Presidente Bolsonaro, não seria melhor se livrar logo do Onyx Lorenzoni?
No artigo publicado na Tribuna da Internet em 28 de outubro de 2018 (“Meu nome é Jair Messias Bolsonaro. Podem me chamar de presidente”), logo após à proclamação do resultado final da eleição presidencial, artigo um tanto longo, dividido com muitos subtítulos que nosso editor Carlos Newton teve o cuidado de elaborar (“Um medicamento”, “Surge Francisco”, “Clair de Lune”, “Francisco de Assis”, “Um Democrata”, “Seja Enérgico”, “Pelo Povo”, “Equipes Médicas”, “Sem Conchavos”, “Adversário”). Neste último subtítulo (“Adversário”), lá no final, após saudar Bolsonaro pela vitória, aconselhei:
“Se puder, traga sempre em seu poder, no corpo ou na roupa, a pedra ônix, mas a verdadeira, a autêntica. É pedra poderosa. Limpa, energiza e seus efeitos são terapêuticos. Não é superstição. Não é “fake”. É verdade da Ciência Esotérica e da Ciência Holística. Mas todo cuidado é pouco. Se a ônix que o senhor venha usar for pedra falsa, imitação da verdadeira, os efeitos são opostos. Derruba e destrói quem a carrega. Saúde, muita saúde e paz, presidente Jair Messias Bolsonaro”.
UMA REFERÊNCIA
A menção à pedra era uma referência ao todo-poderoso Onyx Lorenzoni, que Bolsonaro escolheu como seu homem de confiança e para ministro-chefe da Casa Civil. Ônix, ônyx ou onyx (com ou sem circunflexo, com ou sem i ou y, é tudo a mesma coisa).
Mas nesta tarde de sexta-feira, 7 de dezembro de 2018, o Onyx Lorenzoni foi muito mal-educado com um jornalista e, consequentemente, com todos nós brasileiros. Os jornalistas fazem aos políticos e autoridades que entrevistam as perguntas que o povo gostaria de fazer. Pois não é que Onyx perdeu as estribeiras, perdeu a diplomacia (se é que algum dia a teve) e foi extremamente grosseiro e agressivo com um dos muitos jornalistas que o entrevistavam a respeito do relatório do Coaf que aponta movimentação financeira extravagante na conta de um ex-servidor ou ex-assessor de Flávio Bolsonaro no Rio de Janeiro!. Isso mesmo, quase quase partiu para a briga.
CUIDADO, JAIR
Não é assim, Onyx. E cuidado, presidente Bolsonaro. Essa pedra pode não ser a verdadeira. E parece ser a falsa, de efeitos maléficos, que derruba e destrói quem a carrega. Não seria melhor, desde logo, se livrar dela? Ou dele? Se esta foi a primeira de outras reações iguais, ainda nem começou o governo e Bolsonaro já começa mal.
E uma das consequências será o auto-afastamento de Sérgio Moro. O ex-juiz é reto, sério, centrado, sereno. E não se sentirá confortável entre pessoas que dele destoam, tal como este Ônyx que hoje se revelou por inteiro, tão grosseiro foi. Ou naturalmente é.
· 'Onde é que estava o Coaf no Mensalão?', critica Onyx
O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, questionou a atuação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que classificou como "atípica" uma movimentação milionária na conta de um ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
"O presidente é um homem que não teme a verdade, assim como eu não temo a verdade. Nós vamos trabalhar com a verdade. Agora, não é só uma notificação. A pergunta é: onde é que estava a Coaf no Mensalão?", disparou Onyx, em coletiva de imprensa, em São Paulo.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicou que o Coaf encontrou uma movimentação de R$ 1,2 milhão na conta do ex-assessor Fabrício José Carlos de Queiroz, realizada entre 2016 e 2017. Entre elas estaria um cheque de R$ 24 mil assinado para a esposa do presidente eleito, Michelle Bolsonaro. O Ministério Público Federal anexou o documento para investigação.
Onyx alegou que há perseguição. "Setores estão tentando destruir a reputação do sr. Jair Messias Bolsonaro. No Brasil, a gente tem que saber separar o joio do trigo. Nesse governo é trigo", disse.
O futuro ministro chegou a se exaltar com repórter que questionou qual seria a origem do dinheiro encontrado pelo Coaf. "Eu lá sou investigador?", respondeu Onyx. Em seguida, se dirigiu diretamente ao jornalista. "Quanto o senhor recebeu este mês? Não tem cabimento essa pergunta", afirmou se retirando do local da coletiva.
Flávio Bolsonaro comentou o caso publicamente nesta quinta-feira (6), quando a reportagem foi publicada. "Fabricio Queiroz trabalhou comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança. Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta. Em outubro foi exonerado, a pedido, para tratar de sua passagem para a inatividade. Tenho certeza de que ele dará todos os esclarecimentos", escreveu em sua conta no Twitter.
· Jeferson Miola: Revelação de Onyx, de que Moro arquitetou em 2005 o plano para prender Lula, invalida a defesa do ex-juiz
Em entrevista a Roberto D’Avila/Globo News, Onyx Lorenzoni revelou que Moro arquitetou o plano para prender Lula ainda em 2005, depois de frustrada a primeira tentativa durante o processo do chamado mensalão.
Naquele mesmo ano, no bojo da conspiração para derrubar o primeiro governo Lula, o oligarca Jorge Bornhausen, então presidente do PFL [atual DEM, partido do Onyx], fez a célebre declaração genocida, defendendo a “eliminação dessa raça [dos petistas] do país pelos próximos 30 anos”.
Deixando transparecer orgulho da amizade antiga com Moro, na entrevista Onyx acabou fazendo 1 confidência que tem o efeito de 1 bomba nuclear:
“A minha relação com Sérgio Moro vem de dezembro de 2005. Eu era sub-relator das Normas de Combate à Corrupção da CPI dos Correios, e convidei o Moro […] naquela época porque a 13ª Vara de Curitiba era – e continua sendo – a única que cuida de lavagem de dinheiro no Brasil”.
Onyx explica que “aí ele [Moro] trouxe 1 série de contribuições e 2 muito relevantes, que o pessoal de casa vai entender agora: a primeira que ele pediu, em 2005, foi a atualização da Lei de delação premiada, que levou 7 anos pra fazer. A outra [contribuição], a transformação do crime de lavagem de dinheiro de crime acessório para crime principal”.
[…]
“Os 2 fatores – a lavagem de dinheiro como crime principal, e a revisão da lei de delação premiada – foram a diferença entre no ‘mensalão’ não ter chego no Lula, e no ‘petrolão’ ter chegado no Lula”.
O chefe da casa civil do Bolsonaro trouxe à tona a estratégia política e partidária montada pelo Moro para levar a efeito o plano de perseguição e de prisão do Lula, arquitetado muito tempo atrás.
Conforme revelado, o juiz e o deputado, juntos, arquitetaram a subversão do arcabouço legal do país para concretizar o plano jurídico-político para atingir Lula.
A lei do crime de lavagem de dinheiro foi alterada em 2012, governo Dilma; e a Lei de Organização Criminosa, de 2013, que abarca a “colaboração premiada” teve, ironicamente, como autora a senadora petista Serys Slhessarenko e foi sancionada pela Presidente Dilma.
O planejamento da dupla foi exitoso. O resultado, materializado 13 anos depois, é o confinamento e silenciamento do Lula numa cela solitária e seu banimento do processo eleitoral para impedir sua eleição presidencial, tida como líquida e certa.
Neste momento em que a 2ª turma do STF julga a parcialidade de Sérgio Moro pelos arbítrios perpetrados contra Lula na farsa jurídica para levá-lo à prisão política, a revelação o Onyx invalida totalmente a “heterodoxa” defesa que Luiz Fachin e Carmen Lúcia fazem do ex-juiz.
A perseguição do Moro e da Globo/Lava Jato ao Lula est�� fartamente documentada.
Moro sempre foi um juiz posicionado politicamente.
Ele aparelhou o judiciário para perseguir e destruir seu principal inimigo político.
Moro foi de tal modo incontinente no afã de prender o ex-presidente que, inclusive, colocou em risco o próprio cargo de juiz.
Se praticasse essas barbaridades na pátria para a qual bate continência, tal como o clã bolsonarista, ele não só perderia o cargo, como estaria sujeito à condenação à prisão perpétua.
A amizade antiga explica a candura do Moro em relação à prática de caixa 2 do Onyx, que recebeu R$ 200 mil da Odebrecht.
Na interpretação livre de Maquiavel, Moro dedica aos amigos os favores; a Lula e aos petistas, o direito penal do inimigo.
Fonte: Por Jorge Béja, na Tribuna da Internet/Brasil Destak/Viomundo
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