Tumgik
alchemyandchemisty · 6 years
Text
DIMITRI MENDELEEV (1834-1907)
O químico russo tinha uma personalidade muito forte, por isso só conseguia trabalhar sozinho. Criou um laboratório improvisado em seu apartamento, aonde fez descobertas importantes sobre estruturas atômicas, valência (capacidade de um átomo de se combinar com outros) e propriedades dos gases. Quando ele descobriu que as propriedades dos átomos decorriam de sua massa, criou uma tabela com 63 quadrados, cada qual com o símbolo de um elemento, sua massa atômica e suas propriedades físicas e químicas; e foram agrupados em ordem crescende de suas massas. Era a primeira versão da tabela periódica. A classificação de Mendeleev tinha ainda espaços em branco, o que indica que ele previa a descoberta de novos elementos. Os químicos dessa lista foram selecionados pela pesquisadora e professora Silvia Waisse. Além de editora da revista eletrônica Circumscribere: International Journal for the History of Science, Silvia faz parte de um grupo de docentes da PUC (Pontifícia Universidade Católica) que constituem o Centro Simão Mathias de estudos em História da Ciência (CEMISA). Silvia também cita a importância de Simão Mathias para a química brasileira. Ele foi um dos fundadores do Instituto de Química da USP e a medalha de honra que a Sociedade Brasileira de Química confere anualmente é a “Medalha Simão Mathias”. Recentemente foi publicado o livro Centenário Simão Mathias: Documentos, Métodos e Identidade da História da Ciência e, em breve, outro será lançado: Simão Mathias - Cem Anos: Química e História da Química no início do Século XXI, com trabalhos de importantes historiadores da química atual e entrevistas com responsáveis pelo desenvolvimento da química no país.
0 notes
alchemyandchemisty · 6 years
Text
JOHN DALTON (1766-1844)
Físico e químico inglês, criou da teoria atômica . Ficou conhecido também pela descoberta do daltonismo – anomalia da visão de cores-, doença que ele próprio tinha. Com a publicação "Absorção de gases pela água e outros líquidos", estabeleceu o princípio básico de sua teoria: a pressão total de uma mistura de gases é igual à soma das pressões parciais dos gases que a constituem. A pressão parcial, aí, seria a pressão de cada gás individualmente. Em seguida, com base nessa teoria, criou outra, a Teoria de Dalton, na qual constatou que os átomos de determinado elemento eram iguais e de peso invariável. Nessa época, ainda não se sabia a fórmula molecular dos elementos, mas ele também verificou que os átomos de diferentes elementos são diferentes entre si.
0 notes
alchemyandchemisty · 6 years
Photo
Tumblr media
primeira tabela
0 notes
alchemyandchemisty · 6 years
Text
ANTOINE LAVOISIER (1743-1794) A famosa frase “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” é a definição do químico francês para sua teoria de conservação da matéria. Ele descobriu que a combustão de uma matéria só acontece com o oxigênio (elemento que identificou e classificou), derrubando a teoria do alemão Stahl. Junto com Claude-Louis Berthollet, publicou o estudo "Método de Nomenclatura Química", propondo uma reforma na linguagem da química. Desvendou a composição química da água: dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Além disso, com o clássico “Tratado Elementar da Química”, separou definitivamente a química da alquimia. A sua mania de sempre pesar na balança tudo o que analisava levou-o a descobrir que a soma das massas dos reagentes é igual a massa do produto de uma reação e criar a Lei de Conservação das Massascriar a Lei de Conservação das Massas.
0 notes
alchemyandchemisty · 6 years
Text
JAN BAPTIST VAN HELMONT (1579- 1644)
Além de químico e bioquímico, o belga Van Helmont também era médico e fisiologista. Assim como Paracelso, estudou a magia e a ciência tradicional, mas, diferente do seu anterior, valorizou muito mais o trabalho experimental e quantitativo do que a filosofia. Rejeitou o que se conhecia anteriormente por elementos da matéria - Aristóteles definiu quatro (ar, terra, fogo e água) e, Paracelso, três (sal, enxofre e mercúrio). Para ele, a matéria constituía apenas de ar e a água. A partir daí, constatou que a fumaça de combustão não era similar ao ar e ao vapor de água, como se acreditava anteriormente. Acabou nomeando essas fumaças de gás e passou a considerar a existência de gases no ar e nas reações químicas. Investigou e classificou um grande número de gases, tais como o dióxido de carbono, monóxido de carbono, entre outros, originados de águas termais, da queima de carvão, da fermentação e das erupções das minas.
0 notes
alchemyandchemisty · 6 years
Text
PARACELSO (1493- 1541)
O suíço Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, mais conhecido como Paracelso, era um conhecedor multifacetado. Ele estudou e escreveu sobre medicina e química, mas também sobre misticismo e filosofia. Foram as suas contribuições que iniciaram o processo de transformação da alquimia em química moderna. “Paracelso entendia a química como chave para a compreensão do universo”, explica o professor de história da ciência da USP Paulo Porto. E por isso sempre foi muito criticado. Quando jovem viajou pela Europa e Oriente Médio curando doentes. Mais tarde ganhou inimigos por todos os lados, quando, como professor, convidou o povo para uma aula aberta e queimou livros da medicina clássica em praça pública - um absurdo para a época. O cientista conhecia muito bem a alquimia e por isso identificou problemas na ciência clássica. Foi pioneiro ao dar à medicina princípios de uma filosofia química. Pela primeira vez, utilizou-se de remédios químicos e compostos metálicos dos alquimistas para criar tratamentos para diversas doenças como, por exemplo, a quimioterapia (com enxofre, cobre e mercúrio). A observação da natureza fez que com ele entendesse que a análise em laboratório da matéria era forma de se obter conhecimento.
0 notes
alchemyandchemisty · 6 years
Text
NICOLAU FLAMEL
A primeira coisa que vem à nossa cabeça quando se fala em Pedra Filosofal é o clássico primeiro livro/filmeda saga Harry Potter. E por lá se inicia a nossa análise sobre esse, que sem sombra de dúvidas foi o assunto mais comentados entre o final da Idade Média e início da Moderna, ressuscitado com o trabalho de J.K. Rowling. Relatos, alguns de cunho religioso, afirmam que já se existia conhecimento acerca da Pedra Filosofal desde os tempos da criação bíblica do mundo, onde Adão, criado por Deus a partir do barro, detinha instruções específicas que lhe garantiam a perfeita fabricação de um objeto capaz de transformar qualquer metal em ouro. No entanto, foi no tempo em que se acreditava que o planeta Terra era plano que surgiram os primeiros boatos sobre a real existência de um utensílio ao qual deram o nome de Pedra Filosofal. Harry Potter e a Pedra Filosofal CapaSegundo a alquimia, uma espécie de ciência que fazia uso dos princípios de áreas como Química, Astrologia, Magia, Antropologia, Metalurgia, Matemática, Misticismo e Religião, e seus praticantes, os alquimistas, a Pedra Filosofal (ou Lapis Philosophorum, em Latim) era uma substância presente em qualquer parte da Universo, todavia, por conta de sua complexa composição, não havia sido encontrada ou, se encontrada, aqueles que a detinham ainda não teriam sido capazes de realizar estudos profundos sobre suas propriedades mágicas. A Pedra, por obra do acaso, do divino ou ciência pura, seria capaz de transformar qualquer tipo de metal inferior – chumbo, por exemplo – em ouro, o metal mais caro até então, sem que houvesse a necessidade de sacrifícios. Nesse caso, sem acrescentar nada ao chumbo para que ocorresse o processo de transmutação. Era também através da Pedra Filosofal que se poderia adquirir o Elixir da Vida Longa, capaz ampliar a vida – ou tornar imortal – quem fizesse seu uso. Atualmente isso parece loucura, mas na época em que o assunto caiu na boca do povo, foi motivo de grandes revoltas, principalmente levando em conta o fato de o objetivo da alquimia ser “Ampliar a vida e o conhecimento universal”. Convenhamos, última coisa que os governantes do momento queriam era que os seus súditos passassem a ter pensamento lógico e crítico, o que não quer dizer que esse tipo de ideologia governamentista tenha se perdido na história. Pedra Filosofal Alquimista fabricando a Pedra Filosofal, Wikimedia. As ameaças por parte da monarquia estavam se tornando cada vez mais frequentes, contudo, em meio a centenas de experimentos e fracassos, eis que surge uma das figuras mais importantes para as discussões sobre da Pedra Filosofal, Nicolas Flamel. Nicolas Flamel Nicolas Flamel, Wikimedia. Flamel nasceu entre os anos de 1330 e 1340. Durante a sua vida, desenvolveu trabalhos como copista, escrivão e vendedor, mas foi em 1370 que sua figura começou a ganhar fama. Segundo a lenda, voltando de uma viagem, Nicolas encontrou um sábio judeu que traduziu um dos livros que estava sob seu domínio – o tal livro continha a fórmula para a criação da Pedra Filosofal. A história ainda conta que, após isso, Flamel saiu da alquimia teória e passou a dedicar-se à prática, onde, a partir dos anos 1380, foi capaz de realizar a primeira transmutação, criando, assim, ouro. Há quem duvide do feito, mas, para deixar as autoridades ainda mais flamejantes, o pobre velho (já não tão pobre assim) dedicou-se também às obras de caridade. Construiu igrejas, cemitérios, hospitais e, todos eles, com muito ouro e esculturas – de ouro – que remontavam à alquimia. Após isso, em 1418, Flamel foi decretado morto. Sua casa foi saqueada inúmeras vezes por ladrões que, sem sucesso, buscavam a chave para a criação da Pedra Filosofal. Porém, sem nenhuma explicação plausível, nas tumbas de Nicolas e Perrenelle, sua esposa, foram encontrados somente suas vestes. Os corpos estavam ausentes. E isso foi a gota d’água para o surgimento de novas conspirações a respeito da existência da Pedra Filosofal. Agora, não apenas ouro, acreditava-se que o dito morto foi capaz de produzir o Elixir da Voda Longa e, com isso, ter salvado a sua vida e a de sua mulher. No fim das contas, Flamel deixou um testamento para seu sobrinho explicando todo o processo de fabricação da Pedra Filosofal. No entanto, o texto estava criptografado (palavra chique para a época) por meio de um alfabeto com 96 letras. Posteriormente, estudiosos conseguiram interpretar os dados, mas há quem diga que até hoje não foi possível produzir outra Pedra Filosofal pelo fato de os escritos terem sido interpretados de maneira errada. A lenda termina afirmando que Nicolas viveu aproximadamente 665 anos (ou seja, veio a falecer entre 1995 e 2005). Capaz de realizar transmutação e promover uma vida mais longa para que a possuir, a Pedra Filosofal obteve grande destaque na literatura. Mas, seu legado se encerra por lá mesmo. Afinal, não sendo confirmada a sua existência e, muito menos, obtendo confirmação científica de que é possível transmutar outros metais em ouro, atualmente a ideia é descartada por grande parte das pessoas, sendo considerada “coisa de louco”. O testamento de Nicolas Flamel Com uma linguagem extremamente complexa e grande uso de imagens, fica claro que os Alquimistas realmente faziam uso de conceitos esotéricos em seus experimentos. Alguns símbolos, inclusive, considerados satânicos por algumas pessoas atualmente.
0 notes
alchemyandchemisty · 6 years
Text
A pré-história da química engloba a chamada Idade da Pedra, quando os homens se utilizavam de objetos de pedra (machados, facas, etc.). Talvez por volta de 5000 a.C. os homens fabricaram os primeiros objetos de ouro e prata, materiais que na natureza já se encontram na forma metálica. Por volta de 3000 a.C. na Mesopotâmia (hoje, Iraque), obteve-se o bronze (liga metálica de cobre e estanho), iniciando-se assim a chamada Idade do Bronze; com esse material se fabrica armas e utensílios domésticos mais leves e resistentes. Foram provavelmente os assírios, por volta de 1500 a.C. os primeiros a obter o ferro (Idade do Ferro), e com ele novas armas e utensílios foram produzidos. Criavam-se assim as técnicas metalúrgicas, isto é, o processos de se obterem e transformarem os metais e ligas metálicas, que são também processos químicos. Por volta de 1400 a.C., os egípcios já haviam atingido um alto grau de desenvolvimento, não só na Química metalúrgica mas também no que poderíamos chamar de Química doméstica. Trabalhavam com o ferro, o ouro, a prata e outros metais; fabricavam o vidro; produziam o papiro para a escrita; sabiam curtir o couro e extrair corantes, medicamentos e perfumes das plantas; fabricavam bebidas fermentadas semelhantes à cerveja, etc. Não podemos esquecer que, na conservação de suas múmias, os egípcios atingiram níveis de perfeição que são admirados até hoje. Muitos desses conhecimentos egípcios passaram para outros povos do Oriente Médio (fenícios, hebreus, etc.) e, posteriormente, para os gregos e os romanos. É interessante também salientar que, na mesma época e muito longe dessas civilizações — na China —, também eram desenvolvidas técnicas apuradas, como as de produção do vidro e da porcelana. No entanto é importante observar que, apesar de por volta de 400 a.C. já se conhecerem muitos produtos químicos (óxidos de ferro, de cobre e de zinco, sulfatos de ferro e de cobre, etc.) e muitas técnicas de transformação química (fusão, dissolução, filtração, etc., por aquecimento com fogo direto, em banho-maria, etc.), não existiam explicações para esses fenômenos. Os povos antigos se preocupavam mais com as práticas de produção das coisas do que com a teoria ou com explicação dos porquês de as coisas aconteceram. Foram os filósofos gregos da Antiguidade os primeiros que se preocuparam com a explicação dos fenômenos da natureza. Assim, por exemplo, Demócrito (460-370 a.C.) afirmavam que todas as coisas deste mundo (um grão de areia, uma gota de água, etc.) poderiam ser divididas em partículas cada vez menores, até se chegar a uma partícula mínima que não poderia mais ser dividida e que seria denominada átomo (do grego: a, “não”, e tomos, “partes”); essa ideia, que não se firmou na época, só veio a renascer na Química, muitos séculos depois. Aristóteles (384-322 a.C.), um dos maiores filósofos gregos da Antiguidade, acreditava, ao contrário de Demócrito, que a matéria poderia ser dividida infinitamente e que tudo o que existia no Universo era formado pela reunião, em quantidades variáveis, de quatro elementos: terra, água, fogo e ar. Considerando que, durante séculos, eram trabalhos completamente distintos e separados o dos artesãos, que faziam as coisas, e o dos pensadores, que tentavam explicar os fenômenos, é fácil concluir por que a Ciência, e em particular a Química, levou tanto tempo para progredir. De fato, as próprias idéias de Aristóteles permaneceram praticamente inalteradas, orientando a Ciência, por quase 2000 anos! Na Idade Média (aproximadamente entre os anos de 500 a 1500 da era cristã) se desenvolveu, entre árabes e europeus, a Alquimia, cujo sonho era descobrir o elixir da longa vida, que poderia tornar o gomem imortal, e a pedra filosofal, que teria o poder de transformar metais baratos em ouro. Os alquimistas não conseguiram chegar às metas sonhadas, mas ao longo de suas pesquisas acabaram produzindo novos materiais, como o álcool, o ácido sulfúrico, o ácido nítrico, etc., fabricando novos aparelhos, como o almofariz, o alambique, etc., e aperfeiçoando novas técnicas, como a destilação, a extração, etc. Apesar de ser uma ” arte secreta”, onde se misturavam idéias de Magia, Ciência e novas práticas químicas, a Alquimia contribuiu muito para o desenvolvimento da técnica, embora não tenha contribuído para o desenvolvimento das explicações dos fenômenos químicos. No século XVI, na Europa, os pesquisadores abandonaram o “sonho” da Alquimia e partiram para caminhos mais realistas e úteis, principalmente a produção de medicamentos, principal objetivo da IATROQUÍMICA, onde se distinguiu o médico Paracelsius (1493-1541). Com isso, novas substâncias, aparelhagens e técnicas foram surgindo. Um fato importante dessa época foi o aparecimento das primeiras sociedades científicas, onde os cientistas se reuniam para trocar informações sobre suas descobertas. Em 1661, o filósofo inglês Robert Boyle (1627-1691) publicou o livro O químico cético, onde criticava as idéias de Aristóteles sobre a “teoria dos quatro elementos”. Tentava-se então buscar explicações mais lógicas para os fenômenos químicos. No século XVIII, firmou-se realmente o caráter científico da Química. Vários gases foram descobertos e estudados. Lavoisier, com a introdução da balança em seus experimentos, conseguiu pesar os materiais envolvidos antes e depois de uma transformação química, notando então que a massa permanecia constante. Podemos dizer que, nos séculos XVIII e XIX, com os trabalhos de muitos cientistas, surgiu a QUÍMICA MODERNA, que já proporcionava uma explicação lógica para a existência de muitos materiais diferentes e suas possíveis transformações químicas. É importante notar também que a partir dessa época se juntou o trabalho experimental feito em laboratório (trabalho prático) com a correspondente busca das explicações da natureza da matéria e as razões de suas transformações químicas (trabalho teórico). No século XIX ocorreu um desenvolvimento extraordinário na Química, tanto em sua parte prática como na parte teórica. Na prática, foram descobertos vários novos elementos químicos e produzidas muitas novas substâncias químicas. Na teoria, consolidaram-se as idéias de ÁTOMO, principalmente devido aos trabalhos de John Dalton (1766-1844) e de MOLÉCULA, principalmente por Amedeo Avogadro (1776-1856); Dimitri Ivanovitch Mendeleyev (1834-1907) conseguiu ordenar os elementos químicos, de forma racional, em sua TABELA PERIÓDICA. É muito importante notar também que, em decorrência desse “casamento” da prática com a teoria, houve um grande desenvolvimento das técnicas de análise e síntese químicas. A análise química procura responder à pergunta “quais, quantos e como os elementos (átomos) estão reunidos nas substâncias (moléculas)?”; a síntese química procura explicar “como podemos transformar as substâncias de maneira a produzir novas substâncias?”. Essa complementação da prática com a teoria e vice-versa continuou e continua se aprofundando até hoje. Por isso tivemos, no século XX, um progresso fabuloso da Química. Com o uso de equipamentos modernos (eletrônicos, computadores, raio laser, etc.), a Química teórica conseguiu determinar as estruturas dos átomos e das moléculas, com precisão cada vez maior. Também a Química experimental evoluiu extraordinariamente; por exemplo, somente entre 1960 e 1969 conseguiu-se sintetizar cerca de 1,2 milhão de novos compostos conhecidos ultrapassa a casa dos 10 milhões. Tudo isso acabou sendo aplicado nas indústrias, resultando numa vasta tecnologia química, com a fabricação de milhares e milhares de novos produtos: plásticos, tecidos, borrachas sintéticas, medicamentos, tintas, corantes, etc.
0 notes
alchemyandchemisty · 6 years
Text
A pré-história da química engloba a chamada Idade da Pedra, quando os homens se utilizavam de objetos de pedra (machados, facas, etc.). Talvez por volta de 5000 a.C. os homens fabricaram os primeiros objetos de ouro e prata, materiais que na natureza já se encontram na forma metálica. Por volta de 3000 a.C. na Mesopotâmia (hoje, Iraque), obteve-se o bronze (liga metálica de cobre e estanho), iniciando-se assim a chamada Idade do Bronze; com esse material se fabrica armas e utensílios domésticos mais leves e resistentes. Foram provavelmente os assírios, por volta de 1500 a.C. os primeiros a obter o ferro (Idade do Ferro), e com ele novas armas e utensílios foram produzidos. Criavam-se assim as técnicas metalúrgicas, isto é, o processos de se obterem e transformarem os metais e ligas metálicas, que são também processos químicos. Por volta de 1400 a.C., os egípcios já haviam atingido um alto grau de desenvolvimento, não só na Química metalúrgica mas também no que poderíamos chamar de Química doméstica. Trabalhavam com o ferro, o ouro, a prata e outros metais; fabricavam o vidro; produziam o papiro para a escrita; sabiam curtir o couro e extrair corantes, medicamentos e perfumes das plantas; fabricavam bebidas fermentadas semelhantes à cerveja, etc. Não podemos esquecer que, na conservação de suas múmias, os egípcios atingiram níveis de perfeição que são admirados até hoje. Muitos desses conhecimentos egípcios passaram para outros povos do Oriente Médio (fenícios, hebreus, etc.) e, posteriormente, para os gregos e os romanos. É interessante também salientar que, na mesma época e muito longe dessas civilizações — na China —, também eram desenvolvidas técnicas apuradas, como as de produção do vidro e da porcelana. No entanto é importante observar que, apesar de por volta de 400 a.C. já se conhecerem muitos produtos químicos (óxidos de ferro, de cobre e de zinco, sulfatos de ferro e de cobre, etc.) e muitas técnicas de transformação química (fusão, dissolução, filtração, etc., por aquecimento com fogo direto, em banho-maria, etc.), não existiam explicações para esses fenômenos. Os povos antigos se preocupavam mais com as práticas de produção das coisas do que com a teoria ou com explicação dos porquês de as coisas aconteceram. Foram os filósofos gregos da Antiguidade os primeiros que se preocuparam com a explicação dos fenômenos da natureza. Assim, por exemplo, Demócrito (460-370 a.C.) afirmavam que todas as coisas deste mundo (um grão de areia, uma gota de água, etc.) poderiam ser divididas em partículas cada vez menores, até se chegar a uma partícula mínima que não poderia mais ser dividida e que seria denominada átomo (do grego: a, “não”, e tomos, “partes”); essa ideia, que não se firmou na época, só veio a renascer na Química, muitos séculos depois. Aristóteles (384-322 a.C.), um dos maiores filósofos gregos da Antiguidade, acreditava, ao contrário de Demócrito, que a matéria poderia ser dividida infinitamente e que tudo o que existia no Universo era formado pela reunião, em quantidades variáveis, de quatro elementos: terra, água, fogo e ar. Considerando que, durante séculos, eram trabalhos completamente distintos e separados o dos artesãos, que faziam as coisas, e o dos pensadores, que tentavam explicar os fenômenos, é fácil concluir por que a Ciência, e em particular a Química, levou tanto tempo para progredir. De fato, as próprias idéias de Aristóteles permaneceram praticamente inalteradas, orientando a Ciência, por quase 2000 anos! Na Idade Média (aproximadamente entre os anos de 500 a 1500 da era cristã) se desenvolveu, entre árabes e europeus, a Alquimia, cujo sonho era descobrir o elixir da longa vida, que poderia tornar o gomem imortal, e a pedra filosofal, que teria o poder de transformar metais baratos em ouro. Os alquimistas não conseguiram chegar às metas sonhadas, mas ao longo de suas pesquisas acabaram produzindo novos materiais, como o álcool, o ácido sulfúrico, o ácido nítrico, etc., fabricando novos aparelhos, como o almofariz, o alambique, etc., e aperfeiçoando novas técnicas, como a destilação, a extração, etc. Apesar de ser uma ” arte secreta”, onde se misturavam idéias de Magia, Ciência e novas práticas químicas, a Alquimia contribuiu muito para o desenvolvimento da técnica, embora não tenha contribuído para o desenvolvimento das explicações dos fenômenos químicos. No século XVI, na Europa, os pesquisadores abandonaram o “sonho” da Alquimia e partiram para caminhos mais realistas e úteis, principalmente a produção de medicamentos, principal objetivo da IATROQUÍMICA, onde se distinguiu o médico Paracelsius (1493-1541). Com isso, novas substâncias, aparelhagens e técnicas foram surgindo. Um fato importante dessa época foi o aparecimento das primeiras sociedades científicas, onde os cientistas se reuniam para trocar informações sobre suas descobertas. Em 1661, o filósofo inglês Robert Boyle (1627-1691) publicou o livro O químico cético, onde criticava as idéias de Aristóteles sobre a “teoria dos quatro elementos”. Tentava-se então buscar explicações mais lógicas para os fenômenos químicos. No século XVIII, firmou-se realmente o caráter científico da Química. Vários gases foram descobertos e estudados. Lavoisier, com a introdução da balança em seus experimentos, conseguiu pesar os materiais envolvidos antes e depois de uma transformação química, notando então que a massa permanecia constante. Podemos dizer que, nos séculos XVIII e XIX, com os trabalhos de muitos cientistas, surgiu a QUÍMICA MODERNA, que já proporcionava uma explicação lógica para a existência de muitos materiais diferentes e suas possíveis transformações químicas. É importante notar também que a partir dessa época se juntou o trabalho experimental feito em laboratório (trabalho prático) com a correspondente busca das explicações da natureza da matéria e as razões de suas transformações químicas (trabalho teórico). No século XIX ocorreu um desenvolvimento extraordinário na Química, tanto em sua parte prática como na parte teórica. Na prática, foram descobertos vários novos elementos químicos e produzidas muitas novas substâncias químicas. Na teoria, consolidaram-se as idéias de ÁTOMO, principalmente devido aos trabalhos de John Dalton (1766-1844) e de MOLÉCULA, principalmente por Amedeo Avogadro (1776-1856); Dimitri Ivanovitch Mendeleyev (1834-1907) conseguiu ordenar os elementos químicos, de forma racional, em sua TABELA PERIÓDICA. É muito importante notar também que, em decorrência desse “casamento” da prática com a teoria, houve um grande desenvolvimento das técnicas de análise e síntese químicas. A análise química procura responder à pergunta “quais, quantos e como os elementos (átomos) estão reunidos nas substâncias (moléculas)?”; a síntese química procura explicar “como podemos transformar as substâncias de maneira a produzir novas substâncias?”. Essa complementação da prática com a teoria e vice-versa continuou e continua se aprofundando até hoje. Por isso tivemos, no século XX, um progresso fabuloso da Química. Com o uso de equipamentos modernos (eletrônicos, computadores, raio laser, etc.), a Química teórica conseguiu determinar as estruturas dos átomos e das moléculas, com precisão cada vez maior. Também a Química experimental evoluiu extraordinariamente; por exemplo, somente entre 1960 e 1969 conseguiu-se sintetizar cerca de 1,2 milhão de novos compostos conhecidos ultrapassa a casa dos 10 milhões. Tudo isso acabou sendo aplicado nas indústrias, resultando numa vasta tecnologia química, com a fabricação de milhares e milhares de novos produtos: plásticos, tecidos, borrachas sintéticas, medicamentos, tintas, corantes, etc.
0 notes