Tumgik
alysdesu · 1 year
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você é minha fortaleza primeiro abraço de mãe e afago antes de dormir; coberta quente em dia frio e ventania alivio e brisa suave em dia de sol é a minha casa, olhar devoto de freira crentíssima o próprio respiro no momento de meditação. escape de contorcionismo forçado é completo e o tudo o que é real, única peça que faz sentido dentre todas que se quebraram. {breath} estou viva porque me amas fico viva porque me sustém. é por causa da tua existência que tudo é bom, mesmo em dia mau. coisa inocente, pura e idílica uníssona no doce som d’água risada do meu vô no repeat palavra amiga {conversa de telefone old school} me faz passageira e peregrina ter ambiguidade de lares, de achar casa em um punhado de palavras encaixar abraço sempre no único homem, ter nome apesar de tudo {registro} sentir liberdade, M A RA VI L H A MEN TO temor e c o s q u i n h a és tudo de mais bondoso e abundante és definidor, é “!!!!!!!” e MUITO. montanha e rugido de onda, neve despejada de açúcar branquinho e doce no céu de peneira flocada é o que despeja em mim coisa boa e verdadeira. {beleza e verdade no caos}
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alysdesu · 3 years
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dia de uma depressiva
enrolado na toalha tão pequenininho e frágil, meu gato escaldado com os pelinhos  eriçados. meu marido o segura, enxuga com carinho. cozinho arroz com milho, frango de forno crocante e macio. peço para que todo dia seja assim,  com alegria mil, com a tristeza no mudo. hoje tive energia, como se o sol me recarregasse. mas está frio. eu sou eu. sento preguiçosa na cadeira macia. escolhemos bem a cadeira, esfreguei os dedos na madeira, no tecido fofo. olho o gato, o amor, sentados próximos. se aquecendo um no outro e conversando não me lembro quando foi a última vez que acordei assim. penso numa viagem futura. penso numa viagem passo-a-passo e depois ponho blusa, lavo as mãos passo álcool em gel periodicamente nas coisas, arrumo as máscaras esticadas no vento me lembro da primeira vez que senti meu corpo pender, exausto, mesmo ao acordar. quando esqueci de sonhar de verdade, insone, indeterminada, brasileira. firme cristal de acordar e dormir de novo. eu acordo todos os dias, penso em escrever essa é a primeira vez que sento, após o sol descer e a lua desaparecer, e escrevo. que sombrio e misterioso o descer dos astros. que momento em que eu digito meu coração, caio, caio, estrela cadente queimando. -queimando dentro, quente- ponta da língua que arde de afta, ouvido que dói e cabeça que se assusta na dor. caio, despenco, suspensos no momento dos céus em escuridão entre a luz e a completa treva.
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alysdesu · 3 years
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Ojou to Banken-kun
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alysdesu · 3 years
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melão.
quero me esconder. o gato fita o melão, desejoso de sua água. constantemente me sinto ferida. me dói um pouco as juntas, mas não sou velha, nem carcomida. olho com desejo para a vida. aguardo a próxima cena, o clímax. não há na hora que espero; sem rufar tambores, anúncios gaseificados, textos mal escritos. desço e subo o feed sem significado. falo com as paredes, deixo minhas mãos quentes deslizarem no gelo. jogo água gelada no rosto, toda noite. fechar os poros, congelar meus acelerados pensamentos. pego de pinça um por um penso no país e já não quero pensar em nada. penso na coceira de sarna, que teima-teima e não passa. pego pela mão esse desamparo o cobertor azul todo enrolado, tem cheiro de casa, de pele, de amaciante, de lavado. afago os ombros, digo palavras doces: você vai conseguir, está sendo espremida, é só. você está crescendo, dor é dor, sem dó. basta a cada dia o seu próprio mal, na homília da minha vida, basta para todo dia este fim de vendaval.
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alysdesu · 3 years
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寝落ち
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alysdesu · 3 years
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ouvi o hino do corinthians e lembrei de ti, vô. coisa boa ter tido vô, “vôo” longe que se faz, como o trompete o trombone e o sopro metálico do bocal à campana o som da minha infância e da infância em 1954, vindo do sul de minas entre vales, serras, carpindo nos intervalos do sonho tua algibeira de histórias era imensa imensa-imensa “elocubrava” meus sentidos: contou-me de futebol, anedotas, de tesouros, de milagres, olhos vivos e estudiosos que me fazem até hoje singrar coisa boa ter tido vô, boa coisa no chapéu, no almanacão de pintar, no sobretudo grande e cinza na espada de honra enrolada no veludo coisa auspiciosa e dura, elucubrações do meu coração injeção de quem me tornei.
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alysdesu · 3 years
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[...]
solidão. o velho cão me aborda, afunda suas garras nas partes fofas do meu corpo, minha carne ferve como banha socada num latão a cantiga lacerante de sua euforia me arrasta do colchão. sempre o cão com seus pequeninos olhos amendoados de inocência fingida parece-me quieto em alguns dias quase imperceptível, até voltar incomodando: o cílio no globo ocular. vê se é urso, se é animal que hiberna. me sinto só, e não é dor fingida. peço misericórdia. peço um alento, uma pausa. peço um propósito, proclamo que não ligo, ignoro a existência do cão, do urso, da banha, do cílio. peço, por favor, que a sombra terrível deixe de me envolver. enquanto estou na caverna, mesmo se não puder me acender a luz, se não for a hora de me tirar esta pedra, se é na escuridão abissal que meu orgulho deve repousar, me envolva com suas mãos. mesmo na escuridão, por favor, cubra-me como as folhas dum repolho que se revolvem no corpo, por favor, por favor, por graça e favor, me conceda as mãos. e me ensina a aceitar não a luz, mas as mãos... as mãos.
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alysdesu · 3 years
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bagunça matrimonial
fiz caldo de feijão e engrossei com maizena as borbulhas explodiram seguidas, umas, outras, plop, eu desejo ficar na cama ficar quieta no escuro  sou ambígua porque também quero ir porque também quero ficar faço o que eu posso, luto com o que não posso e deixo o chuveiro esquentar.  meu marido comeu o caldo com carinho, eu sou dupla porque também amei, porque também tive medo. ele as vezes deseja ficar no escuro com os olhos bem abertos sou a mesma porque também quero dormir porque também quero acordar penduro a roupa no varalzinho pequeno, com o pregador vai um, dois, tac, eu procuro esmagar minha dor de cabeça com uma boa respirada olhando a mini-horta. ele também olha porque é exato sou a mulher porque também quero amá-lo sou também o dedo que se fura no cacto. no quinto andar, olhando para a rua, um carro bate em outro uma mulher sai chorosa do banco de trás, sou igual porque também choro, ele chora as vezes, quando vemos filme pela primeira vez, mão entrelaçada nas mãos, como um filme. é. como um filme.
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alysdesu · 3 years
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Saudade dos poemas Ale
Oi! Logo mais voltarei a postar com mais frequência :) Obrigada pelo feedback
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alysdesu · 3 years
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alysdesu · 3 years
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alysdesu · 3 years
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retrato dos cinco anos.
com o corpo pendurado no varal respiro o calor me dói o abdômen de mulher vejo um par de meias e fico com vontade de por calçar os pés e colocar o álbum de 1994 no repeat espero o horário, quando o alarme toca programo mil horas centenas de minutos quinquilhões de movimentos. faço calor com as mãos nos  vãos do joelho um lugar íntimo e meu, - atrás dos joelhos - onde nenhum ser humano prende o olhar jogo água gelada no rosto lembro da primavera,  sentada no quintal de pedrinhas em  Minas Gerais eu olhando flor, sol estalando nos cabelos castanhos e as vezes loiros e azuis uma aranha tecendo teia meu olhar de criança vê a teia  e vem inseto voando, se enrola e prende na teia que não viu. as linhas invisíveis se enredam no corpo insetóide para mim, a aranha ri. eu fico presa no calor, na teia da vida urbana sou a aranha na teia, o inseto preso, a garota que assiste a cena. pergunto “por quê?” nem sempre escuto resposta. mas me vem vento fresco, sombra, água. me vem a gigante-mão protetora onde me guarneço e resguardo do escaldante calor. me vem coisa boa, mesmo sem todas as respostas. me vem aranha, inseto, infância, e alegria, mesmo com as perguntas (...)
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alysdesu · 3 years
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há em mim um já urgente já é a palavra de ordem guardo no espero um recurso de sofisticada estratégia o já que dormia por longo vem pra goela como sua morada eu descanso o já deito-o na esteira dos dias um já bem colocado se faz imediato vira partícula viva longe da gramática, o sonho encontra o já de Deus e se forma em realidade colorida
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alysdesu · 3 years
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tutorial poético I
lavo os copos com cuidado um a um, dando atenção ao fundo fora, dentro, nas bordas lustro com a esponja limpa molho-a bem, despejo detergente limpo para ficar brilhante e sem gordura fic-fic,o som disso penduro um a um, dando atenção à forma passo para os pratos que empilhados lembram uma torre a esponja vai de um lado ao outro fundo, raso e côncavo empilho de novo enxaguo bem (mesmo) água quente, nas panelas água fria nos talheres mais simples limpo para ficar sem sujeira mas eu demoro minha mãe lava mais rápido mas eu gosto de demorar aprecio que eu cuide de cada peça quero cuidar bem assim de mim e das coisas ao redor [me falta energia para amar melhor a casa]
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alysdesu · 3 years
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vidinha
tenho coisa alguma para declarar: estou bem, a semana vem voando de tapete. gosto de leite bem gelado,  até mesmo no frio. queria ver a neve, pelo menos uma vez. frugal assim. e ando descalço pela casa depois do café da manhã.
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alysdesu · 3 years
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espaço-tempo-coisa
estou seca e suspensa no ar presa apenas pela uma hora da madrugada encaro os minutos que escorrem densos como geléia o tempo é apenas minha torradeira quando penso estar confortável a propulsão me ejeta, dura e voando. o tempo é apenas uma música no replay incessantemente ligada no 00:03 abra-te sésamo, diga amigo para entrar, me fala uma palavra bonita, descongela o meu passo. estou frita presa no teflon, um aperto grande na barriga o tempo é apenas minha casa vivo nele e, ora gentil, ora caos, ele me pressiona me arranca a gravidade me reserva novos estados: queimando como uma supernova, vista além do tempo, pavio quântico em que queimo, apago, queimo.
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alysdesu · 3 years
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sinóptico
chega o sinóptico da sexta-feira um rabisco tresloucado leio com cuidado, total cautela de não adulterá-lo. a porção de palavras de pontapé me revelam uma alma antípoda, que se discute, que não se atinge. no desenvolvimento, adentro a campânula. cubro-a com tecido engrumado, azul escuro com transparências imitando o planetário de minha infância. fico surpresa porque é o resumo do meu último minuto, daquelas lembranças e da vicissitude das coisas. porque repito falhas, e repito como e com que me alegro, por isso este sinóptico é previsível, e por esta razão é perfeito. porque diz sobre o meu medo, e toca meus espantos, pelo motivo de me pormenorizar, por elencar cada passo hesitante é que me fascina. é porque sou o pobre, falho, desajeitado, porque posso olhar para a lama e dizer: “eis o meu igual” que este salto adentro é excelente. a causa de que sou lama, de que sou pó esfarelado, que crio identificações inúmeras com este pedaço de coisa. este texto, esta massa, esta sexta. é lama, não passa de lama, não passa de profundidade, porque a lama é mutável, pode ser vívida, e pode respirar porque lama é lama, mas pode se moldar.
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