Sinopse: Salitre à Beira é um documentário produzido a partir de imagens e depoimentos captados durante a Caravana Agroecológica do Semiárido Baiano, em julho de 2017. A Caravana mobilizou representantes de mais de uma dezena de instituições, entre as quais Abrasco, Fiocruz, CPT e Ministério Público da Bahia, além de representantes de comunidades quilombolas e comunidades de fundos de pasto. Foi pensada e articulada com o objetivo de observar coletivamente os conflitos,e as experiências de resistência, autonomia e organização no contexto da bacia do Rio São Francisco, em uma região sob forte pressão do agronegócio e de grandes empreendimentos. A Caravana percorreu municípios em torno do rio Salitre que é afluente do São Francisco e está inserido em um território disputado desde a colonização por diferentes interesses, uma vez que é rico em minérios (inclusive o que origina seu nome, componente da pólvora) e possuir até meados dos anos 70 água em abundância. No entanto, hoje é um rio invisível. Aborda temas como associativismo, agroecologia, disputa de terras e a forte presença feminina em espaços de liderança. Mas, sobretudo, é uma oportunidade de ser o porta-voz de pessoas que vivem em uma região esquecida pelo Brasil e pode ser o espelho do futuro não muito distante da bacia do São Francisco.
Duração: 45min.
Imagens, edição e montagem: Arthur Diniz e Ravi Rocha
Diante de todo o retrocesso na área socioambiental que estamos passando no nosso país, resolvi tornar público todo acervo digital que tenho nessa temática. São quase 5 mil arquivos, dentre artigos, livros, publicações, apresentações, vídeos etc sobre conservação da biodiversidade, legislação ambiental, zoologia, botânica, permacultura e sustentabilidade.
Conhecimento é de todxs. e não é por falta dele que vamos deixar de resistir!
Memórias da passagem da Mostra Itinerante do filme Revolução do Jardim no Ceça
Um relato de como foi a Mostra Itinerante no Ceça. A Mostra tem o objetivo de deixar fluir através da experiência prática as ideias apresentadas pelo filme. Nosso desejo é que a exibição possa trazer a possibilidade de criação de paraísos no meio urbano e no interior de cada pesssoa.
Exibição do filme Revolução do Jardim, dia 1 de novembro no Quarta Generosa
O centro do Recife resiste pela comunicação do espírito, pela comunicação de potências no Ceça, espaço não-espaço de cultura e de busca por harmonia das relações. Foi aí nesse fluxo que o o filme Revolução do Jardim foi exibido. A Mostra Itinerante convidou nesse dia como surpresa o videoclipe "Recifechando" de Mozzaika, uma querida artista da Argélia/França que esteve em Recife no primeiro semestre do ano como parte do seu projeto album-visual que percorre vários países, criando música, dança, composições e mais um pouco com artistas de cada local. No clipe, a visão de Mozzaika sobre uma série de dores sociais que Recife vem passando e a sua potência como terra que resiste. "Recifechando" entrecruza a Revolução do Jardim em diversos pontos, mas sobretudo porque enxergam uma nova relação com a cidade e com o centro.
Após a exibição dos vídeos, uma recepção interessante das cerca de 30 pessoas presentes: vontades de exibir Revolução do Jardim em condomínios, escolas e até mesmo em programas da sáude no governo. Conheci uma rede incrível de braços que trabalham para a sustentação da vida, saí brilhante com a real generosidade de todos que conversei, mas particularmente da Gordices da Santa (que me deu um bolo de banana extra ultra master delicioso!).
Oficina de Criação dos Jardins de Dentro e de Fora, dias 3 e 4 de novembro
Depois da exibição, nossa proposta era que o filme deixasse junto com suas imagens a potência real dos jardins no interior de cada pessoa e através de uma intervenção paisagística no Ceça. A primeira grande gratidão foi ter conhecido e trabalhado com Mariana Albuquerque, que ofereceu a oficina junto comigo. Tudo fluiu tranquilamente, que pessoa maravilhosa! Tive muitos aprendizados nessa parceria, é um lugar que quero estar sempre.
Realizamos um pouquinho de meditação e visualização criativa, para florescer os jardins de dentro e para a intervenção paisagística juntamos mudas, ferrramentas e outros recursos do pedacinho de terra Do Sítio (Chã Grande/PE, empreendido por Mari) e dos vizinhos queridos do Ceça, o Soledade 37 (Rua da Soledade - Recife/PE).
No total, 12 pessoas participaram da oficina. Plantamos um espiral de ervas lindão, aplicando a técnica de criação de solo com palha do japonês Fukuoka. Tivemos oportunidade de trabalhar vasinho supensos com cordas em macramê, reorganizar um dos pallets do espaço e um minhocário que estava desativado, além de reutilizar pneus como vasos maiores para ornamentais.
Próximo passo: Renascimento do Jardim
No dia 08 de novembro, iremos voltar ao Ceça e à Quarta Generosa para encerrar o ciclo apresentando um pouco como foi o processo de preparação e realização da oficina, além de propor em grupo uma poderosa visualização criativa para a vida no centro do Recife florescer e criarmos paraísos!
Marsha Hanzi é precursora da Permacultura no Brasil e há 12 anos fundou o Marizá Epicentro de Cultura e Agroecologia, em Tucano-BA. Marsha conversa sobre a crise geral que nossa sociedade vem passando, a importância do foco nas soluções para enfrentá-las na cidade e um pouco de sua trajetória inspiradora.