Tumgik
tilteifds · 2 years
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nietzsche e a solidão.
“Na solidão, o solitário devora a si mesmo. Na multidão, devoram-no inúmeros. Então escolhe.” - Humano, demasiado humano ll”
Para Nietzsche, o ser humano, assim como o universo, é um conflito de forças externas. Forças que querem se expandir, conhecido também como “Vontade de Potência”, um aglomerado de forças visando a expansão, onde uma impede a expansão de outra, entrarão em combate se não houver acordo ou união.
O extinto humano, é por sua vez, violento. Se não externalizado, vamos acabar internalizando, provocando o efeito da martirização. 
Se você está sozinho, não há o que “devorar” como visto na frase retirada do livro, você por consequência acaba se devorando. Por outro lado, quando estamos em companhia acabamos ocasionalmente “sendo devorados”. É uma escolha intrínseca. 
Por isso alguns optam por devorarem os outros, abrirem suas portas e saltarem para o lago do entorpecimento social, aceitando um local mais socialmente habitado, para que os demais se misturem a eles, e assim, sejam devorados também.
A solidão, nada mais é do que a escolha mais inteligente e vantajosa, vista como uma oportunidade para o solitário olhar para dentro de seu abismo interior e criar alguma ilusão ou devorar a si mesmo.
Entramos em um paradigma, onde temos que escolher: vulnerabilidade humana ou devorar a si. Se ninguém vai te devorar, você mesmo deve fazer isso, o pessimismo de Nietszche fica indubitável, quando cria este conceito.
Claro, podemos nos fortalecer para não sermos devorados, compreender nossos extintos violentos e amar nossa própria companhia ao invés de teme-la.
A essência da vida é nos fortalecermos para não sermos devorados, nem por nós mesmos. 
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tilteifds · 2 years
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karl marx.
- 1818, Tréveris (Prússia).
Seus pais eram de origem judaica, para Karl, não lhe faltava nada em sua infância. Com o passar o tempo, seu pai, advogado do conselho de justiça, se converteu ao protestantismo.
É entendido que as referências e suporte da família nos influenciam, não sendo diferente na vida de Marx. Desde criança, seu pai desafiava-o com debates, em sua adolescência, foi incentivado a buscar na leitura as respostas para o cotidiano, talvez por isso, se tornou o grande intelectual estudado até hoje. O próprio Prussiano afirma em uma de suas obras, perpetuando na contemporaneidade dentre alguns pontos históricos que: “Os alemães pensaram o que outras nações fizeram”.
Em 1835, encerrou a escola e ingressou na Universidade de Bonn, no curso de Direito. Como a maioria dos calouros, independente do século ou país: Marx caiu na gandaia, a cidade de Bonn tinha uma vida noturna extremamente agitada. Em contrapartida, o futuro filósofo ainda assim era bem organizado com suas outras atividades. Mantinha-se em uma fraternidade de alunos vindos de Tréveris: o Clube de Taberna de Tria, onde em pouco tempo, se tornou diretor e líder da organização. Infelizmente, logo no segundo semestre, sua saúde começou a debilitá-lo. Marx teve de se ausentar alguns dias da faculdade por um problema de saúde não descrito, seu pai preocupado com sua saúde e com seu desempenho, aconselhou que mudasse de universidade, para possuir melhores condições. Após apenas 2 semestres, sua transferência para Universidade de Berlim foi perpetuada. Alterando assim o rumo da história e da filosofia para sempre. 
Influenciado por Hegel, aos poucos, foi se interessando pelo curso de Filosofia, devido a grande influencia de Hegelianos na classe de Direito. Um dos grupos Hegelianos, era conhecido como: Jovens Hegelianos, guiados por Bruno Bauer. Cada vez mais seu interesse por filosofia crescia, em contato não apenas com Hegel, mas também com Immanuel Kant. Ainda preocupado, o pai de Karl mantinha o envio continuo de cartas, questionando o filho sobre o desempenho no curso, saúde física e também como estava financeiramente. Lamentavelmente, Heinrich Marx faleceu no ano de 1838, abalando seu filho com veemência, principalmente pelo fato de Karl ao menos conseguir comparecer ao velório de seu tão amado, querido e companheiro pai.
Lidou com o luto focando em seus estudos, tendo como seu braço direito Bauer, visto como o principal influenciador na mudança de curso de Marx, guiando-o finalmente ingressar em Filosofia e Historia. A partir de 1839, focou seus estudos em filosofia grega, mais especificamente no período pós-aristotélico. Em 1841, apresentou sua tese como doutor em filosofia: “Diferença entre a filosofia da natureza de Demócrito e a de Epicuro”. No momento, Karl já havia chamado atenção de diversos, com a capacidade que possuía de colocar suas ideias firmes em um texto ácido. Desde o inicio de sua vida acadêmica, o agora Filósofo apresentava fortes relações com as fontes primarias, ou seja, se estudava algum período, sua principal fonte de informação, era o material produzido durante o intervalo de tempo dos acontecimentos.
Ainda não pontuado nessa tese, ao incorporar-se na Universidade de Berlim, em 1836, Marx com 18 anos, logo focou seus olhares em Jenny von Westphalen, na época com 22 anos. A diferença de idade dos dois não era o que chocava, mas sim, a diferença social, tendo em mente que Jenny era filha do Barão von Westphalen. A garota já havia negado um pedido de casamento pois o homem não era de seu agrado, e só encontrando a figura excêntrica e inteligente de Karl, que a burguesa se apaixonou. Marx a pediu em casamento, um noivado que perdurou por 7 anos até que o laço matrimonial envolvesse o casal, devido a condição financeira do Filósofo. Neste período de tempo, passaram grande parte separados, trocando cartas com uma frequência de se admirar.
Retornando para o ano de 1841, o recém formado necessitava de estabilidade financeira para viver junto a Jenny, que logo perdeu o pai em 1942. O objetivo de Marx, era seguir com a vida de professor de filosofia, porém, havia subido ao poder prussiano: Frederico Guilhermo IV. O atual líder, radicalmente contra os Jovens Hegelianos, fez com que seu parceiro, Bruno Bauer, fosse demitido da Universidade onde lecionava, acusado de ateísmo. 
Como os jovens eram próximos, visivelmente o caminho como professor na Prússia, não era mais uma opção para Marx. O ensejo que o filósofo seguiu, foi o jornalismo, pelo jornal de oposição ao atual governo da Prússia: Gazeta Renana.
“É certo que as armas da crítica, não podem substituir a crítica das armas. O poder material tem de ser derrubado pelo poder material, mas a teoria converte-se em força material quando penetra nas massas. Ser radical é abraçar as coisas pela raiz, mas para o homem, a raiz é o próprio homem”. Essa dentre outras citações, ficaram muito conhecidas em suas obras. O então agora jornalista, buscava sempre fazer uma conexão profunda com seu leitor, sempre com a escrita muito forte. Logo tornou-se o editor principal do jornal, exigia extrema qualidade nas matérias, priorizava aquilo com mais relevância com a população inserida do que artigos filosóficos mais complexos. 
Por ter um cunho político, o jornal onde Marx exercia, era constantemente alvo de censura e perseguição. Quando o cargo de editor-chefe foi concebido ao Prussiano, no início do ano, o número de assinantes do jornal era de 800, chegando ao final do ano com mais de 3.400 leitores. Assim como o jornal, o filósofo jornalista também conseguiu uma estabilidade financeira.
Suas críticas ao atual governo, comparavam-no a um regime autoritário, assim como foi o regime do Império Russo. Para Frederico Guilhermo IV, foi a gota d’água, mandando assim, o jornal fechar. Os donos do jornais acataram a ordem, assim sendo publicado por Marx: "O abaixo assinado, declara que devido a dadas circunstâncias de censura, retira-se no dia de hoje da redação da Gazeta Renana. - Colônia, 17/03/1843. Doutor Marx.” Mais uma vez, Marx estava sem dinheiro, sem emprego e sem a mínima perspectiva do que fazer. Logo, Karl se casou na França, onde foi convidado a ser redator na revista “ Anais Franco-Alemães. Para Karl, o novo desafio fez com que o fizesse pensar muito mais em economia do que já pensava na Gazeta Renana, onde o próprio filósofo relatou que foi a primeira vez que se viu na obrigação de opinar sobre interesses materiais. A partir desse pressuposto, Marx começou a se interessar mais por economia, frequentando desse modo, diversos grupos Socialistas. 
Entre 1843-1844, Marx conhece Engels, se identificando e começando uma união, trabalhando e vivendo o socialismo juntos. A partir da década de 40, começa se intitular como um teórico socialista, fica extremamente claro com o lançamento do “Manifesto do Partido Comunista”, o que consequentemente tornou a Liga dos Justos em Liga dos Comunistas. A partir desse ponto, abriram alas para o estudo de luta de classes e do materialismo histórico. Falavam sobre o movimento operário e criticavam diversos pensamentos socialistas, acusando-os de negarem o debate dos problemas reais da classe trabalhadora. Doravante, dando origem ao extremamente conhecido Marxismo.
Nesse período, Marx teve 7 filhos com Jenny, apenas 3 chegando a vida adulta. A dificuldade da medicina na época era deploravelmente agravada perante as condições e instabilidade financeira de Karl. Em contrapartida de sua carreira exemplar como filósofo, redator e teórico, Marx não conseguia fazer um bom dinheiro. Por muitos anos viveu da herança de Jenny e do dinheiro de diversos amigos, inclusive Engels. Muito disso se deve ao próprio Karl, adotava um estilo de vida que não poderia sustentar, assim que possuía qualquer dinheiro, gastava em coisas caras, jantares exuberantes e festas boêmias, visando se integrar aos intelectuais de sua época.
Após afirmar que só conseguiríamos melhorar a condição de vida dos trabalhadores com uma revolução, Marx entrava novamente na mira de diversos, desde a classe política que não suportava a ideia revolucionária, assim como ativistas políticos socialistas que não achavam que revolução seria o caminho certo.
Karl se mudou diversas vezes, sendo expulso de diversas cidades, mas finalmente se instalando em Londres, na década de 50. Estreitou ainda mais suas relações com Engels, produzindo numerosos livros. 
Com o passado dos anos, acompanhando a evolução de suas obras, podemos observar que os pensamentos de Karl Marx, foram se consolidando e seus contextos se tornando mais obstinados. Explorou diversas categorias ainda não exploradas, como exemplo, a “mais valia”* e “alienação”**. 
A época em que Marx viveu, influenciou muito para suas obras e compreensão, visto os diversos eventos que assolaram o mundo durante sua vida, tais quais: Revolução Francesa, Revolução Industrial, e outras inúmeras revoluções do século XIX.
Esse fato é bastante observado em sua famosa obra “O 18 de Brumário de Luís Bonaparte “, retratando a manobra política que garantia a escalada da alta burguesia francesa ao poder. Livro que abriga a famosa frase “A historia se repete. A primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.”
Não podemos deixar de pontuar “O Capital”, a mais famosa obra de Marx, livro onde aborda e critica diversos pontos do capitalismo, tudo sobre suas estruturas e principais características. Afirma também que a sociedade humana é baseada nas relações de poder entre as classes sociais, e que, o capitalismo chegará ao fim pelas contradições em seu sistema. 
*Mais valia: diferença entre o real salário pago e o valor manufaturado pelo trabalho, cálculo que demonstra o quanto o trabalhador deve ser explorado, uma vez que tinha que trabalhar horas a mais para gerar lucro ao seu dono.
**Alienação: segregação entre o trabalhador e o fruto de seu trabalho.
- Referências bibliográficas:
 Marx, Engels, Lenin: a História em Processo
 Karl Marx: Uma biografia
Documentário "Marx: Pensador Insuperável de Nossa Época", de Jean Isídio dos Santos e Nildo Viana.
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