido por Martini Blanchard e Angeline Antoniazzi, psiquiatra forense, advogados e investigadores criminais. Obrigado!
Dizia Amélia, em uma entrevista internacional ao vivo, sendo transmitida junto ao presidente de Vienna.
Após a transmissão ser encerrada, Bernardo que estaria na delegacia acompanhando a programação, fez uma ligação direta á Angeline, cujo atendeu e foi turbinada por gritos — Como não me avisaram que eu estaria fora do caso?!
— Oh! Esqueci de avisa-lo. Suas provocações me deixaram intimidada. Amélia tinha uma entrevista agendada com o presidente. Gostariamos que ficasse sabendo desta forma...
Sorriu e ironizou Angeline.
— Vou adorar enfraquece-la novamente.
Retribuiu Bernardo.
— Lembra quando ironizou meu sobrenome? Pois espero que tenha considerado que os Antoniazzi nascidos em Vienna, são influências dentro da polícia desde 1998.
Refutou Angeline.
— Devo me precaver. Aquele que luta com seus monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um montro. Nietzsche costumava dizer que quanto mais se olha para o abismo, o abismo olha de volta para você.
Disse o investigador, desligando o telefone em seguida.
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autosabotagens · 4 years
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Após colocar suas emoções para fora, o grupo de jovens o aplaudiram fervorosamente. Em seguida Martini deu início à um discurso: — Tudo é vário. Temporário. Efêmero. Nunca somos, sempre estamos. Jovens, tudo o que vivemos hoje não passará de uma experiência mutável que não será lembrada, a não ser por aqueles que nos amam. Valorize-os agora. Sei que muito de vocês perderam pessoas. Mas essa é a única chave para a imortalidade. Tudo é vão e muito é vaidade. Respirem intensamente e sejam puramente gratos pelo óbvio. Nunca saberemos especificamente as harmonias de proporções, simetrias de equilíbrio e perfeição em seu tempo do nosso fim.
Muitos se emocionaram, o abraçaram e ele se retirou para longe dali.
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autosabotagens · 4 years
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Após o interrogatório, todos se despediram e se direcionaram para seus destinos. Ophelia, havia ido com o irmão para sua casa. Amélia iria resolver assuntos com Angeline e Martini seguiu sozinho.
Sem carro, o professor se direcionou para o metrô, com intuito de praticar o óbvio, sua volta para casa, ele estaria com uns turbilhões de pensamentos e sentimentos bagunçados. Apaixonado, triste, preocupado, enfurecido, confuso e com medo. Chegando ao metrô, observou um grupo de jovens que estariam protestando contra o último atentado.
Cada um com a sua causa, perdidos em seus questionamentos. Alguns culpavam a segurança de Bianchi, outros levantavam o machismo como pauta e a obsessão dos homens pelo poder, alguns falavam sobre a grande parte da comunidade ser branca e com privilégios e o atentado seria uma forma de inferiorizar os cotistas, negros, LGBTQ+ e deficientes que estariam retomando parte do Instituto educacional. Mas no fundo, nenhum deles saberiam a causa.
Martini, ao observar a grande movimentação deu voz as causas, mesmo sabendo que nenhum deles estariam corretos. Ele apenas quis mostrar participação aos alunos e reconforta-lo, já que não poderiam lhe presentear com a verdade pois ainda era cedo, presenteou dando significado e apoio à cada um deles. Logo, Martini, envolveu-se, implodindo em prantos e cantou junto aos jovens que estariam ali, uma música que representaria suas insatisfações e desistência em seu subconsciente.
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autosabotagens · 4 years
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Assim que sua conversa com Amélia havia terminado, Bernardo iniciou o interrogatório com Martini, cujo advogaria por si mesmo: — Posso?
Disse Martini, se direcionando à cadeira mais próxima.
— Sente-se.
Afirmou Bernardo.
— Acredito que nos conhecemos de algum lugar...
Supôs Martini.
— Nunca nos conhecemos. Então, onde estava na madrugada do atentado?
Perguntou Bernardo, de maneira objetiva.
— Estava realizando pesquisas na casa de Amélia, enquanto a mesma corrigia seus trabalhos. Acabei dormindo, e infelizmente só soube da tragédia no dia seguinte. Depois disso nos direcionamos até a casa de um jovem, amigo próximo dela para auxiliar em suas crises.
Disse Martini, resumidamente.
— Entendo... Mas então, mudando de assunto, não se envergonha?
Questionou Bernardo.
— Perante?
Questionou Martini, confuso.
— Ser amigo de alguém que dedicou sua vida destruindo carreiras e deixando um rastro de destruição aonde ia.
Respondeu Bernardo, enquanto enchia seu copo de café.
— Creio que nossa relação seja totalmente profissional, detetive. Sobre quem escolho andar, não lhe diz respeito. Não sei como funciona sua relação com Amélia, mas não somos a mesma pessoa.
Afirmou Martini, desconfortável.
— Me parece desconfiado, sabe de alguma coisa?
Questionou Bernardo.
— Sim, sei de muitas coisas. Uma delas, é não confrotar um psiquiatra que pode facilmente entrar em você.
Ele disse de forma sutil.
— Isso foi uma ameaça?
Questionou Bernardo.
— Não, apenas sou fã de Hannibal.
Ironizou Martini, segurando o riso.
— Faça-me o favor, e poupe-me do seu humor sarcástico. Conte-me, sabe onde está Aurora Ricci?
Questionou o detetive, novamente.
— Ora, não sou pai dela. Mas que pergunta é essa? Óbvio que não. Nem me lembro o que comi hoje.
Disse Martini, já impaciente.
— Calma. Não acho que essa seja a melhor forma de se relacionar com alguém da polícia...
Ironizou Bernardo.
— Nada é mais desprezível que o respeito baseado na intimidação e no medo. Essa sua "forma" de se relacionar, diz claramente que você vem praticando abuso de poder, tentando investigar um caso pessoal ilegalmente, cujo foi demitido anteriormente pela mesma causa. Quer um conselho? Esqueça Aurora, e faça seu trabalho.
Afirmou Martini, pacificamente.
— Se tirassem tudo o que você tem, deixaria passar?!
Questinou Bernardo.
— Consequências são frutos de ações. Logo, meus pecados crescerão enquanto eu alimentá-los, pois demônios que eu crio, só eu posso calá-los. Não vemos as coisas como elas são e sim, como nós somos. Posso ir?
Disse Martini, apontando para porta de saída.
— Claro.
Respondeu o detetive, que se manteve calado diante das afirmações de Martini.
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autosabotagens · 4 years
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Assim que as interrogações terminaram com Amélia, Bernardo conversou com ela sobre Aurora colaborar como psiquiatra forense:
— Onde ela está? Precisarei de ajuda para iniciar os casos. Fomos vítimas de um atentado.
Ele questionou.
— Ora! Eu sou psiquiatra forense, o Martini também é psiquiatra e com várias especialidades. Contrate-nos ou vá atrás de minha irmã. Ela apenas quis ir embora. Não temos contato á anos! E não tenho razões para lhe dar informações pessoais sobre minha família ou vida. Aurora não tem nenhum contrato cujo deve satisfações á essa delegacia para prestar serviços. Faça-me o favor!
Respondeu Amélia, retirando-se da sala junto a sua advogada.
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autosabotagens · 4 years
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Enquanto ambos ficavam na casa de Ophelia, e se refugiavam das materias dos jornais por pelo menos algumas horas para manter a sanidade mental, Amélia recebe uma ligação da Angeline: — Tem uma hora para sairem de onde estão e voltarem para cidade.
Amélia confusa, calou-se junto aos outros e esperou que Angeline por si só, se explicasse: — A universade psiquiátrica de Bianchi foi atingida e a fundadora está com seu principal funcionário e braço direito, longe da cidade e ainda não prestaram esclarecimento ou depoimento para polícia. Podem ser suspeitos. Falo com vocês depois e não me causem mais problemas. Adoro meu emprego.
Disse Angeline, sendo irônica e objetiva, desligando o telefone logo em seguida.
— Temos álibis, vai ficar tudo bem. Vamos. Todos. Preciso de vocês.
Disse Amélia, aparentemente nervosa.
Chegando a delegacia, Amélia entrou junto a Angeline para prestar depoimento a polícia: — Veja se não é você! Amélia Ricci. Adoro seu nome, tanto poder. E olha para você: Aqui. Nessa porcaria novamente. Diga-me, como consegue?
Disse Bernardo, que estaria dirigindo o caso.
— Engraçado como você até parece, mas não age como homem.
Ironizou Amélia, sentada de frente para ele em uma sala, sendo gravada.
— Dizem que algumas coisas nunca mundam.
Sorriu Bernardo.
— Seja sincero, o que você vê em mim?
Questionou Amélia.
— Ganância, poder, vazio, falsas grandezas e furos de roteiro.
Respondeu Bernando, friamente.
— O que há em sua volta, é um reflexo do que existe dentro de você. Logo, eu só vejo no outro o que existe dentro de mim.
Respondeu Amélia, com um sorriso irônico.
— Como ousa me analisar?!
Questionou Bernardo, furioso.
— Só estou dizendo que a voz do inconsciente é sutil, mas ela não descansa até ser ouvida.
Disse Amélia, enquanto tocava as mãos do Bernardo, demonstrando ato de pena com gestos sarcásticos.
— Tirou tudo o que eu tinha e ainda ousa me analisar?!
Disse Bernardo, batendo de maneira bruta em sua mesa.
— O conhecimento é inevitável, não pode tirar o direito de expressão da minha cliente. Disse o que pensava sobre ela, de forma agressiva. Isso foi assédio moral, enquanto ela nada fez além de se defender, sem perder sua ética moral.
Disse Angeline, sendo interrompida por Amélia:
— Francamente, repetições de comportamentos perniciosos, são sintomas de primeiras experiências emocionais mal elaboradas. Tudo que se repete, carece de um pensar.
Ela continuava a provoca-lo.
— Amélia, eu fui o melhor advogado de Vianna.
Ele sorriu, com um olhar furioso.
— Bernardo, ninguém supera uma dor sem antes compreende-la. Você destruíu sua própria carreira, quando decidiu destruir a minha. Tudo o que nos irrita no outro, nos leva ao conhecimento de nós mesmos.
Disse Amélia, sutilmente, erguendo sua sobrancelha esquerda, como demonstração de desafio.
— Basta dessa brincadeira. Tudo é psicologia para você? Tudo não passa de "jogos mentais"?
Sorriu Bernardo.
— Somos seres biopsicosocioculturais. O "psico" explica nossos comportamentos e somos comandados por eles. A forma que interagimos, envolve a cultura social, e somos controlados pelo cérebro então, sim. Cada passo seu é psicologia pra mim.
Ela retribuia seu sorriso.
— Não passam de palavras muito baratas, e textos decorativos.
Bernardo ironizava.
— Se refere a sua formação em direito? Pois tudo o que me incomoda no outro, diz respeito sobre si mesmo. Já percebi que tem muitos gatilhos.
Amélia continuava.
— Tudo bem, muito engraçado.
Sorriu Bernardo.
— Deveria aprender com suas experiências negativas. Sinto falta da sua grande população de neurônios excitatórios na região mediana da rafe (tronco encefálico), recebendo informações de vários centros cerebrais relacionandos às experiências negativas. Suas células nervosas deveriam ser essenciais a aprendizagem de eventos aversivos, mas não por estímulos recompensadores.
Explicou Amélia.
— Não entendi uma única palavra.
Disse Angeline.
— Uma das principais funções do sistema nervoso central é memorizar experiências propiciando aprendizados úteis e comportamentos futuros mais acertados. Os eventos adversos precisam ser avaliados e memorizados rapidamente. O que quis dizer agora pouco, foi basicamente uma piada, sobre o Bernardo aparentar ter uma disfunção aparente nesse processo de aprendizagem com suas experiências negativas.
Amélia explicava sutilmente, de maneira rápida, cujo mal conseguiam acompanhar.
— Não é difícil ter esse senso de humor tão labiríntico? Como mantém seus relacionamentos assim?
Questionou Bernardo, de maneira irônica.
— Diga-me você. Não deve ser difícil se manter nesse senso de humor superficial rodeado pelo imensivão da ignorância? O seu cérebro não ecoa de tanto vácuo? Sobre os relacionamentos, eu prefiro viver sozinha do que me tornar dependente das validações de pessoas desinteressantes. Julgue-me como quiser, afinal, eu não sustento minha autoestima com base as suas empobrecidas ideias.
Sorriu Amélia.
— Agora que já mataram a saudade, podemos começar? Afinal, não temos o dia todo. Podem marcar um jantar romântico outra hora.
Ironizou Angeline.
— Certo. Onde esteve pela manhã?
Sorriu Bernardo, sutilmente.
— Estava em casa, corringindo trabalhos, depois me direcionei a casa de um amigo próximo, que teve risco de crises psicoticas sem a irmã por perto, fui com o Martini até lá. Ele é especializado, e quis ajudar. Ele estava preocupado por ter chances da irmã ser vítima do atentado... mas ela estava bem. Depois, corri para cá no intuito de resolver algumas questões e claro, prestar esclarecimento. É muito triste como as coisas vem acontecendo em Bianchi. Confesso que estou emocionalmente abalada nesse momento. Isso explica minha impaciência com suas provocações iniciais. De uma forma ou outra, desculpe-me.
Respondeu Amélia, de maneira esclarecedora.
— Você tem câmeras em casa e álibis... Está liberada. Desculpada também. Chame o próximo.
Disse Bernardo, cansado de Amélia.
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autosabotagens · 4 years
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Assim que chegou, estacionou seu carro e abriu a porta de sua sala, e então se deparou com um grupo de pessoas em sua casa:
— O que ela faz aqui?! O que está fazendo?! Tire ela daqui.
Disse Ophelia enfurecida por se encontrar com seu irmão Louis, sentado em seu sofá ao lado de Amélia e Martini.
— Não seja ingrata! Vim lhe ajudar.
Respondeu Amélia.
— Você adora confundir seus alunos com sua empatia falsa, cheia de arrogâncias e falsas grandezas. Olhe para mim! Tenho tanto dinheiro quanto você! Cansei de ser só mais uma de muitas. Eu tenho cara de quem precisa de ajuda?!
Respondeu Ophelia, furiosa.
— Como psiquiatra ou amigo? Se for como psiquiatra, talvez sim.
Respondeu Martini.
— Saia da minha casa. O que você faz aqui, Martini?! Parece o chaveirinho da família Ricci.
Respondeu Ophelia, furiosa e confusa, desorganizando suas emoções.
— Ninguém é obrigado a lidar com sua neurose, Ophelia. Fale o que quiser para disfarçar suas projeções sobre mim. Eu sei que quando se direciona a mim como "chaveirinho", seu subconsciente fala de si mesma. Pois foi assim que se sentiu com a conversa difusa naquele consultório com o Bernardo. Se sentiu usada, não foi, "ovelhinha"? Não se preocupe, é isso o que ele faz, entra na sua cabeça.
Disse, Martini, muito cauteloso.
— "Entra na minha cabeça"? Como você está fazendo agora?!
Sorriu Ophelia, de forma irônica e furiosa.
— Eu precisei de ajuda. Liguei para Amélia pois não sei dirigir e estou ilhado sem celulares, só tinha acesso às ligações... E como você sabe, essa casa fica á deriva, tudo é muito longe de onde você estuda. Meu único acesso é a minha faculdade Belas Artes aqui ao lado...
Explicava Louis, sendo interrompido por Amélia: — Ele achava que você estaria na faculdade no momento do atentado. Não se lembrava se estava no meu consultório ou na aula. Para sua segurança, vim até ele para ser companhia e proteção. Lhe liguei várias e várias vezes. Estávamos preocupados. Resolvemos esperar, e se não voltasse para casa, iríamos todos juntos atrás de você. Como ele mesmo disse, não tinha transporte para ir até você, Ophelia.
— E o que ele faz aqui?
Disse Ophelia apontando para seu professor Martini.
— Eu sou psiquiatra, a especialidade da Amélia é forense. Mas eu sou especialista em psicose. Seu irmão ao que chegou em meus ouvidos tem transtorno dissociativo. Ele poderia ter crises segundo Amélia, como já estavamos juntos, resolvi acompanha-la.
Respondeu Martini, de forma madura, relevando os ditos pela Ophelia, por conta de seu estado alterado.
— Ok. Entendi. Estou viva. Muito obrigada e podem ir.
Disse Ophelia, sentando-se se maneira debochada.
— Ouçam o que eles tem a dizer. Por favor.
Disse seu irmão Louis.
— Eu gostava mais do Pedro. Ele tinha razão sobre não confiar a história da Francine com Amélia.
Ironizou Ophelia.
— Não é atoa que o Pedro é sintoma da minha psicose. Escute-os.
Afirmou Louis.
— Ok. Estou ouvindo.
Ophelia cedia ao pedido do irmão.
— Angeline me ligou comunicando sobre o atentado. Tenho vários problemas e assuntos para resolver perante a Universidade. Inclusive já sei a razão de termos sidos atacados, desvendamos o antidoto que foi usado na Francine. Claro, ele precisa ser aperfeiçoado mas quem está por trás disso, não está feliz. Sou tão vítima quanto você nessa história. Se está chateada por conta das acusações do Bernardo, tudo bem. Tem direito de se chatear. Voc�� me contou sua história e não lhe contei as minhas.
Disse Amélia.
— Certo. Conte-me.
Respondeu Ophelia, que já estaria finalmente a ouvir atentamente.
— Todos sabem a história romantizada da minha família, mas vamos lá. Meu pai era um magnata, psiquiatra forense, morreu num incêndio na mansão antiga dos Ricci em 1999. Todos sabem disso. Eu fui criada pela mãe, e era ainda criança, quando minha irmã já era mais velha na época. Quando cresci e me formei, investiguei por mim mesma a morte do meu pai, chegando a conclusão que Aurora Ricci (minha irmã), provocou o incêndio, colocando a culpa em mim, como um acidente ou melhor, homicídio doloso. Como eu era de menor e tinha bons advogados, não pude ir presa mas passei metada da infância internada em um hospital psiquiátrico, pela responsabilidade de uma morte grande como a do meu pai, que por sinal, era falsa. Descobri também a psicopatia da minha irmã, que sempre foi uma boa psiquiatra forense, quase igual a meu pai, só não igual pela frieza. Eu e Aurora tinhamos uma rivalidade profunda, até o dia que cansada de suas provocações, quando Aurora tentou recriar o antídoto do pai, para desencadear psicopatia (uma teoria que ele escreveu em 1998, sem intenção de publica-lo, apenas um estudo livre e genuíno), Aurora quis aperfeiçoa-la para vender para a mafia da indústria farmacêutica e sabe lá Deus, como iriam usar. Sobre as acusações de "eu estar supostamente dependendo meus pacientes", isso foi a própria Aurora quem forjou. Ela queria destruir minha carreira quando a confrontei. E também fez com que eu perdesse a credibilidade quando a acusasse. Como ela e eu tínhamos bons advogados, a batalha travou na justiça, e nunca terminou de se estender. Então, quando planejei levar a história á público, ela descobriu antes mesmo que eu o fizesse, e tentou acabar com minha credibilidade profissional para que minha índole se manifestasse duvidosa e ninguém acreditasse em mim. Então eu desisti.
Disse Amélia, segurando suas lágrimas, pois pela primeira vez falaria abertamente sobre seus gatilhos emocionais.
— Certo, estou tentando processar. São muitos estímulos e informações ao mesmo tempo. O que exatamente Aurora Ricci queria causando aquele incêndio e colocando na sua responsabilidade?
Questionou Ophelia.
— Ora, vamos lá Ophelia! Não era você quem queria ser forense? essa dúvida não deveria nem chegar a ser uma dúvida para você.
Martini a repreendia, enquanto ascendia um cigarro.
— Diga-me Ophelia, o que um psicopata busca?
Questionou Amélia.
— Status, poder e diversão... Entendi. Aurora Ricci buscava a herança do seu pai, e como sabia que era reconhecida como a filha inteligente, seria a principal herdeira. Lhe culpou para se livrar da dor e pela auto preservação, obtendo então status, poder e claro, diversão.
Respondeu Ophelia.
— Mas isso não é tudo. O grande problema é que atualmente estão atrás desse antídoto e não sabemos ao certo quem. Por isso, quando soube da história da Francine desde o início eu estranhei. Ninguém queria que eu me envolvesse por ser sujo demais. Mas aqui estamos nós.
Revelou Amélia.
— A própria Aurora Ricci está causando isso. Não é óbvio?
Questionou Ophelia.
— Justamente por ser óbvio, não é ela quem está por trás disso.
Ironizou Martini.
— Como assim? Ser "óbvio" não anulam as possibilidades, pelo contrário, aumentam elas. Isso é lógica.
Afirmou Ophelia.
— Não. Aurora Ricci está presa até a batalha na justiça terminar. Quando o caso foi reaberto, anularam totalmente a minha participação. E ela se tornou a principal suspeita do crime. Como é muito poderosa, resolveram prende-la até terminar e sem provas, ela deve ser solta. Estão investigando. Minha advogada vem tentando conseguir tempo. Mas Aurora não pode sair.
Afirmou Amélia.
— Minha supeita é o Bernardo.
Afirmou Martini.
— Não, o Bernardo é só um advogado mal amado.
Ironizou Amélia.
— Mas vive procurando pela Aurora. Como se quisesse chegar até ela.
Afirmou Martini.
— Mas Bernardo não tem conhecimento do antídoto. Ele apenas tem uma rivalidade comigo de anos. Antes de ser o melhor advogado de Vianna, foi reporter disfarçado. Vivia criando matérias que conspirassem contra mim, com inuito de ganhar fama. Eu era sua escada para o sucesso. Ele tem apresso pela Aurora por a mesma ter vendido informações falsas sobre mim. Por isso a busca incansável atrás dela. Ele não pode descobri sobre minha família. O que aquele desgraçado não faria se soubesse do antídoto?
Relatou Amélia, enfurecida.
— E quem dirás que ele já não sabe?!
Ironizou Louis, que estaria calado boa parte do tempo, e roendo suas unhas.
— Ele não sabe. Se soubesse, não pediria a participação da Aurora no caso. Apenas publicaria a matéria.
Disse Amélia.
— Enfim, preciso ir até seu consultório pegar meu casaco. O esqueci lá. E também... Aqui não parece seguro. Nenhum lugar parece seguro. Algum dos dois tem porte de arma?
Ophelia disse, farta do assunto e exausta de tantos problemas.
— "Exploda-se o mundo e devolva meu casaco", é tudo o que pensa? Não, não tenho porte de arma, tenho livros, muito mais perigosos, se não fossem, a educação do governo de Vienna, seria muito melhor e acessível.
Disse Amélia, sorrindo ao final da frase.
— Pegue leve com Ophelia, dê um tempo para que ela absorva as informações. É muito para processar... Não temos porte de arma, mas Amélia tem seguranças, lembre-se disso.
Disse Martini, cauteloso.
— Com ou sem casaco, você e nem ninguém aqui vai voltar aquele consultório. Se bem conheço esse jogo, aquela porcaria foi grampeada pelo Bernardo. Ou você acha que ele foi lá de graça afrontar a Angeline?! Lembre-se do que ele diz: "Tudo tem um preço, ovelhinha."
Ironizou Amélia, de forma desprezível perante a situação.
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autosabotagens · 4 years
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Ophelia teria passado um tempo com Cacau e sua mãe. Cacau que teria entrado em coma, estaria em um hospital precário, Ophelia então sugeriu a transferência para sua mãe, como Cacau não tinha condições e até para cursar a faculdade, teria entrado como bolsista, sua mãe se sentiu tentada:
— Como irá pagar? Eu adoraria a oferta, mas não posso aceitar. Não posso sobrecarrega-la. Já fez o suficiente estando aqui comigo. Cacau me disse que conseguiu o melhor estágio de Bianchi. Deve estar ocupada...
Disse ela.
— Ora! Olhe para mim, tenho tanto dinheiro mas de nada me serve. Vejo que para você, é suficiente para amenizar seus problemas. Está com sua filha no leito. Não se preocupe, os meus problemas não envolvem a falta do dinheiro e sim o excesso dele que me restou apenas solidão. Parece que todas as pessoas a minha volta são tiradas de mim... E sobre meu estágio, entendi a razão de meus pacientes não terem comparecido. Tinham 1h de palestra teorica na faculdade antes de irem ao consultório que trabalho. Talvez tenham sido vítimas... Enfim, solicite a transferência, deixe o resto comigo. Sabe como me encontrar. Tome, este é meu endereço.
Disse Ophelia tirando uma caneta e papel de sua bolsa, anotando rapidamente e seu endereço e entregando para mãe da Cacau, a qual chorou agradecida, retribuindo com um longo abraço afetuoso.
— Preciso ir. Mas será só uma de muitas visitas. Sua filha irá sair dessa.
Disse Ophelia se despedindo daquela jovem mãe entristecida.
Ela se direcionou até a saída do hospital, enxugou suas lágrimas, respirou fundo e foi de metrô para faculdade, onde precisaria retomar com seu carro que teria deixado no estacionamento da Universidade.
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autosabotagens · 4 years
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Ophelia se direcionou até sua faculdade. Mas assim que chegou lá, se deparou com vários policiais e uma surra de repórteres. Perdida, perguntou á um dos oficiais o que estaria acontecendo: — Você não soube?! Houve um atentado aqui em Vianna, na nossa cidade em Bianchi. Você não deve entrar, estamos investigando o caso. Mantenha distância.
Relatou ele, a afastando do local para protege-la.
— Espere! Alguma vítima até então?
Questionou Ophelia, sendo levada para trás por meio da multidão.
— Sim, várias, uma delas é minha filha. Ela está em risco, vai ser levada agora para o hospital.
Disse uma mãe, desesperada, reconhecendo Ophelia por ser uma velha amiga de sua filha.
— Você... Eu lhe conheço. A senhora é mãe da Cacau? Posso ir com vocês? Sou uma velha amiga tenho certeza que posso ser mais uma mão amiga para ajudar. Ela esteve comigo quando perdi meus pais.
Ophelia insistiu, enquanto descia uma lágrima de seus olhos, comovida com tudo o que havia acontecido.
— Claro, Ophelia. Tem lugar para mais um na ambulância. Suba.
Disse sua mãe, que mesmo entristecida não perdeu seu jeito carinhoso.
Ophelia nesse momento recebeu novamente uma ligação insistente de Amélia, cujo mais uma vez foi recusada. Ophelia então antes de subir na ambulância, atirou seu celular no rio em frente a universidade e nesse momento ela entendeu que estaria brincando com o fogo, e o que viu até então teria sido apenas sua fumaça.
Em seguida, subiu na ambulância e seguiu com sua amiga Cacau para o hospital mais próximo.
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autosabotagens · 4 years
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Amélia havia virado a noite sem conseguir dormir, pensando nas mortes da universidade. Ela por sua vez, não quis acordar Martini para lhe dar a notícia, e esperou amanhecer para evitar que ambos permanecessem acordados, ansiosos e sem nenhum controle da situação. Apenas seria mais em mergulhado um dores.
Enquanto o dia começava e já havia caos pela cidade, com vários protestos, a paz reinava no consultório da Doutora Ricci, pelo menos por enquanto...
Ophelia já havia se direcionado, para exercer seu trabalho, estagiando. Mas, após duas horas esperando seus pacientes, estranhou como depois das análises produtivas, eles simplesmente deixaram de comparecer sem antes encerrar o tratamento totalmente ou avisarem sobre a ausência.
Ophelia confusa, pediu que a secretária da doutora, que deixasse um recado com os dois pacientes. Em seguida, se direcionou novamente para sua sala e organizou as suas coisas para ir direto para faculdade, quando recebeu a visita de um detetive policial: — Bom dia. Doutora Ricci?! Já ouvi muitas histórias, menos a que teria cabelos azuis.
Ironizou o detetive.
— Não sou ela, sou apenas a sua estagiária. Prazer, Ophelia.
Disse ela, nervosa, esticando sua mão.
— Ophelia... nome interessante. Teria alguém para confirmar esse estágio?
Sorriu o detetive, enquanto apertava sua mão cuidadosamente.
— Sim, a própria doutora. Se quiser, passe mais tarde para confirmar e aproveitar para resolver seus assuntos. Gostaria de deixar recado?
Disse Angeline, que estaria dando uma passada no consultório, para monitorar as coisas, se deparando com a situação.
— E você é?!
Questionou ele.
— Braço direito e representante do nome dela: Angeline Antoniazzi. Vale ressaltar que seja qual for o assunto dessa vez, ela só irá prestar qualquer tipo de esclarecimento comigo. Sou sua advogada. Já nos conhecemos, se lembra?!
Ela ironizou, organizando sua papelada, enquanto o detetive reparava em seu crachá, o qual confirmava seu cargo.
— Sim... agora que falou, de fato, já nos conhecemos. Já contou para a sua nova "ovelhinha" quem são os Ricci?
Ele sorriu, enquanto olhava para a saia da Antoniazzi.
— Por favor, retire-se da sala Bernardo.
Angeline afirmou.
— Quem são os Ricci? O que ele quis dizer?
Questionou Ophelia.
— São pessoas que deram duro e comandam a maior indústria psiquiátrica de Vienna. Fundando a sua universidade aqui em sua cidade de Bianchi. Apenas.
Disse Angeline, sendo objetiva.
— Essa é a parte que todos nós já conhecemos, concorda, Antoniazzi? Não seja chata...
Disse Bernardo, enfatizando o sobrenome da Angeline com ironia para ridiculariza-la, pelo tom de superioridade.
— Você não passa de um dramaturgo inútil. Saia.
Respondeu Angeline.
— O Bernando não lhe disse seu nome em nenhum momento, mas você se lembrava dele e de seu nome. Nossas memórias são associadas as emoções. Arrisco-me dizer que para se lembrar de um detetive tão "dramaturgo inútil", você deve ter sentido algo muito forte que o envolveu. O que eu não sei?
Questionou Ophelia, muito astuta.
— Para uma ovelha, você me parece uma loba, menininha. Amélia foi acusada por manter um padrão antiético em sua terapia, tornando seus pacientes dependentes dela. Foi processada por uma psiquiatra forense, mais conhecida como Aurora Ricci, a qual nunca consegui localizar. Pergunte sobre ela. É a sua irmã mais velha. Fui demitido pelos meus superiores por enfatizar o caso, o qual arrisco dizer que foram comprados com dinheiro. Todo mundo tem um preço, ovelhinha. Qual o seu para estar aqui?
Disse Bernando, atencioso.
— Experiência. E o seu?
Ela disse, receiosa.
— Vingança. Mas, esse é um assunto para depois. Hoje vim por puro "altruísmo". Apesar de terem acabado com minha carreira profissional, vim obrigado a pedir ajuda para que ela me auxilie nas investigações desse atentado. Entretanto meu superior não teve outra opção, a não ser me preocurar, pois apesar de tentarem destruir minha vida profissional, em Bianchi não haviam substitutos. Preciso da Amélia e da Aurora como atuante na área forense. Avise a doutora Amélia que voltei, e que arrume um bom advogado, pois muito provavelmente ela terá que me dizer consequentemente onde Aurora está. Ela é a melhor psiquiatra, mas eu sou o melhor advogado de Vianna. E pelo visto, não adiantou se livrar de mim. Você como advogada, só fez procrastinar o destino.
Disse Bernardo, enquanto retirava-se.
— O que aconteceu aqui?!
Disse Ophelia, desnorteada.
— Todas as pessoas tem uma persona e uma sombra. Deveria saber disso. Agora vá. O que tiver que esclarecer, esclareça com ela. Não cuido de questões pessoais e sim profissionais. Aconselho que aproveite o estágio e não abra mão de oportunidades por imaturidade. Muitos dariam tudo para chegar onde você está. O mundo é adulto, cresça com ele.
Afirmou Angeline, observando Ophelia se retirar da sala de maneira furiosa.
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autosabotagens · 4 years
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Amélia, ouviu todo o resultado dos testes, e demonstrou alívio ao saber que era algo inacabado, assim poderia suspirar. Entretanto, ainda estava correndo perigo por uma série de questões. Havia uma maníaco solto, tentando consumir a humanidade com uma falsa ‘’evolução’’ racional. Cansados de conspirar e fritar os neurônios com teorias, direcionaram-se para casa da Amélia, onde finalmente poderiam descansar. Martini exausto trancou-se no quarto e passou horas estudando, perdendo a noção do tempo, e ali resolveu ficar, pois estaria tarde demais para voltar para casa. 
Após se dar conta que já eram mais de meia-noite, Amélia saiu para tomar um longo banho. Após horas presa no chuveiro, desfrutando de boas músicas, vestiu-se, saiu para a sala, abriu as cortinas, deitou-se em seu longo sofá, ligou sua televisão e relaxou. E então, depois de 5 minutos de um noticiário sem muita relevância, ao esticar o braço, com o controle da televisão em mãos, para trocar de canal, eis que surgiu uma interrupção em todas as programações, para anunciar uma das maiores tragédias da atualidade, solicitando a nação 1 minuto de silêncio:
— Equipe anônima de jovens, denominados entre si por “Cálice Negro”, atacam 2 universidades federais em 2 cidades direrentes em Vienna: Macci e Bianchi. Não se sabe como e quem são os autores por trás da execução de todo massacre.
Entre as vítimas, estão alunos de diversos cursos, além de professores, funcionários de inúmeros cargos, amigos e familiares próximos das pessoas que ali estavam. O atentado gerou 3 vítimas e 30 pessoas desaparecidas; assassinos estão sendo procurados.
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autosabotagens · 4 years
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Martini já se encontrava na estação de aquisição de imagens, enquanto Amélia estaria na mesa sendo avaliada por ele. Logo alguns minutos, Martini pode notar uma alteração junto aos neurologistas que se encontrariam ali, após alguns minutos: 
— Dois tipos de imagens cerebrais foram coletados. Imagens com tensor de difusão (ou DTI, um tipo de ressonância magnética que obtém imagens de tecidos biológicos a partir da difusão da água entre as células) mostraram uma redução da integridade estrutural das fibras de substância branca que ligam o vmPFC e a amígdala. Imagens feitas com ressonância magnética funcional (fMRI), por sua vez, mostraram menos atividade coordenada entre os dois.
Afirmou um dos médicos.
— O que ele disse?! Por favor, repete na minha língua.
Questionou Natan, que estaria sentado observando os testes.
— Em outras palavras, essas duas estruturas cerebrais, que os neurologistas acreditam serem responsáveis por regular as emoções e o comportamento social, parecem que não estão se comunicando como deveriam – o que pode ajudar a explicar o comportamento insensível de muitos psicopatas. Mas isso é estranho pois Amélia não tem essa estrutura cerebral.
Explicou Martini.
— E... qual é a ‘‘estrutura’‘ dela?
Questionou Natan, sendo julgado por olhares dos profissionais da sala.
— Eu sei que irá acabar sem uma, se continuar me desconcentrando.
Murmurou Martini.
— Ora! Eu nem sei o que estou fazendo aqui. Foda-se essa merda.
Disse Natan enfurecido, levantando-se e indo até a porta quando Martini disse: — Ela está voltando ao normal!
— Como?!
Respondeu Natan.
— Está inacabado. Esse aroma contém alguma fórmula que instiga á psicopatia. Na Amélia funcionou temporariamente, ainda está incompleto. Talvez a Francine soubesse disso. Ela pôde ter se matado por dois motivos, 1- Ela não suportaria viver sem amar, 2- Ela teve outra reação, semelhante ao desequilíbrio químico no cérebro, desencadeando uma depressão, levando ao suicídio. E eu acho a segunda opção muito mais interessante.
Disse Martini.
— Por que a primeira se torna irrelevante?
Perguntou Natan, sentando-se novamente.
— Porque ninguém que já tivesse desencadeado psicopatia, se mataria por não conseguir amar. Não faz sentido.
Afirmou Martini.
— Como se desenvolve isso? Isso deveria ser impossível, para a psiquiatria já se nascem assim.
Questionou um dos neurocirurgiões.
— Na verdade, a tomada de decisão dos psicopatas é semelhante à de pacientes com danos em seu córtex pré-frontal ventromedial (vmPFC), o que reforça as evidências de que a psicopatia possa estar ligada a problemas nessa parte do cérebro. O estudo de tomada de decisão mostrou indiretamente o que o estudo atual mostra diretamente: há uma anormalidade específica do cérebro associada com a psicopatia criminal. Ou seja, para desenvolve-la, precisa-se retardar o funcionamento do sistema límbico. E é justamente o que esse antídoto faz. Acabamos de chegar perto. Acho que acabamos por aqui, retirem Amélia da mesa.
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