LAYLA - COLLEEN HOOVER (TEASERS)
Novo livro de Colleen Hoover, "Layla", será lançado na próxima terça-feira (8) nos Estados Unidos, e a autora divulgou um teaser composto por "uma espécie de prólogo e parte do capítulo 1 contado sob o ponto de vista do protagonista, Leeds." Os trechos a seguir foram retirados do primeiro rascunho do livro, portanto, pode conter erros.
(Não consegui revisar a tradução ainda, migues. Então desculpem qualquer erro. Vou revisar mais tarde.)
Eu cobri a boca de Layla com duas camadas de fita adesiva antes descer, mas ainda consigo ouvir seus gritos abafados no momento em que o detetive senta-se à mesa.
Ele tem um daqueles gravadores que você provavelmente veria em um filme dos anos 80. Possui mais ou menos 25 centímetros de comprimento e 15 de largura, com um enorme círculo vermelho no botão esquerdo. Ele aperta a tecla play e desliza o gravador para o meio da mesa. O carretel da fita começa a girar.
"Por favor, diga seu nome," ele diz.
Eu pigarreio. "Leeds Gabriel."
O compartimento da bateria está preso por uma fita adesiva velha que percorre as laterais do dispositivo. Eu acho engraçado. Essa máquina excessivamente antiga irá gravar cada palavra que eu disser, e isso de alguma forma irá ajudar?
A essa altura, eu já desisti. Não há uma luz no fim do túnel. Não sei nem se existe um fim para esse túnel.
Como eu posso ter esperança de me livrar disso se as coisas ficaram tão fora de controle? Estou conversando com um detetive que conheci online enquanto minha namorada está no andar de cima, enlouquecendo.
Como se ela soubesse que estou pensando nela, o barulho aumenta de novo. A cabeceira de madeira bate contra a parede lá em cima, criando um eco sinistro nesta enorme casa vazia.
"Então," diz o homem. "Por onde quer começar?" Ele parece ser capaz de trabalhar mesmo com os ruídos, mas eu não sei se consigo. Saber que Layla está sofrendo por causa de meus atos não é algo que eu consiga ignorar com facilidade. Cada som vindo do andar de cima me faz encolher. "Podemos começar com como vocês dois se conheceram," o homem sugere.
Estou hesitante em responder a perguntas que sei que não levarão a respostas, mas neste momento, prefiro ouvir minha própria voz do que os gritos abafados de Layla. "Nós nos conhecemos aqui, no verão passado. Este lugar costumava ser uma pousada. Eu era o baixista da banda que tocou no casamento da irmã dela."
O homem não responde. Ele se inclina para trás em sua cadeira e me encara silenciosamente. Não sei o que mais devo dizer. Será que preciso elaborar minha resposta? "Como isso pode ter relação com o que está acontecendo nesta casa?"
Ele balança a cabeça e se inclina para frente, cruzando os braços sobre a mesma. "Talvez não tenha. Mas é por isso que estou aqui, Leeds. Qualquer coisa poderia ser uma pista. Preciso que você relembre o primeiro dia que esteve aqui. O que Layla estava vestindo? Por que vocês nasceram aqui? Qual foi a primeira coisa que ela disse a você? Algum de vocês notou algo fora do normal nesta casa naquela noite? Quanto mais informações você me der, melhor. Nenhum detalhe é pequeno demais."
Eu apoio os cotovelos sobre a mesa e cubro os ouvidos com as mãos para não ouvir os ruídos de Layla no andar de cima. Não suporto ouvi-la chateada desse jeito. Eu a amo tanto, mas não sei se consigo voltar ao passado e contar por quê eu a amo quando ela está passando por isso por minha causa.
Tento não pensar em como as coisas eram perfeitas no início. Quando faço isso, acabo concretizando o fato de que sou mais do que culpado de como as coisas terminaram.
Eu fecho os olhos e me recordo da noite em que a conheci. Num momento em que a vida era mais fácil. Quando a ignorância era realmente uma felicidade.
"Ela era uma dançarina terrível," eu digo ao homem. "Foi a primeira coisa que notei sobre ela..."
***
Ela é uma dançarina terrível.
Essa é a primeira coisa que noto nela enquanto estou no palco, tocando para uma multidão cada vez menor.
Braços compridos que ela parece não ter ideia de como controlar. Ela está descalça, movimentando-se pela grama, batendo os pés deliberadamente sem a delicadeza que a canção exige. Ela sacode a cabeça descontroladamente, e seus cachos pretos indisciplinados balançam para frente e para trás como se ela estivesse dançando ao som de heavy metal.
O que torna tudo mais engraçado é que esta é uma banda atual de música country. Uma banda country moderna e sem graça. Uma série completa de músicas que é excruciante de ouvir e é ainda mais doloroso de tocar.
É a Garrett’s Band.
É assim como é literalmente chamada. Garrett’s Band. Foi o melhor que Garrett conseguiu elaborar.
Eu sou o quarto membro não oficial – o último a se juntar à banda. Eu toco baixo. Não aquele do tipo acústico que as pessoas respeitam. Eu toco baixo elétrico. O instrumento subestimado e imperceptível que geralmente é controlado pelo membro invisível da banda — aquele que desaparece no fundo de cada canção. Talvez seja por isso que prefiro baixo elétrico do que qualquer outra coisa.
Depois que estudei música em Belmont, meu objetivo era ser cantor e compositor, mas não ajudo Garrett a escrever as canções. Ele não quer ajuda. Não temos o mesmo apreço pela música, por isso, componho apenas para mim mesmo e guardo as músicas para o futuro, quando estarei confiante o suficiente para lançar um álbum solo.
A banda tem se tornado mais popular com o passar dos anos, e por mais que a procura tenha aumentado, o que resulta em mais dinheiro, o valor do meu pagamento como baixista não melhorou. Pensei em tocar no assunto com o resto do pessoal, mas acho que não vale a pena, afinal, eles precisam de mais grana do que eu. Sem contar o fato de que, se eu falar sobre isso, eles poderiam realmente me oferecer um lugar oficial na banda, e para ser honesto, eu odeio tanto esse tipo de música que fico até envergonhado por estar aqui.
Todo show devora minha alma. Uma mordidinha aqui, outra ali. Desconfio que se eu continuar fazendo isso por mais tempo, não restará nada de mim além de um corpo.
Sinceramente, não sei o que me mantém aqui. Eu nunca quis que isso fosse uma coisa permanente quando entrei, mas por alguma razão, eu não consigo reagir por conta própria. Meu pai morreu quando eu tinha 18 anos, e como resultado de sua morte, o dinheiro nunca foi um problema. Ele deixou para minha mãe e para mim uma apólice de seguro de vida considerável, juntamente com uma empresa de instalação de internet que administra a si mesma e funcionários que preferem que eu não interfira e mude anos de práticas bem sucedidas. Em vez disso, minha mãe e eu nos mantemos à distância e vivemos da renda.
É algo pelo qual sou definitivamente grato, mas do qual não me orgulho. Se as pessoas soubessem o pouco que foi exigido de mim nesta vida, eu não seria respeitado. Talvez seja por isso que eu tenha continuado na banda. São muitas viagens, muito trabalho e muitas noites. Mas a auto-tortura faz com que eu sinta que pelo menos mereço uma parte do que está na minha conta bancária.
Eu fico no lugar designado a mim no palco e observo a garota enquanto toco, imaginando se ela está bêbada ou drogada, ou se há uma chance de ela estar dançando daquele jeito para zombar do quanto essa banda é uma droga. Qualquer que seja o motivo para ela estar se movimentando desajeitadamente como um peixe desidratado, sou grato por ele. É a coisa mais divertida que acontece durante um show ultimamente. Eu até me pego sorrindo em um determinado momento – algo que não faço sabe Deus há quanto tempo. E pensar que eu estava com receio de vir até aqui…
Talvez seja a atmosfera – a privacidade do local misturado com a repercussão de um casamento. Talvez seja porque ninguém esteja prestando atenção e 90% dos convidados já foram embora. Talvez seja a grama no cabelo da garota e as manchas esverdeadas em seu vestido, resultado das três vezes que ela caiu durante essa música. Ou talvez seja o período de seis meses de seca que eu me forcei a suportar desde que rompi com a minha ex.
Talvez seja uma combinação de todas essas coisas que esteja fazendo dessa garota o meu foco hoje à noite. Não é surpresa, porque mesmo com as bochechas manchadas de maquiagem e alguns cachos emaranhados na testa por causa do suor, ela é a garota mais bonita daqui. O que é ainda mais estranho é que ninguém está prestando atenção nela. Os poucos convidados que restam estão reunidos na piscina com o casal recém-casado enquanto tocamos nossa última canção da noite.
A minha terrível dançarina é a única que ainda está ouvindo quando finalmente terminamos e começamos a arrumar os equipamentos.
Eu ouço a garota gritando bis no momento em que vou até o fundo do palco e coloco meu violão dentro da capa. Eu a fecho apressadamente, com esperança de conseguir encontrá-la depois que colocarmos os instrumentos na van.
Nós quatro reservamos dois quartos para passarmos a noite aqui na pousada. São onze horas de carro de volta para Nashville, e nenhum de nós quer pegar a estrada à meia-noite.
O noivo se aproxima de Garrett enquanto ele fecha as portas da van, e nos convida para uma bebida. Normalmente, eu recusaria, mas ainda espero que a péssima dançarina esteja por perto. Ela era divertida. E gostei do fato de ela não ter cantado uma única música. Não sei se poderia me sentir atraído por alguém que curte a música de Garrett.
Eu a encontro na piscina, boiando de costas, ainda usando seu vestido cor de creme de madrinha de casamento com manchas de grama por toda parte.
Ela é a única na piscina, então, depois que pego uma cerveja, caminho para o lado mais fundo, tiro os sapatos, e coloco as pernas na água com jeans e tudo.
As ondulações no meu lado da piscina a atingem eventualmente, mas ela não se mexe para ver quem entrou na água. Ela continua olhando para o céu, tão quieta e imóvel quanto um pedaço de madeira flutuando sobre a água. Um verdadeiro contraste à exibição ridícula de mais cedo.
Após observá-la por vários minutos, a água envolve todo seu corpo e ela desaparece. Quando suas mãos partem a água e sua cabeça rompe a superfície, ela está olhando para mim, como se soubesse que eu estava aqui o tempo todo.
Ela se mantém flutuante com pequenos movimentos dos pés e oscilando os braços. Ela lentamente fecha o espaço entre nós, posicionando-se diretamente em frente as minhas pernas, me encarando. A lua está atrás de mim e os olhos dela refletem seu brilho como duas lâmpadas minúsculas.
Do palco, eu achei que ela era bonita. Mas agora, a um centímetro dela, vejo que ela é a coisa mais linda que já vi. Lábios rosados inchados, uma mandíbula delicada que espero poder passar minha mão em algum momento. Seus olhos são tão verdes quanto a grama que circunda a piscina. Quero entrar na água com ela, mas meu celular está no bolso, e tem uma lata de cerveja cheia na minha mão.
"Você já assistiu aqueles vídeos do YouTube de pessoas morrendo por dentro?" ela pergunta.
Eu não faço ideia do porquê daquela pergunta, mas qualquer coisa poderia ter saído de sua boca e ter se movido através de mim com a mesma força que essas palavras acabaram de fazer. Sua voz é fina e leve, como se flutuasse sem esforço para fora de sua garganta.
"Não," eu respondo.
Ela fica um pouco sem ar enquanto continua tentando manter-se na superfície. "São compilações de coisas constrangedoras que acontecem com as pessoas. O câmera sempre dá zoom no rosto das pessoas nos piores momentos. Suas expressões fazem parecer que estão morrendo por dentro." Ela afasta água de seus olhos com as mãos. "Era assim que você estava parecendo hoje à noite. Como se estivesse morrendo por dentro."
Eu não lembro de vê-la olhando para o palco, muito menos me observando por tempo suficiente para avaliar com precisão como é ser obrigado a tocar aquelas músicas de merda no palco.
"Eu já estou morto por dentro. Morri na primeira noite que me apresentei com a banda."
"Foi o que pensei. Você gostou da minha dança? Eu estava tentando animar você."
Eu balanço a cabeça e tomo um gole de cerveja. "Funcionou."
Ela ri e mergulha por alguns segundos. Quando retorna, afasta o cabelo do rosto e diz, "Você tem namorada?"
"Não."
“Namorado?"
"Não."
"Esposa?"
Eu balanço a cabeça.
"Você tem amigos, pelo menos?"
"Na verdade, não," eu admito.
"Irmãos?"
"Filho único."
"Merda. Você é solitário."
Outra avaliação precisa. Apesar de no meu caso, ser solitário é uma escolha.
"Quem é a pessoa mais importante da sua vida?" ela pergunta. "Pais não contam."
"Neste momento?"
Ela diz que sim. "Sim. Neste momento. Quem é a pessoa mais importante da sua vida?"
Eu reflito sobre sua pergunta por um momento e percebo que não existe ninguém por quem eu tomaria um tiro além de minha mãe. Sou indiferente aos caras da banda. Eles são mais como colegas de trabalho que não têm nada em comum comigo. E desde que os pais não contam, essa garota é, literalmente, a única pessoa que tenho em mente agora.
"Acho que é você," eu digo.
Ela inclina a cabeça, estreitando os olhos. "Isso é um pouco triste."
Ela levanta os pés e pega impulso empurrando a parede entre minhas pernas, afastando-se de mim. "É bom que eu faça com que essa noite seja boa para você então." Seu sorriso é provocador. Um convite.
Eu aceito seu convite colocando meu celular no chão perto da lata de cerveja, agora vazia. Eu tiro a camisa e assisto-a me observando enquanto coloco o resto do corpo dentro da piscina.
Estamos no mesmo nível agora e, que droga! Ela acabou de ficar ainda mais linda.
Nadamos um ao redor do outro em um círculo lento, tomando cuidado para não nos tocarmos, mesmo que seja óbvio que ambos queremos.
"Quem é você?" ela pergunta.
"O baixista."
Ela ri disso, e sua risada é o oposto de sua voz fina. É decidida e abrupta, e eu até poderia gostar mais dela do que de sua voz. "Qual é o seu nome?" ela esclarece.
“Leeds Gabriel.” Ainda estamos nadando um ao redor do outro em círculos. Ela inclina a cabeça e reflete sobre o meu nome.
“Leeds Gabriel é nome de vocalista. Por que você está tocando na banda de outra pessoa?" Ela continua falando, aparentemente sem querer uma resposta para aquela pergunta. "Você recebeu esse nome por causa daquela cidade na Inglaterra?"
“Sim. Qual é o seu nome?”
“Layla.” Ela sussurra como se fosse segredo.
É o nome perfeito. O único nome que poderia ter dito que combina com ela – estou convencido disso.
“Layla,” alguém diz atrás de mim. “Abra.” Eu olho sobre o ombro e a noiva está parada atrás de mim, segurando algo para Layla. Layla nada na direção dela, coloca a língua para fora e a noiva põe um comprimido branco e pequeno sobre ela. Layla o engole e eu não faço ideia do que foi aquilo, mas foi sexy pra caralho.
Ela pode ver que estou hipnotizado por sua boca. "Leeds quer uma," Layla diz, estendendo a mão para pegar outra pílula. A noiva lhe dá outra e vai embora. Eu não pergunto o que é. Não me importo. Eu a quero tanto que serei o Romeu para sua Julieta e tomarei qualquer tipo de veneno que ela quiser colocar na minha língua.
Eu abro a boca. Seus dedos estão molhados e parte do comprimido dissolve antes de chegar à minha língua. É amargo e difícil de descer sem revestimento ou água, mas eu consigo. Eu mastigo um pouco.
"Quem foi a pessoa mais importante da sua vida ontem?" Layla pergunta. "Antes de eu aparecer."
“Eu.”
“Eu tirei você do primeiro lugar?”
“Parece que sim.”
Ela se move com fluidez e sem esforço de costas, como se passasse mais tempo em uma piscina do que fora dela. Ela olha para o céu de novo, seus braços abertos, seu peito subindo ao respirar profundamente.
Eu pressiono minhas costas contra a lateral da piscina e coloco meus braços para fora, segurando a borda de concreto. Meu coração está começando a ficar acelerado. Meu sangue parece ter engrossado.
Não sei que tipo de droga ela me deu, provavelmente ecstasy ou algum outro tipo de estimulante, porque está fazendo efeito rápido. Estou mais consciente de tudo que acontece em meu torso do que em qualquer outra parte do meu corpo. O meu coração parece estar inchado, como se não houvesse espaço suficiente para ele.
Layla ainda está flutuando de costas, mas seu rosto está perto do meu peito. Ela está bem na minha frente. Se eu me inclinasse um pouco, ela não estaria olhando para o céu. Estaria olhando para mim.
Porra, esse bagulho é bom.
Eu me sinto bem. Confiante.
A água está tão calma ao nosso redor que parece que ela está flutuando no ar. Seus olhos estão fechados, mas quando sua cabeça bate em meu peito, ela me olha, seu rosto de cabeça para baixo, como se esperasse que eu fizesse algo.
Então eu faço.
Eu me inclino o suficiente para que minha boca encoste gentilmente à sua. Beijamos de cabeça para baixo, seu lábio inferior entre os meus dois lábios. Os lábios dela são como uma explosão suave, inflamando campos minados escondidos sob cada centímetro de minha pele. É estranho e fascinante porque ela ainda está de costas, flutuando sobre a água.
Eu coloco minha língua dentro de sua boca, e por alguma razão, não me sinto digno o suficiente para tocá-la, então mantenho meus braços onde eles estão – segurando a borda da piscina em ambos os lados.
Ela mantém os braços estendidos, e a única coisa que ela move é sua boca. Sou grato por nosso primeiro beijo ser de cabeça para baixo porque isso permite que eu anseie por um beijo do lado certo. Nunca mais vou querer beijar uma garota sem estar chapado com o que a noiva nos deu. É como se meu coração se contraísse no tamanho de uma moeda de um centavo e depois inflasse do tamanho de um tambor a cada batida.
Ele não está batendo como deveria. Já não existe mais o gentil tum-tum, tum-tum, tum-tum.
É um blim e um BOOM.
Blim BOOM, blim BOOM, blim BOOM.
Não posso continuar beijando desse jeito, de cabeça para baixo. Está me deixando tonto, como se eu não me encaixasse, e eu quero que minha boca se encaixe perfeitamente à dela. Eu agarro sua cintura, girando-a sobre a água até que esteja de frente para mim, e a puxo em minha direção. Suas pernas se enroscam ao meu redor e suas mãos saem da água e seguram minha cabeça, o que faz com que ela afunde um pouco já que agora, eu sou a única coisa mantendo-a fora d'água. Mas os meus braços estão ocupados demais deslizando pelas costas dela, por isso começamos a afundar e nenhum de nós faz nada para resolver a situação. Nossas bocas se encontram antes de ficarmos submersos. Nem uma única gota de água passa entre nossos lábios.
Nós descemos até o fundo da piscina, ainda fundidos um ao outro. Assim que chegamos ao fundo, abrimos os olhos ao mesmo tempo e nos afastamos para nos olharmos. O seu cabelo está flutuando acima dela agora, e ela parece um anjo submerso.
Gostaria de poder tirar uma foto.
Bolhas de ar cobrem o espaço entre nós, então retornamos à superfície.
Eu atinjo a superfície dois segundos depois dela. Estamos nos olhando, prontos para começar a beijar de novo. Nós nos aproximamos e tomamos a mesma posição de antes. Nossas bocas saem em busca uma da outra, mas assim que eu provo o cloro em seus lábios, somos interrompidos por uma cantoria.
Consigo ouvir a voz de Garrett acima da de todos os outros, comemorando nosso beijo de onde eles estão sentados. Layla os olha e levanta o dedo do meio.
Ela se afasta de mim e segue para a lateral da piscina. "Vamos," ela diz, saindo da água. Ela não é graciosa com relação a isso. Ela pega impulso no fundo da piscina, a um metro da escada, e precisa rolar sobre o concreto para deixar a piscina. É desajeitado e perfeito. Eu a sigo, e alguns segundos depois, estamos correndo pela lateral da casa onde é mais escuro e privado. A grama é fria e macia sob meus pés. Como gelo... mas derretido.
Acho que acabei de transformá-la em água. Mas não parece líquido. Parece gelo derretido. As drogas fazem com que as coisas sejam difíceis de serem explicadas.
Layla pega minha mão e cai sobre a grama de gelo derretido, puxando-me para cima dela. Eu me apoio nos cotovelos para que ela consiga respirar e a encaro por um momento. Ela tem sardas. Não muitas, mas elas estão espalhadas sobre seu nariz. Tem algumas em suas bochechas. Eu passo a mão sobre elas. "Por que você é tão linda?"
Ela ri. Com razão. Isso foi brega.
Ela me deita de costas, puxa o vestido para cima das coxas e senta sobre mim. Suas coxas grudam na lateral do meu corpo porque nós dois estamos encharcados. Eu coloco as mãos em seus quadris e desfruto da intensidade dessa brisa.
“Sabe por que chamam esse lugar de Corazón del País?” ela pergunta.
Como eu não sei, balanço a cabeça e espero que seja uma longa história, assim poderei ouvi-la por mais tempo. Eu poderia ouvir sua voz a noite toda. Na verdade, existe um cômodo na pousada conhecido como o Grande Quarto; ele é forrado por centenas de livros em cada parede. Ela poderia ler para mim a noite inteira.
"É traduzido como Coração do País," ela diz. Há excitação em seus olhos e em sua voz quando ela fala. "Este lugar – esta propriedade onde você está deitado agora – é geograficamente o centro das áreas contíguas dos Estados Unidos."
Talvez seja porque estou extremamente consciente do meu batimento cardíaco neste momento, mas isso não faz sentido. "Por que ele chamariam disso? O coração não é o centro do corpo. É o estômago."
Ela solta sua risada rápida e afiada novamente. "É verdade. Mas Estomago del País não soa tão bonito."
Porra. “Você fala francês?”
“Tenho certeza de que é espanhol.”
“É sexy de qualquer maneira.”
“Estudei apenas um ano durante o ensino médio,” ela diz. “Não tenho nenhum talento oculto. O que você vê é o que você tem.”
“Eu duvido disso.” Eu saio debaixo dela e imobilizo seus pulsos sobre a grama, me posicionando em cima dela. "Você é uma dançarina talentosa."
Ela ri. Eu a beijo.
Nós nos beijamos por vários minutos.
Fazemos mais do que beijar. Nos tocamos. Nos movemos. Soltamos alguns gemidos.
É tudo tão intenso – como se eu estivesse à beira da morte. O meu coração poderia literalmente explodir dentro do peito. Estou começando a me perguntar se deveria continuar fazendo isso. Misturar drogas a essa pegação com Layla é demais para mim. Não posso permitir que ela fique entrelaçada em mim por nem mais um segundo, ou vou morrer por tudo o que estou sentindo. É como se cada terminação nervosa produzisse outra terminação nervosa. Sinto tudo com o dobro da intensidade.
"Eu preciso parar," eu sussurro, desenroscando minhas pernas dela. "Estamos sob o efeito de que? Eu não consigo respirar." Eu me deito de costas, arfando em busca de ar.
"Você está falando sobre o que minha irmã te deu?"
"A noiva é sua irmã?”
“Sim, o nome dela é Aspen. Ela é três anos mais velha do que eu.” Layla se levanta, apoiando-se sobre os cotovelos. "Por que? Você gostou?"
Eu balanço a cabeça. "Sim. Amei."
"Irado.”
“Aspen me dá toda vez que bebo muito.” Ela se inclina até que sua boca esteja perto do meu ouvido. “É aspirina.” Quando ela se afasta, a expressão confusa em meu rosto faz ela sorrir. "Você pensou que estava chapado?"
Por que outro motivo eu estaria me sentindo desse jeito?
Eu me sento. “Aquilo não era aspirina.”
Ela tem uma crise de riso. "Eu juro por Deus. Você tomou aspirina." Ela está rindo tanto que perde a respiração. Quando finalmente se recupera, ela suspira e é encantador. Eu acabei de dizer encantador?
Ela balança a cabeça e me olha com um sorriso suave. "Não são as drogas que estão fazendo com que você se sinta assim, Leeds." Ela se levanta e segue até a frente da casa. Eu a sigo, de novo, porque se aquilo era realmente uma aspirina, então eu estou ferrado.
Estou ferrado.
***
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